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O terceiro caso também é de uma empresa júnior, sediada no campus de São Cristóvão da Universidade Federal de Sergipe. Fundada em 1997, essa empresa júnior está vinculada ao Departamento de Computação da UFS, sendo composta por estudantes dos três cursos de computação oferecidos na universidade – Engenharia de Computação, Ciência da Computação e Sistemas de Informação.

Em seu website, a empresa afirma que busca “apresentar criatividade e inovação em seus trabalhos, proporcionando serviços de alto valor agregado”. Os serviços oferecidos pela empresa são o desenvolvimento de websites e sistemas web, além de cursos e treinamentos relacionados à tecnologia, e a empresa ainda informa que trabalha “com tecnologias consolidadas e promissoras para proporcionar aos nossos clientes e parceiros soluções inovadoras e de alta qualidade”.

Também em seu website, a empresa apresenta como missão “ser um agente de fomento empresarial, viabilizando o crescimento profissional e pessoal de seus membros através da interação entre os ambientes acadêmico e profissional, proporcionando aos nossos clientes e parceiros soluções inovadoras e de alta qualidade”. Sua visão é “tornar-se referência de modelo de gestão entre as empresas juniores e ser reconhecida nacionalmente pela excelência de seus produtos e serviços, impactando positivamente no ecossistema de TI”. E os valores apresentados são “profissionalismo; criar, solucionar, inovar; determinação; sinergia; transparência; empreendedorismo; responsabilidade social”.

Atualmente, existem 25 membros na empresa; a maioria foi admitida há pouco tempo, após um processo seletivo, o segundo no ano – como já foi dito, a alta rotatividade de pessoal é uma característica das empresas juniores, e não é diferente com esta empresa. Segundo informa o website, “as ideias profissionais e inovadoras da nossa equipe nos tornam únicos em todos os sentidos”.

Durante a pesquisa, os entrevistados informaram que o estado atual da empresa foi conquistado há pouco tempo – a empresa passou 5 anos sem atuação efetiva, o que levou à acumulação de dívidas na prefeitura e Receita Federal; até o momento que alguns alunos da UFS se uniram e agiram para reerguer a empresa.

O entrevistado C1 foi o principal agente para o ressurgir da empresa júnior. Há um ano na empresa, tem 23 anos de idade e atua como Diretor Presidente, possui formação de técnico em eletrônica e é aluno de Engenharia da Computação na UFS (6º período). Possui experiência na área de suporte à informática, docência em escola infantil e atualmente é assessor parlamentar da Assembleia Legislativa.

O entrevistado C2, 21 anos, atua como Diretor de Comunicação e Marketing, é graduando em Engenharia da Computação (7º período), possui experiência anterior no desenvolvimento de softwares para empresas, mas não atuando em empresas. Está há 1 ano na empresa. O entrevistado C3, 21 anos, é Diretor de Tecnologia e atua na empresa há 1 ano. É graduando em Engenharia da Computação (3º período), possui experiência anterior em suporte e também atua como técnico de suporte (terceirizado) do Tribunal de Justiça de Sergipe.

O entrevistado C4, 23 anos, está há 7 meses na empresa, é graduando em Ciência da Computação (3º período) e atua como Gerente de Projeto de Desenvolvimento de Softwares, e já trabalha na área de desenvolvimento há 5 anos e atualmente é analista de sistemas de um site de notícias. Por fim, o entrevistado C5 tem 18 anos e atua como desenvolvedor front-end. É graduando em Ciência da Computação (1º período). Possui experiência profissional anterior em trabalhos free-

lance ou venda de coisas no colégio, e está na empresa há 4 meses.

Na questão das práticas administrativas, em relação às rotinas de trabalho, o entrevistado C1 detalha a rotina de trabalhos da equipe, enfatizando a sua flexibilidade, o que é confirmado pelos relatos dos outros entrevistados:

Em geral, a rotina de trabalho é flexível, ou seja, há uma flexibilização de horários, porém se trabalha com metas, e isso é controlado a partir

de softwares específicos. Cada área tem atribuições específicas, e cada membro tem metas a serem atingidas, seja na empresa ou home- office, e nas reuniões essas metodologias são aperfeiçoadas ou revisadas (Entrevistado C1).

A minha atividade é na parte da busca de clientes, divulgando a empresa e os nossos serviços de desenvolvimento de softwares (Entrevistado C4).

Existe um alinhamento com a realidade do mercado de trabalho, pois a gente trabalha com tecnologias que o próprio mercado demanda (Entrevistado C5).

