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3. METODOLOGIA EXPERIMENTAL

4.5. Ajuste aos modelos de adsorção

Aplicou-se as isotermas de Freundlich e Langmuir que são modelos usados para observar como o tensoativo se adsorve na superfície da rocha. Essas isotermas representam as relações de equilíbrio. Nas Figuras 24, 25 e 26, tem-se os ajustes aos modelos de adsorção para as diferentes concentrações estudadas.

Figura 23: Ajuste dos dados de adsorção do CTAB às isotermas de Freundlich e Langmuir para

concentração C1 de 0,8596 g/l.

Fonte: Autor.

Figura 24: Ajuste dos dados de adsorção do CTAB às isotermas de Freundlich e Langmuir para

concentração C2 de 1,2279 g/l. -0,02 -0,01 -0,01 0,00 0,01 0,01 0,02 0,02 0,03 0,03 0,04 0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 q (g t e ns oa tiv o/g roc ha ) Ce (g/L) Experimental Linear (Freundlich) Linear (Lagmuir)

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Fonte: Autor.

Figura 25: Ajuste dos dados de adsorção do CTAB às isotermas de Freundlich e Langmuir para

concentração C3 de 1,5964 g/l.

Fonte: Autor.

Pode-se observar, a partir das Figuras 23, 24 e 25, que a adsorção diminuiu com aumento da concentração de equilíbrio, o que diverge do conceito de adsorção,

-0,005 0 0,005 0,01 0,015 0,02 0,50 0,70 0,90 1,10 1,30 1,50 q ( g t ens oativ o/g rocha) Ce (g/L) Experimental Linear (Freundlich) Linear (Langmuir) 0 0,0005 0,001 0,0015 0,002 0,0025 0,003 0,0035 0,004 0,0045 0,005 1,40 1,45 1,50 1,55 q ( g t ens oativ o/g rocha) Ce (g/L) Experimental Linear (Freundlich) Linear (Langmuir)

onde a adsorção deveria aumentar com o aumento da concentração de equilíbrio, até atingir uma adsorção constante. Logo, as curvas experimentais de adsorção para as três concentrações estudadas não se ajustaram a nenhum dos modelos aplicados. Isso pode ter ocorrido devido à pouca agitação das amostras de calcário no banho maria, durante o banho finito, o que não promoveu o contato eficiente entre as soluções de tensoativo e o adsorvente (calcário). Portanto, para trabalhos futuros, deve-se aumentar a agitação das amostras.

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5. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES

De acordo com os resultados obtidos nesse trabalho, avaliou-se a adsorção das diferentes concentrações de tensoativos CTAB na rocha calcária, com o objetivo de verificar a eficácia da capacidade de adsorção para aplicação futura em estudos da inversão da molhabilidade da rocha, principalmente em reservatórios carbonáticos, facilitando a recuperação por injeção de água. Tem-se abaixo algumas conclusões e recomendações.

 A c.m.c encontrada foi igual a 0,9577 g/L.

 Conclui-se que a adsorção do CTAB na concentração de 0,8596 g/L (abaixo da c.m.c) foi maior na rocha calcária, quando comparada às concentrações de 1,2279 g/L e 1,5964 g/L, onde a adsorção foi inexpressiva.

 Verificou-se também que as curvas de adsorção, para as três concentrações estudadas, não se ajustaram a nenhum dos modelos estudados, o que pode ter ocorrido devido ao contato ineficiente entre o adsorvente e as soluções.

 Não foi possível determinar o tempo de equilíbrio para todas as concentrações de CTAB estudadas, pois optou-se por fazer as análises de adsorção em triplicatas. Contudo, recomenda-se usar um intervalo de variação no banho finito em tempos maiores que 24 h, já que constatou-se que não houve influência na adsorção em tempos menores.

 Recomenda-se a utilização de outros tensoativos de natureza distinta da rocha calcária e de diferentes concentrações, com variações de massas menores e com aumento da agitação e da temperatura do banho finito.

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