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4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

4.5 ANÁLISE DAS ENTREVISTAS AOS GESTORES DA UFSM

A seguir, foram caracterizados os gestores respondentes da pesquisa, identificando seu perfil e características socioeconômicas e, posteriormente, foram apresentados os resultados obtidos a partir da entrevista na qual as questões foram divididas em categorias de análise, conforme o conhecimento de cada grupo de gestores.

A pesquisa foi aplicada aos gestores da UFSM nos dias 22 e 28 de dezembro de 2016, e o instrumento de pesquisa utilizado foram entrevistas semiestruturadas face a face, em local escolhido por cada um dos entrevistados, com uma duração média de 30 minutos cada. Ao todo, foram feitas 06 entrevistas, e constatou-se que a maioria dos gestores respondentes era do sexo masculino. Além disso, a faixa etária deles encontra-se entre 35 a 63 anos, e a maior parte dos ocupantes dos cargos pesquisados possui mais de 20 anos de serviço na UFSM, ou seja, a grande maioria deles possui uma vasta experiência na área administrativa e já ocupou cargos de direção em outras ocasiões dentro da UFSM. A formação desses gestores é bem diversificada: 01 Técnico em Contabilidade, 01 Contador, 02 Economistas, 01 Arquiteto e 01 Engenheiro Civil, tratados aqui neste estudo respectivamente como gestores A1, A2, A3, A4, A5 e A6. As entrevistas foram gravadas e depois transcritas integralmente. A partir daí, trabalhou-se com os principais dados levantados.

No bloco de conhecimento sobre orçamento aplicado ao setor público, as questões foram respondidas pelos gestores da Pró-Reitoria de Administração. Nesse bloco, buscou-se avaliar questões referentes à elaboração do planejamento econômico e financeiro referente ao orçamento das obras, às obras que deixaram de ser licitadas ou executadas na instituição e o respectivo o motivo, à crise econômica e ao impacto no orçamento de obras, quais as obras são mais importantes para a UFSM e, por fim, à visão do respectivo gestor sobre a transparência de repasse de recurso para a execução de obras públicas na UFSM.

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Quando solicitado aos respondentes A1 e A2 que descrevessem como é elaborado o planejamento econômico e financeiro referente ao orçamento das obras, obteve-se a seguinte descrição:

“É elaborado de forma conjunta, ou seja, a partir das demandas que a UFSM requer e aí são elaborados projetos e posteriormente avaliados pela PROPLAN juntamente com o gabinete do Reitor e em função do teor do projeto são avaliadas as prioridades a serem executadas” (A1).

“Tem ligação direta com o orçamento do governo federal, primeiramente e internamente na instituição a partir da reitoria é definido o calendário de obras da instituição. A atual gestão se reúne com os diretores de unidades e discutem prioridades e após é encomendado à PROINFRA os projetos, então, a partir dos projetos é fornecida uma planilha orçamentária de cada projeto e dentro da questão orçamentária da instituição são definidas as necessidades de orçamento para a realização de licitação de obras e futuras contratações, a parte financeira se dá após a contratação, após o orçamento de investimento que a UFSM usa nas obras então a partir da execução do contrato vem o financeiro do governo federal em cima do orçamento da UFSM, desse orçamento é definida a contratação das empresas e a execução das parcelas, ou seja, a parte financeira é após a execução das parcelas dentro de um orçamento do governo federal e da UFSM” (A2).

Percebe-se, pelas respostas fornecidas pelos respondentes A1 e A2, que a elaboração do planejamento econômico e financeiro das obras públicas da UFSM é feita em conjunto com a administração central da instituição, juntamente com os Diretores de Centro e Pró-reitores e que essa elaboração é realizada com base nas prioridades de cada órgão na UFSM.

Ao serem indagados sobre a existência de obras que deixaram de ser licitadas ou executadas na instituição no período compreendido entre 2014 e até o presente momento e os motivos, as respostas foram:

“Acredito que será a reforma do Colégio Bom conselho da Unidade Descentralizada de Educação Superior de Silveira Martins (UDESSM2), o desfecho dessa obra se deu por meio de uma decisão no processo de reestruturação3 de Silveira Martins, resultando na rescisão de contrato, e assim, recentemente teve os cursos transferidos para a sede campus, ou seja, em função de uma reavaliação do que será realocado lá ainda não se fez um novo processo licitatório para atender uma lá nessa localidade” (A1).

