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MATERIAL E MÉTODOS

5.3. RESULTADOS IMUNO-HISTOQUÍMICOS

5.3.1 Análise da densidade linfática intratumoral e peritumoral

A avaliação dos espécimes imunomarcados com o anticorpo anti-D2-40 revelou imunoexpressão deste antígeno em todos os casos. Os vasos linfáticos foram intensamente imunomarcados e facilmente dinstinguíveis dos vasos sanguíneos (Figura 7).Os vasos intra e peritumorais mostraram em sua maioria, uma arquitetura fina e lúmen indistinto (Figuras 8 e 9, respectivamente). Foi observada também, imunomarcação citoplasmática/membranar nas células paranquimatosas. O padrão de expressão predominante foi intensa imunomarcação na

periferia das ilhas tumorais em relação ao centro, que em geral apresentou imunomarcação fraca (Figura 7). A densidade linfática intratumoral exibiu valores que variaram de 0,00 a 28,70 (mediana: 7,17) e a densidade linfática peritumoral variou de 1,89 a 30,05 (mediana: 6,50).

A análise da densidade linfática intratumoral demonstrou, para os carcinomas sem metástase regional, valores que variaram de 0,27 a 27,35 (mediana: 8,39). Nos tumores com metástase linfonodal, constataram-se densidades linfáticas que variaram de 0,00 a 28,70 (mediana: 6,50). Na região peritumoral, os carcinomas sem metástase regional revelaram densidades linfáticas que variaram de 2,70 a 30,05 (mediana: 7,31) e os carcinomas com metástase linfonodal, densidades que variaram de 1,98 a 19,76 (mediana: 5,41). O teste não- paramétrico de Mann-Whitney revelou ausência de diferença estatisticamente significativa entre os grupos em relação às densidades linfáticas intra (p = 0,218) e peritumoral (p = 0,077) (Tabela 6).

Tabela 6. Tamanho da amostra, mediana, quartis 25 e 75, média dos postos, estatística U e significância estatística (p) para a densidade linfática nas regiões intratumoral e peritumoral, em relação à metástase linfonodal regional. Natal, RN – 2012.

Região Metástase n Media

na Q25-Q75 Média dos postos Soma dos postos U p Intratumoral Ausente 25 8,39 5,81-11,23 28,04 701,00 249,00 0,218 Presente 25 6,50 1,89-11,51 22,96 574,00 Peritumoral Ausente 25 7,31 5,27-10,28 29,14 728,50 221,50 0,077 Presente 25 5,41 3,79-7,85 21,86 546,50

Fonte: Programa de Pós-Graduação em Patologia Oral/ UFRN.

Em relação ao estadiamento clínico TNM, a avaliação da densidade linfática intratumoral revelou, para os carcinomas nos estágios I e II, valores que variaram de 0,27 a 27,35 (mediana: 8,12). Nos estágios III e IV, os carcinomas revelaram densidades linfáticas intratumorais que variaram de 0,00 a 28,70 (mediana: 6,77). Na região peritumoral, os tumores nos estágios I e II revelaram densidades linfáticas que variaram de 3,24 a 24,64 (mediana: 7,27) e os carcinomas nos estágios III e IV, densidades que variaram de 1,89 a 30,05 (mediana: 6,35). O teste não-paramétrico de Mann-Whitney revelou ausência de

diferença estatisticamente significativa entre os grupos em relação às densidades linfáticas intra (p = 0,584) e peritumoral (p = 0,190) (Tabela 7).

Tabela 7. Tamanho da amostra, mediana, quartis 25 e 75, média dos postos, estatística U e significância estatística (p) para a densidade linfática nas regiões intratumoral e peritumoral, em relação ao estadiamento clínico TNM. Natal, RN – 2012.

Região Estadiamento n Mediana Q25-Q75

Média dos postos Soma dos postos U p

Intratumoral Estágio I/II 22 8,12 5,47-11,16 26,77 589,00 280,00 0,584 Estágio

III/IV

28 6,77 2,29-11,85 24,50 686,00

Peritumoral Estágio I/II 22 7,17 4,87-10,28 28,55 628,00 241,00 0,190 Estágio

III/IV

28 6,35 3,79-8,72 23,11 647,00

Fonte: Programa de Pós-Graduação em Patologia Oral/ UFRN.

