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ANÁLISE DAS NARRATIVAS DOCENTES

No documento PUC SP. Marco Alexandre Nonato Cavalcanti (páginas 85-99)

CAPÍTULO III – AS NARRATIVAS DOCENTES

3.1 ANÁLISE DAS NARRATIVAS DOCENTES

Iniciaremos a análise apresentando os docentes em sua individualidade, ou seja, seus dados pessoais, familiares, suas impressões dos primeiros tempos da escola, assim como outras experiências profissionais. Os quatro professores entrevistados serão denominados como Professor 01, Professor 02, Professor 03 e Professor 04.

Os docentes têm idades entre 49 e 59 anos de idade. O grupo é formado por três mulheres e um homem. Dos quatro docentes, três nasceram e moram em Santo André-SP e um deles é nascido e morador de Mauá-SP.

Todos estudaram em escolas públicas. Três fizerem magistério. No conjunto dos quatro docentes, além da Graduação em Pedagogia, dois apresentaram formação também em Ciências Sociais. Todos são formados pela Fundação Santo André15.

Durante suas carreiras na Rede Municipal de Santo André, três deles ingressaram nos anos 1990 e um deles começou nos anos 2000. Diante dessa trajetória, dois dos docentes chegaram a ocupar cargos de Gestores Escolares por um tempo determinado, voltando, posteriormente, para a sala de aula. Um deles já iniciou os trâmites para sua aposentadoria.

Foi possível, nessa apresentação, ter uma visão de conjunto dos sujeitos entrevistados. Os docentes representaram, por meio de suas falas, o percurso das suas histórias

15

A Fundação Santo André (FSA) é uma instituição de ensino superior, de caráter público e de direito privado, criada em 1962, por meio da Lei Municipal de Santo André nº 1.840, que é responsável pela manutenção da instituição. Foi a primeira instituição de ensino superior de Santo André, marcando a interiorização desse tipo de ensino para além da capital paulista. https://www.fsa.br/home/

de vida e o impacto que se deu em suas trajetórias profissionais.

Professor 01: A primeira escola que eu frequentei foi uma escola rural em

Minas Gerais [PAUSA]. Era apenas uma sala de aula que dava aula pra crianças de 6 anos até 15, eu acho que era o aluno mais velho... Essa era uma sala multisseriada... a professora ela colocava... dividia a lousa em quatro pedaços e ia passando a lição. Quando terminava lá do terceiro ano então era o pessoal do... que era chamado antigo pré escola, primeiro, segundo e terceiro. Chegava o terceiro e ela voltava para corrigir a lição e assim tudo... Eu tava no primeiro ano. eu já fui para escola sabendo ler e escrever, porque meu pai me alfabetizou em casa porque eu enlouquecia ele, porque eu queria ler e... aí para mim foi o máximo porque eu tava na primeira mas eu estudava até o terceiro ano. Quando... aí eu estudei lá do começo do ano até outubro. Em outubro, eu vim pra São Paulo e, quando eu cheguei em São Paulo, os meus amigos estão estudando na “Caminho Suave”. E eu achava um cúmulo eles estavam falando de ambulâncias e eu queria estar no Z de zabumba [RISOS]. Eu tinha muita facilidade quando vim pra São Paulo... a impressão que eu tive é que em Minas o ensino era muito mais difícil... me cobravam muito mais em Minas. Eu acho que era a única... lá tinha essa consciência que ou você estuda ou você estuda (Entrevista concedida em 15 de dezembro de 2019).

Professor 02: Então, como eu não tive contato com meu pai, minha mãe se

separou quando eu tinha 7 anos... um pouco antes de 7 anos. E ambos, é... ambos fizeram até o que chamava o quarto ano, né? Nenhum deles prosseguiu além disso. Mas uma coisa que me chamou bastante atenção é que minha mãe, embora com muitas dificuldades né? que ela tinha que trabalhar e criar tal, não teve pensão, nada disso, ela fazia aquela coleção de revistas, sabe “Conhecer”? É... da Barsa não, mas “Grandes Personagens da Nossa História”. Ela fazia essas coleções e, depois, ela mandava encadernar e colocar o meu nome com letrinhas douradas. Então, apesar de não ter escolaridade, nem ler aquilo que ela comprava, mas pelo visto valorizava muito, né? Principalmente a leitur,a tinha esse entendimento. (Entrevista concedida em 10 de julho de 2019)

