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Antes de entrar no universo da obra Shield 5, vale uma breve contextualização do cenário onde esta produção está hospedada, considerando os elementos que compõem a plataforma em seu ponto de vista técnico e funcional.

Trazendo uma nomenclatura mais próxima da informática, o Instagram é um software aplicativo, tipo concebido para desempenhar tarefas práticas ao usuário. O aplicativo foi inaugurado para o público em outubro de 2010, desenvolvido pelos engenheiros de programação Kevin Systrom e Mike Krieger. A intenção dos desenvolvedores era o resgate do instantâneo, promovido durante muito tempo pelas clássicas câmeras Polaroid7.

Inicialmente projetado para sistemas operacionais iOS, presentes em aparelhos digitais produzidos pela Apple, o Instagram passou a incorporar o sistema Android em 2012, sendo comprado uma semana depois pelo Facebook por cerca de 1 bilhão de dólares. Após a fusão das empresas, a comunicação entre ambas se tornou mais fácil a partir da utilização de uma política de Customer Relationship Management (CRM), um gerenciamento capaz de colocar o usuário comum das duas plataformas como foco principal para negócios, relacionando dados de sua utilização em cada plataforma e conectando tais informações às estratégias comerciais da empresa. Neste mesmo ano promoveu o acesso aos perfis da web através de outros suportes, para além de smartphones e tablets, mesmo com restrições nos acessos a conteúdos. Já em 2013, a aplicação passou a operar com uma versão Beta nos sistemas

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As câmeras Polaroids foram as que ganharam mais destaque ao longo da história da fotografia dentre as câmeras instantâneas. Ganharam notoriedade graças ao sistema próprio da marca que revelava imediatamente as fotos. Com a concorrência das fotografias digitais, a Polaroid parou de fabricar estes modelos.

desenvolvidos pelo Windows. Ainda em 2013, a plataforma liberou a possibilidade de se publicar vídeos de até 15 segundos. Três anos depois o limite de duração dos vídeos passou para 60 segundos, como é até os dias atuais. Em 2016 a plataforma incorporou a ferramenta Stories, de funcionalidade similar ao aplicativo Snapchat.

O Instagram é um aplicativo gratuito, o que alavancou fortemente sua popularização. Assim que instalado, o usuário deve preencher um cadastro básico, bem como proceder à criação de seu perfil, que deve conter o nome de usuário, foto, além de descrição pessoal. A partir disto, é possível interagir com outros usuários, seguindo-os e vendo suas publicações, além de poder curtir, comentar e compartilhar conteúdos. Além da interação a partir dos conteúdos publicados, o Instagram também oferece um espaço para conversa entre usuários de forma privada.

O Instagram, que já possui cerca de 700 milhões de usuários em todo o mundo, se configura, então como um aplicativo que a partir da lógica do compartilhamento de fotos foi se transformando, aumentando seus recursos como uma rede social dinâmica e complexa. Dentre os recursos oferecidos pela plataforma estão:

a) Compartilhamento de Fotos – Apesar de oferecer a função câmera, que dá ao usuário a possibilidade de fotografar a partir do próprio aplicativo, a plataforma é mais utilizada para publicar fotos capturadas ou salvas no aparelho. Após a seleção das imagens, é possível aplicar filtros com diferentes cores e texturas. Além disso, o usuário é capaz de marcar na imagem outros usuários e adicionar locais geograficamente já cadastrados no aplicativo.

b) Compartilhamento de Vídeos – Da mesma forma que fotos, vídeos também podem ser publicados, tendo a duração máxima de 60 segundos. Após a seleção de um vídeo, o usuário também tem acesso a filtros de cor e textura, além da ferramenta de corte. Os vídeos, assim como as fotos, ficam depositadas no perfil de cada usuário.

c) Publicações no Stories – O mecanismo Stories permite que o usuário compartilhe fotos ou vídeos curtos, construindo uma espécie de mural ainda mais instantâneo do perfil. O detalhe é que, no Stories, cada publicação permanece 24 horas no perfil e, após esse período, ela desaparece. Às publicações, que ganharam ainda mais efeitos de

movimento, os usuários também podem somar desenhos, stickers8 e emojis9 para decorar os conteúdos.

d) Hashtags – A função hashtag tem o intuito de agrupar conteúdos publicados na plataforma relacionados a determinado assunto. Para ser utilizada, basta que o usuário insira na descrição dos conteúdos o ícone # junto com o tema em questão (por exemplo, #culturanordestina). A partir de então, todas as publicações com essa indicação formarão um acervo que poderá ser localizado através do mecanismo de busca do aplicativo.

e) Social – Possivelmente é a função mais importante do aplicativo, sendo a base para toda a lógica posterior de interação. Cada usuário pode seguir (ou solicitar seguir, em caso de perfis privados) outros usuários. Feito isso, terá acesso ao conteúdo daquele usuário, que também integrará o seu feed, responsável pelo fluxo de informações de conteúdo no aplicativo. Assim é possível curtir, comentar ou compartilhar conteúdos de outros.

Feito este breve detalhamento do Instagram e de seus principais elementos, é possível inferir que se trata de uma rede social, pois está baseada num conjunto de dois elementos: os atores (pessoas, grupos, instituições) e suas conexões (WASSERMAN; FAUST, 1994, DEGENNE; FORSÉ, 1999 apud RECUERO, 2005). Para que haja nós entre estas conexões é preciso interação entre usuários, relacionados principalmente ao ato de curtir ou comentar.

Em termos narrativos, o Instagram consolida a demanda narrativa e de visibilidade do sujeito do mundo contemporâneo. As redes sociais a partir de suas conexões aparecem como o cenário adequado à ideia de colaborar (share). Tal verbo coloca o sujeito, o posiciona e o desloca o tempo todo, fazendo com que as redes funcionem como ferramentas de trânsito de narração de suas próprias experiências cotidianas.

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Stickers são figuras virtuais derivadas da arte urbana e incorporadas por aplicativos de comunicação. Estes desenhos, que já possuem até animações, estão cada vez mais presentes em sites e aplicativos que permitem troca de mensagens.

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De origem japonesa, o emoji representa a junção dos elementos “e” (imagem) e “moji” (letra). Assim, é considerado um pictograma, ou seja, uma imagem que consegue transmitir uma palavra ou frase completa. Atualmente são bastante populares em sites e aplicativos de troca de mensagens, como o Facebook e o WhatsApp.

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