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Unidas (ONU), pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os quais definem, em relação aos países em desenvolvimento, o ponto de corte em sessenta anos para classificar um indivíduo como pertencente ao grupo de terceira idade. De caráter não-probabilístico (MALHOTRA, 2006), a escolha dos participantes através desta técnica obteve resultados rapidamente, além de não ter implicado em alto custo financeiro.

Para ter certeza de que os indivíduos possuíam as características indispensáveis para participar das sessões dos grupos focais e das entrevistas em profundidade, os potenciais participantes responderam, verbalmente, às questões que filtraram os respondentes da pesquisa. De caráter eliminatório, estas questões tiveram o objetivo de verificar, efetivamente, se o participante pertence ao grupo de terceira idade, se reside em Porto Alegre e se é consumidor de lojas do varejo supermercadista. O passo seguinte à coleta de dados foi a análise dos mesmos, apresentada no item 5.6.

5.6 ANÁLISE DE DADOS

A análise de conteúdo, técnica utilizada para consolidar este estudo, se adapta a uma ampla diversidade de materiais, da mesma forma que permite abordar os mais variados objetos de investigação, como atitudes, valores, representações, ideologias e mentalidades (FLICK, 2009). Com o respaldo de Flick (2009) e Silverman (2009), para a análise de conteúdo foram obedecidas as seguintes fases: documentação e transcrição, pré-análise, codificação e categorização, e interpretação e elaboração do relatório de resultados. Sendo assim, apresentam-se, a seguir, as etapas do estudo no que se refere à análise de dados.

O processo de documentação dos dados deste estudo compreendeu três etapas: gravação, edição e construção de uma “nova” realidade do texto produzido. Para os dados das entrevistas em profundidade e dos grupos focais, foi essencial no processo de edição a gravação sonora e audiovisual com equipamentos de alta resolução. No entanto, mesmo que a pesquisadora tenha tomado notas adicionais durante as coletas, uma vez que as entrevistas em profundidade e os grupos focais foram gravados com o emprego de meios digitais, foi necessária a transcrição de todo o material. Nesse contexto, todas as entrevistas em profundidade bem como os grupos focais foram transcritos de forma integral, gerando o

corpus da análise, isto é, o conjunto de dados obtido através da pesquisa e que pode ser lido, descrito e interpretado (RICHARDSON, 1999). Considerada a sua importância, a próxima etapa foi a pré-análise do material transcrito.

De acordo com Bardin (1977), a pré-análise corresponde à etapa da organização propriamente dita. Assim, para que o sentido do corpus fosse amplamente captado, após a transcrição do material foi realizada uma leitura flutuante. Deste modo, as entrevistas em profundidade e os grupos focais foram lidos de uma forma livre promovendo um melhor conhecimento do texto por parte da pesquisadora. Após a pré-análise o discurso foi analisado detalhadamente, a fim de codificar e categorizar o conteúdo das entrevistas em profundidade e dos grupos focais.

Bardin (1977) explica que o processo de codificação é trabalhoso e enfatiza a importância de uma leitura cuidadosa e aprofundada, a fim de isolar os termos significativos na medida em que são reconhecidos. Nesse contexto, foi necessário ler e reler inúmeras vezes os textos transcritos, a fim de a pesquisadora familiarizar-se com os mesmos até o limite do possível.

Após a codificação, foi feita a distribuição do conteúdo nas categorias referentes ao fenômeno estudado. Esta etapa da pesquisa contou com categorias que respondem aos objetivos principal e específicos desta dissertação. A sequência do tratamento dos dados envolveu a sua interpretação e inferência em todo o discurso. De acordo com Flick (2009), a interpretação dos dados é a essência da pesquisa qualitativa, o qual é apresentado em forma de resultados no capítulo 6.

6 RESULTADOS

Este estudo concentrou-se em dois campos teóricos: ICC, com enfoque no contexto varejista e no segmento de consumidores de terceira idade; e Ambiente de Loja, onde especificamente foram abordados os fatores de design presentes no varejo supermercadista. No intuito de compreender o ponto de vista de profissionais cuja atuação promove o desenvolvimento do varejo, julgou-se adequado obter dados junto a três profissionais especialistas em projetos arquitetônicos de lojas do varejo supermercadista e a um professor e consultor com atuação no varejo. Esta primeira fase de coleta de dados forneceu subsídios para a realização de três grupos focais e de cinco entrevistas em profundidade com consumidores de terceira idade cuja interação com outros consumidores no contexto varejista, influenciada por fatores de design do ambiente de loja do varejo supermercadista, corresponde ao objetivo principal desta dissertação.

As entrevistas em profundidade realizadas com os três profissionais especialistas em projetos arquitetônicos de lojas do varejo supermercadista e com o professor e consultor com atuação no varejo, bem como os três grupos focais e as cinco entrevistas em profundidade realizadas com os consumidores de terceira idade encontram-se neste capítulo, em forma de resultados.

A fim de sintetizar os dados interpretados para uma melhor visualização do leitor, foram construídos quadros-resumo ao final de cada bloco, os quais compreendem:

Como o os consumidores de terceira idade interagem com outros consumidores na loja do varejo supermercadista;

Os fatores de design do ambiente de loja do varejo supermercadista relevantes para o consumidor de terceira idade;

 As situações em que ocorre a interação entre os consumidores de terceira idade com outros consumidores na loja do varejo supermercadista;

 Os papeis assumidos pelos consumidores na loja do varejo supermercadista. Na seção 6.1 são caracterizados os respondentes da pesquisa e, na sequência, são apresentadas as suas percepções em relação ao tema de pesquisa.