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3 VANTAGEM COMPETITIVA

3.4 Desenvolvendo e as cinco forças da estratégia competitiva

3.4.1 Ameaça de entrada de novos concorrentes

A ameaça de novos entrantes diferencia com a possibilidade de entrada de novas indústrias conseguirem entrar no setor em que a empresa atua e, além disso, traz recursos geralmente substanciais, como nova capacidade de produção e um grande desejo de ganhar parcela do mercado.

Se o capital que foi investido no setor conseguir remunerar, dará brecha aos novos investimentos, sendo atraídos para atuar como concorrentes. Esses novos entrantes são vistos como uma ameaça aos integrantes de uma indústria, pois trazem consigo uma nova capacidade de produção, novas tecnologias e o desejo de conquistar participação e posição no mercado (PORTER, 1991).

Portanto, com a entrada desses novos concorrentes, pode apresentarcomo consequência uma redução da rentabilidade das empresas já existentes, visto que os novos concorrentes implicam em uma queda nos preços e no aumento da demanda por insumos; o que levará a um inflacionamento nos custos do produto final.

Para Porter (1986), mesmo a aquisição de uma empresa já existente em uma indústria, por companhias provenientes de outros mercados, deve ser encarada como uma entrada, já que, muito provavelmente, com esta aquisição são injetados nesta indústria novos recursos e nova capacidade gerencial, visando um aumento da parcela de mercado da empresa já existente

Com a entrada de empresas novas no mercado, pode causar uma diminuição da fatia de mercado das empresas já existentes, podendo gerar a redução de preços, ou acréscimo nos preços, a diminuição da margem de lucro, provocando uma menor rentabilidade para toda a indústria (PORTER, 1991).

No entanto, com os empreendimentos, podem se proteger por meio da edificação de impedimentos contra a entrada de novos concorrentes, utilizando as escalas de produção, caracterização e criação de custos de troca. Com as economias de escala, possibilitam às empresas ganhos de custos em relação àquelas empresas que possuem pequenas escalas de produção.

Segundo Keegan e Green (2000) apud Gasparini (2005), a ameaça provocada pela entrada de um novo participante na indústria depende das barreiras de entrada existentes e da reação esperada dos concorrentes já existentes.

Essas economias de escalas, como barreiras à entrada de novos concorrentes em um setor, Porter (1986) define que a presença de economias de escalas sempre leva a uma vantagem de custo para a empresa que opera em maior escala (ou para a empresa que possa repartir atividades) em relação às empresas de pequena escala, pressupondo-se que a primeira tenha as mais eficientes instalações, sistemas de distribuição, organizações de serviços ou outras atividades funcionais para o seu tamanho.

Para Porter (1989), as principais barreiras à entrada de novos concorrentes são: economia de escala, diferenciação, necessidade de capital, custos de mudança, acesso aos canais de distribuição, políticas governamentais, desvantagens de custo independente da economia de escala e a retaliação esperada.

Economia de escala está relacionada com a queda nos custos unitários do produto ocasionada pelo aumento no volume de produção. Essa situação leva as empresas a ingressarem com produção em larga escala ou a se submeterem a uma desvantagem de custo (PORTER, 1991).

A caracterização do produto é a medida de até que ponto um produto é aceito como exclusivo. Keegan; Green (2000, p.293) apud Gasparini (2005) esboça que os clientes desenvolvem um anseio de lealdade à marca da empresa, seja através da caracterização dos produtos, será pelo serviço ao consumidor da aquisição em merchandising e propaganda ou simplesmente pela mesma ter entrado primeiro no mercado. Uma barreira de entrada é estabelecida pela diferenciação, já que os novos entrantes serão forçados a investir em recursos para romper os vínculos estabelecidos entre os clientes e as empresas pré-existentes (PORTER, 1991).

Segundo Porter (1991), a necessidade de grande investimento financeiro para competir torna-se uma barreira, principalmente quando o capital será empregado em atividades arriscadas como pesquisa, desenvolvimento e publicidade inicial.

São os preços que os negociantes terão que induzir devido à alteração de fornecedores e produtos. Se esses preços são acrescidos, os entrantes precisam oferecer um aperfeiçoamento substancial e melhor custo ou desempenho para que o comprador se decida a mudar (KEEGAN; GREEN, 2000 apud GASPARINI, 2005).

A entrada aos canais de distribuição torna-se outro obstáculo à entrada de novos concorrentes, visto que esses caminhos podem estar ou não disponíveis. A nova empresa terá dificuldade para entrar na indústria, pois a mesma terá que criar e estabelecer novos canais de distribuição, o que reduz os lucros (PORTER, 1991).

O governo pode limitar ou impedir a entrada de novos concorrentes numa indústria através de políticas de controle ambiental, limite ao acesso de matéria-prima, licenças de funcionamento, dentre outras (KEEGAN; GREEN, 2000 apud GASPARINI, 2005).

Porter (1991) mostra outra barreira sendo considerado um benefício de custos independente da economia de escala. Isso acontece porque as empresas antecipadamente instituídas na indústria têm a capacidade de apresentar vantagens de preços impraticáveis de ser conseguido pelos entrantes qualquer que sejam sua dimensão e economia de escala. Têm- se, por exemplo: experiência, acesso favorável às matérias-primas, tecnologia patenteada do produto, localizações privilegiadas e subsídios governamentais.

Enfim, um grande obstáculo à entrada de novos concorrentes na indústria pode ser imposto pela reparação esperada. Quando os novos entrantes, com sua potencialidade, têm esperanças reforçadas pelas retaliações por parte das empresas estabelecidas, essa entrada pode ser desanimada à intimidação de que sua entrada na indústria será uma experiência incerta, tornando-se, assim, um grande fator de impedimento (KEEGAN; GREEN, 2000 apud GASPARINI (2005).

Segundo Porter (1991), os obstáculos de entrada mudam de acordo com a transformação nas condições da indústria. Essas variações podem ocorrer por pretextos fora do controle das empresas, mas é preciso advertir que as decisões estratégicas das empresas também têm um impacto relevante.

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