• Nenhum resultado encontrado

De acordo com Felfili & Silva Júnior (1992), o inventário foi estabelecido pelo método sistemático (Loetch & Haller 1974). Foram alocadas quatro linhas perpendiculares ao leito do córrego principal (Figura 1.4) sendo as três primeiras eqüidistantes 150 m, e a última distando 300 m da terceira. No total, foram alocadas 100 parcelas contíguas, de 10 x 10 m, tendo como centro a linha principal de caminhamento no transecto. As parcelas atravessam a mata até o limite com o campo limpo, perfazendo um total de 1 ha efetivamente amostrado. O comprimento de cada linha foi variável de acordo com a largura da floresta no ponto em que foram alocadas. As linhas 1 e 4 foram dispostas mais próximas da extremidade final e inicial da cabeceira da mata e contiveram 15 e 12 parcelas respectivamente. As linhas 2 e 3, foram alocadas na porção central e contiveram 49 e 24 parcelas respectivamente.

Figura 1.4. Croqui da área de trabalho indicando a disposição das linhas centrais (1, 2, 3 e 4) de amostragem ao longo da cabeceira da Mata de Galeria do córrego Capetinga na Fazenda Água Limpa, Brasília – DF (Imagem: Google Earth).

Em cada parcela de 10 x 10 m foram amostrados e marcados, com placas de alumínio numeradas em ordem crescente, todos os indivíduos lenhosos arbóreos com diâmetro à altura do peito (DAP = 1,30 m do solo) igual ou superior a 5 cm (Felfili & Silva Júnior 1992). A medição do DAP foi feita com auxílio de suta. A altura de cada indivíduo foi medida até o ápice por meio de vara graduada. As plantas maiores que 14 m tiveram suas alturas estimadas, utilizando-se da vara

10

graduada como referencial. Indivíduos mortos em pé também foram incluídos no inventário. Amostras botânicas registradas pela primeira vez no levantamento foram coletadas, herborizadas, identificadas e incorporadas ao Herbário da Universidade de Brasília (UB).

No interior de cada parcela de 10 x 10 m foram alocadas sub-parcelas para amostragem da regeneração natural (Felfili 1997b). Aquelas de 5 x 5 m para amostragem de arvoretas, com DAP < 5 cm e altura maior que 1 m, pertencente a categoria quase estabelecida e, dentro destas, sub- parcelas de 2 x 2 m para amostragem de mudas, aquelas com DAP < 5cm e altura menor que 1 m, pertencente a categoria de não estabelecidas (Figura 1.5). Para as categorias de arvoretas e mudas foram tomadas somente medidas de altura e anotadas a identificação botânica. Os indivíduos não receberam plaquetas. O benefício no emprego dessas subparcelas é a uniformização da intensidade de amostragem, já que no interior de matas existe grande quantidade de indivíduos pequenos e poucos indivíduos grandes (Felfili et al. 2000).

Figura 1.5. Desenho esquemático das parcelas e subparcelas alocadas ao longo das linhas de amostragem, na cabeceira da Mata de Galeria do córrego Capetinga na Fazenda Água Limpa, Brasília – DF.

Referências bibliográficas

BROWN, S. & LUGO, A. 1990. Tropical secondary forest. Journal Tropical Ecology 5:1-32.

CASTELLANI, T.T. & STUBBLEBINE, W.H. 1993. Sucessão secundária inicial em mata tropical mesófila, após perturbação por fogo. Revista Brasileira de Botânica 16:181-203.

COCHRANE, M.A., ALENCAR, A., SCHULZE, M.D., SOUZA, C.M., NEPSTAD, D.C., LEFEBVRE, P. & DAVIDSON, E.A. 1999. Positive feedbacks in the fires dynamics of closed canopy tropical forest. Science 284:1832-1835.

COCHRANE, M.A & SCHULZE, M.D. 1999. Fire as a recurrent event in tropical forests of the

20 m 10 m 5 m 2 m 10 m 5 m 2 m linha 20 m 10 m 5 m 2 m 10 m 5 m 2 m linha

11

eastern Amazon: effects on forest structure, biomass, and species composition. Biotropica 3:2- 16.

D‟ANTONIO, C.M. 1993. Mechanisms controlling invasions of coastal plant communities by the alien succulent, Carpobrotus edulis. Ecology 74:83-95.

DAVIS, M.A., GRIME, J.P. & THOMPSON, K. 2000. Fluctuating resources in plant communities: a general theory of invisibility. Journal of Ecology 88:528-534.

DONOHUE, K., FOSTER, D.R. & MOTZKIN, G. 2000. Effects of the past and the present on species distribution: land-use history and demography of wintergreen. Journal Ecology 88:303- 316.

