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Paragua é um Ambiente de Aprendizagem Sistemática da Matemática, por meio da modelagem de um micromundo de ensino. Baseado em experiências e observações no contexto educacional do ensino da matemática do Ensino Fundamental, este ambiente de aprendizagem é uma necessidade de ajuda e apoio aos educadores na busca de dar continuidade a esta nova forma de visão e postura do ensino da matemática, chamada de Educação Matemática, propondo o lúdico e o atrativo na apresentação dos tópicos matemáticos.

Um ambiente de aprendizagem, segundo Skovsmose (2000), se refere às condições nas quais os alunos são estimulados a desenvolverem determinadas atividades. Então, este ambiente utiliza um seqüenciamento de cenários baseados em explicações e exercícios assistidos que ocorrem numa apresentação de forma sistemática. Todos os cenários se juntam e se caracterizam num modelo de ensino de um conteúdo da disciplina da matemática, em que este referido conteúdo é chamado de Caso Didático Matemático.

A idéia básica sobre o uso de um sistema micromundo no aprendizado de Matemática é a de encorajar o estudante a explorar o ambiente que está acessível através de uma interface e que envolve um modelo de um domínio de conhecimento matemático

(BASSO, 1999). Tal exploração dependerá necessariamente do sistema e, segundo Moreira (1983), pode melhorar o desenvolvimento das estratégias utilizadas pelo estudante na resolução de alguma tarefa e contribuir na construção de significados envolvendo relações entre objetos matemáticos e suas representações mentais.

Baseado na obtenção do conhecimento através dos significados de alguns conteúdos do ensino da matemática no ensino fundamental, “Casos Didáticos da Matemática” tenta demonstrar, por meio de cenários individualizados e de forma lúdica e atrativa, como a representação de situações realiza uma ação e deseja obter um resultado de ensino, que num contexto específico representa o que definimos como “Ambiente Paragua”, cuja implementação baseia-se nos embasamentos teóricos propostos neste trabalho.

Paragua não se caracteriza em um jogo virtual de aprendizagem, mas sim em um Ambiente de Aprendizagem Sistemática. Este ambiente é caracterizado por um conjunto de conteúdos de ensino da matemática voltados ao ensino-aprendizagem, em que cada conteúdo é chamado de Caso Didático da Matemática, e sua forma de apresentação é planejada e organizada obedecendo às concepções do contexto da Educação Matemática.

Cada modelagem de um conteúdo da matemática, ou seja, um Caso Didático Matemático, procura com suas características particulares de ensino-aprendizagem oferecer ao alunado uma visão de construção de conhecimento, permitindo-lhe aprender, vivenciar e contextualizar seu aprendizado de maneira mais sugestiva, atrativa e sistemática. Assim, o aluno não será apenas um mero espectador do ambiente, mas um elemento que irá construir seu aprendizado.

A construção desse ambiente sistemático de aprendizagem, como ferramenta de apoio ao ensino da matemática, propõe um modelo de mundo virtual para o ensino fundamental, com intuito de alcançar uma construção do conhecimento através da compreensão de significados que chamamos de aprendizado consistente, fortalecida pela percepção do papel do professor como elemento coordenador do processo, em que, na relação de confiabilidade aluno/professor, mecanismos como a negociação e persuasão na aprendizagem e modelos mentais se unem no intuito de favorecer a Educação Matemática como sendo uma forma de ensino matemático mais adequado à construção do conhecimento. Nesse contexto, verificamos no organograma (Quadro 4) a questão da construção do aprendizado proposto neste trabalho, através dos embasamentos teóricos:

Quadro 4: Organograma dos embasamentos teóricos da construção do aprendizado

O ensino de matemática se propõe também dotar o aluno de um instrumental necessário no estudo das outras ciências e capacitá-lo no trato das atividades práticas que envolvem seu convívio social. Assim, nessa concepção, a estratégia desse trabalho dentro de um processo educativo é propor um conjunto de ações de ensino focadas no enlace de negociação. Esta negociação tem por intuito abrir um modelo de colaboração no elo professor-conteúdo-aluno, e desenvolver a busca das soluções dos problemas e conflitos, objetivando atender às necessidades e aos interesses comuns.

É também importante perceber que a aprendizagem do conceito matemático é um processo, algo que se dá ao longo de certo período de tempo. Cabe ao professor provocar este processo, devendo criar condições em que, trabalhando juntos e trocando conhecimentos, professores e alunos chegam ao alcance de objetivos comuns. Quando isso acontece, o processo de uma negociação colaborativa é alimentado pelo discurso em sala de aula, não por um simples convencimento, mas sim no traduzir os ensinamentos matemáticos num diálogo para a construção dos conhecimentos, e, também, envolve as concepções dos modelos mentais que, segundo Cohen (2005), buscam entender e resolver problemas, organizar pensamentos sobre um problema e influenciar a interpretação de uma informação, tomados pelas experiências e expectativas das pessoas envolvidas no processo.

Portanto, o objetivo deste ambiente é direcionar o usuário aluno ou professor no desenvolvimento da aprendizagem de um referido conteúdo da matemática (Caso didático da Matemática), apresentando uma forma de aprendizagem mais atrativa, sugestiva e lúdica tanto na forma de lecionar o conteúdo (negociação), como na forma de diálogo utilizado

(persuasão). Assim, tanto o conteúdo como o diálogo se modelam numa melhor abordagem pedagógica e sugerem que as construções de conhecimentos identifiquem novos modelos mentais de aprendizagem.