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Alterações nos pesos corpóreos dos animais submetidos ao estresse crônico

8. Resultados

8.1 Alterações nos pesos corpóreos dos animais submetidos ao estresse crônico

Na Figura 2 estão representados os resultados da determinação dos pesos corpóreos dos animais controles ou submetidos ao EP ou EI.

A análise dos resultados (ANOVA bifatorial para dados pareados; fatores tipo de estresse e tempo) demonstrou interação significativa entre os fatores (F(4,110)=36,20; p<0,01). A partir desta observação o fator tipo de estresse pôde ser analisado independentemente do fator tempo (Winer, 1971).

Considerando-se o fator tipo de estresse, a ANOVA unifatorial demonstrou que no 1º dia não houve diferença significativa entre os pesos corpóreos dos grupos (F(2,55)=1,38; n.s.).

A ANOVA unifatorial demonstrou que nos 7º e 14º dias houve diferenças nos pesos corpóreos entre os grupos, (F(2,55)=16,01; p<0,01) e (F(2,55)=8,25; p<0,01); respectivamente. A comparação múltipla das médias pelo teste de Newman-Keuls revelou que no 7º dia os pesos corpóreos dos animais submetidos ao EI foram significativamente menores quando comparados aos dos grupos controle e EP. Enquanto no 14º dia os pesos corpóreos dos animais dos grupos submetidos ao EP ou EI foram significativamente menores se comparados aos do grupo controle, sendo que não houve diferença significativa entre os pesos corpóreos dos grupos EP e EI.

Considerando-se o fator tempo, a ANOVA unifatorial demonstrou diferença significativa nos pesos corpóreos entre os tempos analisados para os

grupos controle (F(2,69)=16,16; p<0,01), EP (F(2,45)=16,79; p<0,01) e EI (F(2,51)=11,50; p<0,01). A comparação múltipla das médias pelo teste de Newman- Keuls revelou que no 1º dia os animais do grupo controle apresentaram pesos corpóreos menores se comparados aos do 7º dia, e estes menores que aos do 14º dia. Os grupos EP e EI não apresentaram diferenças nos pesos corpóreos comparando-se o 1º e 7º dias, sendo esses menores se comparados aos do 14º dia.

Figura 2: Alterações nos pesos corpóreos dos animais induzidas pela exposição ao estresse crônico, previsível ou imprevisível. Os valores representam a média ± epm do peso corpóreo (gramas) dos animais dos grupos controle (n=24), EP (n=16) ou EI (n=18).

Dia 1: ANOVA F(2,55)=1,38; n.s.

Dia 7: ANOVA F(2,55)=16,01; **p<0,01 EI < controle = EP (Newman-Keuls) Dia 14: ANOVA F(2,55)=8,25; **p<0,01 EP = EI < controle (Newman-Keuls)

250

270

290

310

330

350

370

390

Dia 1

Dia 7

Dia 14

Peso (gramas)

Controle

EP

EI

**

**

**

8.2 Efeito da exposição aos estresses agudo ou crônico, previsível ou imprevisível, na ativação do eixo HPA induzida por imobilização

A Figura 3 representa a concentração plasmática de corticosterona no período basal, após o estresse e recuperação, dos animais do grupo controle ou submetidos ao EA, EP ou EI.

A análise dos resultados (ANOVA bifatorial para dados pareados; fatores tipo de estresse e tempo) demonstrou diferença significativa para os fatores tipo de estresse (F(3,25)=23,22; p<0,01) e tempo (F(2,50)=66,86; p<0,01), entretanto não houve interação significativa entre os fatores (F(6,50)=1,05; n.s).

Em seguida, foi utilizado o teste-F para a análise dos contrastes entre as médias, sendo consideradas significativamente diferentes apenas as comparações que apresentarem p<0,05.

Considerando-se o fator tipo de estresse, o teste-F demonstrou que as concentrações basais de corticosterona dos grupos controle e EA foram significativamente menores quando comparadas às dos grupos EP e EI. O teste-F revelou também que as concentrações basais de corticosterona dos animais do grupo EI foram significativamente maiores se comparadas às do grupo EP.

