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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.3 Análise das características físicas e químicas da água residuária

Figura 15 – Fluxograma do sistema de tratamento da ARDC em recirculação. Nas tabelas 8, 9, 10 e 11 estão apresentados dados de caracterização da água em recirculação do processamento dos frutos do cafeeiro (ARDC), tratada com e sem coagulantes.

Tabela 8 – Caracterização da água em recirculação no processamento dos frutos do cafeeiro arábica, sem adição de coagulantes

Recirculação sem coagulante SP CE pH DQO DBO5 Tubidez SS ST

mL L-1 dS m-1 mg L-1 mg L-1 UNT mg L-1 mg L-1 Ponto 1 0 0,73 3,77 4385 2844 221,40 220 3284 1 Ponto 2 0 0,53 3,71 3710 2721 180,37 133 3556 Ponto 3 0 0,69 3,74 3643 2208 189,30 240 3419 Ponto 1 0 0,84 3,78 6206 4309 424,70 310 4399 2 Ponto 2 0 0,72 3,71 4520 4304 386,20 223 4029 Ponto 3 0 0,78 3,76 5397 3022 274,17 270 3947 Ponto 1 0 1,06 3,80 7421 4324 312,27 656 5863 3 Ponto 2 0 0,86 3,83 7218 4709 272,30 330 4087 Ponto 3 0 0,99 3,84 6004 4143 238,13 103 4495 Ponto 1 0 1,32 3,82 12413 5770 467,07 993 8643 4 Ponto 2 0 1,12 3,81 10254 5537 382,90 556 7884 Ponto 3 0 1,01 3,83 7218 5056 404,17 256 5888 Ponto 1 0 1,14 3,78 10322 5861 442,37 563 7310 5 Ponto 2 0 1,23 3,85 9917 6099 345,37 633 7468 Ponto 3 0 1,28 3,73 9242 4839 361,53 676 5987 Ponto1 – entrada do sedimentador, Ponto 2 – saída do sedimentador, Ponto 3 – saída do filtro orgânico

Água do despolpado r Gradeamento Vertedor Triangular Floculador Sedimentador Filtro Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3 Novos lotes de fruto do

Na tabela 8 está caracterizada a ARDC, que não recebeu a adição de coagulantes, recirculadas por cinco vezes no processamento de frutos do cafeeiro. Pelos dados apresentados, observou-se aumento de todas as características avaliadas, a cada recirculação da ARDC, exceto no que se refere à concentração de sólidos sedimentáveis, já que não foi observada a formação de flocos em nenhuma das recirculações. O pH da ARDC que não recebeu a adição de coagulantes permaneceu, praticamente, constante ao longo das recirculações.

Avaliando-se a eficiência do sistema na remoção de poluentes da ARDC que não recebeu coagulantes, verificou-se pequena redução das variáveis DQO, DBO, ST e turbidez ao longo do sistema de tratamento (afluente do sedimentador, efluente do sedimentador e efluente do filtro). Houve pequena redução na condutividade elétrica e na concentração de sólidos em suspensão entre os pontos de entrada e saída da ARDC do sedimentador e acréscimo na saída do filtro orgânico. Acredita-se que o acréscimo nessas duas variáveis ao longo das recirculações seja devido ao deslocamento de parte do material particulado retido no filtro orgânico em recirculações anteriores. Os resultados indicaram a necessidade de se intervir quimicamente no processo de tratamento das águas em recirculação no processamento de frutos do cafeeiro, de forma a possibilitar mais eficiente remoção da carga orgânica e de sólidos em suspensão.

