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5.1 Comparação entre a realidade atual x modelo ideal

5.1.2 Análise do campo de forças Plano de ação

O processo de mudança numa organização, e implantação de um novo sistema de gerenciamento, não abrange somente as questões técnicas da implantação, as variáveis comportamentais também interferem, e necessitam de avaliação, de certa forma estabelecendo uma análise das potencialidades existentes na organização que viabilizam ou não a implantação do projeto. Neste sentido, a organização utilizou a análise de campo de forças como ferramenta de avaliação do nível de atividade como ponto de partida na identificação de problemas e sua análise para fins de diagnóstico, procurando identificar à intensidade dos fatores impulsores ou restritivos as mudanças propostas. Para Lewin (1965, p. 228), o espaço fase é a representação social destas variáveis intervenientes expostas de maneira gráfica.

O espaço fase é um sistema de coordenadas, cada uma das quais corresponde a quantias diversas de intensidade de uma “propriedade”. O espaço fase não procura representar o esquema de um campo composto de grupos, indivíduos e seus ambientes ecológicos, mas se concentrar em um ou alguns fatores. Representa, por meio de gráficos ou equações, a relação quantitativa, entre essas poucas propriedades variáveis ou aspectos do campo, ou um fato dentro dela.

Neste contexto, participaram da análise de campo de forças quinze (15) colabores da organização pesquisada, envolvendo os níveis estratégico, tático e operacional. O resultado obtido está demonstrado na tabela 5.2 que sintetiza os resultados no que se refere às forças restritivas e impulsionadoras à implantação do SIG.

Tabela 5.2 – Resumo forças restritivas x forças impulsionadoras

Fonte: esta pesquisa

Neste sentido, pode-se dizer que os fatores que podem obstaculizar a implantação do sistema de gestão integrado estão demonstrados nas forças restritivas, e consequentemente os aspectos que podem viabilizar a implantação do SIG estão representados nas forças impulsoras, conforme demonstrado na Figura 5.1 que representa o espaço fase do estudo realizado.

Para Lewin (1965, p. 252) a análise do campo de força não deve apenas referir-se ao espaço fase, como uma relação de causa e efeito, mas, é de fundamental importância compreendê-lo como totalidade das variáveis que interferem no campo social pesquisado.

As técnicas para modificar um campo de força não podem ser completamente deduzidas da representação no espaço fase. [...] Para decidir qual é a melhor forma de realizar uma mudança, não é suficiente considerar uma única propriedade. Devem-se examinar as circunstâncias totais. [...] A análise por meio do espaço fase indica mais que tipo de efeito tem que ser obtido do que como este pode ser obtido.

Figura 5.1 – Espaço fase implantação do SIG: Forças restritivas x Forças impulsionadoras Fonte: esta pesquisa

Analisando as forças restritivas atuantes no espaço fase, a baixa comunicação entre os sistemas de gestão identificada na pesquisa, mesmo não representando um possível obstáculo à implantação do SIG, pelo seu nível de significância ao sistema de gestão, esta variável deve ser considerada como fundamental ao processo de implantação e sistematização de uma cultura de gestão integrada. Neste sentido, percebe-se que a execução dos programas implementados na visão dos participantes sofre um desnivelamento chegando ao ponto de comprometer a implantação do sistema de gestão na sua integralidade, existindo assim, ações isoladas entre setores. Esse tipo de restrição pode colocar em risco a implantação do SIG, percebe-se que a baixa comunicação entre os sistemas de gestão em conjunto com o desnivelamento entre áreas na execução dos programas vem gerando ações isoladas e de certa forma descomprometidas com o sistema na sua totalidade. Esse tipo de restrição mantém íntima relação com a necessidade de capacitação específica em sistema de gestão integrado, a falta de conhecimento específico, dificulta o entendimento das práticas de gestão essa variável também influencia restritivamente podendo gerar as ações isoladas e de baixa disseminação na organização.

