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Apesar do uso de instrumentos de coleta distintos (questionário e entrevista),os resultados da pesquisa foram analisados em conjunto, poisos objetivos específicos almejados

estavam presentes em ambos os casos, sob pontos de vistas diferentes, mas transparecendo a percepção dos gestos fazendários quanto ao uso da NF-e.

Foram elaboradas, com efeito, perguntas para os grupos, para as quais May (2004) procede à classificação, quanto à tipologia:

1 de classificação – quando se procurou questões que descrevessem os gestores sob análise;

2 aberta – quando se pretendia uma opinião livre do informante; e

3 escala de atitudes – quando se buscou identificar um grau de concordância / discordância sob um item questionado.

As perguntas de classificação foram utilizadas para realizar a identificação dos respondentes. Assim, foram aplicadas as mesmas indagações de classificação (questões que descrevessem os gestores sob análise) a todos os servidores fazendários que participaram da pesquisa. Com isso, as respostas das questões de classificação dos Grupos 1 e 2 foram tabuladas e analisadas em conjunto.

Para realizar essa tabulação, recorreu-se ao Microsoft Office Access, versão 2010, um sistema de gerenciamento de banco de dados que permitiu se proceder à modelagem e estruturação dos dados, assim como o desenvolvimento de uma interface utilizada para inserção das informações.

No caso das questões em escala de atitudes, foi elaborada a Escala Likert, para se estudar o grau de concordância/discordância dos respondentes em relação a um item investigado. Como forma de identificação, as questões são numeradas de 1 a 9 no questionário.

Martins e Lintz (2007, p. 34) explicam o escalonamento do tipo Likert como um método que “consiste em um conjunto de itens apresentados em forma de afirmações, ou juízos, ante os quais se pede aos sujeitos que externem suas reações, escolhendo um dos cinco, ou sete pontos de uma escala”.

Já a investigação das questões do tipo aberta do questionário (Q10) e da entrevista (Q1, Q2, Q3, Q4, Q5) foi externalizada e procedida por meio da análise de conteúdo, pois se procurou identificar, mediante os relatos dos entrevistados, a percepção dos principais gestores da NF-e quanto ao uso dessa ferramenta como fonte de dados relativos às operações mercantis e as mudanças nas sistemáticas de controle, provocadas após a sua implementação,

nas diversas áreas de atuação na SEFAZ/CE, que tenham como foco a otimização da arrecadação tributária.

Consoante elucidam Collise e Hussey (2005, p. 240), a análise de conteúdo “é um método formal para a análise de dados qualitativos”. Martins e Lintz (2007, p. 47) vão além, e asseveram que “geralmente a aplicação desta técnica acontece após, ou em conjunto, com uma pesquisa documental, ou mesmo com entrevistas”. De efeito, tem-se que

A Análise de Conteúdo é uma técnica para se estudar e analisar a comunicação de maneira objetiva, sistemática e quantitativa. Buscam-se inferências confiáveis de dados e informações com respeito a determinado contexto, a partir dos discursos escritos ou orais de seus atores. (MARTINS; LINTZ, 2007, p. 47).

Ademais, Richardson (2011, p. 224) conclui, ao descrever que análise de conteúdo “trata-se de compreender melhor um discurso, de aprofundar suas características […] e extrair os momentos mais importantes”.

A análise de conteúdo, segundo Bardin (2011), pode ser dividida em três polos cronológicos: pré-análise, exploração do material e tratamento dos resultados; e inferência e interpretação.

Bardin (2011) observa que, na fase da pré-análise, em geral, se procura observar três aspectos: a escolha dos documentos, a formulação de hipóteses e dos objetivos e a elaboração de indicadores que subsidiem a interpretação dos resultados.

Na indicação de Richardson (2011), um procedimento para o tratamento dos resultados, advindos de uma análise de conteúdo, consiste no cálculo de frequências e percentuais que pretendem estimar a importância dos elementos analisados. Ainda na opinião de Richardson (2011), a análise temática é a que mais se harmoniza às respostas a perguntas abertas, como é no caso de entrevistas.

De tal modo, para se transformar dados brutos em informações quantificáveis, Bardin (2011, p. 133) ensina que “tratar o material é codificá-lo. A codificação corresponde a uma transformação – efetuada segundo regras precisas – dos dados brutos do texto, transformação esta que, por recorte, agregação e enumeração, permite atingir uma representação do conteúdo”.

A categorização, conforme Bardin (2011, p. 147), é uma “operação de classificação de elementos constitutivos de um conjunto por diferenciação e, em seguida, por reagrupamento segundo o gênero (analogia), com os critérios previamente definidos”.

Com essa definição em mente, os resultados obtidos da extração dos textos das repostas foram categorizados conforme os objetivos específicos da pesquisa. Assim, primeiramente, foi feita uma leitura prévia das respostas da questão de nº 10 do questionário e da transcrição das entrevistas, em seguida as informações foram condensadas, extraindo-se os elementos mais importantes relacionados com os objetivos específicos do estudo (categorização) e, por último, foram inferidas a frequência com que apareceram os elementos nas respostas e de que forma poderiam ser agrupadas para fins de codificação.

Para auxiliar na codificação e na categorização das respostas das questões abertas, foi utilizado o software, com sistema de análise qualitativa de dados, denominado ATLAS.ti versão 6.2.

Com esse aplicativo, utilizando os procedimentos da análise de conteúdo, foram destacadas frases relevantes, as quais representassem dados do texto, com o objetivo de automatizar o processo de codificação e categorização. Com o expediente dessa ferramenta, buscou-se explorar ao máximo as respostas dos gestores, transformando dados soltos em informações úteis e relevantes.

A análise dos dados procura traduzir as respostas catalogadas dos entrevistados em informações. Demanda-se, nesse momento, por um tratamento de dados mais adequado aos instrumentos de coleta utilizados. Assim, na próxima seção, foram externalizados os resultados desta pesquisa, acrescentando a respectiva interpretação desses, buscando-se agrupar a análise segundo cada objetivo específico.

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4 ANÁLISE DOS RESULTADOS

Este segmento do estudo traz a tabulação dos dados referente ao perfil dos respondentes, como também a análise dos questionários e entrevistas aplicados aos grupos dos gestores da SEFAZ-CE que utilizam a NF-e como ferramenta de controle para maximizar a arrecadação estadual.

O período de aplicação da entrevista e dos questionários compreendeu o intervalo dentre 13 a 30 de janeiro de 2012, tendo alcançado 84,44% dos grupos predefinidos dos gestores – sendo que 30 servidores ocupantes de funções de orientação, supervisão ou gestão (de forma geral), os quais responderam ao questionário; e 08 fazendários, os quais preenchem as funções de coordenação e gestão específica da NF-e, submetidos à entrevista – totalizando 38 servidores fazendários.

Com esse resultado, foi alcançada uma quantidade de sujeitos da pesquisa, a qual possui pelo menos um representante de cada uma das áreas de atuação da SEFAZ-CE, que possuem algum vínculo com a NF-e.

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