Professor 03: Eles tinham valorização a isso. Eles eram diferentes. Eles

tinham cuidados com a minha família... e sempre incentivou os filhos a estudarem. Eu sou de uma família de onze... seis ficaram vivos até hoje, né? Já morreram três, mas meu pai sempre incentivou os estudos, entretanto dos filhos que seguiram carreira na formação escolar, sou eu e meu outro irmão, que também já faleceu. Eu sou único filho, formado, da família, que fez faculdade e duas especializações. Era o Grupo Escolar do Jardim do Estádio onde hoje está localizada a EMEI do Jardim do Estádio, na Avenida Áurea. Era uma escola onde a gente usava aqueles uniformes de estilo militar, com aquela toquinha... toquinha não, aquele boné... com aquela fitinha dourada, shorts azul, camiseta branca... E tínhamos que formar aquelas tradicionais filas e cantar o hino, duas vezes na semana. [SILÊNCIO]... Olha pra mim, ... eu sempre fui um comilão. Eu adorava merenda, entendeu? Eu era apaixonado pela merenda... tanto que eu sabia onde era a casa das merendeiras, que era na rua Áurea... bem pra frente um pouco, da escola, né? Mas eu gostava mesmo era do... do pátio e duma área que tinha um barranco que um professor de educação física ou a professora da sala, eu não lembro direito, permitia que a gente brincava nos barrancos. O prédio foi mudado

bastante. Na verdade... é só a parte onde hoje tem a cozinha e a merenda que pertence à estrutura original da escola. O resto é tudo novo, mas os barrancos e onde tem a rampa que você acessa a escola é a mesma ideia. Só não tem... não tinha a rampa, porque a entrada ela pelo lado de trás.. o lado de trás... Hoje tem uma rua que desce que sai naquela comunidade. Eu não tenho uma lembrança de nome de professores, mas eu tenho lembrança de uma professora japonesa que... insistia muito pra gente aprender a matemática. Ela gostava muito de matemática, só que ela trabalhava matemática muito com palitos de fósforo e tudo mais. Eu lembro que, por exemplo, pra entender o “nunca dez”, a ideia do decimal, ela pegava caixinhas de fósforo... e mandava a gente juntar palitos queimados em casa, que só podia trazer palito queimado pra escola... e tinha gente que trazia palito sem queimar, ela pegava e dizia “Não vou devolver mais”... era pra gente usar palito queimado... aí de três caixinhas... da unidade, outro da dezena, outro da centenas... nunca dez a primeira, nunca dez a segunda, nunca dez na terceira, tanto que eu sei um pouco mais de número decimais por causa dessa brincadeira da infância. (Entrevista concedida em 17 de outubro de 2019).

Professor 04: Eu gostava de tudo assim... pra mim tudo era uma novidade... mas eu já te disse, como eu já era muito crítica, algumas coisas me incomodaram... então, por exemplo, uma menina, amiguinha da escola, me puxou para a fila da merenda, só que ela tinha que levar a caneca de casa... naquela época, não tinha caneca... ela não era conhecida pela escola, e eu não tinha levado essa caneca e aí eu levei a maior bronca por estar na fila. Só por causa disso, eu levei bronca? Eu só estou do lado dela. Então tinham algumas coisas que me incomodavam muito, né? É... mas assim, essa coisa de querer ir ao banheiro e não poder... Essas coisas, eu levei pra minha vida de professora. Um aluno não pode ficar lá sentado com vontade de ir ao banheiro e aí não pode agora, voltou agora, que eu vou sair agora, espera terminar.... Senão faz na roupa, né? Se a criança não tem como controlar... A criança dá aquela vontade, de repente, toma muita água... Algumas coisas que me incomodava nesse sentido, mas eu tive um primeiro ano assim... lembro da professora até hoje, tenho foto... eu me alfabetizei muito rápido. Eu lembro que a partir do começo do ano, era treino motor, ondinha vai, ondinha vem... eu tenho muito dificuldade com a condição psicomotora, né? Aquela pressão no lápis, que é da criança... mas assim, quando chegou livro, e era a cartilha “Caminho Suave”... eu sou apaixonado até hoje por aquela cartilha, porque para mim foi instantânea... a partir do momento que eu peguei a cartilha, eu já fui do A ao Z rapidinho... Lia tudo. Eu lembro das letras, no início do ano, as mais difícil era o K, era o Q. Lembro... Nossa, como são difíceis, né? Mas eu me lembro desse processo todinho. (Entrevista concedida em 15 de dezembro de 2019).