Tabela 9 – Caracterização da água em recirculação do processamento dos frutos do cafeeiro arábica, tratadas com o coagulante sulfato de alumínio na concentração de 3 g L-1 e pH na faixa de 7 a 8

Recirculação Sulf. de alumínio SP CE pH DQO DBO5 Tubidez SS ST alumínio

mL L-1 dS m-1 mg L-1 mg L-1 UNT mg L-1 mg L-1 mg mL-1 Ponto 1 175,00 0,77 7,18 4964 2385 159,73 330 4530 9,400 1 Ponto 2 18,33 0,68 7,26 3536 1906 102,50 280 1990 2,110 Ponto 3 38,67 0,58 7,15 4216 1889 85,57 200 1690 10,100 Ponto 1 106,00 1,02 7,11 6120 3144 215,93 480 2700 9,907 2 Ponto 2 82,00 0,88 7,17 5440 2170 125,90 310 1870 4,147 Ponto 3 166,00 0,85 7,10 4556 1881 128,07 310 1160 10,130 Ponto 1 116,67 1,15 7,58 9588 4767 169,57 570 5510 8,787 3 Ponto 2 256,67 0,97 7,04 6936 3325 157,73 480 2570 6,393 Ponto 3 233,33 1,06 7,04 5916 2991 140,47 360 2730 9,823 Ponto 1 376,67 1,24 7,01 7140 4330 469,93 880 3330 9,670 4 Ponto 2 290,00 1,26 7,00 8160 3717 307,63 450 2420 5,790 Ponto 3 276,67 1,22 6,99 7548 3638 143,53 420 2980 9,783 Ponto 1 456,67 1,36 7,03 10036 4464 149,03 990 4840 10,133 5 Ponto 2 203,33 1,14 6,95 8500 3866 280,27 530 2610 7,023 Ponto 3 240 1,24 6,97 7616 3829 160,77 470 3200 9,570 Ponto1 – entrada do sedimentador, Ponto 2 – saída do sedimentador, Ponto 3 – saída do filtro orgânico

Tabela 10 – Caracterização da água em recirculação do processamento dos frutos do cafeeiro arábica, tratadas com o coagulante sulfato férrico na concentração de 3g.L-1 e pH na faixa de 7 a 8

Recirculação sulf. férrico SP CE pH DQO DBO5 Tubidez SS ST Ferro

mL L-1 dS m-1 mg L-1 mg L-1 UNT mg L-1 mg L-1 mg mL-1 Ponto 1 44,67 0,514 7,37 4802 1755 139,70 343 2877 18,28 1 Ponto 2 32,00 0,399 7,58 3869 1540 146,80 193 1908 11,53 Ponto 3 12,50 0,531 7,60 3980 1517 74,90 230 1504 16,98 Ponto 1 131,67 0,697 7,25 5667 2336 158,00 500 1961 18,43 2 Ponto 2 37,67 0,567 7,28 5286 2253 106,50 386 1588 15,78 Ponto 3 40,00 0,577 7,39 4250 1734 102,40 366 1302 17,48 Ponto 1 126,67 0,915 6,97 5353 2209 166,90 613 2320 19,50 3 Ponto 2 51,33 0,736 7,18 4611 2195 89,10 346 2143 13,58 Ponto 3 23,33 0,742 7,15 4544 2196 165,50 330 1929 18,70 Ponto 1 128,33 0,959 7,06 6794 3018 119,30 1179 4710 20,05 4 Ponto 2 30,33 0,765 7,27 5353 2683 167,40 440 2861 15,73 Ponto 3 47,67 0,758 7,89 5016 2576 92,50 463 2785 19,68

Ponto 1 280,00 0,967 7,67 7120 3273 189,40 1203 4477 20,08 5 Ponto 2 85,00 0,864 7,57 5242 2680 131,10 366 3962 16,06 Ponto 3 40,33 0,662 6,76 5274 2623 86,30 146 2327 19,82 Ponto1 – entrada do sedimentador, Ponto 2 – saída do sedimentador, Ponto 3 – saída do filtro orgânico

Tabela 11 – Caracterização da água em recirculação do processamento dos frutos do cafeeiro arábica, tratadas com o coagulante extrato de semente de moringa na dosagem de 10 mL.L-1 e pH na faixa da ARDC

