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CAPÍTULO III. AGRICULTURA FAMILIAR É O QUE ESTÁ NA MESA

3.2 Agroecologia e mulher como agente de transformação – protagonismo das

O MST tem em suas pautas de reinvindicação questões ambientais na busca de desenvolvimento sustentável e fundada na agroecologia, não apenas contestando um modelo depredatório do meio ambiente, como a Revolução Verde e sua forma de industrialização da agricultura, mas para promover a busca de mudanças sociais e políticas – que incluem relação de gênero, solidariedade, inclusão social e equidade, bem ainda como experiências concretas de produção e comercialização de produtos orgânicos, campanhas contra o uso de agrotóxicos e organismos geneticamente modificados (SILIPRANDI, 2007). Sendo relevante evidenciar o conhecimento do MST em alternativas de produção harmônica com o meio ambiente e de conservação dos bens e recursos naturais (WIGG; et. al., 2016), na forma de plantio, cultivo, manejo e proteção da terra.

Para a transição de um modelo de agricultura insustentável para um modelo sustentável, é que a agroecologia se impõe. Por sustentável, tem-se o potencial em que os processos agrícolas precisam ter para manter as características ecológicas do ambiente, sem deixar de

56 O termo correto para essas discussões seria ordem patriarcal de gênero. Não apenas por se tratar de um termo mais completo, mas porque pelo que se observa das relações, o problema não está detido apenas no gênero – termo genérico, mas a uma subordinação das mulheres supostamente devida ao homem e que culmina nessa desvalorização da mulher, impondo-se mesmo como uma “ordem” do patriarcado ao gênero mulher (SAFFIOTI, 2011). Tal conceituação não será possível discutir no presente trabalho com tamanha profundidade que merece, mas vale o registro dessa outra forma de classificação do que queremos abordar, que é a desigualdade entre homens e mulheres em diferentes esferas da vida pública e particular.

viabilizar vida digna para os envolvidos, isso porque o desenvolvimento humano não deve se limitar ao crescimento econômico e assim sendo, o protagonismo de agricultores e agricultoras será central na construção agroecológica (SILIPRANDI, 2009).

(...) A agroecologia pretende, pois, que os processos de transição da agricultura convencional para a agricultura ecológica, na unidade de produção agrícola, se desenvolvam nesse contexto sociocultural e político e suponham propostas coletivas que transformem as relações de dependência anteriormente assinaladas. Para tanto, a agroecologia – que por sua natureza ecológica se propõe a evitar a deterioração dos recursos naturais – deve ir além do nível da produção, para introduzir-se nos processos de circulação, transformando os mecanismos de exploração social (evitando assim a deterioração causada à sociedade nas transações mediadas pelo valor de troca) (GUZMÁN, 2005, p. 104).

O conceito de agroecologia, embora controverso, será adotado como sendo o de uma agricultura ecológica e sustentável, que influencia tanto em questões ambientais como econômicas, produtivas e culturais, alternativamente à agricultura convencional, com preocupações voltadas à preservação ambiental, manejo sustentável e o conhecimento dos trabalhadores rurais (PASTORE, 2005; INCRA, 2020), para um “melhor manejo dos recursos naturais, desenvolvendo atividades mais compatíveis com a preservação do meio ambiente, com produção de alimentos mais “limpos” e com maior renda para as famílias rurais” (PASTORE, 2005, p. 4).

“A agroecológica também se coloca como promotora de equidade de gênero e de manutenção das relações produtivas na agricultura familiar (...) em que se verifica a existência de uma atuação cada vez maior das mulheres em todas as etapas no processo de produção e comercialização” (SILVA; NASCIMENTO; GORES, 2015, p. 133).

Nesse sentido, vale fazer um apanhado histórico das fases das lutas por espaço promovidas pelas mulheres, para que então se possa discutir seu papel de transformação social, que já vem a ser demonstrado desde as árduas lutas e conquistas. Para GOHN (2007, apud ALVAREZ, 2000; KNIBIEHLER, 2007), são três as ondas do feminismo, a primeira no início do século XX, com a luta pelo reconhecimento legal do direito ao voto e ao trabalho. Uma segunda onda, entre 1960 e 1980, pela luta por igualdade em relação aos costumes – aos corpos, a sexualidade e ao mercado de trabalho, não se limitando a igualdade apenas legal, como no início do século, fazendo surgir a categoria “gênero”. E a terceira fase, em 1990, consistente na construção da imagem feminina nos meios de comunicação em massa.

