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Agricultura de Precisão (AP) se tornou mais evidente depois do advento do Sistema de Posicionamento Global (GPS - Global Positioning System) que fornece coordenada geográfica, ou seja, localiza um ponto no globo terrestre por um sistema de coordenadas conhecidas. A AP é o gerenciamento da lavoura em porções detalhadas do terreno, levando em consideração as diferenças espaciais ocorridas tanto no solo, no que diz respeito à fertilidade, condições físicas e químicas, quanto aos ataques de

pragas, doenças, nematóides e plantas daninhas, entre outros. Portanto, tem-se um detalhamento muito maior da condução da lavoura e cada porção será tratada diferentemente e não mais pela média como é comumente realizado. Para isto, utiliza-se de vários equipamentos, entre eles um para localização no campo (GPS), ferramentas de Sistema de Informações Geográficas (SIG), programas computacionais, monitores, controladores, atuadores, dentre outros.

Pereira (2002) descreveu que com o avanço da tecnologia e a crescente expansão agrícola, tem-se aumentado cada vez mais a área cultivada, sendo esta considerada homogênea ao longo da sua extensão. Mais recentemente, a pesquisa tem considerado as variações ocorridas dentro de cada unidade de cultivo, buscando maximizar a produção, em cada unidade, através do gerenciamento da cultura. Isto tem sido possível pelo avanço da informática, possibilitando o estudo da variabilidade espacial. Estas técnicas de gerenciamento da produtividade vêm sendo chamadas de agricultura de precisão (SCHUELLER, 1992; SANAEI & YULE, 1996; MOLIN, 1997 e PEREIRA, 2002).

Lowenberg-Deboer & Swinton (1995) definiram agricultura de precisão como sendo uma tecnologia aplicada à agricultura a qual permite o monitoramento e o controle eletrônico aplicado à coleta de dados, processamento de informações e suporte de decisão para alocações temporal e espacial de insumos na produção agrícola.

Searcy (2000) caracteriza a agricultura de precisão como uma filosofia de administração. Descreve que a agricultura de precisão é um conjunto de técnicas que tenta reduzir as ineficiências na produção agrícola e aumentar o retorno econômico do produtor. Cita, ainda, que ela só tem sentido, caso o produtor se empenhe em melhorar a eficiência da produção agrícola.

4.2.1 Sistema de Posicionamento Global (GPS)

O GPS foi desenvolvido pelo departamento de defesa dos Estados Unidos da América na década de 70 do século passado e, nos últimos anos, vem

apresentando uma crescente aplicação em muitas áreas, entre as quais, representa uma alternativa de posicionamento para se localizar no meio agrícola. É um sistema projetado para fornecer o posicionamento instantâneo de um ponto sobre a superfície da Terra, ou próxima a ela, pois este sistema apresenta algumas fontes de erros (MOLIN, 1998). Porém, esses erros podem ser minimizados, usando técnica de correção diferencial ou por algoritmo. A correção diferencial é uma técnica que aumenta a precisão dos dados coletados com o GPS. A correção da posição pode, inclusive, ser feita em tempo real.

A concepção do sistema GPS permite que um usuário, em qualquer local da superfície terrestre, ou próximo a ela, tenha à sua disposição, no mínimo, quatro satélites para serem rastreados, o que permite a localização em tempo real. Além disso, o GPS pode ser utilizado sob quaisquer condições climáticas (MONICO, 2000).

A precisão final do sistema é determinada pela soma de vários tipos de erros (HURN, 1993 e HOFMANN-WELLENHOF et al., 1997). Há fatores que diminuem a acurácia do GPS, gerando erros. Essas fontes de erros são inevitáveis e inerentes ao sistema. Vários autores descrevem os possíveis tipos de erros existentes nas leituras de GPS (HOFMANN-WELLENHOF et al., 1997; HURN, 1993; MONICO, 2000 e MOLIN, 2001) que são: erro do relógio do satélite; erro do relógio receptor; erro de órbita dos satélites; erro de refração; erro de reflexão ou multicaminhamento; erro de disponibilidade seletiva (S/A); erro de geometria dos satélites (GDOP).

Chan et al. (2004) relataram que a acurácia do DGPS é afetada por certos fatores como atraso do sinal, condições atmosféricas, sinal de GPS, qualidade do receptor GPS, condições ambientais do local e o tipo de sinal de correção diferencial.

O governo americano extinguiu a Disponibilidade Seletiva (Selective Availability – AS), ou seja, retirou a proibição de se obter a acuracidade capaz de ser proporcionada pelo GPS, diminuindo o erro em até 10 vezes, sendo esta a maior fonte de erro capaz de reduzir a acurácia dos cálculos de posicionamento dos receptores de GPS (MONICO, 2000). O DGPS ou GPS diferencial é um método largamente utilizado na correção de erros, acrescentando ao sistema um sinal adicional de um ponto referencial de uma base fixa. Os diferentes métodos de correção diferencial foram apresentados em Molin, (1998). Um dos meios de se obter sinal DGPS é via satélite de comunicação geoestacionário, específico para este fim.

A correção diferencial reduz consideravelmente ou elimina as maiores fontes de erros encontradas em GPS comuns. O somatório dos erros chega a um total de 3 a 6 metros em 3 dimensões, sendo que o erro causado pela ionosfera continua sendo o maior deles. Os erros de reflexão, relógio do satélite, órbita do satélite e disponibilidade seletiva, se ativada, são praticamente eliminados.

Balastreire & Baio (2000) realizaram um ensaio para comparação entre a acurácia de posicionamento de um GPS operando com algoritmo otimizado com um DGPS utilizando o sinal de correção via satélite. O modelo do receptor GPS utilizado nos ensaios foi o AgGps 132 da Trimble, tanto para coletar dados com o algoritmo como para receber sinal DGPS da empresa Racal. Pode-se observar que o erro máximo obtido, utilizando-se do sinal de correção via satélite, foi 2,8 vezes maior que o obtido com algoritmo otimizado e que, em ambos os sistemas, o erro médio se manteve submétrico, como o esperado pelo GPS utilizado.

Balastreire et al. (2002) descrevem que o DGPS é uma ferramenta importante do sistema e que o conhecimento de suas limitações, assim como de suas potencialidades, é de extrema importância para uma melhor utilização do potencial da agricultura de precisão. Estes autores determinaram a acurácia de um DGPS, modelo AgNavigator, fabricado pela Ashtech, operando em condições dinâmicas de campo com as velocidades de 4; 6; 8; 10 e 12 km.h-1, obtendo erros médios das coordenadas de 0,447; 0,528; 0,918; 1,134 e 1,130 m, respectivamente. Verificando, assim, que em velocidades menores de trabalho com GPS, o erro nas coordenadas obtidas tende a ser menor, melhorando a acurácia das operações realizadas em condições cinemáticas na agricultura de precisão.

4.3 Aplicação em taxa variada de produtos fitossanitários (VRT – Variable Rate