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De acordo com a literatura (AFSARMANESH; CAMARINHA-MATOS, 2005;

CAMARINHA-MATOS, 2007; CAMARINHA-MATOS; AFSARMANESH, 2007;

ROMERO; GALEANO; MOLINA, 2009), os primeiros estudos tratando de modelos de formação de organizações virtuais abordavam a seleção de membros a partir de um universo irrestrito de empresas. As principais críticas a este modelo podem ser agrupadas como:

a) identificação e seleção de potenciais parceiros; b) integração das estruturas operacionais;

c) alinhamento dos membros;

d) governança (AFSARMANESH; CAMARINHA-MATOS, 2005; CAMARINHA- MATOS; AFSARMANESH, 2007).

Em função das características de volatilidade das oportunidades, deve haver um ambiente prévio para formação de organizações virtuais, desta forma, é necessário desenvolver ferramentas de modelagem para a formação das organizações em redes colaborativas (AFSARMANESH; CAMARINHA-MATOS, 2005; CAMARINHA-MATOS,

2007; CAMARINHA-MATOS; AFSARMANESH, 2007; CAMARINHA-MATOS;

AFSARMANESH, 2008; ROMERO; GALEANO; MOLINA, 2009). Este ambiente deve funcionar como um diretório de empresas que atendem a critérios de seleção (parâmetros de operação e orientação) e estão aptas a responder prontamente a uma oportunidade.

Goldman et al. (1995) apresentam o conceito deste ambiente como virtual webs, ou teias virtuais, um hub de empresas. Camarinha-Matos e Afsarmanesh (2005, p.36) definem estes ambientes como “um conjunto de organizações e instituições de apoio que aderem a um acordo de cooperação de longo prazo e princípios de operação e infraestrutura comuns, com o objetivo principal de aumentar a velocidade de resposta em direção à colaboração”.

Uma rede colaborativa (RC, do inglês, Collaborative Network – CN) é composta de entidades independentes, geograficamente distribuídas e culturalmente heterogêneas, com padrões de operação e objetivos distintos, que colaboram para atingir resultados comuns ou compatíveis, gerando valor conjuntamente, através do suporte das TIC (CAMARINHA- MATOS et al., 2008). Para Camarinha-Matos e Afsarmanesh (2007, p. 529), as Organizações Colaborativas em Rede (OCR, do inglês, Collaborative Networked Organizations - CNOs)

são “entidades complexas, cujo entendimento, desenho, implementação e gerenciamento requer a integração de diferentes perspectivas de modelagem”, sendo que “modelagem é uma das atividades chave para entender, desenhar, implementar e operar sistemas” (CAMARINHA-MATOS; AFSARMANESH, 2007, p. 529).

Camarinha-Matos e Afsarmanesh (2007) propõem então quatro dimensões para modelar um Ambiente de Formação de Organizações Virtuais: estrutural, componencial, funcional e de comportamento. Em cada dimensão, sugerem ainda um conjunto de sub dimensões com vistas à operacionalização do modelo. Para a dimensão estrutural, apontam a avaliação dos: i) atores e relacionamentos, “identificando todos os atores (nós) na rede, bem como seus relacionamentos (arcos)” (p.531) e ii) papéis, “descrevendo e caracterizando os papéis que podem ser executados pelos atores na rede” (p.531).

2.6.1 O modelo ARCON

Para Camarinha-Matos e Afsarmanesh (2008), a modelagem de sistemas exige um

framework adequado para captar a sua complexidade. Redes colaborativas (RC) apresentam

características de complexidade relacionadas aos aspectos de redes e de colaboração, portanto, se caracterizam como sistemas complexos. A fim de abranger de forma sistêmica os aspectos relevantes das RCs, o modelo ARCON divide essa complexidade em três perspectivas de modelagem, com o objetivo de gerar um framework genérico (CAMARINHA-MATOS; AFSARMANESH, 2007; 2008). De acordo com Camarinha-Matos e Afsarmanesh (2008), como modelo genérico, o ARCON busca explicitar a compreensão das entidades envolvidas e relações significativas entre estas entidades em uma RC. O ARCON destina-se ainda a ser empregado como uma base para a derivação (especialização) de outros modelos específicos para casos particulares em diversas manifestações de RCs (CAMARINHA-MATOS; AFSARMANESH, 2008).

Neste sentido, apontam que do ponto de vista organizacional do contexto das RCs irão se manifestar as Organizações Colaborativas em Rede (OCR, do inglês, Collaborative

Networked Organizations - CNOs), que são “entidades complexas, cujo entendimento,

desenho, implementação e gerenciamento requer a integração de diferentes perspectivas de modelagem”, sendo que “modelagem é uma das atividades chave para entender, desenhar, implementar e operar sistemas” (CAMARINHA-MATOS; AFSARMANESH, 2007, p. 529).

Para fins de modelagem, Afsarmanesh e Camarinha-Matos (2008) identificam e definem três perspectivas no contexto do modelo ARCON, quais sejam, ciclo de vida da

colaboração, características ambientais e intenções de modelagem, as quais são apresentadas na Figura 8.

Figura 8 – Perspectivas de Modelagem do ARCON

Fonte: Afsarmanesh e Camarinha-Matos (2008).

Dentro dos elementos endógenos, os autores trazem quatro outras dimensões estruturantes, que por sua vez se dividem em subdimensões (CAMARINHA-MATOS; AFSARMANESH, 2008), conforme apresenta o Quadro 3.

Quadro 3 – Dimensões de modelagem de um VBE

Fonte: Adaptado de Camarinha-Matos e Afsarmanesh (2008, p. 530). Dimensões de Modelagem Fundamentais Background Físicos Humanos Informação Tecnológicos Princípios Obrigações Restrições e Condições Ambientais

Restrições legais, ambientais e de uso de recursos

Atores Funções Relações

Rede Tamanho

Dimensão Componencial Recursos

Dimensão Comportamental

Comportamento

Dimensão Estrutural Membros

Subdimensões

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Neste capítulo são explorados os procedimentos metodológicos utilizados para responder a questão de pesquisa e atingir os objetivos propostos neste projeto de dissertação de mestrado. Neste sentido, esta pesquisa é dividida em duas etapas, uma de abordagem qualitativa e objetivo exploratório, e uma quantitativa, com objetivo descritivo.

Na etapa exploratória é adaptado um modelo de referência para modelagem de ambientes de criação de organizações virtuais. A partir do modelo, será construído um modelo teórico, a fim de verificar as relações entre os construtos Relações Interorganizacionais e Inovação com as dimensões de modelagem. A segunda etapa, de abordagem quantitativa e natureza descritiva, têm por objetivo estruturar o modelo proposto a partir das diretrizes estabelecidas no modelo teórico. A modelagem do ambiente se dará a partir das três perspectivas do modelo ARCON. A coleta dos dados é feita por meio em questionário estruturado, em escala Likert de cinco pontos, adaptado de Machado e Carvalho (2013), em três etapas:

a) identificação, adaptação e validação do instrumento; b) identificação das empresas;

c) aplicação.

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