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ÁREA DE ESTUDO

SAVANA COM ARV ORES E/ OU ARBUSTOS («TREE AND OR SHRUS SAVANA»)

3.1. METODOLOGIAS DE CAMPO

3.1.1. Reconhecimentos preliminares

3.1.2.2. Amostragem da água de rega

A selecção e distribuição das estações de captação para a caracterização da água de rega foi realizada considerando também a proximidade à linha de costa, as informações gerais

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sobre o risco de salinização do Vale do Cavaco (Diniz, 1974) e a representatividade das áreas com culturas com desenvolvimento considerado morfologicamente normal e das áreas com culturas que visualmente apresentavam morfologia que se desviava da considerada normal. A localização e a designação das estações de captação de água de rega seleccionadas foram realizadas em mapa com escala original de 1: 100 000 (Figura 11). As estações seleccionadas distribuíram-se por: a) áreas de culturas com desenvolvimento morfológico normal (CPS1, CPS2, CPS3, CPS13, CPS14, CPS16) e CPS25 e b) áreas com culturas que visualmente se apresentavam morfologicamente afectadas (CPS6, CPS7, CPS12, CPS9, CPS11 e CPS22).

Figura 11. Localização das estações de captação para amostragem da água de rega no Vale do Cavaco.

C – Estação de captação de água de rega; PS – Solo localizado na proximidade da estação de captação de água de rega amostrada.

Os furos realizados no Vale do Cavaco para instalação dos conjuntos de captação (Tubagem-Bomba-Motor) são semi-artesianos ou vulgarmente designados furos comuns, já que não jorram.

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Técnicas de Qualidade da Água de Rega para a Produção Integrada de Prunóideas da Direcção Geral da Agricultura e do Desenvolvimento Rural do Ministério da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território de Portugal (2009 e actualizadas em 2010 e 2012) utilizadas no Departamento de Engenharia Rural do Instituto Superior de Agronomia na realização do Projecto Agro 530 “Plano de intervenção e desenvolvimento de um sistema

de Apoio à decisão para o norte da zona aluvionar do Tejo (Projecto Agro 530, 2007)”.

Para amostragem, foram inicialmente seleccionadas 14 estações de rega operacionais (no início do estudo, em Novembro de 2010) com profundidade de captação entre 6 e 18 m, fazendo-se as amostragens em Março de 2011, Junho de 2011 e Setembro de 2011. Desde o início de 2011 e 2012, devido às baixas precipitações que ocorreram durante este período (cerca de 220 mm), ocorreu o abaixamento da tolha freática e verificou-se a diminuição continua dos caudais fornecidos pelas estações de captação. Em consequência, para a continuidade das amostragens, em 3 estações de rega (CPS17, CPS25 e CPS22 na Figura 13) tiveram que realizar-se escavações entre 2 a 3,5 m profundidade para colocar as motobombas e aprofundar as tubagens de sucção na mesma ordem de profundidade. Em 2 estações de captação (CPS9 e CPS16 na Figura 11), com escassez de água e onde não foram reposicionadas as motobombas, a rega foi abandonada porque a tubagem de sucção das motobombas se situava acima da toalha freática. Assim, a amostragem da água de rega em Dezembro de 2011 apenas teve lugar em 12 estações de captação (CPS7 e CPS22 avariadas); em Março de 2012 apenas se realizou a amostragem em 10 estações (as estações CPS3 e CPS17 estavam avariadas e as CPS12 e CPS11 com tubagem de sucção acima do nível freático), o mesmo acontecendo em Maio de 2012 (CPS22 avariada e CPS12, CPS9 e CPS11 com tubagem de sucção acima do nível freático); por fim, em Dezembro de 2012 apenas 8 estações foram objecto de amostragem (nas estações CPS7, CPS12, CPS9, CPS11, CPS14 e CPS17 a tubagem de sucção estava acima do nível freático).

A amostragem foi realizada com as estações de captação da água de rega em pleno funcionamento, de modo a garantir que a amostra da água fosse a representação instantânea do ponto de amostragem no momento da sua extracção. Nos casos em que a estação de captação da água de rega estivesse parada solicitava-se ao agricultor para a pôr em marcha, deixando-a funcionar cerca de 30 minutos, tempo considerado suficiente para que água da rega anterior remanescente na tubagem de sucção fosse vazada e estabilizado o funcionamento, garantindo assim que a amostra da água fosse igualmente a representação instantânea do ponto de amostragem no momento da sua extracção (DGADR, 2012).

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Para a amostragem utilizaram-se garrafas (750 mL) de plástico quimicamente inertes, utilizando-se tampas de plástico que garantiam a vedação hermética, permitindo uma garantia de conservação da amostra. As garrafas lavaram-se várias vezes, conforme descrito nos procedimentos operacionais padrão de análise de salinidade e alcalinidade (DGADR, 2012). Depois de enchidas com água as garrafas foram identificadas pela designação da Estação de captação e da Fazenda, colocadas numa caixa térmica, transportadas para Luanda e conservadas em frigorífico à temperatura aproximada de 4  C. Florianópolis (2009), Motsara & Roy (2008) e Harter (2003) referem que este método de conservação é recomendado sem limitação de data para análise dos parâmetros de alcalinidade, condutividade eléctrica e sulfatos.

As amostras da água de rega das amostragens realizadas em Março, Junho e Setembro de 2011 foram apenas analisadas parcialmente no Laboratório da Empresa de Saneamento de Águas de Benguela (EASB) devido à falta de implementação de algumas metodologias e de alguns reagentes, nomeadamente para a determinação do magnésio, do potássio e dos sulfatos. Assim, prescindiu-se desse laboratório para a continuação da realização das análises indispensáveis ao evoluir do trabalho. Nestas circunstâncias foram realizadas novas amostragens no segundo ano em datas imediatamente antes de deslocações do doutorando a Lisboa.

Antes do transporte das amostras da água de rega (as colhidas de Dezembro de 2011 a Dezembro de 2012) para Lisboa foram embaladas em caixas térmicas seladas com fita-cola e transportadas para Lisboa. Todas as análises das amostras foram realizadas no Laboratório de Pedologia do Instituto Superior de Agronomia.