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A pesquisa buscou, por intermédio do questionário, compreender a satisfação dos discentes a respeito do uso da biblioteca Joseph Mesel – IFPE campus Recife e dos serviços por ela oferecidos. Após a demonstração e interpretação dos gráficos referentes às perguntas do questionário, será possível aqui, melhor elucidar o retorno dos discentes diante os questionamentos levantados e possibilitar apontamentos de desempenho da biblioteca.

Viu-se que a maioria dos respondentes da pesquisa faz parte do universo de alunos dos cursos integrados, com 54,1%. Por conseguinte, dos que mais frequentam a biblioteca, na opção de 3 ou mais vezes na semana com 73 respondentes, foi visto que a maioria com 35, é também de alunos do curso integrado. Assim, confirma-se que os cursos integrados conduzem os discentes a frequentarem a biblioteca e se pode deduzir ainda que a pesquisa escolar é que promove essa frequência. Desta forma, a biblioteca demonstra sua função como um espaço escolar que contribui em atividades complementares à sala de aula, e esta percepção pode ocorrer de igual maneira nas bibliotecas de outros campuses que também ofereçam os cursos integrados.

Com relação à estrutura física da biblioteca, 71,7% afirmou ser satisfatória. Porém, é preciso perceber que, com a expansão e criação de novos cursos, consequentemente irá impactar em uma maior quantidade de alunos chegando à instituição, e, por conseguinte, à biblioteca. Provavelmente, será necessário ampliar futuramente seu espaço físico ou talvez obter um prédio próprio que possa abrigar e oferecer mais serviços, comportando assim também uma maior quantidade de usuários e de acervo. Desta maneira, pode-se apropriar a 5ª lei de Ranganathan que diz que: “a biblioteca é um organismo em constante crescimento”, já comentada anteriormente.

Já 69,3% disse que o atendimento da biblioteca também é satisfatório. É sabido que o comum e mais indicado é que a recepção, ou balcão de atendimento, seja o primeiro contato que o usuário tenha assim que adentra a biblioteca e onde também se realiza empréstimos e devoluções; onde se pode tirar dúvidas mais gerais sobre o funcionamento da biblioteca. Mesmo assim, em busca de melhoria contínua para o atendimento, ter quase ¼ avaliando que apenas parcialmente é positivo, levar a buscar reflexões para identificar o que falta para que o atendimento possa vir a ser ainda mais positivo. Uma alternativa é incluir a disponibilidade de um bibliotecário no salão da biblioteca no setor de referência. Sabe-se da dificuldade de ter profissionais bibliotecários suficientes para suprir um atendimento, por vezes, diferenciado e individualizado a depender da necessidade do usuário. Questões corriqueiras podem ser

facilmente solucionadas por atendentes no balcão, porém, uma pesquisa mais especializada requer respostas com um cunho mais investigativo bibliograficamente, necessitando assim, de um atendimento especial.

Como 76,9% dos que responderam ao questionário não costumam pesquisar no sistema de automação a obra desejada, pode-se inferir que:

1. É preciso divulgar a autonomia de se pesquisar no sistema de automação, a lembrar que quase 2% não responderam porque podem nem saber do que se trata;

2. Que o sistema de automação atual não é satisfatório e/ou usual;

3. Por não se pesquisar no sistema, várias obras podem acabar não sendo emprestadas por falta de conhecimento de sua existência;

4. Os alunos preferem ir às estantes e caminhar olhando os títulos.

Estas podem ser as possibilidades de uso, que demonstram a necessidade de que treinamentos possam ser realizados a cada semestre por um profissional bibliotecário, para que os novos alunos tenham conhecimento da ferramenta de busca que se dispõe e de como utilizá- la. É necessário saber dos alunos, após um uso efetivo, acerca da satisfação na recuperação das pesquisas realizadas. Os treinamentos para os discentes em bases de pesquisa também devem ser um dos ofícios na rotina das bibliotecas, a exemplo de bases de periódicos (como o Portal de Periódicos da CAPES); de tese e dissertações (BDTD); etc. Porém, para isso ocorrer com efetividade, torna-se a comentar a necessidade de que exista uma robusta equipe para oferecer o serviço, organizando a biblioteca em setores onde um profissional consiga ficar à frente deste serviço no chamado setor de Referência, senão, as atividades até podem iniciar mas, porém, não haverá uma continuidade, deixando que o serviço seja eventual e não necessário, privando que outros alunos e docentes não participem de um processo que deveria ser contínuo.