“Existem, algumas obras que foram licitadas e não contratadas, como por exemplo, o Parque Gráfico, era um projeto definido, seria uma obra em torno de R$ 4 a 5 milhões e ela deixou de ser prioridade para a instituição. O mesmo ocorreu também com o prédio da Agitec e algumas outras obras pequenas que foram licitados e não contratados. Existem outras que estavam em uma programação dependendo de orçamento e, a partir de uma contingência, se priorizou as mais importantes. Essa decisão se deu com a participação de todas as unidades. Contudo o motivo é orçamentário, existe um orçamento que permitiu uma previsão dessas obras, um planejamento programado dessas obras e esse orçamento sofreu contingências já em 2014 e 2015 e cortes em 2016 e com isso foram sendo reformuladas as prioridades” (A2).

Os motivos da existência de obras que deixaram de ser licitadas ou executadas na instituição, no período compreendido entre 2014 e até o presente

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A criação da Unidade Descentralizada de Educação Superior da UFSM em Silveira Martins surgiu da oportunidade criada pelo Programa de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais - REUNI, instituído pelo Decreto nº. 6.096, de 24 de abril de 2007, e do interesse da Universidade Federal de Santa Maria - tendo como interlocutora a Pró-Reitoria de Graduação, em viabilizar na Região a instituição de um campus com cursos superiores presenciais que contemplem as necessidades e demandas específicas locais e regionais, e ampliando, em especial, a oportunidade de acesso ao ensino superior na Região Central do Estado do Rio Grande do Sul.

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Houve uma rescisão contratual e a UFSM está fazendo parte da reforma utilizando a mão de obra do setor de manutenção da PROINFRA, o que não for possível ser feito pelo setor de manutenção será licitado após a definição de necessidades, isto é, a partir do novo projeto de atividades da UDESSM.

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momento, são basicamente por serem obras consideradas como não prioritárias em detrimento de outras, mostrando, mais uma vez, o compromisso da gestão da UFSM com as prioridades e bem-estar de toda a comunidade universitária.

Ao avaliar sobre a crise econômica e os impactos no orçamento de obras, foi relatado o que segue:

“Com certeza, toda essa situação econômica do país, o contingenciamento do recurso desde meados de 2014 teve um reflexo direto na liberação de recursos para as obras” (A1).

“Na destinação do orçamento, sim, pois, o orçamento de obra é o montante que precisa para contratação de obras, isto é, feito o projeto de uma obra o valor está mantido não pode fugir desse valor, o que impacta é no uso do orçamento da instituição para investimento naquela obra, então algumas obras são realizadas e outras não, e as já contratadas, dependendo da liberação de orçamento, sofrem lentidão na execução em função da falta de orçamento e assim não se prorrogam mais os prazos” (A2).

Com base nas respostas dos entrevistados A1 e A2, constata-se que a crise econômica pela qual o país vem passado impactou diretamente no orçamento de obras devido à liberação de recurso para elas, e que muitas obras já em andamento podem inclusive sofrer lentidão.

Quando indagados sobre a possibilidade de haver uma piora na situação econômica do país e isto reflita na instituição, quais as obras que, em hipótese alguma, sofreriam cortes e/ou atrasos e os motivos para isso, obtiveram-se as seguintes respostas:

“Obras que tenham relação com a assistência estudantil, pois o objetivo-fim de uma universidade são os alunos, então todos os prédios que envolvam alunos acredito que não terão restrições” (A1).

“As obras que não sofreriam cortes ou restrições são as de assistência estudantil em função da forma de ingresso que a UFSM utiliza e as cotas, ou seja, obras (prédios) onde trabalham a manutenção dos estudantes na instituição, são obras de Cachoeira do Sul, que já é um campus em construção com quantidade significativa de alunos que necessitam do prédio. Priorizar sempre as mais necessárias. É o compromisso que a atual gestão assumiu com todas as unidades, de que sempre que uma obra for retardada ou cancelada, será com a participação de todos para uma definição de consenso” (A2).