A avaliação da densidade linfática intratumoral demonstrou, para os casos sem recidiva, valores que variaram de 0,00 a 28,70 (mediana: 7,44). Nos casos com recidiva, foram constatadas densidades linfáticas que variaram de 0,00 a 22,74 (mediana: 6,49). Na região peritumoral, os casos sem recidiva revelaram densidades linfáticas que variaram de 1,89 a 30,05 (mediana: 6,63) e os casos com recidiva, densidades que variaram de 1,62 a 12,73 (mediana: 6,62). O teste não-paramétrico de Mann-Whitney revelou ausência de diferença estatisticamente significativa entre os grupos em relação às densidades linfáticas intra (p = 0,649) e peritumoral (p = 0,699) (Tabela 8).

Tabela 8. Tamanho da amostra, mediana, quartis 25 e 75, média dos postos, estatística U e significância estatística (p) para a densidade linfática nas regiões intratumoral e peritumoral, em relação à recidiva. Natal, RN – 2012.

Região Recidiva n Mediana Q25-Q75

Média dos postos Soma dos postos U p Intratumoral Ausente 38 7,44 4,73-10,89 26,03 989,00 208,00 0,649 Presente 12 6,49 2,43-12,38 23,83 286,00 Peritumoral Ausente 38 6,63 3,79-10,35 25,95 986,00 211,00 0,699 Presente 12 6,62 4,12-8,24 24,08 289,00

Fonte: Programa de Pós-Graduação em Patologia Oral/ UFRN.

Em relação ao desfecho, a análise da densidade linfática intratumoral revelou, para os casos com remissão, valores que variaram de 0,00 a 27,35 (mediana: 6,50). Nos casos com óbito do paciente, os carcinomas revelaram densidades linfáticas que variaram de 1,98 a 28,70 (mediana: 9,21). Na região peritumoral, os casos com remissão revelaram densidades linfáticas que variaram de 2,16 a 30,05 (mediana: 6,76) e os casos com óbito do paciente, densidades linfáticas que variaram de 1,89 a 19,76 (mediana: 6,49). O teste não-paramétrico de Mann-Whitney revelou ausência de diferença estatisticamente significativa entre os grupos em relação às densidades linfáticas intra (p = 0,147) e peritumoral (p = 0,740) (Tabela 9).

Tabela 9. Tamanho da amostra, mediana, quartis 25 e 75, média dos postos, estatística U e significância estatística (p) para a densidade linfática nas regiões intratumoral e peritumoral, em relação ao desfecho. Natal, RN – 2012.

Região Desfecho n Mediana Q25-Q75

Média dos postos Soma dos postos U p Intratumoral Remissão 37 6,50 4,33-10,15 23,73 878,00 175,00 0,147 Óbito 13 9,21 4,06-19,36 30,54 397,00 Peritumoral Remissão 37 6,76 3,79-10,14 25,91 958,50 225,50 0,740 Óbito 13 6,49 4,46-8,25 24,35 316,50

Fonte: Programa de Pós-Graduação em Patologia Oral/ UFRN.

Levando-se em consideração a gradação histológica de malignidade (BRYNE et al., 1992), os tumores de baixo grau apresentaram densidades linfáticas intratumorais que variaram de 0,00 a 27,35 (mediana: 6,50). Nos tumores de alto grau, foram constatadas densidades linfáticas intratumorais que variaram de 0,00 a 28,70 (mediana: 8,66). Na região peritumoral, os tumores de baixo grau revelaram densidades linfáticas que variaram de 1,89 a 30,05 (mediana: 7,31) e os tumores de alto grau, densidades linfáticas que variaram de 2,16 a 19,76 (mediana: 5,41). O teste não-paramétrico de Mann-Whitney revelou ausência de diferença estatisticamente significativa entre os grupos em relação às densidades linfáticas intra (p = 0,461) e peritumoral (p = 0,292) (Tabela 10).

Tabela 10. Tamanho da amostra, mediana, quartis 25 e 75, média dos postos, estatística U e significância estatística (p) para a densidade linfática nas regiões intratumoral e peritumoral, em relação à gradação histológica de malignidade (BRYNE et al., 1992). Natal, RN – 2012.

Região Gradação n Mediana Q25-Q75

Média dos postos Soma dos postos U p

Intratumoral Baixo grau 29 6,50 4,46-9,61 24,21 702,00 267,00 0,461 Alto grau 21 8,66 3,65-14,08 27,29 573,00

Peritumoral Baixo grau 29 7,31 3,92-10,14 27,34 793,00 251,00 0,292 Alto grau 21 5,41 3,79-8,25 22,95 482,00

Fonte: Programa de Pós-Graduação em Patologia Oral/ UFRN.

