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Parte II: O contributo das atividades práticas para a aprendizagem significativa

2.4. Apresentação e discussão dos resultados

2.4.6. Análise da operacionalização das atividades C

A terceira atividade prática sobre ímanes e clipes foi realizada a 3 de abril de 2013 com os mesmos alunos que realizaram as duas primeiras atividades práticas. Os alunos foram organizados nos mesmos cinco grupos que realizaram a atividade prática B – molas, no passado ano letivo. No entanto, dois grupos ficaram apenas com quatro elementos, pois os restantes alunos faltaram, e um grupo com seis elementos, visto que uma aluna chegou mais tarde à aula.

No início da aula, durante a contextualização da atividade, os alunos recordaram as atividades práticas realizadas no ano letivo anterior. Quando questionados sobre o que tinham aprendido com a aula sobre os ímanes, a maioria lembrou que tinham tentado magnetizar diversos objetos, mas que apenas conseguiram magnetizar os objetos metálicos. Também recordaram que a atividade prática B não tinha corrido da melhor forma, pois não conseguiram que as bússolas apontassem para o Norte, pois as agulhas magnetizadas atraíram-se mutuamente. Seguidamente, voltei a questioná-los se ainda recordava qual a propriedade que permite aos ímanes atrair objetos metálicos, pergunta à qual responderam corretamente: o magnetismo.

Posteriormente, a cada elemento dos cinco grupos foi distribuído um guião para registarem as suas conceções prévias, tendo por base as atividades práticas realizadas no ano letivo anterior, tal como todos os passos e procedimentos a realizar, e o material necessário para a experimentação. A experimentação da atividade (Figura 26) foi realizada pelos alunos que conseguiram obter um resultado positivo, apesar de algumas dificuldades iniciais, nomeadamente na compreensão de como deveriam colocar os clipes nos ímanes. Os ímanes utilizados condicionaram a atividade, uma vez que eram bastante parecidos. Inicialmente seriam utilizados ímanes em barra, com maior força de atração, mas devido à falta de material disponível, optou-se pelo uso de ímanes circulares, muito semelhantes aos ímanes utilizados na atividade A de magnetização de objetos metálicos. Deste modo, a maioria dos grupos conseguiu uma ligeira diferença entre o número de clipes atraídos por cada um dos ímanes, existindo apenas um grupo que conseguiu que ambos os ímanes atraíssem o mesmo número de clipes.

66 Figura 26. Resultados obtidos por um grupo para o íman retangular e o íman circular.

Na atividade prática C, sobre molas e berlindes, realizada no dia 24 de abril de 2013, os alunos voltaram a trabalhar em grupo. Foram constituídos cinco grupos, no entanto, um dos grupos ficou com quatro elementos e o grupo de seis elementos foi reorganizado, tendo um aluno integrado outro grupo, de modo a não haver disparidade no número de elementos nos grupos.

No início da aula, durante a contextualização da atividade, os alunos abordaram os procedimentos realizados na primeira atividade com molas, realizada no ano letivo anterior, como por exemplo medir o comprimento de cada mola. De seguida, colocaram um peso em cada uma das molas e voltaram a medi-las, de modo a verificar qual a mola que “esticou” (termo utilizado pelos alunos) mais e menos. Concluíram que a propriedade que permite a extensão ou compressão das molas é a elasticidade.

No que diz respeito à realização da atividade C, de modo a que os alunos pudessem realizar as previsões, foi entregue a cada grupo um saco com as duas molas para que pudessem manipulá-las. A planificação da atividade foi novamente realizada em grande grupo, com discussão dos procedimentos a adotar e a identificação dos materiais necessários. A experimentação (Figura 27) foi realizada no campo de futebol da escola, uma vez que era necessário um espaço amplo, de modo a que fosse possível impulsionar os berlindes sem encontrarem obstáculos, e que permitisse igualmente a medição da distância percorrida pelos mesmos.

Figura 27. Realização da experimentação da atividade C - Molas.

Antes da experimentação, tal como aconteceu na experiência com os ímanes, foi exemplificado como os alunos deveriam realizar a atividade de acordo com o procedimento definido em grande grupo. Os alunos foram autónomos na realização das atividades, no registo dos resultados obtidos e na resposta à questão-problema. O vento influenciou os resultados, principalmente os da mola B, com exceção do grupo A que realizou a experimentação mais tarde, durante um período de acalmia do vento.

No final da experimentação, após os grupos terem chegado a um consenso sobre a conclusão da atividade realizada, os resultados de todos os grupos foram

67 escritos no quadro pela docente, de modo a que pudessem comparar e alcançar uma conclusão geral sobre a atividade. Nesta fase, os alunos identificaram que a mola B era a mais resistente e que, devido ao facto de não terem tido força suficiente para a comprimir na totalidade, esta não deu grande impulso ao berlinde. Em contraste, indicaram que a mola A era menos resistente, o que facilitou a sua deformação, dando o maior impulso ao berlinde. No final, os alunos voltaram a referir que era graças à elasticidade das molas que era possível comprimi-las ou estendê-las e, regra geral, voltavam à sua forma inicial.

Em ambas as atividades práticas, o meu papel enquanto professora foi de motivar os alunos para a aprendizagem e facilitar o processo de construção de conhecimentos para que os alunos fossem mais além do que lhes era solicitado, de modo a envolverem-se por completo na atividade a realizar.

A organização dos grupos e reorganização da disposição das mesas de trabalho na sala de aula facilitaram o trabalho desenvolvido, permitindo maior e melhor acompanhamento dos grupos na fase na descrição da verificação dos seus conhecimentos prévios, da descrição dos procedimentos e no registo dos resultados.

Nestas duas últimas atividades, os alunos não tiveram de planificar uma nova atividade, uma vez que o objetivo foi compreender se os conteúdos explorados anteriormente a partir da realização de atividades práticas foram incorporados no seu corpo de conhecimentos e se eram passiveis de mobilização para uma outra atividade (C), relacionando as primeiras conclusões, obtidas nas primeiras atividades práticas, com os resultados agora obtidas.

2.4.7. Apresentação e análise dos dados obtidos nas atividades C

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