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Análise da qualidade da água superficial e subterrânea

Para a análise da qualidade hídrica foram definidos e georreferenciados (GPS Garmin 72) em campo, 7 pontos de amostragem em seções de rios e nos poços tubulares que abastecem a cidade de Santa Luzia do Pará, levando-se em consideração os usos diversos e a influência dos núcleos habitacionais (Tabela II).







Tabela II - Identificação dos pontos de coleta de água na bacia do Caeté.

Pontos de Coleta Água Superficial Município

P-01 Rio Caeté - Nascentes Principais Bonito P-02 Rio Caeté - Arraial do Caeté Ourém

P-03 Rio Caeté – Tentugal Santa Luzia do Pará P-05 Rio Curizinho – Sede Municipal Santa Luzia do Pará P-06 Rio Chumucuí - Ponto de Captação da COSANPA Bragança

P-07 Rio Cereja – Sede Municipal Bragança

Água Subterrânea

P-04 Poços Tubulares – Ponto de Captação da COSANPA Santa Luzia do Pará Elaboração: Gorayeb (2008)

No decorrer da pesquisa foram realizadas sete coletas de água, no período de fevereiro de 2006 a fevereiro de 2007, com freqüência bimestral. As campanhas contemplaram o período chuvoso (primeiro semestre) e seco (segundo semestre) da região nordeste do Pará.

Para fins de organização, foram utilizadas planilhas de campo e listagem de materiais conferidos no campo e no laboratório (Apêndices 6 e 7). Os procedimentos de preparação e preservação das amostras obedeceram às normas da ABNT (1987), conforme a Tabela III.

Tabela III - Preservação das amostras e prazo para as análises de acordo com a ABNT (1987).

Parâmetro Preservação Prazo Procedimentos

realizados

Cor aparente Refrigerar a 4°C 48h Análise < 48 h Turbidez Refrigerar e manter ao abrigo

da luz

24 h Análise < 24 h DBO Refrigerar a 4°C 7 dias Análise < 6 dias Ferro dissolvido Refrigerar a 4°C 180 dias Análise < 30 dias Coliformes termotolerantes Refrigerar a 4°C 24 h Análise < 24 h Clorofila-a Congelar a - 26°C o mais breve

possível Análise < 90 dias

Amônia livre1 - - -

Nitrato Refrigerar a 4°C 48h Análise < 48 h Nitrito Refrigerar a 4°C 74h Análise < 74 h Fosfato Refrigerar a 4°C 24h Análise < 24 h

OD Ambiente natural Imediato Análise in situ

pH Refrigerar a 4°C 6 h Análise < 5 h

1 Parâmetro não contemplado pela norma da ABNT (1987).

Fonte: ABNT (1987)



Para cada amostra foram analisados os parâmetros físicos, químicos e microbiológicos, cujas metodologias são apresentadas na Tabela IV. As análises foram realizadas no Laboratório de Controle de Resíduos e no Laboratório de Oceanografia Costeira e Estuarina da UFPA.



Tabela IV - Parâmetros analisados e respectivas metodologias analíticas referenciadas.

Parâmetro Metodologia Materiais Referência

Clorofila-a Espectrofotométrico Espectrofotômetro

Strickland e Parsons (1972) Físicos Cor aparente (mg Pt/L) Colorimétrico Colorímetro Hach DR/890 Turbidez (UNT) Turbidimétrico Turbidímetro Hach 2100P

Químicos Demanda bioquímica de oxigênio – DBO (mgO2/L) Incubação (20oC, 5 dias) Incubadora de DBO, modelo LICIT. Amônia livre (mg/L) Espectrofotometria Absorção Molecular – Nesslerização direta

APHA; AWWA; WEF (1998)

Nitrato (mg/L) Nitrito (mg/L)

Reação de Griess Fosfato (mg/L) Redução com ácido ascórbico

Espectrofotômetro,

HACH 2010 Strickland e Parsons (1972)

pH Phamétrico Labmeter Model PH2 pHmetro PHS - 3B, Medição analítica Oxigênio dissolvido

– OD (mg/L) Analítica Multianalisador Em campo Redução com Orto-

fenantrolina1 Espectrofotômetro HACH 2010 APHA; AWWA; WEF

(1998) Ferro dissolvido

(mg/L)

