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3 METODOLOGIA

3.3 Análise dos dados

No estágio 1 da pesquisa, os comentários referentes a Uber foram coletados na Play Store do Google e transferidos de forma integral para uma planilha. Depois, foram

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relidos minuciosamente afim de serem identificadas as características apontadas no Quadro 1. A técnica utilizada foi de análise do conteúdo categorial, em os dados são agrupados em categorias primárias de acordo com o seu conteúdo e posteriormente em uma segunda categoria, mais homogênea, chamadas também de categorias finais (MORAES, 1999). Um exemplo dessa etapa está disposto abaixo:

Quadro 2: Comentário coletado da Play Store e replicado de forma integral em planilha.

Comentário coletado nº 63 – Nota atribuída pelo usuário: 5

O aplicativo "UBER" uniu a agilidade com preço mais justo possível, além de formular um trajeto mais preciso no sentido do passageiro chegar mais rapidamente ao seu destino. No entanto, ainda, em alguns horários, o preço continua muito alto.

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)

Quadro 3: Verificação do comentário e identificação de características.

Comentário após análise Característica identificada (1) Característica identificada (2) O aplicativo "UBER" uniu a agilidade (1)

com preço mais justo possível (2), além de formular um trajeto mais preciso no

sentido do passageiro chegar mais rapidamente ao seu destino (1). No entanto, ainda, em alguns horários, o preço

continua muito alto

Estratégias orientadas pelos princípios de rapidez; acesso

fácil, rápido (BOTSMAN, 2015); rapidez (BOTSMAN;

ROGERS, 2010)

Economias ou ganhos monetários (REISCH; THOGERSEN, 2015); Preços

mais baixos (MENDES; CEROY, 2015)

Fonte: Elaborado pelo autor (2018).

Na próxima fase a análise da pesquisa se deu de forma a permitir identificar as características em forma de bloco temáticos para facilitar a visualização. Para isso, foi utilizada a classificação de Souza e Lemos (2016), pelas características já estarem separadas em áreas temáticas. A partir dessas áreas e considerando as características apresentadas pelos demais autores no Quadro 1, apresentado anteriormente, foi construído o Quadro 4, que agrupa tais características nas áreas temáticas de Souza e Lemos (2016).

Quadro 4: Classificação das características por área temática.

AUTORES CARACTERÍSTICAS

1. DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO

Anderson (2006) Diminuição de custos; estoques virtuais; oferta infinita; em alguns casos até gratuidade. Botsman (2015) Eliminação de intermediários.

Botsman e Rogers (2010)

Fomenta a circulação e o reaproveitamento de bens; aumenta a eficiência no uso; diminui os desperdícios; assimila o excedente produtivo e de consumo; é uma economia

de custos.

Cheng (2015) Capacidade de integração das pessoas que não conseguem oportunidades no mercado de trabalho, como ofertantes de bens.

Dubois, Schor e

Carfagna (2014) Descentraliza e flexibiliza a economia.

Erving (2014)

Perda de direitos e benefícios trabalhistas e previdenciários; impossibilidade de crescimento vertical na empresa; relação distante com a empresa; trabalhos temporários

subordinados a empresas de tecnologia; exploração do trabalho.

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Gansky (2010) Baixo custo.

Hamari, Sjöklint e

Ukkonen (2015) Benefícios econômicos.

Martin (2015)

Nova oportunidade de mercado; nova forma de consumir; novo tipo de economia; criação de oportunidades econômicas e comerciais; fortalecimento de microempresas; monetização da capacidade ociosa; descentralização e liberalismo de mercado; proteção

a mercados desregulamentados. Matzler, Veider e

Kathan (2015) Redução de custos; venda da utilização do produto, não o produto em si. Mendes e Ceroy

(2015)

Baixos custos envolvidos; preços mais baixos; aproveitamento de bens para voltarem a circulação; favorecimento da competitividade.

Reisch e Thogersen

(2015) Economias ou ganhos monetários.

Schor (2014) Diminuição de custos.

Silveira e Santos

(2016) Crescimento econômico.

2. ACESSO A BENS E SERVIÇOS

Anderson (2006) Estoques virtuais; oferta infinita.

Botsman (2015) Eliminação de intermediários; estratégias orientadas pelos princípios de rapidez, humanidade nas decisões; acesso fácil, rápido e seguro.

Botsman e Rogers (2010)

Fomenta a circulação e o reaproveitamento de bens; aumenta a eficiência no uso; diminui os desperdícios; assimila o excedente produtivo e de consumo; rapidez;

segurança; conveniência.

Gansky (2010) Entrega do serviço/produto com rapidez, segurança, comodidade e baixo custo; foco em bens físicos compartilháveis; ofertas.

Martin (2015) Criação de oportunidades econômicas e comerciais; fortalecimento de microempresas; monetização da capacidade ociosa; utilização de plataformas 2P2.

Matzler, Veider e

Kathan (2015) Redução de custos; conveniência; venda da utilização do produto, não o produto em si. Mendes e Ceroy

(2015)

Baixos custos envolvidos; preços mais baixos; utilização de plataformas digitais práticas; aproveitamento de bens para voltarem a circulação.