Recirculação Moringa SP CE pH DQO DBO5 Tubidez SS ST

mL L-1 dS m-1 mg L-1 mg L-1 UNT mg L-1 mg L-1 Ponto 1 36,67 1,54 4,61 4183 2070 66,24 280 4060 1 Ponto 2 0,67 1,58 4,29 2496 1796 53,67 150 3320 Ponto 3 0,17 1,38 4,18 2631 1877 45,19 150 3230 Ponto 1 150,00 1,58 4,41 5869 2986 84,42 410 5140 2 Ponto 2 0,33 1,64 4,23 4925 2686 67,32 160 5040 Ponto 3 0,17 1,78 4,00 4992 2642 79,47 150 4950 Ponto 1 60,00 1,62 4,62 6679 3529 100,07 330 6180 3 Ponto 2 0,00 1,42 4,54 5802 3184 88,77 160 4670 Ponto 3 0,00 1,54 4,69 4790 2918 88,00 190 4800 Ponto 1 20,00 1,42 4,17 6476 3813 105,67 890 7070 4 Ponto 2 3,33 1,37 4,03 6004 3754 52,27 240 4680 Ponto 3 0,00 1,42 4,16 6274 3616 52,20 220 4480 Ponto 1 71,67 1,46 4,85 9310 5510 55,27 980 6750 5 Ponto 2 0,33 1,46 4,85 8703 5010 42,73 360 6390 Ponto 3 0,00 1,46 4,84 9242 4888 38,29 150 6260 Ponto1 – entrada do sedimentador, Ponto 2 – saída do sedimentador, Ponto 3 – saída do filtro orgânico

Nas tabelas 9, 10 e 11 está caracterizada a ARDC que recebeu os coagulantes sulfato de alumínio, sulfato férrico e extrato de semente de moringa. Com a adição de coagulantes na ARDC houve redução na concentração de sólidos em suspensão, sólidos totais e sólidos sedimentáveis, a condutividade elétrica e a turbidez, em todos os tratamentos, com redução dessas variáveis ao longo do sistema de tratamento. Quando utilizados os coagulantes sulfato férrico e sulfato de alumínio, a DBO e a DQO, foram reduzidas de 20 a 45% e de 20 a 43%, respectivamente. No tratamento de esgoto sanitários, por meio da coagulação-floculação, a eficiência de remoção da DBO situou-se entre 50 e 75%

e para os efluentes industriais, a eficiência de remoção é bastante variável, dependendo muito das características de cada tipo de efluente.

A adição do extrato de semente de moringa não proporcionou redução na e DBO e DQO da ARDC. Acredita-se que isso se deva à constituição orgânica desse coagulante. Observou-se pequena variação do pH em todos os tratamentos com adição de coagulantes.

Verificou-se que a eficiência do sistema no tratamento do esgoto doméstico como um todo de 80 a 100%, no sistema para a remoção de sólidos sedimentáveis, atingindo parcialmente o objetivo do tratamento primário, que segundo von SPERLING (1996), é a remoção de sólidos sedimentáveis juntamente com parte da matéria orgânica.

A remoção de SS na ARDC ficou em torno de 75, 60 e 35% para o sulfato férrico, extrato de semente de moringa e sulfato de alumínio, respectivamente, em relação a ARDC sem coagulante.

Com adição dos coagulantes sulfato férrico e extrato de semente de moringa, foram obtidos os menores valores de turbidez na ARDC, sendo esses valores, aproximadamente, 90 e 75% menores que os encontrados na ARDC que não recebeu a adição de coagulantes. No caso do coagulante sulfato de alumínio (C2) essa diferença foi de, aproximadamente, 55%. VIEIRA (1999), em ensaios de Jar-test para tratamento de águas de abastecimento, verificou maior remoção da turbidez quando foram utilizados sais de ferro (69% para dose de 20 mg L-1) em relação aos sais de alumínio (67% para dose de 40 mg L-1). Segundo o mesmo autor, os sais de ferro apresentaram um consumo até 50% menor que o de sais de alumínio. FREDERICO et al., (1999) afirmaram que os sais de ferro apresentam melhor comportamento, no que diz respeito à remoção da turbidez da água decantada, quando comparado com o sulfato de alumínio, podendo, inclusive, trabalhar numa ampla faixa de pH, o que não foi possível com o sulfato de alumínio.

