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Algodão Biológico

No documento Têxteis orgânicos : nova moda (páginas 45-49)

3.2. Têxteis biológicos ou orgânicos.

3.2.1. Fibras Biológicas ou Orgânicas

3.2.2.12. Algodão Biológico

O algodão biológico é todo aquele obtido em sistemas sustentáveis no tempo e no espaço, mediante o manejo e a proteção dos recursos naturais, sem a utilização de agrotóxicos, adubos químicos ou outros insumos prejudiciais à saúde humana e a saúde animal e ao meio ambiente, mantendo e recuperando a fertilidade e a vida dos solos e a diversidade de seres vivos.

Na seção seguinte abordamos esta fibra mais em pormenor, por ser o principal objeto desta tese.

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Figura 21 e 22: Fibra de algodão biológico. Fonte: http://www.organic.org/

3.3. Algodão Biológico

O conceito de algodão biológico está gradualmente ganhando popularidade nos tempos modernos. Pessoas de todo o mundo estão se tornando mais e mais conscientes das questões, tais como o aquecimento global, a poluição e proteção do ambiente. O conceito de algodão biológico tem sido amplamente aceite como uma solução para essas questões.

Algodão biológico é o algodão cultivado apenas em linhas naturais. No cultivo são utilizados o mínimo de pesticidas e de adubos, se houver necessidade. Qualquer que seja a quantidade de fertilizantes e pesticidas, eles são utilizados de modo natural, e que não devem ser prejudiciais ao ambiente. As ferramentas e os vários processos utilizados pelos agricultores biológicos são tais que não causam qualquer efeito adverso sobre o ambiente.

O algodão biológico é todo aquele obtido em sistemas sustentáveis no tempo e no espaço, mediante o manejo e a proteção dos recursos naturais, sem a utilização de agrotóxicos, adubos químicos ou outros insumos prejudiciais à saúde humana e animal e ao meio ambiente, mantendo e recuperando a fertilidade e a vida dos solos e a diversidade de seres vivos.

O algodão cultivado organicamente não utiliza qualquer substância nociva aos solos, como aditivos químicos, pesticidas ou fertilizantes e recorre a métodos de menor impacto ambiental. Portanto, é melhor para o ambiente e para as pessoas que usam esse produto acabado. Esse tipo de algodão é macio e é menos susceptível de causar reações cutâneas alérgicas em

45 pessoas sensíveis.

De acordo com artigo 2º do Regulamento (CEE) Nº 2092/91 do Conselho de 24 de Junho de 1991 relativo ao modo de produção biológico de produtos agrícolas e à sua indicação nos produtos agrícolas e nos gêneros alimentícios, considera-se que um produto ostenta indicações referentes ao modo de produção biológico quando no rótulo, na publicidade ou nos documentos comerciais do produto, os seus ingredientes ou as matérias- primas para alimentação animal forem caracterizados em termos que sugiram ao comprador que o produto fora obtido de acordo com as regras de produção previstas no artigo 6º.

Em especial, os seguintes termos, ou seus derivados (tais como «bio», «eco» etc.) ou os diminutivos vulgarmente utilizados, isoladamente ou combinados com outros termos, são considerados como indicações referentes ao modo de produção biológico em toda a Comunidade e em todas as línguas comunitárias, a menos que estes termos não se apliquem aos produtos agrícolas contidos nos gêneros alimentícios ou nos alimentos para animais, ou que manifestamente não tenham qualquer relação com esse modo de produção, como por exemplo, o termo “biológico” em espanhol é ecológico, em inglês organic, em francês biologique, em italiano biológico, em português biológico.

Ainda de acordo com do Regulamento (CEE) Nº 2092/91 do Conselho de 24 de Junho de 1991 relativo ao modo de produção biológico de produtos agrícolas e à sua indicação nos produtos agrícolas e nos gêneros alimentícios, o Artigo 6ª item 2, define como regras de produção biológica no que se refere às sementes e ao material de propagação vegetativa, as respectivas plantas mãe, quer no caso das sementes quer no caso do material de propagação vegetativa, tenham sido produzidas:

a) Sem utilização de organismos geneticamente modificados nem de quaisquer produtos derivados desses organismos;

b) Em conformidade com o disposto nas alíneas a) e b) do nº 1 durante pelo menos uma geração ou, no caso de culturas perenes, dois ciclos vegetativos.

As lavouras de algodão são campeãs mundiais do uso de agrotóxicos, provocando intoxicação e morte de milhares e milhares de agricultores e agricultoras, pássaros, peixes, insetos e muitos outros animais, além de poluir

46 o ar, o solo e as fontes d'água.

Por essas razões, desde o final dos anos 80, milhares de agricultores em cerca de 20 países do mundo vêm se conscientizando da necessidade de cultivar algodão em bases orgânicas ou ecológicas. Ao mesmo tempo, muitas indústrias têxteis modificam seus processos de fabricação, para reduzir a poluição que provocam.

Os métodos biológicos foram determinados por vários fatores. Entre eles estão a decisão dos próprios agricultores em função de problemas com o uso de agrotóxicos, o apoio de ONGs que já trabalhavam com agricultura ecológica e passaram a estimular a produção de algodão nas mesmas bases, ou ainda a implementação de projetos-piloto em países menos desenvolvidos por agências de cooperação de governos como os da Alemanha e Suécia (Souza, 1997).

O cultivo de algodão biológico surgiu há alguns anos, e foi crescendo rapidamente a partir de 1991 com 800 hectares de algodão biológico para 1994, com 36.000 hectares. (Organic Trade Association's - Organic Fiber Council -OFC).

Segundo a autora Myers (1999), a produção biológica oferece diversas vantagens para os agricultores nos países industrializados e, principalmente, aos pequenos agricultores nos países em desenvolvimento. É uma forma segura e ambientalmente responsável de método de produção. A produção biológica é um sistema que pode fornecer não só as culturas de exportação em dinheiro, mas também boa qualidade dos alimentos para uso doméstico e consumo local, através da utilização de rotações .

A primeira tentativa séria em produção de algodão biológico começou na Turquia no final dos anos 1980, por uma cooperativa europeia chamada Good Food Foundation (GFF). Os agricultores já estavam familiarizados com a produção de algodão, queriam expandir sua rotação para incluir algodão biológico. O GFF quis demonstrar que a agricultura biológica não devem ser limitadas a produção de alimentos e os agricultores estavam dispostos a experimentar. A cooperativa GFF junto da empresa holandesa Bo Weevil, lideraram a produção de algodão orgânico em explorações agrícolas e desenvolveram e comercializaram uma gama de produtos. Um ano mais tarde, duas novas iniciativas foram lançadas na Turquia. Outras evolução ocorreu

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muito rapidamente quando se tornou moda, o têxtil ambientalmente responsável no início dos anos 1990, coincidindo com a grande visibilidade das questões ambientais em muitos países (Myers, 1999).

Sob o ponto de vista sócio-econômico, a produção de algodão biológico vem acabando com a mão de obra barata e, às vezes, até infantil, além de reduzir o impacto dos grandes produtores mundiais que sacrificam a cadeia produtiva em busca de volume e quantidade.

No documento Têxteis orgânicos : nova moda (páginas 45-49)

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