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ALGUMAS CONSIDERAÇÕES

No documento Patrimônio Cultural e espaços sociais (páginas 101-106)

AS FESTAS NA UMBANDA: A valorização patrimonial da religiosidade afro-brasileira no triângulo mineiro: experiências e

ALGUMAS CONSIDERAÇÕES

Pensar a Umbanda e os seus rituais, não é tarefa simples. Ainda que o tema e o seu recorte espacial sejam circunscritos a Uberlândia, no Triângulo Mineiro, é preciso considerar, justamente, a especificidade da temática.

Se para Geertz, o homem é um animal amarrado a teias de significados que ele mesmo teceu, o experimentar a dinâmica do terreiro é essa tessitura que permite ressignificar culturas, crenças e valores. Os símbolos da religiosidade afro-brasileira são marcas culturais que movimentam a vida dos indivíduos; e a experiência humana se revela a partir do instante em que a cada um que se encontra ali inserido permite rever-se, inclusive, por suas práticas e experiências religiosas, tendo nas festividades o grande encontro de sentidos, significados e materialização do sagrado.

Essas experiências, são produtoras de culturas e traduzem os sentidos atribuídos aos lugares de vivência religiosa, ambientes onde os indivíduos usufruem dos artefatos (in)tangíveis que ali são criados e assumem múltiplas dimensões simbólicas que ultrapassam os espaços e as fronteiras físicas. Por isso, o espaço de materialização dessas práticas religiosas e festivas ao se edificarem em locais híbridos revelam conflitos, tensões e negociações. Um verdadeiro campo minado, cuja batalha pela sobrevivência esbarra nas

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dificuldades do reconhecimento do poder público, nas relações conflituosas com a vizinhança, na discriminação e no preconceito em ser umbandista no Brasil.

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Parte II

PROTEÇÃO DO PATRIMÔNIO CULTURAL:

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