Nas tabelas 8, 9, 10 e 11 estão apresentados os valores de DBO5 na ARDC que não recebeu e nas que receberam coagulantes. Os valores de DBO5 da ARDC que não recebeu coagulantes e nas que receberam extrato de semente de moringa e sulfato de alumínio foram semelhantes, não tendo sido verificada significativas

remoções de DBO5 em relação às amostras que não receberam coagulantes. A adição de sulfato férrico, no entanto, proporcionou redução de cerca de 45% no valor da DBO5, tomando-se como referência os valores encontrados na ARDC que não recebeu coagulantes, devido à remoção de material orgânico durante o sistema de tratamento ter sido mais eficiente quando adicionado coagulante na ARDC. Para o tratamento primário de esgoto domestico são observadas eficiências de remoção de DBO5 em torno de 30 a 40 % (von SPERLLING, 1996).

Na tabela 22, observa-se que as maiores médias de DBO5 foram obtidas na ARDC que não recebeu a adição de coagulantes (C1). Em relação à recirculação, verificou-se que, em termos percentuais, a ARDC sem coagulante (C1) apresentou os maiores valores de DBO5, com acréscimo de 154,8% da recirculação 1 para recirculação 5.

Na ARDC que recebeu a adição de coagulantes, verificou-se que, o coagulante mais eficiente na remoção de DBO5 foi o sulfato férrico (C3), já que na ARDC que o recebeu, o aumento de DBO5 foi de apenas 71%, da recirculação 1 para a recirculação 5, o que representa, em relação a ARDC que não recebeu coagulantes (C1), uma redução de, aproximadamente, 83% na DBO5 final. Os valores de redução de DBO5 encontrados no tratamento com coagulantes vão de encontro aos citados por CHERNICHARO (2001) para o tratamento do esgoto bruto, pelo processo de coagulação que, segundo o autor, deve proporcionar reduções entre 70% e 75% na DBO5.

O lançamento da ARDC com sua DBO5 de origem, pode acarretar graves problemas ambientais devido sua elevada carga orgânica, acarreta um grande consumo de oxigênio dissolvido pelos microrganismos nos seus processos metabólicos de utilização e estabilização da matéria orgânica, além disso deve-se atentar para o padrão de lançamento e de qualidade do corpo receptor estabelecidos pela resolução do CONAMA no20 de 18/06/86. Caso a ARDC seja utilizada para fertirrigação com relação a DBO5 acredita-se não haver nenhum inconveniente, desde que não se excedam as doses de nutrientes recomendadas para as culturas e a carga orgânica assimilável pelos microrganismos do solo.

Na tabela 12 está apresentado um resumo da análise de variância dos sólidos sedimentáveis (SP), condutividade elétrica (CE), sólidos em suspensão (SS), sólidos totais (ST), turbidez, DQO, DBO5, pH em função do tipo de coagulante, dos pontos de amostragem no sistema de tratamento da ARDC e do número de recirculações.

Tabela 12 – Resumo da análise de variância de sólidos sedimentáveis (SP), condutividade elétrica (CE), sólidos suspensos (SS) , sólidos totais (ST), Turbidez, DQO, DBO5 e pH