Já o entrevistado C2 traz mais detalhes a respeito da rotina, enfatizando a responsabilidade dos membros em equilibrar os compromissos profissionais com os acadêmicos.

A rotina é bem liberal, no sentido de que todos os membros são alunos da graduação e tem obrigações acadêmicas a cumprir ou outras atribuições profissionais, bem como o fato da empresa júnior não remunerar os membros financeiramente, mas atua em torno do acúmulo de conhecimento profissional. Os membros possuem obrigações a cumprir, mas cada um define a forma e o momento de cumprir essas atividades. O gerenciamento é feito através do Podio e os diretores se reúnem para alinhar e integrar as atividades (Entrevistado C2).

Em relação ao planejamento estratégico adotado, o entrevistado C4 descreveu uma parte das etapas de re-fundação da empresa, após ela ter passado um tempo inativa:

A (empresa) passou um bom tempo abandonada, sobrevivendo de cursos, o que não era interessante para o seu objetivo, que é preparar para o mercado. Então, organizou um grupo de interessados com o objetivo de resolver toda a parte burocrática, de dívidas e documental, deixando o terreno livre para que a equipe de desenvolvimento possa atuar na área, seguindo um planejamento específico para a área, segundo algumas frameworks (Entrevistado C4).

O entrevistado C5 detalhou o papel de cada área nas etapas de planejamento estratégico:

A (empresa) elabora os seus projetos estratégicos, decididas nas reuniões da diretoria e do conselho, que depois são passadas aos outros funcionários. Para nós, que ainda estamos no desenvolvimento,

exige-se que atuemos nos projetos pequenos para que depois possamos trabalhar nos projetos maiores (Entrevistado C5).

Já o entrevistado C1 (o qual o entrevistado C2 atribuiu a responsabilidade de iniciar o processo) mostrou qual a sistemática adotada para a elaboração desse planejamento estratégico:

O planejamento é norteado pelo material da Fundação Nacional da Qualidade, adaptado para a nossa realidade. A empresa tira uma semana inteira para elaborar o planejamento estratégico, área por área, revisando as metas anteriores e novas ideias a serem implementadas, o que é discutido e posteriormente registrado (Entrevistado C1).

Já em relação aos sistemas de controle, foi informado que os diretores utilizam o software Podio para realizar o gerenciamento das metas administrativas, enquanto os desenvolvedores utilizam o software Jira, para a gestão de atividades técnicas. Segundo o entrevistado C5, muitos desses sistemas são vendidos no mercado a um preço caro, mas muitos disponibilizam esses softwares gratuitamente para empresas sem fins lucrativos.

Em relação ao treinamento, o entrevistado C5 afirmou que a maior parte dos conhecimentos na área de programação foi através do aprendizado prático. Já o entrevistado C1 informou o seguinte:

Para a equipe técnica, há uma parceria com uma start-up parceira nossa, que ministra treinamentos específicos na área de desenvolvimento. Além disso, a (empresa) paga uma plataforma on- line de cursos, vídeo-aulas para os membros cursarem naquilo que for necessário. Para a diretoria, o treinamento é autodidata, os diretores estudam um material selecionado e buscam implementar nas atividades que forem necessárias (Entrevistado C1).

O entrevistado C4 (que ministrou o treinamento técnico para a equipe de desenvolvedores, como informaram os entrevistados C2 e C3) salientou a diferença entre as áreas técnica e administrativa na empresa:

Uma coisa que precisa entender é que a parte técnica e a parte da diretoria são coisas bem distintas, da mesma forma o treinamento é específico para quem irá atuar no desenvolvimento de softwares, nós primeiro definimos as tecnologias que iremos atuar, a partir de uma pesquisa de mercado, então montamos e treinamos a equipe, através

de uma parceria com a empresa InventOne, foi dada a base técnica para a nossa equipe, que passou a praticar através do desenvolvimento de sites pequenos e toda a equipe passou a se desenvolver de forma semelhante, hoje a equipe já pode assumir projetos mais complexos (Entrevistado C4).

Sobre as práticas episódicas, em relação aos eventos que a empresa participa, os entrevistados mencionaram que a empresa faz parte como membro da Federação Sergipana de Empresas Juniores (SerJunior). O entrevistado C1 informou que caso haja algum evento da área de Tecnologia da Informação que seja do interesse da empresa, a empresa busca enviar representação e o entrevistado C2 informou que a empresa participa de eventos de responsabilidade social e de apoio a novas empresas juniores. Já o entrevistado C4 informou que a empresa participa de eventos do Sebrae, da Caju Valley e de eventos de negócios e de crescimento profissional.

