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6 RESULTADOS E DISCUSSÃO

6.1 TESTE DE ADUBAÇÃO COM NITROGÊNIO E POTÁSSIO EM

6.1.1 Altura

A altura (H) de teca, aos 30 meses de idade, cultivada em condições de campo, no município de Vigia – PA, não foi significativamente (p > 0,05) influenciada pelas doses de nitrogênio (N), associadas com as doses de potássio (K), não havendo interação significativa entre N e K (Tabela 04), o que indica não haver dependência entre os efeitos destes nutrientes, ou seja, segundo Banzatto e Kronka (1992) os fatores agem independentes sobre o desenvolvimento das plantas.

As médias das alturas das plantas de teca foram estatisticamente semelhantes entre si, com valor da média geral igual a 5,94 m. Altura superior (6,51 m) foi encontrada por Favare (2013), com teca cultivada em doses menores de fósforo e potássio, aos 30 meses de idade, cultivada em solo com menor teor de areia que do presente experimento.

Tabela 04: Análise de variância para o fatorial nitrogênio (N) x potássio (K) para altura total e diâmetro à altura do peito de teca, aos 30 meses de idade, cultivada em condições de campo, no espaçamento 4 m x 4 m, no município de Vigia - PA.

Fonte de Variação GL p – valor

H DAP

Nitrogênio (N) 3 0,212ns 0,767ns

Potássio (K) 1 0,605ns 0,503ns

N x K 3 0,547ns 0,728ns

CV 16,77 21,10

Em que: * = significativo (p < = 0,05) ao nível de 5% de probabilidade de erro; ns = não significativo. GL = Grau de liberdade. H = Altura total. DAP = Diâmetro à altura do peito. CV = Coeficiente de variação em %.

Segundo Cantarella (2007), nitrogênio e potássio são os dois nutrientes minerais absorvidos em maiores quantidades em quase todas as plantas e a interação entre ambos é comum de acontecer. A absorção de um elemento eleva a demanda pelo outro, logo, o estímulo do crescimento provocado pela adição de N pode levar à deficiência de K e vice-versa.

MALAVOLTA et al. (1997) destacaram que a resposta das plantas à adubação com nitrogênio e potássio é mais dependente da interação entre esses elementos, do que de cada nutriente isoladamente, mas no entanto, não se observou interação entre estes nutrientes no presente trabalho. Também não foram observadas por Valeri et al. (2001) interações significativas entre N e K para volume da madeira das árvores de E.

urophylla aos 7 anos de idade.

Não houve efeito isolado das doses de N e de K sobre o crescimento em H das plantas (Tabela 04), mostrando que a teca não foi exigente a estes nutrientes nesta fase de crescimento, com os mesmos não sendo limitantes para o crescimento da planta nas condições de estudo, e no caso do nitrogênio, que teve a dose zero, seus níveis no solo, sendo, aparentemente, suficientes para o crescimento das plantas.

O N é essencial para o crescimento das plantas, pois faz parte de cada célula viva, e as plantas exigem grandes quantidades deste nutriente (LOPES, 1989), logo a não resposta das plantas de teca às doses de N, no presente trabalho, pode ser atribuída ao teor deste nutriente no solo, que atendeu a demanda da planta nesta fase de crescimento, nas condições de cultivo em campo. O teor de N no solo pode ser atribuído à matéria orgânica depositada no mesmo pela vegetação de pousio (capoeira), que ocupou a área do cultivo por 35 anos antes da instalação do experimento.

Segundo Cantarella (2007), o grande estoque de N no solo ocorre em forma orgânica, como parte da matéria orgânica do solo. A mineralização da matéria orgânica libera o N inorgânico, o qual constitui a principal fonte de N para as plantas em muitos sistemas agrícolas. Oliveira (2003) verificou que o N foi o nutriente que ocorreu em maior concentração na serapilheira sob plantios de teca. Este autor também verificou que o N tem a segunda maior taxa de recuperação do solo pelas árvores de teca, depois do K.

