Análise da Pesquisa Bibliográfica sobre os Programas Nacionais de EF no

Os programas de EF do 1.º Ciclo, foram construídos através da definição de competências e com a referência específica dos resultados esperados, por cada aluno.

Apresentam-se definidos de uma forma objetiva, através de uma prática pedagogicamente orientada, com a identificação das diferentes habilidades, que os alunos têm de aprender e as condições de realização: percursos, concursos, sequências (Direção Geral do Ensino Básico, 1993).

Segundo Moreira (2000) e Direção Geral do Ensino Básico (1993), os programas de EF são apresentados como instrumentos de trabalho, encontrando-se com as seguintes características: aberto, prescritivo, progressivo.

É definido como aberto porque determina o padrão geral de competências que os alunos devem adquirir em cada bloco, no final de ano ou ciclo e ao mesmo tempo propor situações que estão para além do programa sobre características próprias do contexto educativo. Também é considerado prescritivo, porque explicita os efeitos desejáveis para os alunos em cada ano e no conjunto de anos deste ciclo através de uma prática pedagógica devidamente orientada pelo professor. E progressivo uma vez que está estruturado por diferentes níveis de dificuldade, progredindo do mais simples para o mais complexo conforme as características gerais de cada escalão etário. Para além destas características, os programas também estão construídos por um ritmo de programa “lento” possibilitando a todas as crianças o seu próprio ritmo de aprendizagem. Finalmente é igualmente definido como flexível permitindo ao professor selecionar os objetivos mais adequados às necessidades e possibilidades dos alunos no ano de escolaridade que estiver a lecionar.

Os programas do 1.º Ciclo, prescreve as Aprendizagens Essenciais (2018), encontrando-se estruturados em oito blocos programáticos, com os seguintes objetivos gerais:

1) Elevação do funcional das capacidades condicionais e coordenativas (como é o caso da resistência geral, velocidade de reação simples e complexa, flexibilidade, agilidade, ritmo, entre outros…);

2) Fomentar a cooperação dos alunos no desenvolvimento dos diferentes jogos e exercícios;

3) Impulsionar a participação dos alunos aperfeiçoando as suas habilidades nos diferentes tipos de atividades.

Os blocos programáticos que compõem o currículo de EF abarcam um conjunto de características próprias, distintas e complementares entre si, promovendo a fim da sua prática educativa as habilidades motoras fundamentais para o desenvolvimento multilateral do aluno (Direção Geral do Ensino Básico, 1993).

Bloco 1- Perícias e Manipulações: inclui um conjunto de ações motoras básicas que exigem o domínio de aparelhos portáteis e/ou manipuláveis (exemplo: cordas, bolas arcos, raquetes, executando ações como pontapear, cabecear, lançar, driblar, etc.). Este bloco é desenvolvido através de concursos individuais a pares e/ou estafetas contribuindo decisivamente para aprendizagens que têm de ser adquiridas no Bloco dos Jogos do 3.º e 4.º ano.

Bloco 2- Deslocamentos e Equilíbrios: está relacionado com as ações motoras básicas que envolvem o domínio do próprio corpo seja no solo ou com a utilização de aparelhos (trepar, saltar sobre obstáculos, rolar, equilíbrio na trave, balanços nas barras, etc.).

Este bloco é realizado através de diferentes formas de organização como concursos individuais, ou percursos que integrem várias habilidades. O domínio destas habilidades permite e prepara os alunos para aprendizagem específicas dos blocos Ginástica e Patinagem do 3.º e 4.º ano.

Bloco 3- Ginástica: surge no 3.º ano e estende-se até ao 4.º ano e tem como objetivo visar o aperfeiçoamento e combinação das habilidades já introduzidas no bloco do 1.º e 2.º ano (deslocamentos e equilíbrios), através de esquemas gímnicos básicos, no solo (cambalhotas, pinos, rodas, etc.) e/ ou na utilização de aparelhos (salto de eixo, salto de barreira no plinto, rolamento e suspensões na barra, etc.), executando em percursos diversificados.

Bloco 4- Jogos Pré-desportivos: refere-se à participação de jogos infantis que permite aquisição de competências básicas e fundamentais para o desenvolvimento de ações técnico-táticas essenciais para servir de ponto para a prática dos JDC, e das outras matérias do currículo. Alguns exemplos são: “Bola ao Capitão”, “Jogo do Mata”, “Bitoque Raguebi”, etc.

Este bloco está organizado de uma forma de progressão coerente e flexível do 1.º ano 4.º ano.

Bloco 5- Patinagem: tem como objetivo levar a criança a patinar em segurança obrigando a uma adaptação ao nível das atitudes e controlo da postura, a necessidade de existir um equilíbrio dinâmico e estático e coordenação global e fluidez nos movimentos.

Através da realização dos conteúdos presentes neste bloco, a criança aprende os requisitos fundamentais como deslizar, travar e curvar. Este bloco é considerado como área alternativa tal com os seguintes blocos que serão apresentados de seguida.

Bloco 6- Atividades Rítmicas Expressivas (Dança): é uma área que é salientada na perspetiva de interdisciplinaridade no qual pode ser articulada como Área de Expressão Dramática e Musical. Neste bloco combina-se habilidades motoras, deslocamentos e movimentos não locomotores desenvolvendo a orientação espacial e temporal com estruturas rítmicas e melodias de composições musicais.

Bloco 7- Percursos na Natureza: promove experiências dedicadas aos objetivos da Educação Ambiental, integrando diferentes habilidades motoras como trepar, correr, saltar e também adquirir uma aprendizagem referente às características do terreno e os sinais de orientação. Este tipo de atividades despertada nas crianças, o sentido de descoberta e curiosidade no espaço em que se encontram.

Bloco 8- Natação: Este bloco é o que se encontra mais se encontra condicionado face aos outros uma vez que a maioria das escolas não apresenta condições para a sua prática.

Este bloco não consta no quadro de composição curricular tendo sido considerado como vantajoso introduzi-lo no Programa para apoiar as escolas em que os professores eventualmente possuam condições e utilizem as piscinas. A natação pretende trabalhar de momento o nível Introdução da Natação, utilizando situações de exercício ou jogos através de objetos que flutuam ou que ficam submersos.

Assim, defini que o meu tema de seminário: Coerência e Efetividade da EF no 1.º Ciclo no AEPM, com o objetivo de melhorar o Projeto de Coadjuvação integrando um conjunto de aprendizagens que fossem comuns entre todos os professores de EF que lecionam 3.º e 4.º ano no AEPM, bem como incluir outras aprendizagens que eu considerasse prioritárias.

Com este objetivo pretendia que no final estas aprendizagens, fossem aceites e comuns aos respetivos professores de EF do 1.º Ciclo do agrupamento.

4.2. 2.ª Etapa

Para a 2.ª Etapa, os meus principais objetivos estavam centrados em caracterizar a amostra do estudo, construir os guiões das entrevistas dos professores do 1.º e 2.º Ciclo de EF e efetuar as mesmas.