Pode-se dizer que a baixa disseminação dos sistemas de gestão existentes, pode estar relacionada a política de não certificação das práticas implementadas pela organização, embora não exista uma relação direta entre a obtenção da certificação como garantia de um

sistema de gestão eficaz, mesmo assim, pode-se dizer que a adoção da norma em algumas empresas pode criar uma necessidade de atualização compulsória, de certa forma, essa necessidade estabelece uma obrigatoriedade na execução e cumprimento das atividades inerentes aos sistema existentes na organização, em todos os níveis, fortalecendo a política de gestão como uma necessidade estratégica e de sobrevivência da organização.

As forças restritivas existentes, embora representem um número considerável de fatores inibidores à implantação do SIG, pode-se dizer que estas forças estão intimamente correlacionadas, ou seja, esse tipo de situação pode facilitar a construção de uma relação de equilíbrio. Neste sentido, a redução do impacto das forças restritivas R1, R2, R3, R5 e R6, em linhas gerais estão relacionadas a disseminação do SIG, a relação de equilíbrio pode ser obtida pela ação das forças impulsoras I1, I3, I5, I7.

Avaliando a atuação de cada força impulsora, merece especial destaque a força impulsora I7 comprometimento da alta administração esta força, consegue estabelecer por acompanhamento das demandas administrativas a efetiva sistematização e implantação do SIG nos diversos setores, a força impulsionadora I1, permite a alta administração, consequentemente as diversas áreas ter uma visão mais abrangente da organização, essas forças correlacionadas promovem na organização uma atuação mais adequada e baseada em indicadores de gestão, neste sentido, a existência de uma prática integrada envolvendo os sistemas de gestão da qualidade e meio ambiente (ISO 9001 e ISO 14001) representada na força impulsionadora I5, pode agir como agente de facilitação no processo de implantação do SIG, ou seja, a existência de uma base de informação comum aos diversos setores da empresa sobre o SIG, pode promover uma adaptação mais segura e adequada, cabendo a organização unificar os programas de gestão adotados pela empresa, evitando fragmentação do conhecimento existente nos diversos setores, a força I3 representa esta unificação das práticas de gestão na organização.

No que se refere a força restritiva R4, necessidade de capacitação específica (Sistema de gestão integrado), pode-se dizer que as forças impulsionadoras I2, existência de verba específica e I4, otimização dos recursos aplicados em sistema de gestão, garantem a neutralização desta força restritiva.

Cabe a organização sistematizar as suas ações em prol da implantação do SIG, de preferência levando-se em consideração os aspectos levantados neste estudo. Pode-se dizer que as variáveis restritivas apresentadas no estudo não representam um efetivo bloqueio à implantação do SIG, efetivamente a organização conta com uma estrutura de implantação

adequada, conforme demonstrado no estudo, onde conta com o comprometimento da alta administração, força impulsionadora I7, existência de verba específica para implantação do projeto, força impulsionadora I2 e equipe motivada e comprometida representada na força impulsionadora I6. Neste sentido, cabe a organização planejar adequadamente a implantação do SIG especificando adequadamente o seu cronograma de execução conforme a temática exposta neste estudo estabelecendo de forma clara para organização a sistemática de implantação.

5.2 Considerações sobre este capítulo

Neste capítulo, foram aplicadas as bases conceituais necessárias à implantação do SIG, a partir da comparação entre a realidade atual e o modelo ideal, estabelecendo pontos de convergência e vulnerabilidades existentes entre os sistemas, criando assim possibilidades reais de melhoria para o SIG proposto.

Dentre os aspectos levantados neste capítulo, o diagnóstico obtido a partir da aplicação da análise do campo de forças, retrata os cuidados necessários que a organização deve ter no momento da implantação do SIG, deixando claro quais as forças restritivas e impulsionadoras ao sistema, devem ser equilibradas antes de iniciar a implantação do modelo proposto.

6 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

Neste capítulo serão descrito os aspectos conclusivos deste trabalho e as recomendações para trabalhos futuros.