42,0% afirmou que não encontram facilmente o que necessitam no acervo, justamente pelo fato de deixarem de procurar o número de chamada no sistema de automação, desconhecendo assim, o conteúdo que o acervo pode oferecer e onde provavelmente, alguns títulos podem ficar adormecidos por anos, sem consulta ou empréstimo, ou, ainda, por alguma lacuna na apresentação e organização do acervo disposto no ambiente da biblioteca. Já que a biblioteca busca ser uma extensão da sala de aula num ambiente educacional, é importante que os professores possam se integrar ao corpo de bibliotecários e assim buscar conhecer melhor o que se tem à disposição no acervo para oferecer e difundir o conhecimento, por meio das obras, aos alunos. Professores podem também serem replicadores na divulgação do OPAC14 do

14 “A automação de uma biblioteca implica na oferta de todos os produtos e serviços por meio eletrônico. Além da página do administrador, existe a interface utilizada pelo usuário, a qual é conhecida, comumente, como OPAC”.

sistema de automação da biblioteca, para oferecer autonomia em suas pesquisas, praticando também o letramento informacional.

66,5% respondeu que nunca buscou auxílio com algum bibliotecário. É sabido que somente alunos de graduação costumam buscar orientações para trabalhos de conclusão de curso. Apesar de que, todo trabalho, incluindo os da educação básica, deveria estar bem organizado de acordo com as normas de documentação, como a de referência (NBR 6023), de trabalhos acadêmicos (NBR 14.724), de citações (NBR 10.520). Os bibliotecários costumam prestar assistência na utilização de normas a discentes que estão prestes a submeter os trabalhos de conclusão, e, geralmente, esse ofício é realizado pelo bibliotecário de referência quando há um setor de referência específico. 99,1% disse que nunca ter solicitado auxílio para orientação de normas para TCC na biblioteca.

Pode-se fortalecer a comunicação e relação de alunos com bibliotecários por meio de apresentações semestrais da equipe da biblioteca ou apenas dos próprios bibliotecários às novas turmas, informando o que o setor pode oferecer e divulgando assim os serviços e atividades disponibilizadas, explicitando regras de uso e oportunizando uma proximidade nestas boas-

vindas, propiciando interação não apenas com a biblioteca, mas também com a instituição. 80,2% dizem estar satisfeitos com o horário regular de funcionamento da biblioteca, que é de 7:30 às 21h. É um horário que contempla os três turnos cotidianos, permitindo acesso frequente a alunos de quaisquer cursos. O maior percentual, com 37,7%, diz estarem insatisfeitos com o uso dos equipamentos eletrônicos de informática disponíveis na biblioteca. Somando o percentual de insatisfeitos com os parcialmente satisfeitos, entende-se que em geral os usuários não se agradam quanto ao uso destes equipamentos eletrônicos. Na Biblioteca Joseph Mesel existem apenas dois computadores com acesso à internet e que ainda assim, são exclusivos para acesso ao portal de periódicos da Capes, acesso ao sistema de automação de bibliotecas e acesso às bibliotecas virtuais disponíveis. Há, porém, 1.800 tabletes, que são distribuídos e emprestados semestralmente para os alunos, o que não contempla a todos os que precisam do equipamento para pesquisa e acesso à internet em casa e na instituição de ensino. Vale salientar que há laboratórios de informática no campus, porém o uso ocorre durante as aulas e somente sob supervisão de algum professor. Ainda sobre aspectos de tecnologia, 49,5% demonstraram insatisfação com a qualidade de internet oferecida, o que já se comentou que pode ser algo sistêmico da instituição e não diretamente um problema da biblioteca.

É basicamente a parte do sistema de automação disponível para consulta do usuário. Serve para o usuário criar suas listas de preferências, sugerir aquisições, visitar o histórico de circulação de empréstimos e devoluções, etc. Fonte: http://wiki.ibict.br/index.php/OPAC.

76,9% afirmam já ter utilizado alguma das duas salas de estudo em grupo na biblioteca, porém, destes, o maior percentual com 38,2% afirma que o espaço é parcialmente adequado. Somando os que afirmam ser parcialmente adequado e os que afirmam não ser adequado, tem-se 56,1% de insatisfação, o que ultrapassa o nível de satisfação com 20,2% e isto demonstra que as salas de estudo em grupo, de uma forma geral, não são satisfatórias, seja pela pouca quantidade, seja pela estrutura física. A insuficiência da quantidade de ter apenas duas salas que comportem os alunos em grupo pode possibilitar a falta de concentração em outros alunos que estudam individualmente no salão geral da biblioteca, como dito em um comentário avulso pelo usuário Pois, é provável que pela escassez de salas adequadas, outros grupos de trabalho realizem atividades para tomada de decisões e assertivas referentes à pesquisa em espaços não-adequados, não contribuindo para o silêncio e concentração dos demais na biblioteca.

Sobre os espaços individuais, 89,6% afirmam já terem utilizado, 75,5% apontam como um espaço adequado para os estudos. Por questão de espaços para abrigar cabines de estudos individuais, adotou-se uma maneira paliativa na qual as cabines foram instaladas no corredor que fica defronte a porta principal da biblioteca, e único corredor como acesso à biblioteca Joseph Mesel, de tal forma que desobstruiu o espaço interno e permitiu que houvesse mais um ambiente disponível.

