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Análise de compostos fenólicos totais e atividade antioxidante das cascas liofilizadas

2.16 Resultados e discussão 52

2.16.5 Análise de compostos fenólicos totais e atividade antioxidante das cascas liofilizadas

Valores referentes à análise de teor de compostos fenólicos totais apresentou valores de 0,6 a 0,8 para CB, CM e CV; e 9 para CR expressos em mg de equivalentes ao ácido gálico por grama de casca liofilizada (Tabela 5).

Tabela 5 – Teor de compostos fenólicos totais e atividade antioxidante pelos métodos de sequestro de radicais livres DPPH e ABTS

Compostos fenólicos1 DPPH2 ABTS2

Amostras *BS **BF *BS **BF *BS **BF

CB 4,75±0,5b 0,55±0,4b 24±0,0b 2,88±0,03b 62,67±1,53b 16,3±0,41b CM 3,67±0,58b 0,83±0,08b 18,67±2,52b 4,26±0,63b 30,67±1,15b 8,02±0,30b CR 36±3,46a 9,35±0,9a 644±27,22a 167,14±7,05a 1219±117,81a 316,46±30,56a CV 3,25±0,5b 0,51±0,07b 20±2,16b 3,11±0,33b 44±2,65b 11,37±0,62b

1

expresso em mg de equivalentes ao ácido gálico por grama de casca liofilizada

2

expresso em mg de equivalentes ao Trolox por grama de casca liofilizada *BS – valor de amostra liofilizada e desidratada expressa como base seca

**BF – valor de casca liofilizada e desidratada, expressa como base fresca por conversão de rendimento pós-liofilização Resultados apresentados como média ± desvio padrão Letras diferentes na vertical indicam diferença significativa entre os tratamentos no nível de 5%

O valor encontrado, para CR foi de 36 mg de equivalentes ao ácido gálico por grama de casca, enquanto que para as demais este valor foi de 4 mg, em média. Segundo Guimarães et al. (2010), valores encontrados para compostos fenólicos em frutas cítricas, foram de 55,88 (casca toranja); 87,77 (casca limão); 124,63 (casca lima) e 79,75 (casca laranja), expressos em mg de equivalentes ao ácido gálico por grama de extrato. Embora os teores de compostos fenólicos encontrados nas cascas analisadas neste trabalho sejam inferiores aos relatados por Guimarães et al. (2010), cabe destacar que há diferenças nas amostras analisadas (cascas e extratos, respectivamente).

De acordo com González-Molina et al. (2009), valores de compostos fenólicos encontrados para suco de romã foram de 243,89 mg de equivalentes ao ácido gálico 100 mL-

1

, enquanto que, nesse estudo, o valor foi de 9,35 mg g-1 de casca liofilizada. A diferença encontrada pode ser explicada pelo fato de variações ocorridas durante os métodos de extração empregados, solventes utilizados, além de variedade e sazonalidade das amostras

estudadas. Também, os valores foram expressos em BF, o que confere resultados inferiores aos encontrados para BS por González-Molina et al. (2009). Estudos que avaliam a atividade antioxidante, bem como a composição química de frutas podem apresentar discrepâncias de valores, pois esta é influenciada pelos aspectos ambientais, maturação e variedade da fruta, teor de lipídios, uso do solvente e modo de extração empregado (MUNIZ, 2007).

Com relação à atividade antioxidante, os valores encontrados, por meio do método de sequestro de radicais livres DPPH, para CB, CM e CV foram, em média, 20 mg de equivalentes ao Trolox g-1 de casca, não apresentando diferença significativa entre si. A atividade antioxidante encontrada para a CR foi trinta vezes maior do que para as demais cascas (considerando os resultados para base seca). No método ABTS, esta tendência se manteve, pois a CR demonstrou alta atividade antioxidante (1219 mg de equivalentes ao Trolox g-1 CR), diferindo estatisticamente das demais (Tabela 5).

A elevada atividade antioxidante de casca de romã também já foi reportada por Fisher et al. (2011). Segundo esses autores, esta atividade, medida pelos métodos ABTS e FRAP correlacionam-se com o conteúdo de fenólicos totais presentes na amostra, tendência também observada neste trabalho. Ainda verificaram que a atividade antioxidante e o teor de compostos fenólicos totais da casca de romã foram maiores do que as de seu suco, demonstrando que, assim como grande parte dos vegetais consumidos, a fração vegetal de maior bioatividade é descartada durante o consumo.

Além disso, Fisher et al. (2011) identificaram quarenta e oito compostos fenólicos, por HPLC-MS, dentre esses, cinco novos compostos foram reportados pela primeira vez em romã (cianidina–pentose–hexose, ácido valoneico bilactona, ácido carboxílico brevifolina, ácido vanílico 4-glicosídeo e dihidrokaempferol-hexose). Segundo Çam e Hişil (2010), os polifenóis predominantes em casca de romã são taninos hidrolisáveis (262,7 mg g-1 de equivalentes em ácido tânico), dentre os quais, destaca-se a punicalagina, sugerindo que este composto seja o principal composto bioativo presente em romã.

Para fins de comparação, a atividade antioxidante de CR deste trabalho mostrou-se superior à encontrada para a fruta noni (Morinda citrifolia L.), amplamente reconhecida por

suas propriedades antioxidantes, em estudo feito por Yang et al. (2010). Isso demonstra o alto potencial bioativo da casca de romã. Os resultados obtidos para CR também foram

superiores aos encontrados por Neves et al. (2009), com amostras de pólen apícola de Apis mellifera.

Os valores para compostos fenólicos, expressos em mg de equivalentes ao ácido gálico g-1, encontrados por Neves et al. (2009) ficaram entre 7 e 14. Os autores consideraram os valores encontrados nas amostras como maiores ou menores, porém com significância para se considerar alta atividade antioxidante e alto teor de compostos fenólicos, podendo, as amostras, serem consideradas como fonte de substâncias polifenólicas, como flavonoides, com atividade antioxidante, contribuindo para a saúde humana. O estudo das cascas de CB, CM, CR e CV mostra valores, expressos em mg de equivalentes ao ácido gálico por grama de casca liofilizada, entre 3 e 4 (CB, CM e CV) e 36 para CR, para os compostos fenólicos em base seca (BS). Os valores referentes à atividade antioxidante pelo método de sequestro de radicais livres DPPH, expressos em mg de equivalentes ao Trolox por grama de casca liofilizada mostram valores entre 19 e 24 (CB, CM e CV) e 644 para CR, todos em base seca (BS).

Diante dos resultados obtidos nesta etapa de análises, a CR foi selecionada para o enriquecimento de suco pronto em função de seu elevado poder antioxidante. Assim, sua composição bioativa foi melhor investigada pela quantificação do teor de flavonoides totais e vitamina C.

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