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2 REVISÃO DA LITERATURA

4.1 MATERIAL

4.1.1 Amostra

A amostra deste estudo constituiu de 66 jovens portadores da má oclusão de Classe II, 1ª divisão, divididos em 3 grupos:

Grupo MARA:

Composto por 22 pacientes, sendo 15 do gênero masculino e 7 do gênero feminino, com idade inicial média de 11,99 anos ±1,20 ano (mínimo: 10,30; máximo: 15 anos), tratados ortopedicamente com o aparelho MARA por um período médio de 1,00 ano (mínimo: 0,77; máximo: 1,25 ano).

Os jovens foram selecionados prospectivamente entre os jovens que procuraram tratamento ortodôntico na clínica de Ortodontia da Faculdade de Odontologia de Bauru – Universidade de São Paulo, durante o ano de 2006. De um total de aproximadamente 300 pacientes examinados, 22 constituíram a amostra deste grupo experimental, atendendo aos seguintes critérios:

ƒ presença da má oclusão de Classe II, 1ª divisão bilateral, avaliada clinicamente; ƒ retrusão mandibular;

ƒ ausência de agenesias ou perda de dentes permanentes; ƒ ausência de supranumerários;

4 MATERIAL E

MÉTODOS

ƒ ausência de apinhamento nos arcos superior e inferior ou presença de apinhamento mínimo;

ƒ presença de incisivos inferiores verticalizados ou suavemente vestibularizados; ƒ presença de trespasse horizontal moderada ou severa;

ƒ ausência de tratamento ortodôntico prévio.

A severidade inicial foi avaliada nos modelos de estudo iniciais por meio da relação molar e de caninos e do trespasse horizontal. Quando houve diferença na relação molar e de caninos entre os lados direito e esquerdo, foi considerado o lado mais severo. A média do trespasse horizontal nesse grupo foi de 8,3 mm ±1,9 mm (mínimo: 4,8 mm; máximo: 13 mm).

Os jovens selecionados iniciaram o tratamento ortopédico com o aparelho MARA e foram tratados pela mesma aluna (KFGC) do Curso de Doutorado em Odontologia, área de Ortodontia, da FOB-USP. Preocupou-se em instalar o aparelho dentro do prazo de até um mês após a tomada da telerradiografia inicial. O MARA foi instalado com uma barra transpalatina e um arco lingual em todos os pacientes. Apenas um paciente apresentou-se inicialmente com mordida cruzada posterior que envolvia apenas os primeiros molares e foi, então, submetido à expansão rápida da maxila com o aparelho Hyrax. Após 2 meses, removeu-se o expansor, tomou-se uma nova telerradiografia e instalou-se o MARA com uma barra transpalatina para manter a distância intra-molares obtida com a expansão. Os pacientes deste grupo não foram submetidos ao alinhamento e nivelamento prévios dos dentes, nem desgastes interproximais. Todos foram tratados até obterem, em média, 2 mm além da relação molar de Classe I. A má oclusão foi considerada corrigida quando se obteve uma oclusão em relação cêntrica, ou seja, posição mandibular de Relação Cêntrica (RC) igual à posição de Máxima Intercuspidação Habitual (MIH). Após obter-se esta relação, o aparelho ainda foi mantido por mais 6 meses como contenção. Posteriormente, removeu-se o aparelho MARA e tomou-se a telerradiografia final de cada paciente.

Grupo Bionator:

Composto por 22 pacientes, sendo 15 do gênero masculino e 7 do gênero feminino, com idade inicial média de 11,27 anos ±1,03 ano (mínimo: 9,27; máximo: 13,60 anos), tratados ortopedicamente com o aparelho Bionator por um período médio de 1,29 ano (mínimo: 0,72; máximo: 2,28 anos).

Os pacientes deste grupo foram selecionados retrospectivamente a partir do acervo da Disciplina de Ortodontia da FOB-USP, obedecendo aos seguintes critérios:

ƒ presença da má oclusão de Classe II, 1ª divisão bilateral; ƒ uso exclusivo do aparelho Bionator durante o período avaliado;

ƒ presença de telerradiografias tomadas ao início e ao final da fase ortopédica do tratamento;

ƒ idade inicial compatível com a idade do Grupo MARA; ƒ ausência de tratamento ortodôntico prévio.

Os pacientes deste grupo foram tratados pelos alunos de Pós- graduação na área de Ortodontia da FOB-USP. Houve um período médio de 3 meses entre a tomada da telerradiografia inicial e a instalação do Bionator. A telerradiografia final foi obtida após a correção da relação molar e obtenção da RC = MIH.

De forma semelhante ao Grupo MARA, a severidade inicial foi avaliada por meio da relação molar e de caninos e do trespasse horizontal, nos modelos iniciais. A média do trespasse horizontal foi de 8,6 mm ±1,9 mm (mínimo: 5,2 mm; máximo: 10,8 mm).

Grupo Controle:

Composto por 22 jovens, sendo 15 do gênero masculino e 7 do gênero feminino, não submetidos a nenhum tipo de tratamento ortodôntico ou ortopédico funcional durante o período de observação avaliado neste estudo. A idade inicial média foi de 11,63 anos ±1,03 ano (mínimo: 10,16; máximo: 13,88 anos), e foram observados por um período médio de 1,18 ano (mínimo: 0,80; máximo: 2,01 anos).

Os jovens foram selecionados a partir da amostra do Centro de Estudo do Crescimento da Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo, onde um grupo de jovens foi anualmente radiografado e controlado pela Disciplina de Ortodontia com a finalidade de obter uma amostra longitudinal de oclusões jovens, desde a dentadura decídua até a permanente. Posteriormente, todos os jovens foram encaminhados para tratamento ortodôntico, porém alguns optaram pela intervenção mais tardia ou não se interessaram pelo tratamento, viabilizando a constituição de um grupo controle.

Durante a seleção deste grupo, uma atenção especial foi dada para a média de idade inicial e final, além do tempo médio de observação, na tentativa de equiparar os três grupos estudados, dando mais confiabilidade ao estudo.

A severidade inicial foi avaliada por meio da relação molar e dos caninos e do trespasse horizontal, nos modelos iniciais. A média do trespasse horizontal foi de 7,4 mm ±1,9 mm (mínimo: 4 mm; máximo: 12,4 mm).

Tabela 1 – Médias, desvios-padrão, mínimos e máximos das idades iniciais, finais, do tempo de observação e da severidade inicial dos jovens nos três grupos.

Variáveis Grupo MARA (n=22) Grupo Bionator (n=22) Grupo Controle (n=22)

Idade Inicial (anos)

Média DP Mínimo Máximo 11,99 1,20 10,30 15,00 11,27 1,03 9,27 13,60 11,63 1,03 10,16 13,88 Idade Final (anos)

Média DP Mínimo Máximo 13,08 1,20 11,59 16,00 12,79 1,19 10,72 15,06 12,81 1,13 10,97 15,89 Tempo de observação (anos) Média DP Mínimo Máximo 1,11 0,16 0,83 1,36 1,47 0,36 1,00 2,32 1,18 0,27 0,80 2,01 Trespasse Horizontal (mm) Média DP Mínimo Máximo 8,32 1,93 4,80 13,00 8,69 1,98 5,20 10,80 7,35 1,93 4,00 12,40

4.1.2 Descrição dos aparelhos utilizados pelos grupos experimentais