A maioria, 49,5% informam não conhecer as bibliotecas virtuais que o IFPE possui assinatura. Ou seja, metade desconhece e dos 45,3% que afirmam conhecer, apenas 25% já as utilizaram. Deste percentual, apenas 14,6% confirmam que a utilização foi relevante para sua pesquisa. É um quadro alarmante que vem desde o conhecimento das bibliotecas virtuais até a efetividade de consumo do conteúdo que elas oferecem. Em grande escala, é necessário tornar conhecidas as plataformas virtuais como a exemplo da Pearson, uma vez que alguns títulos de PPC de curso estão disponíveis apenas virtualmente. Esta divulgação é uma atividade do marketing bibliotecário realizando uma atividade de referência ao habilitar o usuário para acesso a ferramentas que possam complementar sua pesquisa. Assim como é função do bibliotecário colaborar para que o acervo seja utilizando na forma que os alunos consigam buscar o que desejam por meio da pesquisa no OPAC, o treinamento em plataformas virtuais que a instituição mantenha assinatura é de suma importância. O gráfico aponta que somando os que não responderam esta questão com os que negaram a importância das bibliotecas virtuais em suas pesquisas resulta em quase 75%, e isto reflete muito em como a gestão pode tirar conclusões para tomadas de decisão, como questões sobre a renovação de assinaturas destas

bibliotecas virtuais; do incentivo dos bibliotecários acerca de elaboração de treinamentos com os discentes.

Com 53,3% a maioria respondeu que a quantidade de obras liberadas para empréstimo é satisfatória, que atualmente é 4 obras por aluno. Entretanto, somando os que responderam que a quantidade de obras não é suficiente e que é apenas parcialmente suficiente, tem-se 45,3%, ou seja, quase metade. Quanto a quantidade de dias que os alunos ficam de posse das obras, 39,6% informou ser suficiente, que atualmente é por um período de 7 dias. Mesmo assim, somando os que afirmaram não ser suficiente e apenas parcialmente suficiente a quantidade de dias de empréstimo, tem-se 58,9% do nível de insatisfação. O problema é que nitidamente não há obras suficientes para suprir a demanda da quantidade de alunos matriculados a solução dos discentes é a renovação dos materiais, estendendo-se o prazo para devolução das obras, o que inviabiliza que outros alunos tenham acesso ao material (informação verbal)15.

O engajamento dos alunos com o ambiente da biblioteca faz do espaço um local interativo, prazeroso e profícuo. Apesar de ocorrer atividades culturais na biblioteca, 89,2% diz não participar. Dos 7,1% que responderam participar, 75% destes optou por não responder se avaliam como positivas as iniciativas destas ações culturais. A contribuição de um projeto que considere destacar o incentivo à cultura sempre é válida e bem-vinda dentro do ambiente da biblioteca. Nem sempre haverá a participação e apreciação devida, porém, é importante permanecer nesta atuação e buscar a cada momento inserir a participação dos discentes na elaboração destas atividades. Vieira (2014) comenta que um passo importante é buscar conhecer quais atividades possam despertar interesse da comunidade, de acordo com os cursos e estas preferências individuais. Pode-se haver um posterior trabalho de identificação nesta questão específica, sondando dos alunos tipos e temas de atividades que possam ser executadas.

Portanto, o engajamento de profissionais dentre bibliotecários e professores conduz a solidificar a ideia de projetos culturais, sempre observando o que se pretende alcançar. Muitas vezes, destinar atividades para públicos de faixa-etária e área do conhecimento específicas seja uma solução para atrair participantes. O escopo maior dos projetos culturais na biblioteca geralmente se ocupa em impulsionar o hábito de leitura e a divulgação das obras do acervo.

63,7% confirma que os avisos e comunicações que a biblioteca dispõe são satisfatórios e possuem clareza nas informações. 29,7% afirmou que parcialmente. Está contido como atividade do marketing bibliotecário a realização de ações de divulgação de comunicações internas e disposição de informes aos usuários do que se está transcorrendo no

ambiente da biblioteca, bem como da identificação dos espaços com placas de sinalização; disposição de cartazes de eventos; avisos acerca dos horários de funcionamento e na alteração destes; eventuais interrupções de funcionamento; palestras, seminários, atividades culturais, etc.

Viu-se que, a partir do questionário, a maioria dos discentes encontram-se satisfeitos com os avisos e comunicações dispostos. Assim, cumpre-se o papel informativo da biblioteca, uma vez que buscar qualidade da informação no geral faz-se desejável que suas próprias informações sejam também eficientes. Desta maneira, facilita o trato com o usuário, tornando- o autônomo e ao mesmo passo que permite maior interatividade com o setor da biblioteca. Demonstra também, a organização da administração da biblioteca e a preocupação com o operativo funcionamento desta.