Reisch e Thogersen (2015)

Transformação de um bem de mercado em bem de consumo e serviço; a posse é transformada em experiência; algo concreto e objetivo torna-se sentimentos subjetivos

ou ganhos de uma vivência. Tapscott e Williams

(2007) Facilidade de interação e acesso do público; quadro de funcionários não convencional. 3. SUSTENTABILIDADE

Anderson (2006) Estoques virtuais; em alguns casos até gratuidade.

Botsman e Rogers (2010)

Fomenta a circulação e o reaproveitamento de bens; aumenta a eficiência no uso; diminui os desperdícios; assimila o excedente produtivo e de consumo; necessidade de

massa crítica, capacidade ociosa ou confiança em estranhos; social, ambiental e conscientemente sustentável.

Hamari, Sjöklint e

Ukkonen (2015) Gera sustentabilidade.

Matzler, Veider e Kathan (2015) Sustentabilidade Mendes e Ceroy (2015) Sustentabilidade. Reisch e Thogersen (2015)

Ecologicamente sustentável; apelo tecnológico; transformação de um bem de mercado em bem de consumo e serviço; a posse é transformada em experiência; algo concreto e

objetivo torna-se sentimentos subjetivos ou ganhos de uma vivência. Silveira e Santos

(2016)

Crescimento econômico atrelada a sustentabilidade ambiental e o desenvolvimento social.

4. USO RACIONAL DOS RECURSOS

Anderson (2006) Sistema de recomendações; customização e em alguns casos até gratuidade. Botsman (2015) Eliminação de intermediários; comunicação direta entre fornecedor-cliente; estratégias

orientadas pelos princípios da humanidade nas decisões, veracidade e transparência; (Continua)

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(Conclusão) Botsman e Rogers

(2010)

Diminui os desperdícios; assimila o excedente produtivo e de consumo; necessidade de massa crítica, capacidade ociosa ou confiança em estranhos; experiência desenvolvida

com pessoas; é uma economia de custos.

Cheng (2015)

Capacidade de integração das pessoas que não conseguem oportunidades no mercado de trabalho, como ofertantes de bens; pagamento de taxas nas transações; sistema de confiança do usuário com avaliação; divulgação de informações de usuários e prestador

de serviços; utilização de plataforma online responsável pelas transações financeiras.

Gansky (2010)

Informação como componente essencial; experiência compartilhada dentro de uma comunidade, mercado ou cadeia de valor; foco em bens físicos compartilháveis; ofertas,

notícias e recomendações são transmitidas em grande parte através do boca a boca. Hamari, Sjöklint e

Ukkonen (2015) Gera divertimento e reputação.

Martin (2015) Utilização de plataformas 2P2; consumo baseado na confiança e no acesso. Matzler, Veider e

Kathan (2015) Canal que auxilia o consumidor. Mendes e Ceroy

(2015)

Baixos custos envolvidos; preços mais baixos; utilização de plataformas digitais práticas; aproveitamento de bens para voltarem a circulação; favorecimento da

competitividade.

Reisch e Thogersen (2015)

Economias ou ganhos monetários; experiências para o consumidor; transformação de um bem de mercado em bem de consumo e serviço; a posse é transformada em experiência; algo concreto e objetivo torna-se sentimentos subjetivos ou ganhos de uma

vivência.

Schor (2014) Rápida troca de informações.

Tapscott e Williams

(2007) Facilidade de interação e acesso do público. 5. USO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

Anderson (2006) Avanço tecnológico; diminuição de custos; estoques virtuais. Botsman (2015) Utilização de meios digitais.

Cheng (2015) Utilização de plataforma online responsável pelas transações financeiras. Erving (2014) Trabalhos temporários subordinados a empresas de tecnologia. Gansky (2010) Tecnologia; utilização da web para obter informações sobre produtos.

Martin (2015) Inovação disruptiva, digital. Mendes e Ceroy

(2015) Utilização de plataformas digitais práticas. Reisch e Thogersen

(2015) Apelo tecnológico.

Schor (2014) Utilização de redes sociais.

Fonte: Elaborado pelo autor (2018).

Combinando os comentários coletados, depois de passados pela tratativa inicial da identificação das características (Quadro 3), com as áreas temáticas apresentadas no Quadro 4, se consegue ter uma visão macro das principais particularidades a serem exploradas, afunilando e especializando, dessa forma a presente análise. Esse processo está demonstrado no Quadro 5:

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Quadro 5: Área temática do comentário.

Comentário após tratativa Característica

identificada (1) Característica identificada (2)

O aplicativo "UBER" uniu a agilidade (1) com preço mais justo possível (2), além de formular um trajeto mais preciso no sentido

do passageiro chegar mais rapidamente ao seu destino (1). No entanto, ainda, em alguns

horários, o preço continua muito alto

Estratégias orientadas pelos princípios de rapidez; acesso fácil, rápido (BOTSMAN,

2015); rapidez (BOTSMAN E ROGERS,

2010)

Economias ou ganhos monetários (REISCH E THOGERSEN, 2015);

Preços mais baixos (MENDES E CEROY, 2015)

Área temática Acesso a bens e serviços Desenvolvimento econômico

Fonte: Elaborado pelo autor (2018).

Com base na nessa associação buscou-se identificar os blocos temáticos para os comentários analisados, com o objetivo de perseguir o problema proposto: Quais as características do modelo de negócios de economia compartilhada presentes nas avaliações dos consumidores do Uber?

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