Quanto ao “conceito de gênero, trata-se da existência e reconhecimento de processos sexuados de exclusão entre os homens e as mulheres, construídos socialmente, e produtores de diferentes subjetividades” (SILIPRANDI, 2009, p. 21).

buscam desde o outro século, tem-se que a organização das mulheres rurais tem estado também em grupos de produção, na criação de centros de formação e na formação de espaços de comercialização, cooperativas e associações, uma vitória, já que é importante ter em mente que na maioria dos assentamentos pelo Brasil as mulheres não participavam das associações (SILIPRANDI, 2009).

(...) A própria participação em uma organização ou movimento social exige muita determinação. Para além das dificuldades enfrentadas normalmente por todos, homens e mulheres do meio rural (distancias, falta de meios de transporte e de recursos financeiros, situações de conflito e violência, deslegitimação por ser agricultor, por não ter “estudado”), havia outras ordens de empecilhos, específicas da condição feminina: a oposição de familiares e vizinhos, a falta de apoio para ausentar-se de casa, o descrédito sobre a sua capacidade, por serem mulheres. Em particular, dentro das próprias entidades dos trabalhadores, são muitas as histórias de desvalorização em relação à sua participação (Idem, p. 191).

Assim, entende-se que, em que pese a histórias pessoal de cada mulher e sua família, o contato com a agroecologia abriu-se como uma nova perspectiva de relação com a agricultura, como forma de melhoria de condição de vida e, de por meio da agricultura, exercitarem sua capacidade de observação e experimentação assim como de sua criatividade. A agroecologia não abarca somente os sistemas agroalimentares e ambientalmente sustentáveis, mas desempenha também o papel de construção de poder, redistribuição de renda e promoção de justiça social para as mulheres, fazendo valer suas opiniões e serem vistas como sujeitos sociais e também políticos (Idem).

Essas mulheres, como transformadoras sociais, em que pese todas as dificuldades e enfrentamentos, têm mostrado com suas ações que é possível resistir, denunciar e organizar-se. Mesmo com as exclusões socioeconômicas e de pouco ou nenhum prestígio social, as mulheres vêm construindo-se como sujeitos políticos em movimentos sociais, e não se conformam com o destino injusto, reservado a elas se dependessem do desejo do patriarcado. Elas buscam sempre se reinventar e libertar-se, ganhando e criando espaço como atrizes principais de uma nova possibilidade na recomposição das relações sociais (GOHN, 2007; SILIPRANDI, 2009). As mulheres são maioria nos movimentos populares por melhores condições de vida e trabalho, possuem alto índice de participação e são organizadas em suas demandas (GOHN, 2007), o que confronta em muito com a necessidade de terem que buscar constantemente por direitos e reafirmação deles.

Parece contraditório ocuparem espaços e mesmo assim não os terem e continuarem a buscar por espaço. Isso só evidencia o domínio das atividades políticas pelo homem e a necessidade contínua de mulheres terem de reafirmar seu papel como sujeitas políticas, sociais e de direitos, para que não retornem a serem submetidas a dominações, outrora ocorrida pelo

público masculino nas tomadas de decisões.

Apesar disso, elas seguem buscando lugar, e possuem papel crucial como protagonistas e autoras nas lutas do movimento. É graças a elas que se debatem a questão de gênero e a tomada de espaços nas mais diferentes searas; que denunciam, com fundamento na igualdade de gênero, toda vez que desvalorizam sua participação. Diz-se que o MST, longe de ser linear, compõe o cenário de histórias concretas que se constroem no “movimento do real”, e em três dimensões da vida no processo de “luta pela terra e na terra”: a de classe, a de gênero, e a étnica/racial, que influenciam a estruturação de representações de gênero (VAZ, 2017; FARIAS, 2011, p. 7).

