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CAPÍTULO VI – Projeto de Intervenção em Contexto de Ensino Individual

6.2 Alunos A e B

A aula começa com a apresentação da Professora Doutora Helena Vieira aos meninos, ao que se segue alguns minutos de conversa, muita brincadeira e brainstorming. A aula principiou-se com os exercícios de aquecimento, entre os quais respiração, exercício auditivos, e bocal. Intercaladamente o Aluno A tocou os estudos 38 e 39 e o aluno B os estudos 46 e 47 do método “Look, Listen and Learn”. Para a segunda aula, estavam planificados os mesmos exercícios que a da aula anterior, mas por atraso dos alunos nem todos puderam ser feitos. Notou-se uma evolução dos alunos e de forma geral não estiveram tão desatentos como na aula passada. Foram relembradas as metáforas da semana anterior de forma a dar continuidade à assimilação das mesmas ideias, portanto um reforço positivo das ideias já anteriormente trabalhadas.

6.2.2 Respiração

Devido a estes alunos ser muito novos, o exercício do balão não é recomendado pois estes não conseguem encher o balão com ar e pode apenas ser desmotivador. Foi escolhido então outro método muito adequado para esta idade. Começamos por fazer um aquecimento físico do corpo, seguido de dois exercícios de respiração do “Breathing Gym” de dois alunos muito conceituados de Arnold Jacobs, Sam Pilafian e Patrick Sheridan. O primeiro serve para aumentar o volume de respiração, o segundo para demonstrar como devemos soprar para tocar o instrumento.

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6.2.3 Imagética Auditiva

Na primeira aula, a seguir aos exercícios de respiração, cantamos a escala de Dó M comigo a acompanhar no piano. Pedi-lhes para estarem atentos às dinâmicas que estava a fazer no piano e reagirem a elas. De seguida passamos para a escala de Sib mas desta vez com o bocal. Damos continuidade a um exercício realizado já na aula anterior (aula não relatada no presente relatório por não fazer parte das aulas previstas para a intervenção), que era dentro da escala em que cada nota são 4 tempos eles têm de improvisar vários ritmos. Eles tinham gostado muito do exercício e ficaram de ver vários ritmos em casa. O primeiro ritmo por eles sugerido foi o de duas semínimas e 4 colcheias. De seguida crio-lhes o desafio de lhes dar uma emoção e eles inventarem um ritmo de acordo com esse sentimento. O primeiro foi o de tristeza e o ritmo por eles escolhido foi o de uma mínima e duas semínimas. Relembro-lhes que apesar de estarmos a concentrar-nos mais na parte rítmica não podemos descorar a afinação. Este tipo de exercícios revela-se muito importante para o desenvolvimento do domínio funcional da música. O exercício a seguir era o que estava na planificação, em que em uma dada escala os alunos vão tocar alternadamente 4 semínimas em cada nota e um deles pode acelerar ou atrasar e o outro tem de pegar no tempo que o seu colega deixou. De seguida repetimos o exercício, mas em vez de alteração de tempo foi feita alteração de dinâmica. Estes dois exercícios revelaram-se muito difíceis para eles, pelo que a sua taxa de sucesso não foi muito elevada. Este conjunto de exercícios tinha em vista desenvolver a capacidade de se ouvirem um ao outro, perceber a intenção musical e reagir a essa mudança. Quando o aluno B toca o exercício nº 46, posto ter sido abordado o carácter da obra (capítulo seguinte) e feita uma analogia com o título do estudo, foi pedido ao aluno para cantar o exercício. Foi lhe então pedido para fazer o mesmo no trombone ao qual o aluno faz também com sucesso. Falhou apenas uma nota a tocar que curiosamente também tinha falhado a cantar, ao que eu expliquei que se não temos o som presente na nossa cabeça a probabilidade de falharmos essa nota é muito elevada que foi o que aconteceu.

Na segunda aula tive mais cuidado com o canto dos alunos exigindo um som menos nasalado e mais afinado. Introduzi também um exercício sugerido pela minha professora supervisora, em que eu canto alternadamente com os alunos a obra, um compasso cada um. Isto obriga os alunos a “audiar” enquanto é a minha parte de cantar/tocar, foi um exercício que resultou bem e muito positivo para a aprendizagem dos alunos.

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6.2.4 Imagética Visual e Motora

Na primeira aula o aluno A toca o estudo nº 38, no fim pergunto-lhe qual é o caráter da obra, se alegre ou triste ao qual ele me responde alegre. Eu imitei então a postura que ele estava a ter que era bem mais próxima de tristeza. E demonstro-lhe a postura que deveria ser de alegria, mais assertiva e confiante. As melhorias foram notórias. O aluno B vê o exercício nº 46. Como o estudo não estava a correr muito bem, pedi ao aluno para cantar o estudo a ver se já o tinha interiorizado na sua cabeça. Faço então uma analogia ao titulo do exercício Cross Country, uma viagem pelo país. Pergunto ao aluno se essa viagem deveria ter muita energia ou pouca, ele responde-me que muita ao que lhe peço para cantar então com muito mais energia. O aluno melhora significativamente.

O aluno A toca agora o exercício seguinte, peço-lhe para cantar também a obra. Ele canta- o, mas sem energia nenhuma, faço uma pequena metáfora com o titulo (Ribeira vai cheia) em que lhe digo que a ribeira dele vai muito vazia. O aluno reage muito bem e canta de uma forma completamente diferente. Peço então para fazer o mesmo no trombone. O aluno B toca o estudo seguinte, desta vez toca com o bocal em vez de cantar. Eu pergunto ao aluno se já alguma vez esteve apaixonado, ao que o aluno respondeu que sim. Eu perguntei-lhe, se estivesse a falar com a sua enamorada, se falava com medo e tímido ou com vontade e confiante. O aluno responde confiante e eu peço-lhe para imaginar então que está a tocar para a sua apaixonada, houve também uma ligeira melhoria.

6.3 Aluno C

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