As plantas de teca também contam com o estabelecimento de associação com fungos micorrízicos no solo para aumentar sua capacidade de absorção de nutrientes, como N e K (BERBARA, 2006). Esta absorção também é facilitada pela alta mobilidade destes nutrientes no solo, tornando-os mais próximos ao alcance das raízes das plantas. Deve-se também considerar que, segundo Novais e Mello (2007), a demanda de plantas por N e K, é crítica mais tarde, coincidente com estádios de crescimento de maior demanda das plantas.

Segundo Gonçalves et al. (2008), efeitos no crescimento de plantas em virtude da aplicação de N são esperados, em razão das diversas funções que o nutriente exerce

dentro das mesmas. Dessa forma, contrário ao observado no presente trabalho, outros autores observaram influência do nitrogênio em fase de mudas de teca, como Favare (2010), que observou resposta significativa para a altura de mudas teca em condições de vaso, em função da elevação das doses de N.

Da mesma forma, Barroso et al. (2005) verificaram no tratamento com omissão de nitrogênio em mudas de teca, que houve redução drástica do crescimento das plantas. Pode-se atribuir estas respostas de mudas de teca à N, provavelmente, em função da reduzida concentração deste nutriente no solo e na solução de cultivo destes experimentos citados, contrário ao observado no presente trabalho, em que teca

cultivada em condições de campo não respondeu às doses de N, provavelmente em função do teor de nitrogênio do solo ter atendido a necessidade da planta, nesta fase de crescimento.

Para outras espécies florestais, o comportamento varia entre significativo e não significativo à aplicação de nitrogênio. Dessa forma, respostas à aplicação de doses de nitrogênio em mudas de espécies florestais foram observadas por Marques et al. (2006) para a altura de mudas de jacarandá-da-bahia (Dalbergia nigra (Vell) Fr. All. Ex Benth.), por Cruz et al. (2006) para a altura de mudas de sete-cascas (Samanea

inopinata) e por Gonçalves et al. (2008) para altura de mudas de angico- vermelho

(Anadenanthera macrocarpa(Benth.) Brenan). No entanto não foram observadas respostas à adubação nitrogenada para a altura de mudas de parica (Schizolobium

amazonicum, Huber Ducke) por Viégas et al. (2007) e para o volume da madeira das árvores de E. urophylla aos 7 anos, por Valeri et al. (2001).

De acordo com o observado no presente trabalho para o K, ausência de resposta positiva à adubação potássica de teca também foi observada por Favare (2013), com teca aos 30 meses de idade, em condições de campo. Da mesma forma, ausência de resposta positiva à adubação potássica de teca em condições de vaso, foi observada por Favare (2010), que verificou redução da H de mudas de teca com o aumento das doses deste nutriente. Estes autores mostram a não resposta de teca à fertilização com potássio na fase inicial de crescimento, tanto na fase de mudas em vaso, quanto em fase inicial de crescimento em campo, indicando que a planta apresenta baixa exigência a este nutriente em estágio inicial de desenvolvimento.

A ausência de resposta de espécies arbóreas à adubação potássica também foi observada por Viégas et al. (2007) para a altura de mudas de parica (Schizolobium

de mudas de mogno, e para altura de mudas de angico-vermelho (Anadenanthera

macrocarpa (Benth.) Brenan), em que o K foi o nutriente que provocou menores efeitos significativos nas diversas características estudadas (GONÇALVES et al., 2008).

O K é um dos elementos essenciais na nutrição da planta, é vital na fotossíntese, e em situação de deficiência, ocorre redução de fotossíntese e aumento da respiração da planta, estas duas condições reduzem a acumulação de carboidratos, tendo como consequência, reduções do crescimento e produção da planta (DECHEN; NACHTIGALL, 2007).

Desse modo, em trabalho que avalia o efeito da omissão de nutrientes em mudas de teca, Frazão et al. (2007) verificaram redução do crescimento das plantas com a omissão total de K. Este comportamento pode ser atribuído ao fato do cultivo das plantas ter sido realizado em solução com ausência completa de K, causando, consequentemente, efeito negativo no crescimento das plantas, contrário do cultivo de teca em condições de campo, como observado no presente trabalho, em que a planta pode contar com certa quantidade deste nutriente no solo, que atenda sua demanda nessa fase de crescimento.

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