No período após o estresse, o teste-F demonstrou que as concentrações de corticosterona do grupo EA foram significativamente menores se comparadas às dos grupos EP e EI. Demonstrou ainda que a concentração de corticosterona do grupo controle era significativamente menor se comparada à do grupo EP.

O teste-F feito para o período de recuperação revelou que a concentração de corticosterona do grupo EI era maior se comparada à dos grupos controle, EA e EP.

Considerando-se o fator tempo, o teste-F demonstrou que as concentrações de corticosterona dos grupos controle e EI foram maiores no período de recuperação se comparadas às basais. Demonstrou ainda que, em todos os grupos, as concentrações basais de corticosterona eram menores se comparadas às do período após o estresse.

Figura 3: Concentração da corticosterona plasmática após a imobilização dos animais expostos aos estresses agudo ou crônico, previsível ou imprevisível. Os valores representam a média ± epm das concentrações de corticosterona dos grupos controle (n=7), EA (n=6), EP (n=7) ou EI (n=9) submetidos a 1 hora de imobilização vinte e quatro horas após a última sessão de estresse.

0 minutos: *p<0,05 EP>controle=EA (teste-F) **p<0,01 EI>EP>controle=EA (teste-F) 60 minutos: *p<0,05 EA<EP=EI (teste-F)

#p<0,05 controle<EP (teste-F)

120 minutos: #p<0,05 EI >controle=EA=EP (teste-F)

=p<0,05 120 minutos>0 minutos (teste-F) 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50

0 (basal) 60 (estresse) 120 (recuperação)

Tempo após o início da imobilização (min.)

[CORT] (ug/100ml) Controle EA EP EI #

=

IMOBILIZAÇÃO

**

*

=

*

#

8.3 Alteração da atividade locomotora basal induzida pela exposição aos estresses agudo ou crônico, previsível ou imprevisível

Na Figura 4 está representada a atividade locomotora acumulada em 15 minutos de registro. A atividade foi avaliada 24 horas após a última exposição ao estresse dos animais dos grupos controle ou submetidos ao EA, EP ou EI.

A ANOVA unifatorial demonstrou diferença significativa na atividade locomotora (F(3,49)=5,69; p<0,01). A comparação múltipla das médias pelo teste de Newman-Keuls revelou que a atividade locomotora do grupo EP era maior quando comparada à dos grupos controle, EA e EI.

Figura 4: Atividade locomotora dos animais expostos aos estresses agudo ou crônico, previsível ou imprevisível. A atividade foi determinada 24 horas após a última sessão de estresse. Os valores representam a média ± epm da atividade locomotora durante 15 minutos dos animais dos grupos controle (n=14), EA (n=11), EP (n=12) e EI (n=12). ANOVA F(3,49)=5,69 **p< 0,01 EP > controle = EA = EI (Newman-Keuls) 0 500 1000 1500 2000 2500 controle EA EP EI Atividade locomotora

**

8.4 Efeito da exposição aos estresses agudo ou crônico, previsível ou imprevisível, sobre o aumento da atividade locomotora induzido pela administração aguda de cocaína

A Figura 5 representa a atividade locomotora dos animais do grupo controle e dos grupos submetidos ao EA, EP ou EI, avaliada durante 40 minutos após as injeções de salina ou cocaína.

A ANOVA bifatorial para dados não pareados considerando-se os fatores tipo de estresse e tratamento (salina ou cocaína) revelou diferença significativa para os fatores tipo de estresse (F(3,47)=7,61; p<0,01) e tratamento (F(1,47)=56,15; p<0,01). A ANOVA bifatorial demonstrou também interação significativa entre os fatores (F(3,47)=5,16; p<0,01). A partir dessa observação o fator tipo de estresse pôde ser analisado independentemente do fator tratamento.

Em seguida, foi utilizado o teste-F para a análise dos contrastes entre as médias, sendo consideradas significativamente diferentes apenas as comparações que apresentarem p<0,05.