Quadrados Médios

FV GL

SP SS ST Turbidez CE pH DQO DBO5

COAG (C) 3 368281,60** 64798,66** 105358500,00** 381005,00** 3,89NS 3,05NS 16105620,00NS 23820900,00** RESIDUO (a) 8 291,73 13925,04 12632270,00 6982,44 2,29 1,44 17492980,00 1447772,00 PONTO (P) 2 70590,04** 1702040,00** 12252890,00** 59272,03* 0,23** 0,11NS 41236740,00** 2629145,00NS C X P 6 10353,68** 85606,03** 1571322,00NS 19741,20NS 0,06NS 0,13NS 1442861,00NS 367695,00NS RESIDUO(b) 16 99,74 6746,50 2475918,00 15450,51 0,03 0,10 4577073,00 866545,40 RECIRC(R) 4 41792,07** 708554,70** 34226190,00** 61445,27** 1,10** 0,19NS 162456600,00** 29435710,00** R X C 12 25688,06** 137739,6** 2686605,00ns 22151,50** 0,14NS 0,06NS 4475304,00* 1501314,00** R X P 8 8201,88** 43369,41** 1575483,00NS 10427,73NS 0,04NS 0,08NS 881870,10NS 477517,60NS R X C X P 24 6907,89** 75020,57** 2711804,00NS 6403,22NS 0,06NS 0,05NS 3576106,00NS 345278,00NS RESIDUO(c) 96 216,21 10056,55 2171942,00 6576,57 0,08 0,10 2389286,00 365713,70 CV(%) PARCELA 22,90 25,20 83,67 48,45 29,20 148,36 61,91 40,55 CV(%) SUBPARCELA 13,39 17,54 37,04 72,07 7,69 16,98 31,67 31,37 CV(%) SUBSUBPARCELA 19,71 21,41 34,69 47,02 7,88 27,77 22,88 20,37 ** - F significativo a 1% *- F significativo a 5% NS – F não significativo a 5%.

4.3.1 Avaliação da eficiência do processo físico–químico do sistema de tratamento da ARDC.

4.3.1.1 Sólidos Sedimentáveis

Avaliando-se os resultados apresentados na tabela 12, verificou-se que, para a variável SP, houve efeito significativo (P < 0,01) de todas as fontes de variação. Baseado neste resultado, procedeu-se ao desdobramento da interação R x C x P.

Nas tabelas 13 e 14 encontram-se apresentadas às médias das combinações dos coagulantes, pontos de amostragem e número de recirculações.

Na tabela 13, pode-se observar que não houve diferença nas médias de SP em relação ao número de recirculações, no sedimentador da ARDC que não recebeu a adição de coagulantes (C1). Isso talvez possa ser justificado pelas características da ARDC, que é formada por uma mucilagem que possui densidade próxima à da água, constituída, provavelmente, por partículas eletricamente carregadas e que não se agrupam facilmente e que, por isso, não são sedimentáveis e nem floculáveis, apresentando sedimentação tipicamente zonal.

Ainda com relação à tabela 13, verificou-se que o sulfato férrico (C3) apresentou as maiores concentrações médias de SP na 4a e 5a recirculações, em todos os pontos do sistema de tratamento da ARDC, do que os outros tratamentos. Há formação de flocos mais densos com o cátion ferro, devido ao seu alto peso molecular quando comparado, por exemplo, com o alumínio pode ser uma das explicações para o que foi observado. Com a formação de flocos mais densos, o tempo de sedimentação é reduzido significativamente (PAVANELLI, 2001). Observou-se tendência de crescimento das médias de concentração de SP a cada recirculação para os tratamentos, sendo observada a seqüência em ordem do sem coagulante (C1), extrato de semente de moringa (C4), sulfato de alumínio (C2) e sulfato férrico (C3).

Avaliando-se os resultados apresentados na tabela 14, verifica-se que houve tendência de aumento nas concentrações médias de SP com a adição dos coagulantes sulfato férrico (C3), sulfato de alumínio (C2) e extrato de semente de

moringa (C4) a cada recirculação da ARDC. A concentração de SP na ARDC que não recebeu a adição de coagulantes (C1) manteve-se constante e igual a zero a cada recirculação.

O sulfato férrico (C3) proporcionou a maior concentração média de sólidos sedimentáveis em cada recirculação da ARDC, se comparado com os demais tratamentos. Observou-se uma tendência de redução das médias no afluente do sedimentador (P1), efluente do sedimentador (P2) nas ARDC com adição de coagulante. A redução de SP de P1 para P2 se deve à formação de flocos maiores e mais densos que se sedimentam devido à ação dos coagulantes na ARDC.

