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Análise das grades curriculares de instituições de ensino superior, no que diz respeito ao ensino da língua inglesa

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Serão analisadas três grades curriculares (anexos 1, 2 e 3) de três instituições de ensino superior, onde trabalham os respectivos professores de inglês que foram entrevistados nesta pesquisa (a análise das entrevistas encontra-se no capítulo 3), no intuito de se saber se as mesmas estão de acordo com aquilo que o aluno que ingressa num curso de Letras espera para conseguir uma formação que lhe permita ingressar no mercado de trabalho com confiança e vontade e se estão atuando de acordo com as Diretrizes e Parâmetros Curriculares vistos anteriormente.

As instituições escolhidas foram Uniderp (Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal), em Campo Grande, Umesp (Universidade Metodista de São Paulo) e Uni FMU (Faculdades Metropolitanas Unidas) também em São Paulo.

A escolha por entrevistar professores que trabalham nestas universidades se justifica, primeiro pela facilidade no contato com alguns professores da Uniderp, além de achar interessante trabalhar com uma universidade fora de São Paulo. Em segundo lugar, a UniFMU foi a instituição onde me graduei no curso de Letras e a Metodista é a instituição em que estou realizando minha pesquisa de Mestrado.

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23 Portanto, consideramos relevante incluir lugares e até professores que fizeram parte, de um modo ou de outro, do meu próprio processo formativo.

A primeira grade curricular faz parte do curso de Letras da UNIDERP – Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal, uma universidade situada na cidade de Campo Grande, Mato Grosso do Sul.

Verifica-se que nos três primeiros semestres a carga horária para a disciplina Língua Inglesa é de 4 horas semanais e que a partir do 4° semestre esta carga horária cai para 2 horas semanais. Porém, duas disciplinas foram inclusas na grade (Métodos e Abordagens de Ensino – Língua Inglesa e Desenvolvimento de Compreensão Textual de Língua Inglesa) com mais 2 horas semanais cada uma e que, de alguma forma, parecem contribuir para o aprimoramento da língua. Porém estas duas disciplinas são ministradas totalmente à distância, o que gera novas dúvidas a respeito de saber se estão sendo suficientes ou não para uma boa formação do professor de inglês.

Conforme relato da própria professora entrevistada que se graduou e agora leciona nesta instituição, apesar desta grade ter sofrido algumas alterações desde que ela se formou, a mesma continua não atendendo ás reais necessidades dos alunos em aprender a língua. Ela pensa que teve uma má formação no que diz respeito a esta disciplina, pois os próprios professores eram mal preparados e a carga horária da mesma era insuficiente (e continua sendo). Portanto, foi a complementação nos estudos que lhe deu uma base maior e uma melhor preparação para atuar na carreira docente e por isso ela, agora, também incentiva seus alunos a buscarem uma complementação através de outros cursos que a própria universidade oferece.

A segunda grade analisada foi a da UMESP – Universidade Metodista de São Paulo. Esta grade apresenta dois semestres a menos, do que a grade da instituição anterior, pois não inclui o curso de Bacharelado em Tradução, como faz a UNIDERP. Porém o ensino da língua inglesa parece estar sendo ministrado com mais profundidade, já que, de acordo com a mesma, o idioma está sendo estudado em seus vários aspectos: fundamentos, fonética e fonologia, morfossintaxe, aspectos semânticos, pragmáticos e estilísticos, além da prática do inglês instrumental e dos métodos e práticas orais.

24 E assim, como exigido nas Diretrizes Curriculares, o curso se preocupa com a questão teoria e prática propondo um trabalho articulado para uma melhor formação do futuro docente. De acordo com o docente que atua nesta instituição o ensino da língua inglesa prepara o profissional para atuar no ensino fundamental e médio, porém, não deixa de ressaltar, também, a importância do mesmo complementar seus estudos para uma melhor atuação em sala de aula.

A terceira grade, do curso de Letras da UniFMU, está sendo reformulada e, portanto, foi apresentada uma grade que ainda não é a definitiva. De acordo com a mesma desde o primeiro semestre a disciplina Língua Inglesa já está sendo ministrada em sua base instrumental e com laboratórios de inglês. No final do curso esta instituição também aprofunda mais na disciplina pois, assim como na UMESP, também trabalha outros aspectos da língua como fonética, fonologia e prática oral e pedagógica da língua inglesa.

Em se tratando da minha própria experiência como ex-aluna, graduada nesta instituição em 2003, pude perceber, através desta pesquisa, que não houve muitas alterações na grade curricular da mesma, entre a minha formação e hoje. Lembro da minha frustração com a carga horária de poucas aulas semanais e, na minha avaliação, o ensino era fraco e ministrado por professores mal preparados, com pouca fluência, que baseavam suas aulas somente na gramática, no vocabulário, na repetição, tornando as aulas monótonas, deixando os alunos dispersivos e pouco interessados na disciplina Língua Inglesa que, ao meu ver, deveria ser considerada uma das mais importantes dentro da grade, pois estes alunos desmotivados serão os futuros professores de inglês, também desinteressados e pouco engajados em trazer uma relação de ensino-aprendizagem de uma segunda língua que realmente mostre a importância da mesma, tanto dentro de sua atividade profissional como em todas as situações do seu dia a dia.

Pode-se perceber, então, que as três universidades não apresentam muitas diferenças com relação às suas grades e que o inglês ainda continua sendo ministrado de uma maneira pouco motivadora e mais mecânica, fora de um contexto real, com atividades de repetição e de gramática que não melhoram e não permitem o avanço dos alunos dentro desta disciplina.

25 Portanto é importante que as universidades dêem mais valor ao ensino da língua inglesa, principalmente dentro dos cursos de formação de professores, motivando mais os alunos, trazendo a disciplina para a realidade dos mesmos no intuito de torná-la algo mais interessante e instigador e para que, nas escolas, estes professores possam atuar com mais vontade, apesar de terem, muitas vezes, que seguir uma grade que, também, não os permitem ir muito além.

O próximo capítulo traz um referencial sobre os métodos e abordagens de ensino da Língua Inglesa. Pelo que se pôde perceber e pelo próprio relato dos professores entrevistados, as três grades aqui apresentadas possuem disciplinas que tratam desta questão, seja durante as aulas de prática ou nas próprias aulas de inglês, mas de um modo um pouco superficial. Apenas a grade da Uniderp tem uma disciplina que está diretamente relacionada a este assunto.

Eu, particularmente, tive um conhecimento parcial destes métodos e abordagens durante a minha graduação e pós-graduação. E, portanto, o capítulo 2 se faz importante para ampliar este conhecimento e para que se possa, posteriormente, fazer uma análise sobre se os mesmos ainda estão sendo utilizados pelos professores de inglês e se o estudo deles é importante ou não para a formação destes docentes.

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