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ANÁLISE DA DIMENSÃO SOCIAL DO DESENVOLVIMENTO

SUSTENTÁVEL NO BRASIL

A análise do trabalho começa na questão social, com o objetivo de evidenciar a evolução da taxa de fecundidade total e esperança de vida ao nascer no brasil entre os anos de 2005 a 2015.

Em relação ao desenvolvimento sustentável é interessante analisar nos dados se houve um aumento ou redução da esperança de vida, pois se houver um aumento, consequentemente, houve uma melhora nas condições de vida da população e maior acesso a saúde por parte da mesma. Por outro lado, se houver um declínio na esperança de vida ao nascer, significa que a qualidade e acesso à saúde pública de qualidade não estão surtindo efeito.

Em relação taxa de fecundidade, é possível verificar que ela vem diminuindo gradativamente, visto que no ano de 2005 o valor da taxa era de 2,39 de filhos e, em 2015, esse valor chegou a 1,87 de filhos, o que demonstra uma queda de 0,52 de filhos da taxa de fecundidade no Brasil.

Tabela 1 – Evolução da taxa de fecundidade total e esperança de vida ao nascer no Brasil

Ano Taxa de fecundidade

(número de filhos)

Esperança de vida ao nascer (anos)

Homens Mulheres 2005 2,39 68,3 75,9 2006 2,32 68,7 76,3 2007 2,26 69,1 76,6 2008 2,2 69,5 77 2009 2,14 69,8 77,3 2010 2,09 70,2 77,6 2011 2,04 70,6 77,9 2012 1,99 70,9 78,2 2013 1,95 71,2 78,5 2014 1,91 71,6 78,8 2015 1,87 71,9 79,1

Fonte: Adaptado de IBGE (2017).

Os dados da tabela 1 mostram que tanto para homens quanto para mulheres a esperança de vida cresceu entre os anos de 2005 e 2015, atingindo um crescimento de 3,6 anos entre os homens e de 3,2 anos entre as mulheres. Este fato pode indicar que o acesso aos serviços em saúde vem crescendo no Brasil nos últimos anos. De fato, a existência de um sistema público de saúde, bem como a expansão do sistema de saúde suplementar, permite com que a população possa realizar viver melhor e mais.

Ao mesmo tempo, vale ressaltar que a diferença de expectativa de vida ao nascer entre homens e mulheres também diminuiu, sendo que, em 2005, a diferença era de 7,6 anos e, em 2015, essa diferença caiu para 7,2 anos. Segundo Cominetti (2017), do Laboratório de Biologia do Envelhecimento da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), as mulheres tendem a viver mais que os homens por agredirem menos seus corpos, isso significa dizer que os homens tendem a consumir mais alimentos não benéficos para a saúde, como grandes quantidades de álcool, cigarro e alimentos gordurosos. Além disto, as mulheres vão com mais frequência ao médico e realizam os exames indicados.

Vale destacar que a taxa de fecundidade, junto com a taxa de migração, são indicadores de extrema importância para a dinâmica geográfica, visto que a partir destes indicadores é possível se fazer uma projeção do crescimento da população e das cidades e, assim, planejar novas políticas que contribuam para a melhora na qualidade de vida da população. Os motivos que levam a um decréscimo na taxa de fecundidade podem ser tanto da redução da mortalidade infantil, melhoria no nível educacional, ampliação do uso dos métodos contraceptivos, maior participação da mulher na força de trabalho e instabilidade no emprego (IBGE, 2015).

Observa-se a partir dos dados organizados na Tabela 2 a taxa de domicílios particulares permanentes adequados para moradia no Brasil, sendo analisados os anos de 2005 até 2015. O indicador leva em consideração moradias que comportam até dois moradores por dormitório, coleta de lixo direta ou indireta por serviço de limpeza, abastecimento de água por rede geral e sistema de esgoto sanitário por rede coletora ou fossa séptica (IBGE, 2015).

Tabela 2 – Domicílios particulares permanentes adequados para moradia no Brasil (%)

Ano Domicílios particulares permanentes adequados para moradia (%)

2005 52,4 2006 53,8 2007 56,5 2008 56,9 2009 56,8 2011 60,9 2012 61,7 2013 61,0 2014 62,1 2015 72,9

Fonte: Adaptado de IBGE (2017).

Pode-se afirmar que houve um crescimento na taxa de domicílios particulares permanentes adequados para moradia, esse crescimento é demonstrado no valor de 20,5 pontos percentuais se comparado o ano de 2005 e 2015. O aumento nesta taxa é significativo e de grande importância para o desenvolvimento sustentável, pois um imóvel adequado e com acesso aos

serviços básicos de infraestrutura traz um acrescimento no nível de qualidade de vida do indivíduo.

A tabela 3 apresenta dados relevantes ao desenvolvimento sustentável em todo Brasil. São dados relacionados às internações hospitalares por doenças relacionadas ao saneamento ambiental inadequado, por 100.000 habitantes. Os dados são referentes aos anos de 2005 até 2015 e divulgados pelo Ministério da Saúde (2017).

Tabela 3 - Internações hospitalares por doenças relacionadas ao saneamento ambiental inadequado, por 100.000 habitantes (Unidades por cem mil habitantes)

Ano Internações hospitalares por doenças relacionadas ao saneamento ambiental inadequado

2005 325,5 2006 328,1 2007 284,6 2008 309,2 2009 270,5 2010 309,1 2011 244,6 2012 215,9 2013 202,6 2014 182,3 2015 166,6

Fonte: Adaptado de IBGE (2017).

Observa-se que, de 2010 até 2015, o número de internações vem diminuindo gradativamente. Alcançando em 2015 a marca de 166,6 internados em cada cem mil habitantes. Em valores nominais, a queda foi de 158,9 pessoas a menos internadas em consequência da inequação do saneamento básico, o que significa 48,8% a menos de pessoas com doenças relacionadas ao saneamento ambiental precário.

A queda desta taxa pode indicar o resultado favorável das políticas públicas relacionadas à melhora no saneamento básico, elemento fundamental para o bem-estar da população e redução da pobreza. Ademais, a queda no número de internações pode também estar associada à melhoria da qualidade de vida da população e ao maior acesso a serviços de saneamento.

Tendo em vista os dados estatísticos analisados, no que se refere à dimensão social, pode-se concluir que houve uma evolução no cenário brasileiro, uma vez que a maioria dos indicadores obteve um crescimento favorável para o desenvolvimento sustentável.

5.2 ANÁLISE DA DIMENSÃO ECONÔMICA DO DESENVOLVIMENTO

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