Quadro 13 – Concentrações médias de sólidos sedimentáveis (SP), obtidas na água de recirculação no processamento de frutos do cafeeiro em função do tipo de coagulante, número de recirculações e ponto de amostragem

Afluente do Sedimentador Efluente do Sedimentador Efluente do Filtro Orgânico Recirculação

C1 C2 C3 C4 C1 C2 C3 C4 C1 C2 C3 C4

1 0,00Ca 175,00Ac 44,67Bc 36,67Bcd 0,00Ba 18,33ABd 32,00Ab 0,67Ba 0,00Ba 38,67Ad 14,00Abc 0,17Ba 2 0,00Ca 106,00Bd 131,67ABb 150,00Aa 0,00Ca 82,00Ac 37,67Bb 0,33Ca 0,00Ba 166,00Ac 0,00Bc 0,17Ba 3 0,00Ca 116,67Ad 126,67Ab 60,00Bbc 0,00Ca 256,67Aa 51,33Bb 0,00Ca 0,00Ba 233,33Ab 23,33Bbc 0,00Ba 4 0,00Ca 376,67Ab 128,33Bb 20,00Cd 0,00Ba 290,00Aa 30,33Bb 3,33Ba 0,00Ca 276,67Aa 47,6Bab 0,00Ca 5 0,00Ca 456,67Aa 280,00Ba 75,00Cb 0,00Ca 203,33Ab 85,00Ba 0,33Ca 0,00Ca 240,00Ab 60,33Ba 0,00Ca

As médias seguidas de pelo menos uma letra maiúscula nas linhas e minúscula nas colunas, para cada ponto, não diferem, entre si em nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey.

C1 - ARDC sem coagulante C3 - sulfato férrico

C2 - sulfato de alumínio C4 - extrato de semente de moringa

Quadro 14 - Concentrações médias de SP obtidos durante a recirculação da água no processamento de frutos do cafeeiro em função do tipo de coagulante, número de recirculações e ponto de amostragem.

Sem Coagulante Sulfato Férrico Sulfato de Alumínio Extrato de Semente de Moringa Recirculação

P1 P2 P3 P1 P2 P3 P1 P2 P3 P1 P2 P3

1 0,00A 0,00A 0,00A 175,00A 18,33B 38,67B 44,67A 32,00AB 14,00B 36,67A 0,67B 0,17B 2 0,00A 0,00A 0,00A 106,00B 82,00B 166,00A 131,67A 37,67B 0,00C 150,00A 0,33B 0,17B 3 0,00A 0,00A 0,00A 116,67B 256,67A 233,33A 126,67A 51,33B 23,33C 60,00A 0,00B 0,00B 4 0,00A 0,00A 0,00A 376,67A 290,00B 276,67B 128,33A 30,33B 47,67B 20,00A 3,33A 0,00A 5 0,00A 0,00A 0,00A 456,67A 203,33C 240,00B 280,00A 85,00B 60,33B 75,00A 0,33B 0,00B

As médias seguidas de pelo menos uma letra maiúscula nas linhas, para cada coagulante, não diferem, entre si em nível de 5% de probabilidade, pelo teste de Tukey. P1 - entrada do sedimentador,

P2 - saída do sedimentador, P3 - saída do filtro orgânico.

4.3.1.2 Sólidos em Suspensão

Os resultados apresentados na tabela 12, indicam que todos os fatores foram significativos em relação a variável SS, com F significativo a 1% de probabilidade.

Analisando-se a concentração de sólidos suspensos na ARDC, observa-se que os valores decresceram, ao longo do sistema de tratamento, com a adição de coagulantes. A remoção de SS na ARDC ficou em torno de 75, 60 e 35% para o sulfato férrico, extrato de semente de moringa e sulfato de alumínio, respectivamente, em relação a ARDC sem coagulante.