Em relação à gradação histológica de malignidade proposta pela OMS (CARDESA et al., 2005), a análise da densidade linfática intratumoral revelou valores que variaram de 0,00 a 18,41 (mediana: 6,77) nos tumores bem diferenciados e de 0,00 a 27,35 (mediana: 8,12) nos tumores moderadamente diferenciados. Nos tumores pobremente diferenciados, foram constatadas densidades linfáticas que variaram de 0,00 a 28,70 (mediana: 8,12). Na região peritumoral, os tumores bem diferenciados revelaram densidades linfáticas que variaram de 2,70 a 30,05 (mediana: 6,77) e os tumores moderadamente diferenciados, densidades linfáticas que variaram de 1,89 a 24,64 (mediana: 6,76). Por sua vez, nos tumores pobremente diferenciados, foram evidenciadas densidades linfáticas que variaram de 2,97 a 19,76 (mediana: 5,14). O teste não-paramétrico de Kruskal-Wallis revelou ausência de diferença estatisticamente significativa entre os grupos em relação às densidades linfáticas intra (p = 0,794) e peritumoral (p = 0,623) (Tabela 11).

Tabela 11. Tamanho da amostra, mediana, quartis 25 e 75, média dos postos, estatística KW e significância estatística (p) para a densidade linfática nas regiões intratumoral e peritumoral, em relação à gradação histológica de malignidade proposta pela OMS (CARDESA et al., 2005). Natal, RN – 2012.

Região Gradação n Mediana Q25-Q75 Média dos postos KW p

Intratumoral BD 18 6,77 4,66-9,27 23,64 0,461 0,794 MD 24 8,12 4,87-11,30 26,48 PD 8 8,12 2,29-23,82 26,75 Peritumoral BD 18 6,77 3,79-8,52 24,98 0,945 0,623 MD 24 6,76 5,20-10,49 27,25 PD 8 5,14 3,79-8,72 21,63

Legenda: BD – Bem diferenciado; MD – Moderadamente diferenciado; PD – Pobremente diferenciado Fonte: Programa de Pós-Graduação em Patologia Oral/ UFRN.

Quanto à invasão dos vasos linfáticos intratumorais por células neoplásicas (Figura 10), casos positivos para este achado apresentaram densidades linfáticas intratumorais que variaram de 5,69 a 27,35 (mediana: 6,77). Nos tumores sem invasão dos vasos linfáticos, foram observadas densidades linfáticas que variaram de 0,00 a 28,70 (mediana: 13,53). Na região peritumoral, os casos positivos para invasão dos vasos linfáticos revelaram densidades linfáticas que variaram de 2,70 a 24,64 (mediana: 10,01) e os tumores sem invasão linfática, densidades linfáticas que variaram de 1,89 a 30,05 (mediana: 6,49). O teste não-paramétrico de Mann-Whitney revelou ausência de diferença estatisticamente significativa entre os grupos em relação às densidades linfáticas intra (p = 0,147) e peritumoral (p = 0,073) (Tabela 12).

Tabela 12. Tamanho da amostra, mediana, quartis 25 e 75, média dos postos, estatística U e significância estatística (p) para a densidade linfática nas regiões intratumoral e peritumoral, em relação à invasão linfática. Natal, RN – 2012.

Região Invasão n Mediana Q25-Q75

Média dos postos Soma dos postos U p Intratumoral Ausente 46 6,77 3,99-10,89 24,62 1132,50 51,50 0,147 Presente 4 13,53 6,43-25,11 35,63 142,50 Peritumoral Ausente 41 6,49 3,79-8,66 23,77 974,50 113,50 0,073 Presente 9 10,01 5,95-16,64 33,39 300,50

Fonte: Programa de Pós-Graduação em Patologia Oral/ UFRN.

Foram analisadas, ainda, possíveis correlações entre as densidades linfáticas intra e peritumoral, levando-se em consideração todos os 50 casos de carcinomas epidermóides de lábio inferior incluídos na presente pesquisa. O teste de correlação de Spearman (r) demonstrou existir uma fraca correlação positiva, estatisticamente significativa, entre as densidades linfáticas intra e peritumoral (r = 0,405; p = 0,004). Além disso, a comparação das densidades linfáticas nas regiões peri e intratumoral, por meio do teste não-paramétrico de Mann-Whitney, revelou ausência de diferença estatisticamente significativa (p = 0,600).