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3 MATERIAL E MÉTODOS

3.2 Amostragem do solo nos locais de estudo

Exceto em relação aos trabalhos desenvolvidos no IAC/Campinas, os demais locais de estudo foram inicialmente selecionados próximos à cidade de Piracicaba, no Estado de São Paulo, com auxílio de fotos aéreas (pares estereocópicos de 1962, 1972, 1989 e 1995) e mapas que sobrepõem informações de uso e manejo (relativos ao período de 1978 e 1993) e tipos de solo. A utilização desses recursos foi importante para a identificação de potenciais áreas tanto de referência como de estudo uma vez que para a aplicação dos métodos do 137Cs e da USLE é importante que se conheça o histórico de uso do solo. Após visitas aos locais (para aferição terrestre das informações apontadas nos mapas), foram definidos os locais para as amostragens, feitas com trado de caneca de 9,8cm de diâmetro. Em cada ponto de amostragem foram coletadas amostras de solo em camadas de 20 cm de espessura, nas profundidades de 0-20, 20-40, 40-60, 60-80 e 80-100 cm, exceto nas parcelas padrão. As transeções de amostragem foram divididas em segmentos nos quais foram aplicados os métodos do 137Cs e da USLE.

3.2.1 Instituto Agronômico (IAC/Campinas)

O Instituto Agronômico, através de seu Centro de Solos e Recursos Ambientais, tem instalado, desde 1943, parcelas experimentais munidas de sistemas coletores de perdas de terra e água por erosão, nos quais foram testadas mais de 200 diferentes culturas e sistemas de manejo do solo. Os dados dessa série histórica e ininterrupta, única na América do Sul, representam os valores reais de perdas de terra ocorridos nos últimos 60 anos.

Em oito dessas parcelas padrão instaladas em um Latossolo Vermelho eutroférrico (LVef), textura argilosa, foram coletadas amostras de solo nas profundidades 0-20, 20- 40 e 40-60 cm, em três posições dentro de cada parcela: terço superior (Sup.), terço médio (Méd.) e terço inferior (Inf.), totalizando 72 amostras de solo (8 parcelas x 3 posições x 3 profundidades). As parcelas de 1 a 6 possuem uma área de 125 m2 (25 m de comprimento por 5 m de largura) e sistema coletor com dois tanques de concreto separados por um divisor tipo Geib, cujas janelas fornecem ao segundo tanque apenas a sétima parte da enxurrada coletada no primeiro tanque. São delimitadas por bordas de alvenaria. O declive é de 13% nas parcelas 1, 2 e 3 e de 10% nas parcelas 4, 5 e 6. As parcelas 7 e 8 possuem uma área de 1.875 m2 (75 m de comprimento e 25 m de largura) com um sistema coletor de três tanques de concreto separados por divisor tipo Geib que fornecem a décima primeira e nona parte da enxurrada para o segundo e terceiro tanques, respectivamente. As bordas dessas parcelas são construídas manualmente, formando pequenos camalhões. Nas parcelas 1, 2, 3, 4, 5 e 6 todas operações são realizadas manualmente, enquanto que nas parcelas 7 e 8 são feitas com máquinas agrícolas. As perdas de terra e água são determinadas após cada chuva. Nas parcelas 1, 2 e 3 foram feitos experimentos de rotação de culturas, aplicação de resíduos e a variação de diferentes resíduos culturais e coberturas. Nas parcelas 4, 5 e 6, experimentos de rotação de culturas e variação nas coberturas vegetais e nas parcelas 7 e 8 foram testados sistemas de preparo do solo.

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3.2.2 Instituto de Zootecnia de São Paulo (IZ)

No IZ, em Nova Odessa, SP, a transeção de estudo foi demarcada em uma pastagem perene que foi implantada na década de 70 após um período em que a área esteve cultivada com milho. Embora a área seja coberta por pastagem, o acentuado declive do local associado às práticas de uso e manejo do solo não adequadas, resultaram em sérios problemas de erosão neste local. Na década de 70, o local foi sistematizado, ganhando curvas de nível. Desde então, o local permanece sem nenhum tipo de manejo. A atual vegetação do local corresponde a uma pastagem invadida por espécies herbáceas e lenhosas. Neste local, dez perfis de solo foram coletados em uma transeção de 75 m, situada no terço médio de uma encosta côncava, no sentido do declive. Nos segmentos analisados, o comprimento de rampa variou de 7 a 20 m e o declive médio variou de 15 a 21%. O solo foi classificado como um Argissolo Vermelho-Amarelo distrófico (PVAd) de textura média.

3.2.3 Fazenda Barreiro Rico (FBR)

Na Fazenda Barreiro Rico (FBR) em Anhembi, SP, a cultura da cana-de-açúcar e uma extensa pastagem dividem uma mesma encosta há mais de 40 anos. Nesta encosta, o solo predominante é o Neossolo Quartzarênico órtico (RQo) típico, textura arenosa. O declive médio no local sob pastagem variou de 3 a 6% ao longo de uma transeção de amostragem de 149 m. A mesma variação de declive foi observada no local cultivado com cana-de-açúcar ao longo de uma transeção de 86m. Nos locais de pastagem e cana- de-açúcar foram tomados 12 e 9 perfis de solo, respectivamente, no sentido do declive.

3.2.4 Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ)

Em um Nitossolo Vermelho eutrófico (NVe) cultivado com pastagem há mais de 30 anos na ESALQ, em Piracicaba/SP, foram tomados oito perfis de solo coletados ao longo de uma transeção de 105 m. O declive médio é de 5%.

3.2.5 Instituto Agronômico (IAC/Piracicaba)

Na Estação Experimental de Agronomia de Piracicaba do Instituto Agronômico (IAC/Piracicaba) um Latossolo Vermelho distrófico (LVd) e um Nitossolo Vermelho distrófico (NVd), cultivados com cana-de-açúcar há mais de 6 anos, foram amostrados. Estes locais foram selecionados a partir de relatos sobre problemas com erosão observados no passado, principalmente no NVd. Infelizmente não há registros históricos disponíveis sobre o uso e manejo dos solos desses locais relativos ao período de 1964 a 1997. Somente a partir de 1997 é que se passou a registrar o histórico de uso do solo desses locais. Em cada solo foram coletados seis perfis ao longo de uma transeção de 148 m no LVd e de 75 m no NVd. O declive médio corresponde a 4% no LVd e de 9% no NVd.

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