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Os indicadores utilizados para análise de conforto visual fazem parte de padrões exigidos pela NBR 8995-1, destacando-se como importantes fatores a serem considerados em avaliações de sistemas de iluminação. A quantidade e distribuição da luz, ofuscamentos e qualidade da luz fizeram parte da comparação entre os sistemas de iluminação avaliados.

3.2.1 Quantidade de luz

Os níveis de iluminância foram utilizados para avaliação da quantidade de luz, medidos em lux, resultantes da razão entre o fluxo luminoso da fonte incidente sobre a área das superfícies.

3.2.1.1 Área de tarefa definida

Para as áreas de tarefa conhecidas, ou seja, considerando o layout, analisou-se os níveis de iluminância em relação a 500 lux. O entorno imediato foi analisado para iluminância média de 300 lux, considerando- se ainda, a faixa marginal de 0,5 m, desprezada na avaliação. A Figura 37 ilustra o método de análise para áreas de tarefa definidas em ambientes de escritório, baseado na NBR 8995-1.

Figura 37. Análise do nível de iluminância para área de tarefa definida

Fonte: Adaptada de NBR 8995-1 (ABNT, 2013) 3.2.1.2 Escritório de planta livre

Visando comparar os sistemas avaliados quanto ao desempenho energético, foi atribuído um único nível de iluminância Ēm = 500 lux no

plano de trabalho, com faixa marginal de 0,50 m, conforme ilustrado na Figura 38. Esse método para cálculo é utilizado para escritórios de plantas livres, mesmo para espaços pequenos, com sua área inteira em planta baixa considerada como plano de trabalho.

Figura 38. Análise do nível de iluminância sem áreas de tarefa definidas

Fonte: Adaptada de NBR 8995-1 (ABNT, 2013) 3.2.2 Distribuição da luz

Para a distribuição da luz foi considerada a uniformidade, correspondente à razão entre o valor mínimo e o valor médio de iluminância encontrados no ambiente, ou seja, Emínima/Emédia.

Para análise da uniformidade do ambiente tendo definidas as áreas de tarefa, foram adotadas as recomendações de uniformidade mínima de 0,7 na área de tarefa e de 0,5 para uniformidade do entorno imediato, conforme a NBR 8995-1 (Figura 39a).

Para o planejamento do ambiente de escritório sem conhecimento das áreas de trabalho, utilizou-se uniformidade de 0,6. Segundo a norma, a experiência mostra que esse valor é suficiente para atingir uniformidade de 0,7 onde houver locais de tarefa (Figura 39b).

Figura 39. Avaliação da distribuição da luz

3.2.3 Ofuscamentos

Os ofuscamentos estão associados às medidas de desconforto causadas pelo excesso de brilho ou de contraste no ângulo de visão das pessoas. Podem velar parte da cena, ou mesmo inabilitar a visão. Além disso, estudos envolvendo maior complexidade buscam obter medidas, ou índices, sobre a probabilidade de ocorrer ofuscamentos capazes de gerar desconforto visual. O Índice de Ofuscamento Unificado (UGR - Unified

Glare Rating) é um desses índices, utilizado pela NBR 8995-1, que prevê

limites UGRL de acordo com as atividades realizadas em ambientes

internos.

3.2.3.1 Luminâncias

A luminância, definida pela razão entre a intensidade luminosa e a área aparente Ap, projetada num ângulo de 90º em relação ao olho do observador. É responsável pela sensação de claridade, ou brilho, produzida por uma superfície (emissora ou refletora).

Conforme o mapa de luminâncias, foram observados os limites de ângulo de corte previstos na NBR 8995-1 para as luminárias.

3.2.3.2 Índice de Ofuscamento Unificado - UGR

O ofuscamento desconfortável, de acordo com a NBR 8995-1, baseia-se na fórmula do Índice de Ofuscamento Unificado da CIE, apresentada na Equação 5, que considera a posição-padrão do observador, não podendo ultrapassar o valor de UGR limite igual a 19 em escritórios (valores apresentados na Tabela 4).

𝑅 = 8. 𝑙 𝑔 , 5𝑏 . ∑ . 𝜔

(5) Onde:

Lb é a iluminância de fundo (cd/m²);

L é a luminância de parte luminosa de cada luminária na direção do olho do observador (cd/m²);

ω é o ângulo sólido da parte luminosa de cada luminária junto ao olho do observador (esferorradiano),

p é o índice de posição Guth de cada luminária, individualmente relacionado ao seu deslocamento a partir da linha de visão.

O UGR foi obtido por meio de dois programas de cálculo, o Photolux e o DIALux Evo 6.1, a uma altura de 1,20 m, que corresponde à altura do observador sentado.

Na primeira etapa de cálculos de UGR, foram utilizadas as imagens HDR, obtidas com fotografias em campo, com a Canon EOS 60D e calculados no Phtolux para três direções distintas em cada estação de trabalho: de frente para o computador, 45º à direita e 45º à esquerda.

Na segunda e terceira etapas, os valores de UGR foram calculados pelo programa DIALux Evo.

A segunda etapa consistiu em comparar os valores das medições em campo com os valores calculados pelo DIALux. Nessa etapa, foram reproduzidos, em modelos de sistemas de iluminação, os dois ambientes luminosos que foram medidos e avaliados na primeira etapa, utilizando fluorescentes T8 e LEDs SUBT8, mantendo-se as mesmas direções e altura para a avaliação. Esta etapa permitiu uma comparação entre os valores obtidos com medições e com o DIALux.

A terceira etapa, também utilizou valores calculados pelo DIALux, entretanto, procurou avaliar os dois sistemas de iluminação desde que os ambientes luminosos gerados pelas fluorescentes e LEDs tivessem o mesmo nível de iluminância no plano de trabalho. Nesse caso, também foi mantida a altura de 1,20 m, entretanto, foi utilizada a malha de pontos de cálculo padrão do programa, com direções padrão, de 15º em 15º, de 0º a 360º.

3.2.4 Qualidade da luz

Para o Índice de Reprodução de Cores (CRI ou Ra); Temperatura de Cor Correlata (CCT) e espectros, foram utilizados os dados fornecidos pelos fabricantes por catálogo e plug-in disponibilizado para instalação no DIALux.

3.3 PROGRAMA DE SIMULAÇÃO E ANÁLISE DOS SISTEMAS