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4. Capítulo IV – Metodologia de investigação

4.2. Caracterização do contexto e dos intervenientes no estudo

4.2.2. Corpo de investigação

4.2.2.2. A amostra Alunos

Relativamente à amostra da população recolhida, a mesma traduz-se, como já acima mencionado, em duas turmas (uma diurna e outra nocturna) da unidade curricular de “Ferramentas Electrónicas Aplicadas à Tradução”, para evitar a dispersão do estudo que

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Ver anexo 3 e anexo 4 – Programa de F.E.A.T no 1º e 2º semestre.

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poderia provocar a impraticabilidade do mesmo. Aliás, e como refere Sousa (2006, p.64), “um estudo que defina como população os alunos de uma dada disciplina, de uma determinada cidade, ou mesmo apenas de uma escola, permite um estudo mais objectivo e menos sujeito a sofrer distorções causadas pela dimensionalidade”.

Desta forma, é possível afirmar que o tipo de amostra escolhido é não probabilístico. Os tipos de amostragem não-probabilística caracterizam-se pela ausência de fundamentação estatística, pelo que acabam sempre por depender somente dos critérios aplicados pelo investigador. Aliás, como referem Cohen, Manison & Morrison (2007) “The selectivity which is built into a nonprobability sample derives from the researcher targeting a particular group, in the full knowledge that it does not represent the wider population; it simply represents itself” (p.113).

Este tipo de amostra é frequentemente utilizado em investigações de pequena envergadura, que é o caso geralmente das investigações etnográficas, do “active research” ou do estudo de caso, como se verifica na nossa situação. Deste modo, os critérios que levaram à escolha destes alunos em particular deveram-se a duas questões essenciais:

1 - Serem turmas com acesso a computadores e Internet na sala de aula;

2 - Serem turmas com um grau muito elevado de familiaridade com o inglês, o que facilitava a utilização da ferramenta ELGG, cuja tradução para português ainda não se encontrava totalmente finalizada.

A amostragem não probabilística justifica-se quando é impossível ou inadequada a utilização da amostragem probabilística (amostra aleatória da população). Este tipo de amostra justificou-se neste caso em particular, pois a disponibilidade de um qualquer professor para este estudo não se verificou de todo, apenas dois se predispondo a participar. Devido a esse factor, a amostra não probabilística em uso foi a Amostra de Conivência que envolve a escolha dos indivíduos que se encontrem mais disponíveis no momento (Cohen, Manison & Morrison, 2007).

Este tipo de amostra adopta como amostra grupos de sujeitos que já existem agrupados, como é o caso das escolas, de determinados cursos ou turmas, professores de uma

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escola ou professores de uma disciplina, alunos de uma turma, etc., como o foi neste caso, em que foram seleccionadas duas turmas da mesma disciplina.

Como anteriormente referido este estudo foi implementado junto de um estrato relativamente pequeno do ISCAP, que se justifica também pelo tempo de desenvolvimento do projecto ser diminuto, uma vez que um estudo de maior envergadura (estudar pequenos grupos de pessoas em diversas turmas de diversos grupos) implicaria necessariamente um espectro temporal mais alargado, comprometendo possivelmente a viabilidade do projecto dentro do escopo temporal de um ano. No entanto, é objectivo futuro da instituição alargar este projecto a todos os alunos da mesma.

No 1º semestre as turmas possuíam um total de 28 alunos (16 na turma diurna e 12 na turma nocturna), sendo que apenas poderiam ser estudados 17 (6 da turma diurna e 11 da turma nocturna), que eram os alunos que aceitaram fazer avaliação contínua, dado que os restantes fariam a unidade curricular apenas por exame final.

No 2º semestre as turmas possuíam um total de 27 alunos (16 na turma diurna e 11 na turma nocturna), sendo que 14 da turma diurna eram os mesmos do 1º semestre e 10 da turma nocturna eram os mesmos dos 1º semestre. No entanto, mesmo destes 27 alunos, apenas 10 não desistiram entretanto do processo de avaliação continua, do qual a utilização da ELGG faz parte.

Desta forma, entre os dois semestres, e tendo em conta os alunos que ao longo do semestre renunciaram à avaliação contínua, puderam apenas ser avaliados 11 alunos no total das duas turmas. Desta avaliação 9 alunos coincidiram em ambos os semestres, sendo que 2 desenvolveram trabalho no e-Portefólio em apenas um semestre (caso de alunos que frequentaram Erasmus num dos semestres ou que não possuíam inscrição na disciplina em ambos os semestres, etc.). Houve ainda 5 alunos (entre os dois semestres) que, apesar de terem acedido ao processo de avaliação continua e não terem desistido do mesmo, não desenvolveram trabalho suficiente no e-Portefólio de forma a poderem ser avaliados convenientemente nessa componente.

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No caso dos alunos que não frequentaram um dos semestres por questões de Erasmus ou equivalências, mas que num dos semestres tivessem desenvolvido trabalho relevante foram igualmente estudados.

Assim, num total de 11 estudantes analisados com mais profundidade (entre a turma diurna e a nocturna), 10 são do género feminino e 1 de sexo masculino. À data da implementação do estudo, as idades variavam entre os 20 e os 43 anos, de acordo com a seguinte distribuição (Tabela 3):

Idade

Número de alunos

Até 20 3 De 21 a 25 2 De 26 a 30 1 De 31 a 35 1 De 36 a 40 3 De 41 a 45 1 Mais de 46 0

Tabela 3: Idades dos participantes no estudo

No que diz respeito ao papel dos alunos no estudo é possível afirmar que reagiram, numa primeira fase, com alguma relutância ao desenvolvimento deste projecto, relutância essa notada através do demorado arranque dos trabalhos a realizar no e- Portefólio. Este interesse pouco manifesto foi entendido como uma falta de habituação dos alunos à crescente inovação tecnológica que as aulas começam a revelar, assim como desabituação relativamente à avaliação contínua, que implica a realização de trabalhos ao longo da duração da unidade curricular.

É de mencionar ainda que no decorrer do estudo em causa a maioria dos estudantes não mostrou iniciativa no que diz respeito à integração de trabalhos diversificados (trabalhos anteriores a este ano lectivo) no seu e-Portefólio, apesar das indicações dos professores nesse sentido. Encararam o e-Portefólio, maioritariamente, como apenas arrolado à unidade curricular onde estava a ser desenvolvido.

Alguns alunos evidenciaram dificuldades no manuseamento da plataforma e na realização dos trabalhos de casa que envolviam reflexão sobre temas propostos, pois implicam uma grande capacidade de análise por parte do aluno.

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Como refere Cambridge (2001):

“Students are responsible for telling their own stories of learning: for explaining what they did and did not learn, for assessing their own strengths and weaknesses as learners, for evaluating their products and performances, for showing how that learning connects with other kinds of learning, and for using the review of the past to think about paths for the future learning” (p.19).

No entanto, e com o decorrer do semestre, a motivação foi aumentando no caso de alguns alunos, acabando estes mesmo por afirmar que gostaram bastante da experiência.

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