As mulheres militantes do MST são protagonistas em diversos âmbitos sociais e em períodos históricos, seja no espaço privado seja no público – que se relacionam e não podem ser considerados de modo dicotômico. Atuam de modo dinâmico e como referência importante nos processos de reprodução familiar e social, mesmo sabendo que este papel não foi reconhecido de modo legítimo, especialmente no campo dos registros e produções teóricas. Isso porque, estamos falando de uma história escrita entre olhares e dominação masculina, o que dificultou a visibilidade da participação das mulheres. (FARIAS, 2011, p. 6-7)

Quanto ao PDS Osvaldo de Oliveira, pelas experiências com as atividades realizadas, tem-se com predominância nas feiras e na JURA a atuação das mulheres, que possuíam plena intimidade com o microfone, sempre demonstrando muito engajamento, força para a luta, resiliência com a situação jurídica enredada do assentamento e amor à terra. Ocorre que quanto aos processos políticos de formação, não foi observado tanto engajamento assim, podendo significar um reflexo da dominação masculina, traduzindo a necessidade de ainda construir-se um espaço igualitário – não que não ocorra, uma assentada mesmo em seu discurso na JURA afirmou que “não tem esse negócio de homem manda mais que a mulher, o mesmo que o homem pode lá eu posso como mulher, então nós vivemos direitos iguais lá dentro” (JURA, 2019).

No entanto, a problemática por vezes é implícita, mesmo que todos queiram, e até tentem materializar uma igualdade plena entre homens e mulheres, horizontalizar o movimento e promover equacionamento de espaço, no fim, o que acontece é o que se registra no capítulo 1, parte 1.3, que é o mesmo que se denotou a partir do estudo de Vaz (2017): que mesmo com o discurso de igualdade existe subestimação no trabalho feminino desempenhado pelas assentadas. Há descrédito implícito em manifestações de mulheres em reuniões. Isso justifica a não estabilização de direitos para as mulheres, importando na luta diária pela desconstituição de desigualdades, na conquista da terra – como luta de todo o movimento; e por igualdade de gênero – como luta adicional e particular atribuída às mulheres.

Ou seja, em que pese as tentativas de debate e de plena inserção das mulheres nos espaços que desejassem participar, ainda há elementos que evidenciam que não é sempre assim. As mulheres protagonizam as feiras, os espaços de fala em rodas de conversa, as tarefas gerais do campo, mas a frente política permanece masculina. Eles é quem vão às frentes políticas e jurídicas, levam a fama de quem “resolveu” uma situação ou a “fez acontecer”. Isso significa, que a luta pela terra com uma perspectiva emancipatória do trabalho, sobretudo das trabalhadoras, “deve reconhecer a existência socialmente construída do patriarcado, do machismo, da divisão sexual do trabalho e enfrentá-las, a fim de que se alcance os objetivos de sua luta” (VAZ, 2017, p. 51) e sigam na busca por desconstrução de desigualdade. É necessário o constante engajamento para sempre ampliar a participação das mulheres nos espaços de poder e decisão que significa a consolidação e aperfeiçoamento da democracia (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2018), para a mudança de vida e ocupação de qualquer que seja e queiram o local que desejem as mulheres ocuparem.

Evidente que muita coisa melhorou, há um reconhecimento no trabalho fora das propriedades, principalmente nas feiras, resultando em mudanças em como as próprias mulheres enxergam suas vidas, gerando de certa maneira a emancipação que se busca e a visibilidade no conhecimento que possuem de seus produtos da agroecologia, do cuidado com o campo e em medidas protagonizadoras no processo produtivo ainda que com predominância maior no escoamento por meio das feiras (SILVA; NASCIMENTO; GORES, 2015).

