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3 RESULTADOS DA PESQUISA

3.2 Conjuntos Habitacionais

3.2.2 Análise arquitetônica

A produção arquitetônica dos empreendimentos da Habitafor possui tipologias de casas térreas geminadas em ambos os lados, bem como blocos de apartamentos de no máximo 3 pavimentos (Tabela 20).

Tabela 20 – Tipologias arquitetônicas utilizadas nos conjuntos habitacionais

Tipologia Conjuntos Habitacionais Unifamiliar 1. Maria Tomásia

2. Marrocos Multifamiliar 1. Anita Garibaldi

2. Bárbara de Alencar I 3. Casa e Renda 4. Jana Barroso 5. Lagoa do Papicu 6. Lagoa do Urubu 7. Maravilha 8. Preurbis Cocó 9. Sabiá 10. Socorro Abreu 11. Urucutuba 12. Vila do Mar

Ambas as tipologias 1. Bárbara de Alencar II 2. Rosa Luxemburgo 3. Rosalina

4. São Cristóvão Fonte: Elaboração própria (2013)

Como foi mostrado, dentre os dezoito empreendimentos analisados, dois deles possuem apenas como tipologia, a unifamiliar, e mais quatro têm ambas as tipologias, tanto casas isoladas no lote quanto blocos com apartamento. Já doze conjuntos habitacionais possuem apenas tipologia multifamiliar.

Em relação aos parâmetros arquitetônicos dos conjuntos habitacionais em estudo, observou-se que a disposição dos blocos habitacionais e das casas unifamiliares no terreno é feita através da ocupação máxima deste. Em conjuntos com a inserção de tipologia unifamiliar, as vias são destinadas a pedestre, não havendo disponibilidade para tráfego de veículo. Contudo, mesmo diante deste fato, há moradores que trafegam com veículos por estas ruas. A figura a seguir (Figura 16) é um exemplo. Já nos terrenos destinados aos blocos de apartamentos, há espaço destinado ao estacionamento de veículo externo à edificação (Figura 17).

Figura 16 – Ausência de estacionamento nos lotes unifamiliares. Conjunto Habitacional Maria Tomásia.

Fonte: Turma PU1 2012.2/ UFC (2013)

Figura 17 – Estacionamento externo aos edifícios. Conjunto Habitacional Maravilha.

Fonte: Sarah Bastos (2010)

Os empreendimentos em estudo são voltados para o atendimento de diversas famílias, podendo a quantidade de moradias variar entre 20 como até mais de 1000 unidades habitacionais. Sendo assim, foram classificados os conjuntos segundo a quantidade de unidades habitacionais. Para a classificação, foi utilizado o estipulado por Mayra Soares, mestra pelo mesmo programa de pós-graduação da UFC, que classifica os conjuntos habitacionais, como: de grande, médio e pequeno porte (Figura 17) e o definido pelo Programa Minha Casa Minha Vida, o qual define que se devem evitar conjuntos habitacionais acima de 500 u.hs e caso seja condomínio fechado, que este número abaixe para 300. Diante destas observações, neste trabalho, os conjuntos habitacionais serão classificados, de acordo com o porte, a partir dos seguintes números: Pequeno porte <<200; Médio porte 200-500; Intermediário 500-1000 e Grande porte >>1000.

A tabela a seguir (Tabela 21) organiza os conjuntos analisados e seus respectivos portes.

Tabela 21- Classificação quanto ao porte dos empreendimentos analisados

Classificação quanto ao porte Conjuntos Habitacionais

Pequeno Porte <<200

1. Anita Garibaldi – 20 u.hs. 2. Bárbara de Alencar I - 104 u.hs. 3. Bárbara de Alencar II – 100 u.hs. 4. Casa e Renda - 20 u.hs.

5. Lagoa do Urubu – 153 u.hs. 6. Rosa Luxemburgo – 171 u.hs. 7. Sabiá – 56 u.hs.

8. Socorro Abreu – 62 u.hs. Médio Porte 1. Jana Barroso – 248 u.hs.

200-500 2. Urucutuba – 323 u.hs. Porte Intermediário

500-1000

1. Lagoa do Papicu – 266 u.hs. 2. Maravilha – 606 u.hs. 3. Marrocos – 578 u.hs. 4. São Cristóvão – 720 u.hs. Grande Porte

>>1000

1. Maria Tomásia – 1.472 u.hs. 2. Preurbis Cocó – 1.241 u.hs. 3. Rosalina – 1.807 u.hs. 4. Via do Mar – 3.348 u.hs. Fonte: Elaboração própria (2013).