FELFILI, J.M. 1995. Diversity, structure, and dynamics of a gallery forest in central Brazil. Vegetatio 117:1-15.

FELFILI, J.M. 1997a. Comparison of the dynamics of two gallery forests in Central Brazil. In Proceedings: International Symposium on Assessment and Monitoring of Forests in Tropical Dry Regions with Special Reference to Gallery Forests. (J. Imanãs-Encinas. & C. Kleinn, orgs). University of Brasilia. Brasília. p.115-124.

FELFILI, J.M. 1997b. Dynamics of the natural regeneration in the Gama gallery forest in central Brazil. Forest Ecology and Management 91:235-245.

FELFILI, J.M. & SILVA JÚNIOR, M.C. 1992. Floristic composition, phytosociology and comparasion of cerrado and gallery forests at Fazenda Água Limpa, Federal District, Brazil. In Nature and Dynamics of Forest-Savanna Boundaries. (P.A. Furley., J.A. Proctor & J.A. Ratter eds.). Chapman & Hall. London, p. 393-415.

FELFILI, J.M., RIBEIRO, J.F., FAGG, C.W. & MACHADO, J.W.B. 2000. Recuperação de Matas de Galeria. Série Documentos, Embrapa Cerrados, Planantina. n.21. 45p.

FINEGAN, B. 1996. Pattern and process in neotropical secondary rain forests: the first 100 year of succession. Trends in Ecology & Evolution 11:119-124.

FLORY, S.L. & CLAY, K. 2009. Invasive plant removal method determines native plant community response. Journal of Applied Ecology 46:434-442.

GERWING, J. J. 2002. Degradation of forests through logging and fire in the eastern Brazilian Amazon. Forest Ecology and Management 157:131-141.

GORCHOV, D.L. & TRISEL, D.E. 2003. Competitive effects of the invasive shrub, Lonicera

maackii (Rupr.) Herder (Caprifoliaceae), on the growth and survival of native tree seedlings.

Plant Ecology 166:13-24.

GOULART, N. & FELFILI, J.M. 2001. Mudanças temporais na regeneração natural da Mata do Capetinga, na Fazenda Água Limpa, DF. Boletim Herbário Ezechias Paulo Heringer 8:66-77. GOULD, A.M.A. & GORCHOV, D.L. 2000. Effects of the exotic invasive shrub Lonicera maackii

on the survival and fecundity of three species of native annuals. American Midland Naturalist 144:36-50.

12

HOFFMANN, W.A. & HARIDASAN, M. 2008. The invasive grass, Melinis minutiflora, inhibits tree regeneration in a Neotropical savanna. Austral Ecology 33:29-36.

HULME, P.E. & BREMNER, E.T. 2006. Assessing the impact of Impatiens glandulifera on riparian habitats: partitioning diversity components following species removal. Journal of Applied Ecology 43:43-50.

IVANAUSKAS, N.M., MONTEIRO, R. & RODRIGUES, R.R. 2003. Alterations following a fire in a forest community of Alto Rio Xingu. Forest Ecology and Management 184:239-250. KAUFFMAN, J.B. 1991. Survival by sprouting following fire in tropical forest of the eastern

Amazon. Biotropica 23:219-224.

LOETCH, F. & HALLER, K.E. 1974. Forest Inventory. B.L.V. Munique.

LONSDALE, W.M. 1999. Global patterns of plant invasions and the concept of invasibility. Ecology 80:1522-1536.

MARTINS, S.V., RIBEIRO, G.A., SILVA JÚNIOR, W.M. & NAPPO, M.E. 2002. Regeneração pós-fogo em um fragmento de florestal estacional semidecidual no município de Viçosa, MG. Ciência Florestal 12:11-19.

MEINERS, S.J. 2007. Apparent competition: an impact of exotic shrub invasion on tree regeneration. Biological Invasion 9:849-855.

MELO, A.C.G. 2007. Incêndio em floresta estacional semidecidual: avaliação de impacto e estudo dos processos de regeneração. Tese de doutorado, Universidade de São Paulo, São Carlos. MINCHINTON, T.E., SIMPSON, J.C., & BERTNESS, D. 2006. Mechanisms of exclusion of

native coastal marsh plants by an invasive grass. Journal of Ecology 94:342-354.

MYSTER, R.W. & PICKETT, S.T.A. 1990. Initial conditions, history and successional pathways in ten contrasting old fields. American Midland Naturalist 124:231-238.

NIMER, E. 1989. Climatologia do Brasil. IBGE, Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais, Rio de Janeiro.

