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3 METODOLOGIA

3.2 OBTENÇÃO DOS DADOS – UNIDADES AMOSTRAIS

3.2.1 Amostragem da biomassa

Os dados para os ajustes das equações para estimar a biomassa e o carbono florestal vieram de uma amostragem aleatória levando em consideração a variação de espécies e o diâmetro, sendo constituída de 107 árvores de 44 espécies encontradas em plantios de restauração localizados em áreas de Floresta Estacional Semidecidual e de Cerrado. As espécies amostradas nesse estudo foram: Acacia

polyphyla D.C., Anadenanthera falcata (Benth.) Speg., Anadenanthera macrocarpa

(Benth.) Brenan, Astronium graveolens Jacq., Baulfourodendron riedelianum (Engl.) Engl., Calophyllum brasiliense Cambess., Casearia sylvestris Sw., Cecropia

Chorisia speciosa St.-Hill., Colubrina glandulosa Perkins, Copaifera langsdorfii Desf, Cordia ecalyculata Vell., Croton floribundus (L.) Spreng., Croton urucurana Baill., Cupania vernalis Camb., Cyclolobium vecchi A. Samp. Ex Hoehne., Cytharexyllum myrianthum Cham., Dipteryx alata Vogel, Enteroplobium contortisiliquum (Vell.)

Morong, Ficus guaranitica Chodat, Genipa americana L. Gochnatia polymorpha (Less.) Cabeira, Guazuma ulmifolia Lam., Helietta apiculata Benth., Heliocarpus

popayanensis Kunth., Hymenaea courbaril var. stilbocarpa (Hayne) Lee et Lang., Inga uruguensis HooK. e Arn., Myracrodruon urundeuva Allemao, Myroxylon peruiferum L. F., Nectandra megapotamica (Spreng.) Mez., Peltophorum dubium

(Spreng.) Taub., Plathymenia reticulata Benth., Platypodium elegans Vogel, Psidium

guajava L., Schizolobium parahyba (Vell.) S. F. Blake, Tabebuia heptaphylla (Vell.)

Toledo, Tabebuia ochraceae (Cham.) Standl., Tapirira guianensis Aubl., Terminalia

glabrescens Mart., Triplaris brasiliana Cham., Vitex montevidensis Cham., Zanthoxylum rhoifolium Lam.

Com 44 espécies selecionadas, amplitude diamétrica da amostragem de 5 a 60 cm de diâmetro e idades variando entre 5 e 36 anos, foi contemplado variações de espécies, ritmos de crescimento e idades.

Para obtenção da biomassa seca, e do peso de carbono de cada componente os trabalhos foram divididos em duas etapas distintas apresentadas a seguir:

CAMPO

Todas as árvores amostradas foram selecionadas levando em consideração a qualidade e vitalidade das mesmas, de modo a identificar o indivíduo que representasse as características médias das espécies. As árvores selecionadas como amostra sempre deveriam estar distantes uma das outras em pelo menos 100m, e não estar danificada por fator físico ou patológico. Enfim, as árvores eleitas deveriam sempre ter o padrão típico florestal representativo de sua população.

- Mensuração das variáveis de interesse

Depois de eleito o indivíduo, o primeiro passo foi realizar a mensuração das circunferências a 1,30 cm a partir do solo (FIGURA 3).

Para facilitar o posterior processo de escavação das raízes (FIGURA 3) foi realizada a limpeza do solo na base de cada indivíduo dentro de uma área de marcação previamente especificada.

As derrubadas das árvores foram realizadas com o auxílio de um trator, sendo amarrado um cabo de aço na parte de cima do fuste e puxado pelo trator. Após a derrubada mediu-se a altura total com uma trena de fibra.

- Separação e pesagem dos compartimentos

O processo de separação dos compartimentos iniciou-se logo após a derrubada das árvores. No corte, separação e pesagem das diferentes frações das árvores utilizaram-se a técnica de dissecação completa. Assim, a biomassa foi segmentada nos seguintes compartimentos: folhagem, galhos, fuste, casca e raízes. Na separação dos compartimentos foi considerado como fuste, o tronco principal até o início da formação dos galhos; para a folhagem considerou-se um diâmetro mínimo de 1 cm; e as raízes escavadas até um diâmetro mínimo de 1 cm.

