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Análise da concentração do carbofurano

4. METODOLOGIA

4.3. Análise da concentração do carbofurano

Para avaliação da remoção de agrotóxicos através do destilador solar proposto, foram coletadas amostras de água do rio Itajaí do Sul – principal curso de água do município de Ituporanga/SC. A escolha deste local foi devido a larga utilização do agrotóxico Furadan, cujo princípio ativo é o carbofurano, nas culturas de cebola e milho da região. A Figura 4.9 indica o ponto de coleta das amostras.

Figura 4.9 – Localização do ponto de coleta. Fonte: IBGE, 2002.

As amostras foram periodicamente coletadas em um frasco com tampa de rosca e vedação para um volume de 1,5 litros. Para este volume de água, adicionou-se 3 µL de carbofurano com uma seringa de vidro, a fim de obter maior concentração de Carbofurano nos experimentos realizados com o destilador solar. Após homogeneização do volume de água com bastão de vidro, foi retirada uma amostra de 100 mL para análise, e o complemento do volume foi inserido na bandeja do destilador solar.

A preservação da amostra foi realizada com adição do ácido cloroacético a 1N até a faixa de pH entre 3,5 e 4,0. Em seguida, a amostra foi transportada em uma caixa de isopor com gelo até o laboratório, onde foi filtrada em membrana de acetato de celulose com diâmetro de 47 mm e porosidade de 0,22 µm.

É recomendável que o sistema de filtração da amostra seja todo de vidro, uma vez que o carbofurano pode ficar armazenado em material plástico. Utiliza-se bomba a vácuo para auxiliar o processo de filtração, como pode ser visto na Figura 4.10.

Ponto de Coleta

Figura 4.10 – Sistema de filtração da amostra.

Do volume de água destilada produzida, retira-se também uma amostra de 100 mL para análise. O procedimento para determinação do carbofurano nestas amostras é o mesmo utilizado para a água bruta.

4.3.2. Extração e purificação

A técnica de extração por fase sólida consiste na passagem da amostra por uma minicoluna (cartucho) constituída por um solvente apropriado para retenção de determinado analito. Além da extração do analito, esta técnica possibilita sua pré- concentração e pré-purificação (SANTOS, 2007).

Para a extração da amostra, inicialmente ativa-se o cartucho de 500 mg de octadecil-C18 com 3 mL de solvente acetonitrila. De acordo com Santos (2007), o C- 18 apresenta baixa polaridade e é largamente empregado para análise de carbofurano.

Em seguida a amostra de 100 mLé percolada pela minicoluna, que por sua vez está conectada ao sistema de extração ‘Manifold’ junto à bomba a vácuo, para proporcionar a passagem da amostra de água pela minicoluna sob pressão e à velocidade constante de 1 mL/min.

Quando o sistema de extração é bem operado, o princípio ativo carbofurano fica retido na minicoluna, e o volume de água que transpassou a minicoluna é descartado. A aplicação de uma pressão muito alta pode fazer com que o carbofurano seja descartado junto com os compostos interferentes e água. O sistema com Manifold utilizado para extração e purificação da amostra é apresentado na Figura 4.11.

Quanto a lavagem da vidraria, utilizou-se uma solução de detergente neutro, seguido de 5 lavagens com água da torneira fornecida pelo abastecimento público, 5 lavagens com água destilada e por último, 5 lavagens com água ultra-pura. Após isso, a vidraria é levada para a estufa, onde permanece por 4 horas a 200ºC, para garantir que a vidraria esteja desprovida de contaminantes de amostras anteriores.

Amostra filtrada

Membrana de acetato de celulose

Figura 4.11 – Sistema (Manifold) para extração e purificação da amostra líquida.

4.3.3. Eluição e concentração

Na etapa de eluição, os compostos de carbofurano são liberados da minicoluna com a passagem de 5 mL do solvente (acetonitrila), cujo efluente é a soma do carbofurano e do solvente orgânico. O volume final do efluente obtido é igual a 5 mL.

Para concentrar ainda mais a amostra, utiliza-se o evaporador rotativo (Figura 4.12). A amostra de 5 mL é despejada em balão volumétrico de fundo redondo, que permanecerá em banho Maria aquecido aproximadamente entre 40 e 50°C, com rotação lenta. Após a evaporação do extrato, adiciona-se 1 mL do solvente acetonitrila, obtendo assim o volume final de 1 mL, ou seja, a amostra é concentrada em 100 vezes. Bomba a vácuo Amostra líquida Estocagem da água minicoluna C-18 Evaporador rotativo

Balão volumétrico com amostra

Os processos de extração, purificação, eluição e concentração da amostra apresentados nos itens anteriores podem ser visualizados na Figura 4.13.

Figura 4.13 – Processos de extração, purificação, eluição e concentração da amostra.

4.3.4. Técnica cromatográfica – CLAE/UV

A cromatografia líquida de alta eficiência com detector ultravioleta (CLAE/UV) é um método para análise de carbamatos. Esta técnica cromatográfica consiste em uma separação físico-química fundamentada na distribuição dos compostos de uma mistura entre duas fases imiscíveis contidas em uma coluna, a fase móvel e a fase estacionária (GICQUEL, 1998).

A moderna cromatografia líquida de alta eficiência utiliza uma pressão muito alta para forçar a passagem do solvente pela coluna contendo partículas finas que proporcionam eficientes separações. As etapas da cromatografia líquida são observadas na Figura 4.14, e descritas a seguir (SANTOS, 2007).

Legenda Matriz Octadecil – C18 Solvente Eluente (solvente) Interferentes Carbofurano Solvente 5mL Amostra de 100 mL

Extração e Purificação Eluição e Concentração

Fase móvel

Loop de injeção

Coluna analítica

Detector ultravioleta Registro dos dados

Fase móvel: A fase móvel é composta por substâncias líquidas (água, metanol e acetonitrila), que podem ser misturadas de forma isocrática, feita com um único solvente, ou por gradiente, variando a proporção dos solventes ao longo da análise. Esta mistura tem a função de eluir a amostra em todo o sistema.

Bomba quaternária: O sistema de bombeamento proporciona o fluxo e o gradiente dos líquidos, permitindo melhor separação das substâncias analisadas.

Loop de injeção: É responsável pela medida exata do volume da amostra a ser analisada, no caso 20 µL. A injeção da amostra no sistema é realizada com uma seringa de vidro de 25 µL, e o excedente vai para o descarte.

Coluna analítica: É nesta etapa que ocorre a separação das substâncias de uma determinada mistura, para posterior detecção para quantificação. A coluna analítica utilizada possui 250 mm de comprimento e 4,6 mm de espessura, sendo preenchida por partículas microporosas com diâmetro de 5 µm.

Detector Ultravioleta: Proporciona a detecção da amostra no comprimento de onda de 203 ηm, uma vez que o carbofurano apresenta maior absorvância e sensibilidade neste comprimento de onda. Para a detecção das análises, foi empregado o detector ultravioleta Hawllet Packard TM, modelo HP1050.

Registro dos dados: Computador responsável pela integração das áreas dos picos cromatográficos, e consequentemente, pela quantificação do resíduo. A separação de uma mistura por cromatografia líquida é caracterizada por um gráfico (cromatograma), onde cada composto é representado por um pico e um tempo de retenção (GICQUEL, 1998).

O esquema de funcionamento do CLAE-UV está esquematizado na Figura 4.15. Bombeamento Medidor de Pressão Injetor Coluna analítica Detector UV Descarte Computador Carbofuran t= 8,3 Acetonitrila Metanol Água

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