Sobre as reuniões formais que a empresa participa, os entrevistados C1, C2, C3 e C4 informaram que as reuniões presenciais dos diretores ocorrem a cada 15 dias, e reuniões de emergência quando necessário, podendo ser presencial ou via

hangout. A pauta dessa reunião, segundo o entrevistado C1, é definida com 4 dias de

antecedência, havendo algumas pautas fixas relacionadas à gestão financeira e à captação de clientes.

Segundo C3, a equipe técnica possui uma reunião à parte também a cada semana. Para o entrevistado C4, em relação à equipe técnica, são feitas reuniões exclusivas com as equipes de cada projeto, conforme a necessidade, e reuniões com toda a equipe ocorrem semanalmente para discussão a respeito das tecnologias já utilizadas e as que poderão ser.

Em relação às reuniões informais, o entrevistado C1 relatou a dificuldade em reunir toda a equipe para uma confraternização em um dia que todos possam estar presentes, mas que frequentemente parte da equipe realiza eventos do tipo. O entrevistado C5 informou que normalmente tais eventos ocorrem de maneira não programada. O entrevistado C2 ressaltou a importância da informalidade na gestão da empresa:

A nossa equipe técnica interage o tempo todo, mesmo fora do trabalho, o que auxilia na tomada das ações necessárias (Entrevistado C2).

Sobre as práticas discursivas, em relação à comunicação interna dos membros, foi citado o Whatsapp como um meio de comunicação mais rápida e informal, com grupos de diretores, equipe técnica e geral. O Podio é utilizado para a gestão das atividades e comunicação formal para os diretores, enquanto para a equipe técnica utiliza-se o Jira.

O entrevistado C4 ressaltou o uso de uma ferramenta chamada Slack, considerada pelo membro como uma das ferramentas de comunicação na área de desenvolvimento de software mais utilizadas por start-ups do mundo inteiro, e que basicamente consiste numa ferramenta de mensagens instantâneas semelhante ao Whatsapp, com a diferença de que é voltada à área de programação, facilitando o envio de códigos de programação nas mensagens.

Em relação à comunicação com o público externo, foi informado o e-mail, website, fanpage no Facebook, Twitter e Google+. Sobre o website, o entrevistado C4 fez uma observação sobre o diferencial desse website para os colaboradores da empresa:

Temos o nosso próprio site, que não tem apenas informações sobre a empresa, mas também a visão que nós temos do negócio, para que o público externo conheça a nossa imagem, saber quem é quem, o que nós fazemos. É uma forma de atrair o interesse não apenas de possíveis clientes, mas também de possíveis empregadores (Entrevistado C4).

Em relação aos fatores de isomorfismo normativo, a seleção de pessoal é detalhada pelo entrevistados C1 e C3 da seguinte forma:

Obrigatoriamente precisa ser aluno de graduação da UFS, mas os cargos de natureza técnica e da diretoria, são restritos aos alunos dos cursos de computação (Ciência da Computação, Sistemas de Informação e Engenharia da Computação). Há os cargos de assessoria, que podem ser alunos de outros cursos, pois a ideia é que pessoas de cursos diferentes possam agregar conhecimento. No processo seletivo, feito 2 vezes por ano, é feito uma análise e seleção dos currículos, entrevista e dinâmica. Geralmente o processo leva em torno de um mês e meio, e após selecionarmos os novos membros é feita uma ambientação, antes de começarem a exercer as atividades (Entrevistado C1).

Além do processo seletivo, que é o meio principal de ingresso, o estatuto da empresa permite a entrada de membros sem passar pelo processo, caso seja de interesse nosso em reter determinado

membro, que demonstre ter bons conhecimentos para agregar à empresa. O processo seletivo ocorre duas vezes ao ano, abrimos as inscrições no site da empresa, as pessoas inscrevem seus currículos, nós selecionamos os melhores currículos, entrevistamos e finalizamos o processo com a definição da lista dos que foram selecionados (Entrevistado C3).

Quanto aos fatores de isomorfismo mimético, a definição das metas é descrita de forma um pouco diferente por cada entrevistado, mas cujas informações se complementam, de forma a levar a uma compreensão adequada do processo. Os entrevistados, em suas respostas, mostraram visões bastante díspares do processo:

As metas são definidas no planejamento estratégico e o controle é feito nas reuniões, em que os diretores realizam o acompanhamento dessas metas a partir de um PDCA básico (Entrevistado C1).

Nós definimos metas bem elevadas, para que busquemos alcançá-las o máximo possível (Entrevistado C2).

