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A análise de conteúdo foi método utilizado para analisar os dados obtidos. Esse termo é definido por Bardin (2011) como:

Um conjunto de técnicas de análise das comunicações visando a obter, por procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens, indicadores (quantitativos ou não) que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/recepção (variáveis inferidas) destas mensagens (BARDIN, 2011, P. 47).

Moraes (1999) define análise de conteúdo como uma metodologia de descrição e interpretação do conteúdo de textos e documentos. Ainda segundo o autor, essa análise

permite interpretar mensagens de uma maneira mais profunda do que uma simples leitura. Ainda reforça que essa análise trata de uma interpretação pessoal do pesquisador seguindo suas impressões dos dados, seguindo cinco etapas: preparação das informações, unitarização, categorização, descrição e interpretação.

Campos (2004) define o método como um conjunto de técnicas de pesquisa com o objetivo da busca do sentido de um documento. Assim, a análise dos dados coletados nesta pesquisa segue as três etapas propostas por Bardin (2011), sendo:

 Fase de pré-análise do material: Um primeiro contato com os documentos que serão submetidos à análise, a escolha deles, a formulação das hipóteses e objetivos, a elaboração dos indicadores. Realizada através de leituras dos documentos coletados e das entrevistas transcritas.

 Fase de exploração do material: realizada através da codificação, classificação e categorização dos dados;

 Fase de tratamento dos dados (inferência e interpretação): realizada através da busca do significado real dos discursos levando em conta principalmente os marcos teóricos pertinentes à investigação.

Com base em Bardin (2011), a análise categorial foi especificamente escolhida, o que significa que sua operação é "atividade do discurso em unidades, categorias e reagrupamentos em conjuntos de significados semelhantes".

Para esse estudo serão trabalhadas 7 categorias extraídas das normas analisadas nessa pesquisa.

A maioria dos procedimentos de análise qualitativa organiza-se em torno de categorias, que pode ser considerada uma forma geral de conceito. Na análise de conteúdo, as categorias são rubricas ou classes que reúnem um grupo de elementos em razão de características comuns, permitindo-se reunir maior número de informações à custa de uma esquematização e, assim, relacionar classes de fenômenos para ordená-los (BARDIN, 2011).

Para Bardin (2011), categorização é uma operação de classificação de elementos constitutivos de um conjunto, por diferenciação e, seguidamente, por reagrupamento segundo o gênero (analogia), com os critérios previamente definidos.

Carlomagno e Rocha (2016) explicam que é preciso existir regras claras sobre os limites e definição de cada categoria, assim, as categorias devem ser mutuamente exclusivas. De uma maneira mais específica, o que está em uma categoria, não pode estar em outra. Essas devem ser homogêneas, não ter características diferentes entre si no mesmo grupo. Importante que as categorias esgotem o conteúdo possível, não sobrando conteúdos que não se encaixem

em alguma categoria e que a classificação seja objetiva, possibilitando a replicação do estudo. Para a formulação de categorias, os autores explicam que existem 5 regras que são explicadas a seguir. A regra 1 trata de inclusão e exclusão nas categorias, as regras deverão ser formais, claras, objetivas e escritas descrevendo a inclusão ou exclusão dos conteúdos às categorias criadas. Os limites de cada categoria devem estar evidentes e formais. A regra 2 estabelece que as categorias precisam ser exclusivas, não podendo ser trabalhadas simultaneamente. Em nenhuma condição o conteúdo trabalhado em uma categoria poderá ser trabalhado em outra. Essa regra não pode ser quebrada, pois essa ação levaria à falta de confiabilidade. Pela regra 3, as categorias não podem ser muito amplas e devem ser homogêneas. Na regra 2 as categorias precisam ser exclusivas e na 3 homogêneas. Ser homogênea implica no sentido delas não ficarem tão amplas ao ponto de abrangerem assuntos diferentes numa mesma categoria. Para a regra 4, as categorias devem contemplar todos conteúdos possíveis e a categoria “outro” precisa ser residual. Isso significa que após saturar os assuntos em categorias, o residual será destinado a “outro”. A última regra é 5, por meio dela se busca objetividade com confiabilidade. Nessa regra não se permite achismo, estando muito próxima das demais regras. Se algum elemento pode ser classificado em outras categorias pode-se concluir que as categorias não foram definidas de forma correta.

Com base nessas regras, as informações obtidas pela literatura estudada, pelos relatos das entrevistas, foram categorizadas e agrupadas em temáticas investigadas. As categorias extraídas são as seguintes: 1) contexto da organização, 2) Liderança, 3) Planejamento, 4)

Apoio, 5) Operação, 6) Avaliação de Desempenho e 7) Melhoria.

Cada categoria desta pesquisa é constituída de requisitos específicos demonstrados no Quadro 8. Essas categorias seguem os requisitos estabelecidos pela NBR ISO 9001:2015.

Quadro 8: Categorias.

Ordem Categoria Requisitos compreendidos

01 Contexto da organização

 Necessidades e expectativas das partes interessadas da organização;

 Escopo do sistema de gestão;  Interação de processos. 02 Liderança  Política da qualidade;

 Papéis, autoridades e responsabilidades. 03 Planejamento  Objetivos da organização; e

04 Apoio

 Monitoramento e Medição para implementação e manutenção do SGQ;  Conscientização;  Conhecimento organizacional;  Competência e habilidades;  Meios de comunicação;  Informações documentadas. 05 Operação  Planejamento operacional;

 Requisitos relativos a produtos e serviços;  Mudanças nos requisitos;

 Controle de processo e desenvolvimento;  Saídas de projetos e desenvolvimento;  Mudanças de projeto e desenvolvimento.

06 Avaliação de desempenho  Monitoramento, medição, análise e avaliação de seus processos;  Auditorias.

07 Melhoria  Melhoria contínua Fonte: Elaboração própria, 2019.

Portanto os dados obtidos são apresentados na próxima seção, em forma de categorias, e analisados à luz das teorias que discorrem sobre a temática desse estudo. Essa forma de apresentação foi utilizada como uma possibilidade de situar a pesquisa realizada dentro da produção de conhecimento na área. Embora se limite a um grupo de 05 funcionários, analisado em sua singularidade, a pesquisa desenvolvida nessa dissertação procurou relações entre o caso estudado com a realidade mais ampla, apresentando potenciais para a compreensão da percepção dos entrevistados.

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