Na tabela 15 pode-se verificar que, na saída do sedimentador (P2), os coagulantes com poucas exceções se equivaleram em termos de remoção de sólidos em suspensão. Observou-se, ainda, com relação a este ponto de amostragem, que as concentrações médias de SS aumentaram a cada recirculação da ARDC que recebeu sulfato de alumínio. Houve redução das médias de SS da entrada do sedimentador (P1) para a saída do sedimentador (P2), para todos os coagulantes aplicados a ARDC, sendo maior a diferença entre as concentrações médias do SS da entrada do sedimentador (P1) para a saída do sedimentador (P2) com a aplicação do sulfato de alumínio a ARDC (C3), chegando a aproximadamente 60% de remoção desses sólidos. e as maiores em relação à saída do filtro orgânico (P3). Na ARDC que recebeu coagulantes, as maiores concentrações médias foram observadas à entrada do sedimentador (P1) e as menores na saída do sedimentador (P2), demonstrando que a ação do coagulante foi importante para aumentar a eficiência na remoção de sólidos em suspensão.

Com a adição de sulfato de alumínio (C2) a ARDC, encontrou-se as maiores eficiências de remoção de SS, em ordem decrescente de eficiência, seguiu-se o extrato de semente de moringa e o sulfato férrico. Isso se deve ao fato dos coagulantes causarem uma desestabilização dos íons presentes na ARDC formando partículas maiores e mais densas que se sedimentam mais rapidamente, aumentando a eficiência de remoção dos sólidos em suspensão. LIMA (1999), verificou que os melhores resultados obtidos com ensaios realizados com adição de sais de ferro, em nenhum momento, apresentaram-se superiores, em termos de

eficiência de remoção de SST, àqueles obtidos nos ensaios com adição de sais de alumínio. Desta forma, entende-se que seriam necessárias maiores doses de sais de ferro para se obter o mesmo resultado conseguido com menores doses de sais de alumínio.

Quadro 15 - Concentrações médias de sólidos em suspensão (SS), obtidos durante a recirculação da água no processamento de frutos do cafeeiro em função do tipo de coagulante, número de recirculações e ponto de amostragem.

Sem Coagulante Sulfato Férrico Sulfato de Alumínio Extrato de Semente de Moringa Recirculação

P1 P2 P3 P1 P2 P3 P1 P2 P3 P1 P2 P3

1 253A 166A 273A 493A 310AB 286B 343A 193AB 129B 440A 236B 240B

2 343A 290A 270A 580A 310B 293B 500A 386AB 258B 630A 227B 386B

3 1190A 496C 703B 566A 460A 193B 613A 346B 330B 500A 227B 260B

4 873A 730A 490B 783A 313B 486B 1179A 440B 463B 560A 376A 390A

5 996AB 466B 676A 990A 480B 533B 1203A 366B 217B 761A 656AB 483B

As médias seguidas de pelo menos uma letra maiúscula, nas linhas, não diferem entre si, em nível de 5% de probabilidade, pelo teste de Tukey. P1 - entrada do sedimentador,

P2 - saída do sedimentador, P3 - saída do filtro orgânico.

Quadro 16 – Concentrações médias de sólidos em suspensão (SS) obtidos durante a recirculação da água no processamento de frutos do cafeeiro em função do tipo do coagulante, número de recirculações e pontos de amostragem

Recirculação Afluente do Sedimentador Efluente do Sedimentador Efluente do Filtro Orgânico

C1 C2 C3 C4 C1 C2 C3 C4 C1 C2 C3 C4

1 253Ad 493Ac 343Ac 440Ab 166Ac 310Ba 193ABb 236Bb 273Ab 286Bbc 129Bb 240Bb 2 343Acd 580Abc 500Abc 630Aab 290Abc 310ABa 386ABab 227Bb 270Ab 293Bbc 258Bab 386Bab 3 1190Aa 566Abc 613Ab 500Aab 496Cb 460Ba 346Bab 227Bb 703Ba 193Ac 330Bab 260Bab 4 873Ab 783Aab 1179Aa 560Aab 730Aa 313Ba 440Ba 376Ab 490Bab 486Bab 463Ba 390Aab 5 996ABc 990Aa 1203Aa 761Aa 466Cb 480Ba 366Bab 656ABa 676Aa 533Ba 217Bb 483Ba

As médias seguidas de pelo menos uma letra maiúscula, nas linhas, ou minúscula, nas colunas,não diferem entre si, em nível de 5% de probabilidade, pelo teste de Tukey.