Análise de contrastes não revelou diferença significativa na atividade locomotora após a injeção de salina comparando-se os grupos.

O teste-F demonstrou que a administração de 10mg/kg de cocaína induziu aumento significativo da atividade locomotora em todos os grupos se comparado ao dos respectivos grupos que receberam injeção de salina. A diferença foi significativa para os grupos controle (F(1,47)=5,77; p=0,02), EA (F(1,47)=7,81; p=0,07), EP (F(1,47)=50,49; p=0,007) e EI (F(1,47)=7,51; p<0,08).

A análise de contrastes revelou diferença significativa na locomoção entre os grupos após injeção de cocaína. A atividade locomotora induzida por cocaína nos

animais do grupo EP era maior se comparada à dos grupos controle (F(1,47)=37,33; p=0,000), EA (F(1,47)=17,95; p=0,000) e EI (F(1,47)=23,32; p=0,000).

Figura 5: Atividade locomotora acumulada de 40 minutos induzida pelas injeções de salina ou cocaína. A atividade locomotora foi avaliada 24 horas após a última sessão de estresse. Os valores representam a média ± epm da atividade locomotora dos animais dos grupos controle (n=8), EA (n=6), EP (n=6) e EI (n=6) após a injeção de salina (1,0ml/kg) e dos grupos controle (n=9), EA (n=5), EP (n=8) e EI (n=7) após a injeção de cocaína (10mg/kg).

*p<0,05 grupo cocaína > respectivo grupo salina (teste-F) **p<0,01 grupo cocaína > respectivo grupo salina (teste-F)

== p<0,01EP > controle = EA = EI tratados com cocaína (teste-F) 0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 8000 Salina Cocaína Atividade Locomotora controle agudo EP EI

*

*

*

** ==

8.5 Alteração da atividade da proteína quinase dependente de AMPc induzida pela exposição aos estresses agudo ou crônico, previsível ou imprevisível

A Figura 6 representa a atividade da PKA no corpo estriado avaliada 24 horas após a última exposição ao estresse nos animais dos grupos controle, EA, EP ou EI.

A ANOVA unifatorial revelou diferença significativa na atividade da PKA entre os grupos (F(3,17)=4,94 (p<0,05). A comparação múltipla das médias pelo teste de Newman-Keuls demonstrou que a atividade da PKA do grupo EI era significativamente menor se comparada à dos grupos controle, EA e EP.

Figura 6: Atividade da PKA no corpo estriado dos animais expostos aos estresses agudo ou crônico, previsível ou imprevisível. Os valores representam a média ± epm da atividade da PKA avaliada 24 horas após a última exposição ao estresse nos animais dos grupos controle (n=5), EA (n=5), EP (n=5) e EI (n=6).

ANOVA F(3,17)= 4,94 *p< 0,05 EI < controle = EA = EP (Newman-Keuls).

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

8000

9000

controle

EA

EP

EI

Atividade da PKA (pmol/min/mg prot)

Na Figura 7 está representada a atividade da PKA no núcleo acumbens avaliada 24 horas após a última exposição ao estresse nos animais dos grupos controle, EA, EP ou EI.

A ANOVA unifatorial revelou diferença significativa na atividade da PKA entre os grupos (F(3,21)=5,01 (p<0,01). A comparação múltipla das médias pelo teste de Newman-Keuls demonstrou que a atividade da PKA do grupo EI era significativamente maior se comparada à dos grupos controle, EA e EP.

Figura 7: Atividade da PKA no núcleo acumbens dos animais expostos aos estresses agudo ou crônico, previsível ou imprevisível. Os valores representam a média ± epm da atividade da PKA avaliada 24 horas após a última exposição ao estresse nos animais dos grupos controle (n=7), EA (n=6), EP (n=6) ou EI (n=6). ANOVA F(3,21)= 5,01 **p< 0,01 EI > controle = EA = EP (Newman-Keuls).

0

2000

4000

6000

8000

10000

12000

controle

EA

EP

EI

Atividade da PKA (pmol/min/mg prot)

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