Contudo, muitas outras coisas ainda precisam melhorar, como no quesito da tomada de decisões atinentes à propriedade e até mesmo à produção em si, além dos outros processos mencionados que tangenciam questões políticas e jurídicas. “Isso implicaria em uma mudança na qual as dimensões econômicas, sociais e ambientais envolvam as mulheres como beneficiárias, líderes e contribuintes de um crescimento inclusivo, justo e socialmente equitativo, e que administrem de forma eficiente os recursos e o meio ambiente” (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2018, p. 47). E esse alcance de um pleno desenvolvimento sustentável para o campo, fundado na agroecologia só prevalecerá a partir de mudanças sociais e políticas (SILIPRANDI, 2007).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Compreender melhor o funcionamento e os anseios do MST é entender suas dificuldades, enfrentamentos e glórias, em que o trabalhadores e trabalhadoras clamam e lutam por si - pelo movimento rural dos sem-terra. Quanto ao PDS Osvaldo de Oliveira como um todo, longa é a trajetória e ainda pendente de conclusão, principalmente na esfera judicial, como restou demonstrado, que ainda se encontra em trâmite a decisão da definição de desapropriação da terra em que hoje se encontram.

O que se infere, já foi até mesmo colocado expressamente no decorrer do texto, o MST como movimento social precisa de mais espaço para concretizar plena democratização de seus direitos, assim como carece da ampliação de políticas públicas. Esse mesmo movimento, porém, como coloca Vaz (2017, p. 71) “que trava a luta pela terra com vistas à emancipação humana, precisa reconhecer as formas de opressão de gênero”. Pois igualmente colocado no trabalho, percebeu-se que a questão de gênero nem sempre teve espaço no movimento, e necessário é o debate para cada vez estarem mais perto de real igualdade.

As mulheres do movimento devem ser reconhecidas como cidadãs plenas, sujeitas de direitos, possuindo papel chave na econômica familiar; necessitam de políticas públicas específicas de gênero para ultrapassar obstáculos que as impedem ao direito à terra, à renda, à opinião e ocupação de espaços – inclusive de liderança, segundo suas próprias vontades e interesses. Só por meio desse enfrentamento é que as mulheres poderão se colocar ativamente na luta pela terra e por suas próprias demandas e vontades. Que viabilize serem sujeitas políticas ou sociais, como queiram, e que proporcionem sua libertação do patriarcado e dos ditames da sociedade sexista.

O PDS em si, em que pese o que retrata a fala da Abóbora, quando aduz que “homem não manda mais” na construção do Osvaldo de Oliveira, até vem como uma legítima tentativa de isonomia entre pares, mas com as percepções e estudos, o que se infere é que por muitas vezes as diferenciações entre gêneros vêm das formas mais sutis, com gestos ou com descrédito em uma fala. As desigualdades se colocam na tomada da frente política como sendo masculina, e ainda que não propositalmente, elas estão aí, separando espaços. A tentativa não basta. Os debates precisam ser constantes, as ocupações de espaços precisam ser reais, porque trata-se de desigualdades históricas petrificadas e construídas há pelo menos um século, e não seriam desconstruídas com tanta facilidade.

se emancipam participando das feiras, das jornadas universitárias, tomando o microfone, expressando-se e sendo atrizes da agroecologia no âmbito da agricultura familiar no movimento. É importante e inclusivo. De nenhuma maneira quer-se desmerecer tais participações. Entretanto, as sutis diferenciações são perigosas para a plena construção de democráticas de espaços femininos, em que possam, de verdade, participarem e opinarem onde quer que seja, não passando a falsa impressão de plena democratização de espaços. O que foi possível inferir, foi a importância de certa tomada de reconhecimento e emancipação, mas isso não deve ser levado ao contentamento, devendo-se ser repisados todos os dias. Para que assim, um dia, exista plena liberdade e que ela seja substancial, grande e considerável.

Como introduzido, o intuito não era esgotar o tema, então essa ponderação sobre gênero basta no momento para que ecoe como pensamento e fique como reflexão que não é possível pensar em desenvolvimento num amplo aspecto, sem que haja igualdade entre todos. Tampouco alcançar uma sociedade que lute pelo desenvolvimento sustentável se não houver a promoção e manutenção constante de igualdade de gênero. Igualdade pautada na Constituição como sendo princípio da dignidade, da liberdade e da privacidade. Mas de certa maneira, tem-se a confirmação da hipótese de que não é pleno o lugar de vez e voz das mulheres rurais do MST. Ainda que se reconheça alguma democratização de espaços, necessária é a ampliação desses e também de políticas públicas de gênero, além da não superada discussão sobre o ser mulher, e de que há, em razão do gênero preconceitos sofridos diariamente.