Conforme respostas dos entrevistados A1 e A2, existe um consenso de que, numa eventual piora na situação econômica do país e seu reflexo na instituição, as obras que, em hipótese alguma sofreriam cortes e/ou atrasos seriam as ligadas à educação e assistência estudantil, ou seja, as consideradas mais importantes pela atual gestão da UFSM, e, além dessas, as que apresentarem, ao longo do ano, prioridades. Mais uma vez, ficou claro que estas decisões, caso fosse preciso, seriam tomadas com a participação de todas as unidades, ou seja, em comum acordo, com a comunidade universitária.

Quando questionados sobre a transparência de repasse de recurso para a execução de obras públicas, os entrevistados A1 e A2 analisaram que a instituição organiza-se, da seguinte forma:

“Atualmente, a transparência na UFSM é bastante clara, tendo em vista que, recentemente, o CPD lançou o Portal Orçamentário, que já está disponível para os Pró-reitores, Diretores de Centro e Gabinete do Reitor, e lá é possível realizar diversas consultas com dados fidedignos de toda a execução orçamentária por centro de ensino e pró-reitorias, cujo acesso é por meio de cadastro no portal” (A1).

“A UFSM tem uma destinação de recursos que é decidida em conjunto com todas as unidades e, a partir disso, a execução propriamente dita é feita e essa execução está transparente nas informações dos portais do governo federal e também no SIE e agora recentemente já foi lançado, para todos os Pró-reitores, Diretores de Centro e servidores autorizados o Portal Orçamentário, que informa

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tudo o que ocorre em relação às obras, contratações e recursos destinados tanto dos centros como o recurso que fica na reitoria, ou seja, um acompanhamento de execução orçamentária. Desse portal são extraídos relatórios que divulgam informações de obras. A ideia é ampliar esse portal e deixar em aberto na página da UFSM, mas isso ainda está em discussão e talvez passe pelo Conselho Universitário. Na minha visão e na visão da Reitoria, esse portal já deveria estar funcionando” (A2).

Com base nas informações obtidas por meio da entrevista com os gestores A1 e A2, tem-se hoje os portais do Sistema de Informação para Ensino (SIE), o Portal da Transparência, do sitio do Governo Federal, e o recente Portal Orçamentário da PROPLAN. Todos esses sistemas permitem consultas diversas sobre a execução orçamentária e algumas informações relacionadas às obras. O acesso é restrito, liberado somente para os diretores de centro, pró-reitores e alguns servidores cadastrados. No caso do SIE, esse sistema é acessível a todos os servidores por meio de senhas, esse, porém, não dispõe de funcionalidades completas sobre obras, como, por exemplo, o percentual de andamento da mesma. As informações do portal orçamentário da PROPLAN são referentes ao ano corrente, isto é, não é possível buscas a anos anteriores e, assim como o SIE, não é específico para obras. A ideia é a ampliação e o desenvolvimento desses portais para que seja de uso irrestrito.

O bloco de questões sobre planejamento e controle foi respondido pelos gestores da Pró-reitoria de Planejamento e se buscou avaliar as perspectivas de novas obras para 2017, as principais obras executadas entre 2014 até o presente momento, as situações que podem comprometer o êxito de uma obra pública e o meio que a UFSM utiliza para prestação de contas ao cidadão sobre as obras públicas e se existem obras com o cronograma em atraso na instituição.

Quando questionados como é feito o planejamento para a execução de obras na UFSM, os gestores relataram o seguinte:

“O planejamento financeiro obedece ao cronograma de execução de obras. Antes de 2014, se faziam muitos empenhos, pois não se tinha grandes problemas de orçamento, então o ritmo da obra é que determinava o desembolso financeiro. A partir de 2014, com o problema orçamentário, passou-se a tomar certo cuidado, assim, hoje, não se aplica um montante muito grande em cada obra e sim o suficiente para atender alguns meses e, dependendo da execução dessas obras, ela pode receber mais repasse de orçamento e financeiro. Atualmente é atrelado ao cronograma, mas, porém, mais justo” (A3).