C1 - ARDC sem coagulante C2 - sulfato de alumínio C3 - sulfato férrico

4.3.1.3 Sólidos Totais

Como pode ser observado na tabela 12, foi constatado efeito significativo (P < 0,01) do coagulante, ponto de coleta e do número de recirculações na concentração de sólidos em suspensão, por esta razão, estes efeitos foram discutidos isoladamente.

Pelos dados apresentados na tabela 17, pode-se verificar que o ponto de amostragem anterior ao sedimentador (P1) não diferiu do ponto de coleta à saída do sedimentador (P2) para todos os coagulantes, tendo sido obtido maior concentração média de ST à entrada do sedimentador (P1).

Avaliando-se os resultados apresentados na tabela 18, verifica-se que os valores médios obtidos de concentração de sólidos totais nas recirculações 1 e 2 não diferem entre si, embora tenham diferido das demais. Os menores valores encontrados na concentração de sólidos totais na ARDC devem-se à atuação do coagulante e das estruturas que compõe o sistema de tratamento.

Na ARDC que não recebeu adição de coagulantes (C1) foi observada as menores eficiências na remoção de sólidos totais, sendo a eficiência máxima de 30%. A ARDC onde foi adicionado coagulante, verificou-se eficiências de remoção para o sulfato de alumínio de 57%, sulfato férrico de 40 % e para o extrato de semente de moringa de 33%. Na ARDC que não recebeu adição de coagulantes (C1) foi obtida a maior concentração média, diferindo dos valores encontrados com a adição de sulfato férrico (C2) e sulfato de alumínio (C3), tal como pode ser observado na tabela 19. Com isso, pode dizer que a adição de coagulantes a ARDC proporcionou aumento na remoção de sólidos totais nela presentes.

Ainda na tabela 19, verificou-se que na ARDC onde foi adicionado o extrato de semente de moringa (C4) não diferiu estatisticamente da ARDC sem coagulante (C1), devido o extrato de semente de moringa não ter obtido uma redução expressiva dos sólidos totais na ARDC.

Acredita-se que, em vista da faixa de pH em que foram avaliados o sulfato de alumínio e o sulfato férrico, a sedimentação ocorreu, preferencialmente, por coprecipitação, conforme pode ser verificado nos diagramas apresentados no

capítulo 2 ou 3, Revisão de Literatura, tendo sido observadas maiores remoções de sólidos totais da ARDC quando foram utilizados estes coagulantes.

Quadro 17 - Concentrações médias de sólidos totais (ST) e DQO, turbidez e condutividade elétrica (CE), obtidas durante a recirculação da água no processamento de frutos do cafeeiro, em função dos pontos de amostragem.

Variáveis Afluente do Sedimentador Efluente do Sedimentador Efluente do Filtro Orgânico

DQO 7642,73A 6624,50B 6000,37C

Turbidez 208,66A 156,52B 152,18B

ST 4707,00A 4232,50AB 3803,60B

CE 1,09A 1,02AB 0,96B

As médias seguidas de pelo menos uma letra maiúscula, nas linhas, não diferem entre si, em nível de 5% de probabilidade, pelo teste de Tukey.

Quadro 18 - Concentrações médias de sólidos totais (ST), DQO e condutividade elétrica (CE), obtidas durante a recirculação da água no processamento de frutos do cafeeiro, em função do número de recirculações.

Variáveis Recirculação 1 Recirculação 2 Recirculação 3 Recirculação 4 Recirculação 5

ST 2994,14B 3461,00B 4566,30A 4988,16A 5228,94A

DQO 3913,00C 5374,84BC 6881,60B 9962,58A 9827,64A

CE 0,82B 0,86B 1,09A 1,15A 1,20A

Médias seguidas de pelo menos uma letra maiúscula, nas linhas, não diferem entre si, em nível de 5% de probabilidade, pelo teste de Tukey.

Quadro 19 - Concentrações médias de sólidos totais (ST), obtidas durante a recirculação da água no processamento de frutos do cafeeiro

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