Tangencialmente, reflete-se a respeito do papel que devemos/devíamos exercer na sociedade a partir de nossas escolhas alimentares, ideológicas e políticas que influenciam em políticas, inclusive de gênero. E em todas as questões no que concerne à alimentação saudável para todos, a opção por alimentos tidos como limpos – livre de agrotóxicos, e a necessidade cada vez maior em optar-se, em podendo, pela agricultura familiar. As feiras são a cada dia mais recorrentes. Reflete-se a necessidade de efetivação de direitos de gênero e para além deles, de maneira geral ao MST, que busca a consolidação da reforma agrária, interesse constitucional, mas às margens do que querem as governanças.

Outros direitos, necessários à vida de qualquer cidadão, ainda precisam ser efetivados e dizem respeito ao que apregoa os Direitos Humanos, como: alimentação saudável, direito à moradia, à educação e ao meio ambiente, trazidos de forma tangente neste trabalho, mas que merecem olhares.

Das análises bibliográficas e das pesquisas participativas é o que restou observado: não bastam tentativas, ainda que importem. É preciso que se torne realidade, e o início pode ser pelo reconhecimento das entidades construídas a partir dos ditames masculinos, só é possível mudar

reconhecendo-se. É o caso, as demonstrações de vontade por igualdade importam, mas precisam ser efetivas. Preciso é dar voz e vez às mulheres, em espaços e em lideranças.

Quanto ao intercâmbio social entre Universidade e movimento, conclui-se por sua necessária manutenção. É importante para os grupos – movimento e academia. Aprende-se enquanto ensina-se, é dinâmico, colaborativo. Constrói-se positivamente para ambos os lados. O extramuros precisa continuar, pois possui fundamento nos pilares da Universidade Pública, é constitucional e primordial para um ensino de qualidade, para devolver à sociedade o que dela se extrai, para deixar como legado dos “dois lados do muro”.

A construção dessas pontes muda os sujeitos, deixa um pouco do pesquisador/extensionista e leva o saber tradicional do campo, supera a mera dogmática jurídica das faculdades de Direito. Sofre influência e influencia a comunidade, permitindo efetiva troca de valores e da cultura popular. Desmistifica falácias a respeito do movimento, deixa as portas abertas e escancara nos pátios das Universidades a necessidade da Reforma Agrária Popular.

Desse modo, foi que no primeiro capítulo buscou-se revelar e salientar o importante papel dos pilares da Universidade Pública, que restou demonstrado não apenas na escolha do tema, como nas implicações práticas geradas a partir da extensão e pesquisa a partir das atividades desempenhas, como são importantes à comunidade acadêmica e sociedade externa à universidade, mas não alheia a ela. Introduzindo-se no último item do capítulo 1, a problemática que envolve as mulheres – que permeia todo o trabalho e que de início teve como intuito, levantar os questionamentos sobre gênero, procurando-se destacar evidente questão a ser superada no que tange a necessidade da real visibilidade a ser atribuída às mulheres nas relações.

No segundo capítulo, evidenciou-se o panorama histórico, não para esgotá-lo, tendo como objetivo apenas contextualizar a situação do MST no Brasil, para então poder tratar da construção do PDS Osvaldo de Oliveira e evidenciar as mazelas do judiciário na demora em atender demandas sociais resguardadas constitucionalmente, como a reforma agrária. Ainda neste capítulo, destacou-se o conceito de políticas públicas, evidenciando-se a necessidade de implementação das mesmas, para o grupo e essencialmente para mulheres, indispensável para geração de renda e emancipação.

O terceiro e último capítulo, onde se encontra o grande cerne do trabalho, buscou-se fazer um levantamento sobre gênero, e as implicações na agricultura familiar e agroecologia. Observou-se que a mulher no âmbito do MST é a grande agente de transformação social e protagonista, primeiro de sua história, como mulher, imposta por dificuldades decorrentes da vida em sociedade e das questões sexistas, que ainda precisam ser debatidas e segundo como

destaque no grupo, capaz de ocupar espaços de poder e fala. Nota-se, contudo, grande