“Toda universidade tem uma carência de planejamento, não há uma cultura de planejar e executar suas ações de forma organizada. As obras possuem uma particularidade que são os contratos os quais exigem uma complementação ou um replanejamento da questão orçamentária. Não existe de fato uma sistematização de planejamento de obras, o que existem são demandas que são repassadas para Pró- reitoria de Planejamento e estas são revistas regularmente. Obviamente que esse é um papel conjunto PROINFRA e PROPLAN, sendo que a PROINFRA é detentora das informações do planejamento cronograma para o ano, ou seja, informações mais específicas. A Pró-reitoria de Planejamento tem uma destinação orçamentária para o cada ano. Esse ano, 2016, girou em torno de R$ 31 milhões e depende das informações da PROINFRA para destinação desse orçamento para obras e empenho. Essa é a lógica sistemática, mas não existe uma lógica sistematizada” (A4).

Observou-se, a partir das falas dos entrevistados A3 e A4, que, desde 2014, a gestão da UFSM passou a priorizar as principais obras e, assim, estabeleceu um maior controle acerca do desembolso financeiro, vinculando esse desembolso ao cronograma das obras.

Em relação às perspectivas de novas obras para 2017, os gestores afirmaram:

“Existem algumas demandas voltadas para a assistência estudantil que já

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do SISU e com essa mudança é necessário investir em moradia e restaurante universitário, até porque essas são prioridades para a UFSM. Também será focado na conclusão das melhorias que estão sendo executadas no campus como, por exemplo, acessibilidade” (A3).

“Para 2017, no campus, somente a consolidação das obras em andamento iniciadas em anos anteriores e em 2016. Novas obras só as relacionadas à implementação do novo campus de Cachoeira do Sul e para a reforma e readequação da UDESSM, que certamente demandará nova licitação, mas, no campus sede, apenas consolidação” (A4).

Pelas respostas dos gestores A3 e A4, nota-se que, em 2017, será um ano de conclusão das obras já iniciadas e não haverá licitações de novas obras e, se houver, será com base nas prioridades da UFSM, ou seja, obras voltadas à assistência estudantil.

Quando questionados sobre as principais obras executadas entre 2014 até o presente momento e o motivo, os gestores afirmaram:

“Acredito que sejam as voltadas para a expansão. Hoje temos uma grande

obra, que é o campus de Cachoeira do Sul, lá está sendo feita toda uma reestruturação do espaço que dará uma expansão para a cidade. Será necessário plano diretor, infraestrutura básica, ruas, prédios, acessos, enfim, considero essa obra muito importante. Dentro do campus sede, considero importante o processo de modernização de infraestrutura que são as calçadas, as pistas multiuso, as paradas de ônibus, o prédio da Odontologia, que está em fase de conclusão, a Central de Unidades de Tratamentos Intensivos (UTI’s) que é muito importante, e o Centro de

Convenções, que, apesar de ser uma obra antiga, tem previsão de inauguração em março de 2017” (A3).

“Depende muito do objetivo da obra. Na questão de ensino, o Centro de Ciências Sociais e Humanas centralizou todos os cursos no campus-sede e, assim, reduziu custos. Ainda há a questão de obras de reformas em antigas edificações no

centro da cidade que tinham alguns riscos. A Central de UTI’s, que agrega ensino e extensão, e alguns prédios básicos do Centro de Tecnologia, que possibilitou que o Centro duplicasse o número de cursos, e as relacionadas à mobilidade urbana e à qualidade de vida, como a ciclovia e o Centro de Convenções, que é uma obra muito importante, pois possibilitará o crescimento de eventos qualificados na UFSM. Podemos citar também a reestruturação da Reitoria, que se deu a partir da construção do prédio do Departamento de Registro e Controle Acadêmico (DERCA), centralizou o atendimento externo da Coordenadoria de Qualidade de Vida do Servidor (CQVS) e da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (PRAE), além de possuírem uma melhor qualidade de infraestrutura, ajudam nas atividades administrativas” (A4).