Inicialmente, os docentes apresentaram em suas narrativas, discurso que enfatiza o início das suas escolarizações. Temos um mineiro da zona rural alfabetizado antes de frequentar a escola. Julgava o ensino de Minas Gerais mais difícil do que o de São Paulo. O outro docente foi criado pela mãe que havia cursado somente até a quarta série primária. Entretanto, tinha dimensão da importância da educação e valorizava o acesso à informação e ao conhecimento por meio da aquisição de livros, como o caso dos “Grandes Personagens da Nossa História”16, ou seja, embora não lesse os livros da coleção, mostrava ao filho, o valor da leitura. O professor 3, de uma família de onze filhos, foi o único a fazer faculdade, em decorrência do incentivo que os pais sempre deram aos estudos. Este docente lembra dos tempos e espaços escolares, do uniforme de estilo militar, e das filas para o canto do hino nacional. Não recordava o nome dos professores, mas da professora de matemática e dos jogos que lhe possibilitou entender o sistema decimal. Já o professor 4 lembra das normas escolares que tanto a incomodaram, assim como do “ treino motor” diário para conseguir usar o lápis e se alfabetizar. Apaixonou-se quando chegou “Caminho Suave” 17.

Os quatro entrevistados lembram, positivamente, de seus tempos escolares no período da infância: do valor do estudo, da leitura, dos jogos, do “Caminho Suave”. Esta cartilha de alfabetização foi mencionada por dois dos quatro entrevistados.

Publicada desde o inicio de 1948, é ainda hoje um fenômeno editorial brasileiro. Surgiu como uma proposta diferenciada de aprendizagem nos anos quarenta do século XX. A autora, Branca Alves de Souza, idealizou um método de alfabetização a partir de sua observação das dificuldades de aprendizagem de seus alunos, em sua maioria moradores

16 Grandes Personagens da Nossa História é uma coleção enciclopédica em 5 volumes, este ultimo intitulado "MAPAS HISTÓRICOS BRASILEIROS". Esse volume traz as ilustrações de 58 mapas sobre História do Brasil com riqueza iconográfica. Foi uma publicação lançada em fascículos e em bancas de jornais pela Editora Abril. Composta em formato capa dura, com medidas 24,5 x 30 cm, branca com adornos dourados. Na apresentação da coleção, o editor Victor Civita expõe que a obra é fruto de um trabalho realizado por uma equipe de pesquisadores, historiadores, literatos, redatores, fotógrafos e cartógrafos sob a direção do historiador Sérgio Buarque de Holanda.

17 Caminho Suave é uma obra didática, uma cartilha de alfabetização. De acordo com o Centro de Referência em Educação Mário Covas, calcula-se que, desde 1948, quando teve sua primeira edição, até meados da década de 1990, foram vendidos 40 milhões de exemplares dessa cartilha. Em 1995, Caminho Suave foi retirada do catálogo do Ministério da Educação (portanto, não é mais avaliada), em favor da alfabetização baseada no construtivismo. Apesar de não ser mais o método "oficial" de alfabetização dos brasileiros, a cartilha de Branca Alves de Lima ainda vende cerca de 10 mil exemplares por ano.

da área rural. Utilizava-se de ilustrações semelhantes à letra a ser ensinada, um processo de alfabetização realizado pela associação entre imagens e palavra- chave, silabas e letras. O nome dado a cartilha expressa este entendimento: a alfabetização e o ensino da leitura só se concretiza positivamente se o processo for “suavizado”.

Importante para a construção do perfil dos docentes entrevistados e compreensão de sua profissionalização, saber o que os levou a seguir na carreira docente. Mediante a pergunta: “Por que resolveu ser professor?”, tivemos as seguintes colocações:

Professor 01: Eu sempre quis mudar o mundo... Queria salvar o mundo...