Analítica2 Hardness & Iron HI 93741 Hanna

Instruments Medição analítica

Microbiológicos

Método Colilert1

Substrato definido meio mínimo onpg

– mug, composto por dois ou mais

substratos específicos para detecção via enzimática Coliformes Termotolerantes (NMP/100mL)

Tubos múltiplos – Meio A12 Meios de cultura Autoclave

Estufa

APHA; AWWA; WEF (1998)

1 Análises realizadas nas amostras de FEV/2006, ABR/2006, JUN/2006, AGO/2006 e OUT/2006 no Laboratório

de Controle de Resíduos da UFPA./ 2 Análises realizadas nas amostras de DEZ/2006 e FEV/2007 no Laboratório

de Oceanografia Costeira e Estuarina da UFPA – Campus de Bragança. Elaboração: Gorayeb (2008)

Na inexistência de enquadramento dos corpos hídricos superficiais do estado do Pará, os padrões de referência utilizados foram os estabelecidos pela Resolução CONAMA n. 357 de 17 de março de 2005 (CONAMA, 2005) para as águas doces de Classe 2 (Tabela V), as quais destinam-se: a) ao abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional;

b) à proteção das comunidades aquáticas; c) à recreação de contato primário, natação, esqui- aquático e mergulho; d) à irrigação de hortaliças, plantas frutíferas, parques, jardins, campos de esporte e lazer, com os quais o público possa vir a ter contato direto e e) à aqüicultura e à atividade de pesca. Assim, conforme o CONAMA (2005), as águas destinadas ao abastecimento humano têm que ser submetidas ao tratamento convencional antes de serem consumidas. Esse tratamento supõe quatro operações distintas: floculação, decantação, filtração e desinfecção.

Tabela V: Parâmetros físicos, químicos, microbiológicos e elementos-traço para as águas de Classe 2, de acordo com o CONAMA (2005). Parâmetro Unidade VMP(¹) Clorofila-a µg/L 10 Turbidez UNT ” 100 Cor aparente mg Pt/L ” 75 pH - 6,0 a 9,0 OD mg/L O2 •5,0 DBO mg/L O2 ” 5,0

Teor de coliformes termotolerantes NMP(²)/100mL ” 1000

Nitrato mg/L ” 10,0

Nitrito mg/L ” 1,0

Ferro dissolvido mg/L ” 0,3 Amônia livre mg/L 3,7mg/L para pH

< 7,5 (¹) VMP: valor máximo permitido/(²) NMP: Número mais provável Fonte: CONAMA (2005)



A Resolução CONAMA (2005) não estabelece valor máximo e mínimo para o fosfato. Porém, utilizou-se tal indicador com o intuito de complementar as análises da qualidade da água superficial.

Foram utilizados os critérios estabelecidos pela Portaria n. 518 (BRASIL, 2004) para a análise da qualidade da água subterrânea de Santa Luzia do Pará, por estabelecer o padrão de potabilidade da água para o consumo humano (Tabela VI).

Considera-se que a Portaria MS n. 518 é aplicável para a análise da água consumida na sede de Santa Luzia do Pará, uma vez que o município não dispõe de Estação de Tratamento, ou seja, a água bruta captada é canalizada e segue diretamente para as residências, sem qualquer tratamento prévio.

O ponto de amostragem P-06, rio Chumucuí, também foi analisado conforme os parâmetros estabelecidos pela Portaria n. 518 (BRASIL, 2004), haja vista servir como fonte de captação de água do município de Bragança.

Tabela VI - Padrão de potabilidade para os parâmetros físicos, químicos, microbiológicos e elementos-traço, de acordo com Brasil (2004).

Parâmetro Unidade VMP(¹)

Turbidez UNT ” 5

Cor aparente mg Pt/L ” 15

pH - 6,0 a 9,5

Teor de coliformes termotolerantes NMP(²)/100mL Ausência em 100mL

Nitrato mg/L ” 10,0

Nitrito mg/L ” 1,0

Ferro Dissolvido mg/L ” 0,3

N-Amoniacal mg/L ” 1,5

(¹) VMP: valor máximo permitido/(²) NMP: Número mais provável Fonte: BRASIL (2004)

A variável fosfato não possui padrão estabelecido pela Portaria MS n. 518, porém é utilizada no decorrer do trabalho para complementar as análises da qualidade da água.