O controle é direto com o desenvolvedor, através do gerente técnico, que fica responsável por gerenciar a equipe técnica nas demandas dos diretores (Entrevistado C3).

As metas são baseadas nos projetos que chegam, e nossa forma de trabalhar se baseia em prazos flexíveis, o que leva a não pegar alguns projetos ou dar prioridades na aplicação de certos processos (Entrevistado C5).

O entrevistado C4, que atua diretamente na gestão da equipe técnica, faz uma afirmação surpreendente sobre o estabelecimento de metas da equipe de desenvolvedores:

Na parte técnica, essas metas ainda não foram definidas, pois ainda estamos na época de maturação da equipe, hoje nós temos metas bem informais, a partir da cooperação entre os integrantes, que quanto mais experientes, permitirá que atuemos em projetos maiores, em parcerias com outros departamentos e só então estabeleceremos metas maiores para a equipe (Entrevistado C4).

Em relação ao acompanhamento das mudanças na área de atuação, os entrevistados C4 e C5 mostraram visões discordantes a respeito desse acompanhamento:

Nós fazemos um acompanhamento da escolha da tecnologia a partir de indicações de especialistas sobre tecnologia, tendências, desenvolvimento de sites, evolução das linguagens de programação (Entrevistado C4).

Não há uma responsabilidade formal, mas as pessoas que já atuam no mercado de trabalho trazem essas tendências e passam para os colegas (Entrevistado C5).

Entretanto, as opiniões mais predominantes é a de que esse acompanhamento é função de cada membro:

Nós acompanhamos o cenário internacional para sabermos as tendências no campo da Tecnologia da Informação, no campo nacional nós nos pautamos pelo Porto Digital do Recife, acompanhamos também revistas de negócio, não tanto na área acadêmica, pois nem sempre o mais estudado nas revistas acadêmicas é o que o mercado está demandando (Entrevistado C1).

Como todo estudante ou profissional da área de TI, nós sempre buscamos nos atualizar por sites especializados quais são as tecnologias mais atuais, também buscamos a opinião de profissionais especializados, às vezes o mercado não é um termômetro adequado, nem sempre aquilo que é mais utilizado hoje é o que está em ascensão, mas pode ser algo já em queda (Entrevistado C2).

Nós pesquisamos muito sobre novos mercados em que podemos atuar, como atualmente estamos tentando desenvolver a área de segurança da informação, a partir de um contato nosso na Emgetis, por isso nós vamos abrir uma equipe específica para isso, algo que não existe nos estados da Bahia, Sergipe e Alagoas, para nós isso é um grande diferencial (Entrevistado C3).

Sobre os fatores de isomorfismo coercitivo, mais precisamente a participação em órgãos externos por parte da empresa júnior do caso C, os entrevistados frisaram que a empresa atua ativamente da Federação Sergipana de Empresas Juniores (SerJunior), como um dos membros federados. Outros parceiros citados foram o Departamento de Computação da UFS, o Tribunal de Justiça e o Tribunal Regional do Trabalho (através da doação de computadores) e informações obtidas com pessoas que atuam dentro de grandes empresas, a respeito dos sistemas utilizados.

Em relação aos fatores de tradução, as inovações gerenciais citadas pelos entrevistados foram o uso de softwares gerenciais, como o Podio e o Jira, cujos benefícios são reconhecidos pelos entrevistados:

É diferente do controle feito anteriormente, com base em e-mails e quadro de avisos, ficou mais adequado às nossas necessidades (Entrevistado C1).

Nós podemos cumprir com nossas obrigações sem a necessidade de estar presente fisicamente, fazendo com que possamos ajustar nossos horários para estudar, estagiar, etc. (Entrevistado C2).

Já segundo o entrevistado C3, a própria reestruturação da empresa é uma forma de inovação:

Primeiro foi a recuperação da empresa, que estava abandonada por gestões anteriores, fizemos um novo site, passamos a divulgar nossos serviços, também inovamos com a nossa equipe técnica, montada a partir dos alunos daqui dos cursos de computação da UFS, também inovamos com o processo seletivo que antes não existia, enfim, ainda há muita coisa para se fazer, pois estamos renascendo das cinzas (Entrevistado C3).

Sobre os fatores do processo de implantação, a necessidade surgiu, segundo o entrevistado C2, quando foi necessário estabelecer uma forma de conciliar a vida acadêmica com as obrigações da empresa, e também para atrair novos membros. Para o entrevistado C1, essa conciliação só é possível a partir de um melhor gerenciamento das atividades:

A gente percebeu que havia uma desorganização muito grande na hora de cobrar e acompanhar as metas, então percebemos a necessidade de um software que auxiliasse nesse acompanhamento, e para o desenvolvimento da (empresa) como empresa desenvolvedora de softwares, isso passou a ser bastante necessário para que a empresa se mantenha no mercado (Entrevistado C1).