NYKVIST, N. 1996, Regrowth of secondary vegetation after the "Borneo fire" of 1982-1983. Journal of Tropical 12:307-312.

OLIVEIRA, M.C. & FELFILI, J.M. 2006. Dinâmica da regeneração natural em mata de galeria perturbada por fogo, na Fazenda Água Limpa, DF, em um período de 24 anos. Boletim Herbário Ezechias Paulo Heringer 18:65-73.

PARCA, M.L.S. 2007. Fitossociologia e sobrevivência de árvores na Mata de Galeria do córrego Pitoco, Reserva Ecológica do IBGE, DF, em 2006, após dois incêndios em 1994 e 2005. Dissertação de mestrado. Universidade de Brasília, Distrito Federal.

PINTO, M.N. 1993. Paisagens do cerrado no Distrito Federal. In Cerrado: Caracterização, Ocupação e Perpectivas. (M.N. Pinto, ed.). Universidade de Brasília, Brasília, p. 511-541.

13

RADFORD, I.J., GRICE, A.C., ABBOTT, B.N., NICHOLAS, D.M. & WHITEMAN, L. 2008. Impacts of changed fire regimes on tropical riparian vegetation invaded by an exotic vine. Austral Ecology 33:151-167.

RATTER, J.A. 1980. Notes on the vegetation of fazenda Água Limpa (Brasília - DF, Brazil). Royal Botanical Garden, Edinburgh – Scotland.

RATTER, J.A. 1991. Guia para a vegetação da fazenda Água Limpa (Brasília, DF). Coleção Textos Universitários, Universidade de Brasília, Brasília.

ROXANA, A. & MANUEL, M.J. 2003. Species composition and invasion in NW Argentinian secondary forest: Effect of land use history, environment and landscape. Journal of Vegetation Science 14:195-204.

SANTIAGO, J., SILVA JÚNIOR, M. C., & LIMA, L. 2005. Fitossociologia da vegetação arbórea na mata de galeria do Pitoco (IBGE-DF), seis anos após fogo acidental. Scientia Forestalis 67:64-77.

SEVILHA, A.C. 1999. Composição e estrutura da Mata de Galeria do Capetinga, na fazenda Água Limpa, Brasília, DF, dez anos após um incêndio acidental. Dissertação de Mestrado, Universidade de Brasília, Distrito Federal.

SILVA, V.F., OLIVEIRA FILHO, A.T., VENTURINI, N., CARVALHO, W.A.C. & GOMES, J.B.V. 2005. Impacto do fogo no componente arbóreo de uma floresta estacional semidecídua no município de Ibituruna, MG, Brasil. Acta Botanica Brasilica 19:701-716.

STANDISH, R.J., ROBERTSON, A.W. & WILLIAMS, P.A., 2001. The impact of an invasive weed Tradescantia fluminensis on native forest regeneration. Journal of Applied Ecology 38:1253–1263.

THOMSON, D. 2005. Measuring the effects of invasive species on the demography of a rare endemic plant. Biological Invasions 7:615–624.

TURNER, M.G. & ROMME, W.H. 1994. Landscape dynamics in crown fire ecosystems. Landscape Ecology 9:59-77.

WALKER, L.R. & VITOUSEK, P.M. 1991. An invader alters germination and growth of a native dominant tree in Hawaii. Ecology 72:1449–1455.

WOODS, P. 1989. Effects of logging, drought, and fire on structure and composition of tropical forests in Sabah, Malaysia. Biotropica 21:290-298.

YURKONIS, K.A. & MEINERS, S.J. 2004. Invasion impacts local species turnover in a successional system. Ecology Letters 7:764-769.

14 CAPÍTULO 1

SUCESSÃO, DINÂMICA E PERTURBAÇÕES POR FOGO E INVASORAS EM MATA DE GALERIA: UMA REVISÃO

Maria Cristina de Oliveira

Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais, Departamento de Engenharia Florestal, Universidade de Brasília, CP 04357 CEP 70919-970 - Brasília, DF. (socristinaoliveira@gmail.com)

Jeanine Maria Felfili (in memoriam)

Centro de Referência em Conservação da Natureza e Recuperação de Áreas Degradadas – CRAD, Universidade de Brasília, CP 04474 CEP 70904-970 - Brasília, DF.

Manoel Claudio da Silva Júnior

Departamento de Engenharia Florestal, Universidade de Brasília. Caixa Postal 04357 – Brasília, DF 70919-970. (mcsj@unb.br)

15

2. SUCESSÃO, DINÂMICA E PERTURBAÇÕES POR FOGO E INVASORA EM MATA DE

GALERIA: UMA REVISÃO

Documentos relacionados