Diante da tabela, infere-se que a predominância é de empreendimentos de Pequeno Porte, com 8, no total, contabilizando 686 unidades habitacionais. Logo em seguida, há os empreendimentos de Porte Intermediário, com 4 conjuntos habitacionais, totalizando 3.246 u.hs. e, os de Grande Porte também com 4 empreendimentos nos quais somam 7.868 u.hs. Já, com menos conjuntos habitacionais, dois, há os de Médio Porte, com 571 unidades habitacionais. Para visualização da distribuição dos conjuntos analisados na cidade e seu porte, conta-se com o mapa abaixo:

Figura 18 – Localização dos 18 conjuntos habitacionais segundo o porte

Em relação às unidades habitacionais, constatou-se que a tipologia unifamiliar possui um e dois quartos não ultrapassado este valor. Já as multifamiliares, há de dois a três quartos. E também que as u.hs. são compostas basicamente por sala, quartos e cozinha, podendo, em alguns casos, existir a varanda e espaços integrados, como: cozinha juntamente com área de serviço ou até mesmo o setor social com o de serviço.

Em relação às áreas das moradias produzidas pela Habitafor, foi feita comparação com as estipuladas pelo MCMV. As características dos empreendimentos deste programa, quanto ao dimensionamento das tipologias, são as seguintes: as unidades habitacionais que apresentam tipologia de casa térrea com dois quartos, sala, cozinha, banheiro e área de serviço, devem ter área mínima útil de 32m², não contabilizando a área de serviço e, para plantas com acessibilidade, devem ser previstas áreas de, no mínimo, 36m². Já em tipologias de apartamentos, estes valores são 37m² e 39m². Tendo como base estes dados, foi feita a análise deste quesito nos empreendimentos em estudo e constatou-se que a média de metro quadrado para habitações que possuem as mesmas características quanto à quantidade de cômodos do citado no PMCMV, nas tipologias unifamiliares, são de 36,41m² e, tipologias multifamiliares com 36,62nm² e as adaptadas com 40,35m². Vale ressaltar que, para esta contagem, não foi considerado unifamiliar adaptada, pois não há projetos arquitetônicos analisados com estas características. Além disso, o conjunto habitacional Rosalina foi desconsiderado, haja vista que possui apenas um quarto, portanto não se encaixando nas definições estipuladas pelo MCMV. Assim, vale ressaltar que para unidades habitacionais em que a cozinha é integrada à área de serviço, foi considerada, para a contagem como 1/3 da área destinada a este último compartimento. Com estes dados, constata-se que o dimensionamento das tipologias unifamiliares está acima do estipulado pelo MCMV, bem como de tipologia multifamiliar acessível. Contudo, este fato não ocorre nesta última tipologia sem acessibilidade, tendo valor inferior ao estipulado pelo Programa cotado.

Quanto aos projetos arquitetônicos com acessibilidade para portadores de necessidades especiais, a tabela, a seguir, informa os conjuntos habitacionais analisados juntamente com esta classificação (Tabela 22).

Tabela 22 - Lista dos conjuntos que possuem projeto arquitetônico acessível

Conjuntos Habitacionais Projetos Arquitetônicos Adaptados SIM NÃO 1. Anita Garibaldi X 2. Bárbara de Alencar I X 3. Bárbara de Alencar II (uni e multi) X 4. Casa e Renda X 5. Jana Barroso X 6. Lagoa do Papicu X 7. Lagoa do Urubu X 8. Maria Tomásia X 9. Maravilha X 10. Marrocos X 11. Preurbis Cocó X 12. Rosa Luxemburgo X

13. Rosalina (uni e multi) X

14. Sabiá X

15. São Cristóvão / Campo Estrela

(multi.)

X

16. São Cristóvão lotes remanescentes (uni.)

X

17. Socorro Abreu X

18. Urucutuba X

19. Vila do Mar X

Fonte: Elaboração própria (2013)

Diante dos dados, nenhuma tipologia unifamiliar possui projeto acessível e dentre os multifamiliares, nove possuem acessibilidade (Jana Barroso, Lagoa do Papicu, Lagoa do Urubu, Maravilha, Preurbis Cocó, Sabiá, São Cristóvão, Urucutuba e Vila do Mar) em oposição a quatro em que não há (Anita Garibaldi, BAII, Casa e Renda e Rosalina).

Cada projeto arquitetônico utilizado nesta pesquisa será analisado adiante e, a análise será feita agrupando os conjuntos por tipologias.