O entrevistado C4 detalhou o processo de reativação e reestruturação da empresa:

Foi uma longa história, eu e o (entrevistado C1), no ano passado, pegamos a empresa largada, com dívidas na prefeitura e sem equipe nenhuma de desenvolvimento, nos últimos tempos sobrevivia apenas de cursos ministrados, o que não era interessante para o objetivo de uma empresa júnior em preparar para o mercado. Já conhecia o (entrevistado C1) da Fanese, e ele decidiu retomar a (empresa), e eu fui junto para ajudá-lo. A empresa estava com diversas dívidas na Receita Federal, com cartórios, mas conseguimos quitar essas dívidas

a partir de acordos e parcerias com cartórios, contadores, etc. A empresa era um nada, e conseguimos recuperar a moral, recuperar nosso nome perante o Departamento de Computação, hoje falta bem pouca coisa para quitar 100%, tudo isso tivemos que correr atrás, até mesmo tivemos que colocar dinheiro do bolso, não queríamos isso, mas era necessário (Entrevistado C4).

Sobre a participação dos funcionários, todos citaram o trabalho em equipe como um fator presente no processo de inovação:

Cada membro possui uma conta no Podio, onde cada um vê as tarefas semanais e as tarefas a desenvolver, e isso é acompanhado por seu gerente, e também é debatido nas reuniões da diretoria e da equipe técnica (Entrevistado C1).

Todos devem ser comprometidos, isso já é visto desde a seleção, o que facilita tudo isso, aqui se valoriza a proatividade e novas ideias (Entrevistado C2).

Nós tivemos o apoio de um colega, que depois deixou a empresa por desentendimento, ele era o diretor administrativo-financeiro e nos ajudou na parte burocrática, ajudando na regularização. (…) foi um trabalho em equipe (Entrevistado C3).

Todos os membros foram treinados no Podio e no Jira, já sabendo como utilizar as principais funcionalidades, todos tiraram dúvidas e deram as sugestões para seu melhor uso (Entrevistado C4).

Já quanto às influências para a adoção de tais inovações, foram citadas empresas estrangeiras como Google e Facebook, cujas práticas administrativas, segundo o entrevistado C2, são mais adequadas à realidade da empresa. Também foram citadas empresas brasileiras, como a CITi (empresa júnior de computação da Universidade Federal de Pernambuco). Para o entrevistado C4:

As influências foram as empresas que já validaram essas tecnologias, que favorecem a transparência das atividades, saber o que o outro está fazendo e me oferecer para auxiliar, a saber como está o andamento, se necessário (Entrevistado C4).

Em relação à capacitação ou apoio buscados, os entrevistados C1 e C4 afirmou que a empresa júnior buscou apoio das empresas que desenvolveram os softwares (Podio e Jira), algumas pessoas estudaram a fundo os materiais que foram disponibilizados e em seguida, transmitiram os conhecimentos aos outros membros,

estimulando o uso contínuo para que as funcionalidades do software fossem cada vez mais conhecidas.

O entrevistado C2, de forma complementar, mostrou que todos realizam uma busca individual para aprender mais e obter mais conhecimento. O entrevistado C3 citou que as pessoas que reestruturaram a empresa o fizeram dividindo tarefas e usando os conhecimentos e contatos que possuíam, tanto na parte burocrática quanto na parte de gestão.

Quanto à divulgação do uso da inovação, a empresa colocou em seu site a logomarca das empresas que desenvolveram os sistemas, num campo “Parceiras”. O entrevistado C4 citou que a divulgação interna foi no treinamento dos novos desenvolvedores, destacando o uso desses softwares para as maiores empresas e a importância de estarmos alinhados à essas necessidades e o entrevistado C3 mencionou que a divulgação da reabertura da empresa foi pelo boca-a-boca e divulgando em sala de aula.

Sobre as alterações feitas em relação ao modelo original, o entrevistado C1 citou que as alterações em relação ao uso do Podio foram poucas, visto que as empresas que a utilizam também são da área de computação. Já o entrevistado C2 entende que as adequações feitas são no sentido de adequar cada sistema à necessidade de cada projeto. O entrevistado C4 afirmou que a adaptação acontece da seguinte forma:

Na parte da diretoria, o Podio não possui um modelo próprio, ele usa