O peso verde dos compartimentos foi utilizado com um dinamômetro com precisão de 50g. Em cada árvore-amostra recolheram-se e pesaram-se amostras de cada compartimento (FIGURA 4);

 1 amostra a 50 cm acima da base da árvore;

 1 amostra a 50 cm abaixo do Ponto de Inversão Morfológica;

 1 amostra na metade do fuste (50% da altura do fuste);

 1 amostra dos galhos;

 1 amostra da folhagem;

 1 amostra de raízes.

Para as amostras 50 cm acima da base da árvore, 50 cm abaixo do Ponto de Inversão Morfológica e na metade do fuste, foram retirados discos de aproximadamente 10 centímetros de espessura. Como se pode observar na FIGURA 5, de cada disco foi removido uma porção de aproximadamente 1.000 gramas.

A amostra constituída dos galhos continha fragmentos de galhos grossos médios e finos, assim como a amostra constituída de raízes, continha fragmentos de

raízes grossas, médias e finas num total de aproximadamente 500 gramas para cada amostra.

A amostragem da folhagem continha folhas do terço inferior, médio e superior da copa das árvores num total de aproximadamente 300 gramas.

Logo após a coleta das amostras, todas foram pesadas em balança digital com precisão de 0,1 grama, a fim de obter o peso da mesma com sua umidade natural (FIGURA 5). Este procedimento é parte fundamental da metodologia para determinação da biomassa, pois pela diferença entre o peso seco e o peso verde pode ser calculado o teor de matéria seca de cada compartimento.

Teor de matéria seca = (Peso seco / Peso verde) * 100.

Para maior confiabilidade dos resultados, os respectivos pesos das amostras foram sempre tomados no mesmo período (manhã/tarde) em que as árvores foram cortadas.

FIGURA 3 -MEDIÇÃO DOS DIÂMETROS E ESCAVAÇÃO DAS RAÍZES

FIGURA 5 - RETIRADA E PESAGEM DE AMOSTRA

LABORATÓRIO

- Preparação e secagem do material

O material procedente de campo foi preparado de modo a satisfazer normas pré-estabelecidas para secagem, ou seja, primeiro as amostras de campo foram identificadas e acondicionadas em sacos de papel para que fosse extraída toda a umidade existente na amostra. A seguir o material foi secado em estufa com circulação de ar forçada a uma temperatura média de 75ºC até peso constante, o que indicou que a amostra estava satisfatoriamente seca (FIGURA 6).

Após o material atingir o peso constante, foi realizado a pesagem dessas amostras para se obter o teor de umidade e a quantidade de matéria seca existente nas amostras. As amostras secas foram picadas manualmente com auxílio de um formão e triturado em moinho de facas, de tal modo que no final do processo fossem obtidas amostras secas e moídas, na quantidade de aproximadamente 10 gramas para análise do carbono (FIGURA 7).

- Determinação do teor de carbono

As determinações de carbono orgânico de tecido vegetal foram realizadas no analisador de carbono da marca LECO, modelo C-144, específico para tal finalidade. A metodologia empregada pelo equipamento é o de combustão, onde a amostra (100 mg) é submetida à temperatura de 1.000ºC por cerca de 60 segundos, tempo suficiente para que o aparelho realize a análise e registre, automaticamente, o resultado do teor de carbono do material analisado.

A transformação da biomassa seca em carbono orgânico foi realizada pelo resultado da multiplicação do peso da biomassa seca pelo teor de carbono contido em cada compartimento. E a transformação do carbono orgânico para CO2 foi realizada por estequiometria.

FIGURA 6: FRACIONAMENTO E SECAGEM DAS AMOSTRAS

FIGURA 7: AMOSTRAS PRONTAS PARA ANÁLISE E O ANALISADOR DE CARBONO LECO C-144

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