Dentre as respostas dos gestores A3 e A4, as mais importantes obras licitadas entre 2014 até o presente momento são a Central de UTI’s, que representa para a comunidade regional a abertura de novos leitos de UTI’s adulta, pediátrica e para recém-nascidos, porém, a transferência de pacientes é estimada para o final de 2017 e início de 2018, Esse incremento na oferta de leitos também vai contribuir para reduzir a superlotação do Pronto-Socorro do Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM), onde, atualmente, cerca de 10% dos pacientes internados são entubados e necessitam de leitos de UTI. Todos os trabalhadores da área da saúde que hoje atuam nas UTI’s também vão atuar na nova central. Devido ao aumento no número de leitos, o quadro de pessoal será ampliado. Com a conclusão definitiva da obra, o número de leitos, que hoje é de 49, passará para 82. Outra obra citada como importante para a UFSM é o campus de Cachoeira do Sul, que representará um grande desenvolvimento para a região.

Sobre as situações que podem comprometer o êxito de uma obra pública quanto ao planejamento, têm-se as seguintes respostas:

“São muitos fatores, fatores internos e externos. Interno é a própria fiscalização, ou seja, o acompanhamento dessas obras, pois deveria ser feita uma maior cobrança para que as empresas contratadas executem as obras dentro do prazo, isto é, de acordo com o cronograma e com a qualidade que se espera, com

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condições de uso. Fatores externos estão vinculados ao desempenho do governo e ao desempenho das próprias empresas, pois muitas assumem obras sem condições, sem capital de giro, e essas situações independem de qualquer atuação da UFSM. Considero esses fatores bem cruciais” (A3).

“Vários pontos, primeiramente, o processo de acompanhamento de obras de acordo com o cronograma estabelecido, não apenas o acompanhamento feito pelo engenheiro responsável pela obra, mas acompanhamento da liquidação, isto é, da saúde financeira da empresa contratada, pois essas são questões que impactam na execução de obras e, desde 2014 até agora, nós temos esse compromisso da liquidação do orçamentário e, principalmente, do financeiro, que era o mais problemático, que comprometia o andamento das obras e trazia certa insegurança com relação às contratadas, se conseguiriam executar a obra de forma sustentável, mas, nesse ano de 2016, conseguimos regularizar essa situação. O que pode também comprometer o êxito de uma obra pública é a fiscalização feita pelo engenheiro, pois o êxito de uma obra não está em apenas cumprir cronograma, mas entregar uma obra com qualidade exigida em contrato, caso contrário, as obras apresentarão patologias que deverão ser sanadas em anos seguintes e aí surgirão os aditivos contratuais” (A4).

Percebe-se, pelas falas dos entrevistados A3 e A4, que os fatores que mais comprometem o êxito de uma obra pública são a falta de acompanhamento do cumprimento do cronograma, a falta de fiscalização por parte dos engenheiros e a contratação de empresas com pouca saúde financeira e sem capital de giro para manter-se frente a uma obra de grande complexidade.

Quando abordados de que maneira a UFSM presta contas ao cidadão sobre as obras públicas, se existe algum canal que permita o acesso direto às informações pertinentes às obras, tais como valor inicial, prazo de execução e ocorrências de aditivos contratuais, os servidores deram as seguintes respostas:

“Sim, no Portal da Transparência, mas sempre que somos questionados sobre esses valores, nós fornecemos as informações, pois trata-se de algo público, e a informação é repassada sem problema algum. Recentemente foi lançado o Portal Orçamentário que, por enquanto, está disponível aos gestores, mas que futuramente será ampliado” (A3).

“O Portal da Transparência, que existe e que é de acesso público e fornece todas as informações sobre obras e, em complemento a isso, temos um controle feito pela PROINFRA, e quando solicitadas informações, por lei somos obrigados a fornecer” (A4).

Conforme respostas fornecidas pelos entrevistados A3 e A4, observa-se que as informações a terceiros são feitas, atualmente, por meio do Portal da Transparência, no site do governo federal, e, em alguns casos, as informações são fornecidas diretamente pela Pró-Reitoria de Infraestrutura quando solicitadas. Recentemente, foi lançado o Portal Orçamentário da PROPLAN, onde algumas informações de obras são inseridas, mas elas são voltadas basicamente para o orçamento anual da UFSM, ou seja, esse portal não é específico para obras.

Na entrevista aplicada aos gestores da Pró-reitoria de Infraestrutura, avaliou- se o gerenciamento de contrato no que diz respeito a entraves encontrados na

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