Sempre... Quando [PAUSA] quando eu era criança... por ter vivido tudo isso na... na primeira série... da segunda série em diante eu já não era a pessoa estranha na escola... eu já conhecia todo mundo e... eu não queria que nenhuma criança passasse por aquilo que passei. Então, toda criança que sofreu bullying, eu ficava do lado, então eu tava do lado do piolhento, eu tava do lado do evangélico, que naquela época debochava-se muito... É... tava do lado do gordinho... do que usa óculos. Eu sempre ficava do lado dos excluído. Porque... eu fazia uma gangue mesmo. Era a gente contra o mundo. Aí na adolescência fui pro movimento estudantil... Briguei... fiz e aconteci... mas a vida não me permitiu estudar. Eu precisava trabalhar para ajudar a minha família, tudo... e aí eu escolhia ou eu fazia faculdade ou trabalhava. Não tinha como fazer as duas coisas. Aí eu fui trabalhar. Trabalhei a minha vida toda e sempre quis ser... eu queria ser tudo. Eu queria ser advogada, eu queria ser jornalista eu queria ser fonoaudióloga... eu queria usar as coisas que achava que tinha em mim, boas pro mundo. (Entrevista concedida em 15 de dezembro de 2019).

Professor 02: Primeiro, eu fiz um curso de Patologia Clínica. Na verdade, eu

queria enveredar por esse caminho, mas aí não rolou... larguei o curso no meio, sei lá. Aí quando eu fui pro magistério, eu me encantei, me encantei com o professor de Sociologia, e acho que foi por ele, né? (Entrevista concedida em 10 de julho de 2019)

Professor 03: Na verdade, eu... eu sempre gostei de educação e sempre

gostei de... de cozinhar, de cuidar de casa, de brincar... de diversas brincadeiras, das mais criativas e eu, por ser, já militante político em 1973, em pleno processo de implementação da ditadura... E quando eu tinha mais ou menos treze anos, eu comecei participar dum grupo que chamava “Alicerce” e eles tinham uma atividade educativa de rua, que era incentivar pessoas a entenderem direito social... (Entrevista concedida em 17 de outubro de 2019).

Professor 04: Eu sempre fui apaixonada pela profissão. Pela ação do

professor, pelo ensino né? Pra sempre foi tudo meio poético. E também sempre foi muito significativo. Eu bati o pé pra ir para a escola, sempre foi muito significativo pra mim. E eu tentei fugir um pouquinho, né? (...) Mas eu tentei fugir, porque eu fui para Administração de Empresas, porque eu sentia que professor não tinha tanto valor. As pessoas falavam muito que quer professor professora... não sei... e, nessa época, o curso de Administração de Empresas, aí eu fui um pouco influenciada, pela família. Eu prestei. Fui fazer

no IMES18, frequentei três meses, mas, assim, me choquei um pouquinho, né? Me choquei um pouquinho... Aí, eu saí fora e passei um tempinho sem voltar para o curso superior. Mas depois eu pensei em voltar, vou fazer Magistério. (Entrevista concedida em 15 de dezembro de 2019).

Nas narrativas dos docentes, foi possível identificar fatores relevantes no que se refere ao percurso profissional. Desta forma, podemos considerar dois tipos distintos de trajetórias. A primeira tem o início da docência não como a primeira opção, sendo que ela veio em decorrência de outras possibilidades.

Somente o Professor 03 apresenta uma escolha direta em seguir a carreira desde o início de sua formação, mas o faz de forma que explicita, talvez, seu conceito de ser professor: gostar de cozinhar, cuidar de casa. O professor 04 deixou clara sua indecisão, pois tentou fugir da docência mas sempre foi apaixonado pelo ensino.

Sobre esse processo na escolha da profissão na licenciatura, Valle (2006) aponta que ela é influenciada, no âmbito social, por todo o capital cultural que o aluno adquiriu ao longo de seu crescimento e formação; pela presença e relevância da família para o indivíduo, uma vez que esta irá delimitar as suas perspectivas de trabalho e de vida; e pela própria escola, que também participa dessa delimitação, fornecendo informações e abrindo conhecimentos referentes às diversas carreiras possíveis, além de esclarecer dúvidas e problemas que os alunos têm ao tomar sua decisão.

Questionados sobre formações e a influência em seus trabalhos cotidianos

na escola, tivemos as seguintes narrativas.

Professor 01: A minha graduação foi... Inacreditavelmente linda. Foi tudo

que eu esperava de uma faculdade. Primeiro dia de faculdade, eu sonhei com a minha faculdade desde os 10 anos de idade, e aí eu entrei eu tinha 32... eu entrei, eu escrevi na camiseta “sou bicho”, pra todo mundo me jogar glitter, cola, fazer eu pagar mico. Eles olhavam pra mim e eu: “Pelo amor de Deus, eu sou bicho, acredite em mim,.,” [RISOS]. Eles davam risada, porque eu queria estar ali... é diferente. Eu nunca matei uma aula da faculdade ...matei várias, mas nunca matei aula pra... .ir na esquina tomar cerveja. Eu matava aula pra ir pro centro acadêmico discutir direitos dos alunos, né? Mudar o

18 Anteriormente conhecida como IMES (Instituto Municipal de Ensino Superior), mudou o nome para Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), em dezembro de 2007. É uma instituição de ensino superior, fundada em 1968, localizada na cidade que lhe dá o nome. Constituída por 15 unidades que oferecem cursos presenciais, tem sua sede na cidade de São Caetano do Sul .Conta também com polos de apoio aos alunos EaD em todas as capitais do Brasil. São 300 cursos disponíveis de pós-graduação. As opções são nas áreas de Humanas, Exatas, Biológicas e Saúde.

currículo... quebrar o pau para fazer o TCC que eu queria e não o que estavam me impondo... e isso valeu muita a pena. Isso fez eu ser a professora que sou hoje, que eu considero suficientemente consciente. (Entrevista concedida em 15 de dezembro de 2019).

Professor 02: Não faltaram formações. Tivemos muitas e muitas formações.

Aí as coisas foram ficando mais claro tanto, para nós professores como também para a Secretaria. (...) Enquanto estive na gestão tive coordenadoras maravilhosas e que as nossas reuniões não eram reuniões não, só para passar informação, nada disso... eram formações e então isso contribuiu muito da minha formação... Santo André... As formações... As formações que foram oferecidas e... participei nos governos petistas foram formações excelentes inclusive um curso de Gestão na UFABC18, pós graduação, né? E... isso foi... foi muito bom. Lá atrás, também participar dos debates, enquanto a LDB seria implementada, também fizemos isso... enfim esses momentos foram... marcaram bastante. (Entrevista concedida em 10 de julho de 2019)

Professor 03: Uma formação porque, na época, o Celso Luft,

dicionarista?(sic), ele teve... tava desenvolvendo o Programa pro Estado de São Paulo sobre alfabetização. E aí eu fui aprender com ele, alfabetizar, entender um pouco quais são as possíveis metodologias que nos ajudam a ensinar as crianças a ler e escrever. (Entrevista concedida em 17 de outubro de 2019).

Professor 04: Uma das preocupações que eu tenho é com a formação dos

professores em... nesse perfil à distância, cursos à distância. Não sei a quantidade de presencial que tem, também não sei como eles não (dão ?) conta da discussão, né? Porque... o que eu vivi na Fundação Santo André, fiquei cinco anos lá, foi muita discussão. O que eu vivi na USP, foram dois anos presenciais... muita discussão. O único que eu fiz semipresencial foi [na] UFABC19, mas assim, muito puxado, a parte que a gente tinha que fazer na plataforma, muita leitura, muita, muitos exercícios que você tinha que dialogar com os textos que você lia. (Entrevista concedida em 15 de dezembro de 2019).

As narrativas enfatizam a importância de suas formações, sejam à distância ou presencial, durante a graduação ou mesmo depois, como formação continuada. Isso porque para eles a tarefa do professor pressupõe uma contínua busca de aperfeiçoamento, atualização e reflexões sobre a sua prática pedagógica. Isso se torna indispensável à medida que proporciona um espaço para investigar, refletir, e buscar alternativas de ação pedagógica.

Professor 01: eu pude colocar em teste várias coisas que eu queria aprender

e uma delas era como usar os jogos que, até hoje, as pessoas têm dificuldade

19 A Universidade Federal do ABC (UFABC), fundada em julho de 2005, pela lei Federal nº 11.145/2005, foi sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Foi a primeira universidade brasileira a adotar o bacharelado interdisciplinar para integração de várias áreas do conhecimento

No documento PUC SP. Marco Alexandre Nonato Cavalcanti (páginas 85-99)