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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.7. Análise de custo de fornalhas

Os custos, segundo WOILLER e MATHIAS (1994), medem o uso de recursos. Em projetos, o custo de produção dependerá dos custos dos insumos que serão utilizados. Existem inúmeras maneiras de classificar os custos, tendo cada tipo sua utilidade.

Na maioria dos estudos envolvendo Engenharia Econômica, a maneira de se determinar os custos envolvidos está relacionada com o volume de produção ou como a utilização da capacidade produtiva, que, neste critério, envolvem-se os custos fixos e variáveis.

A diferenciação entre custos fixos e variáveis é determinada na classificação pela variabilidade e está relacionada com o volume de produção. Os custos fixos independem do volume produzido em determinado período, ou seja, produzindo-se muito ou pouco eles estarão presentes. Já os custos variáveis têm relação direta com o volume produzido, pois quanto maior a produção, maior será o custo.

BORNIA (2002) afirma que é importante, nesta classificação, considerar a unidade de tempo, pois custos que são fixos em um período, podem, em um prazo maior, variar, como a mão-de-obra, que em um determinado mês é custo fixo e em prazos maiores pode ser variável, já que a empresa pode demitir ou admitir pessoal, se necessário.

O conhecimento sobre o comportamento dos custos é fundamental para o efetivo controle da empresa rural e para o processo da tomada de decisão, além de servir para a análise da rentabilidade dos recursos empregados na atividade produtiva (WOILLER e MATHIAS, 1994).

A maioria das análises de custo envolvendo fornalha no meio rural está relacionada ao custo de secagem de produtos agrícolas. Este custo é expresso em função da quantidade de água evaporada.

CARDOSO SOBRINHO (2001) simulou e avaliou três sistemas de secagem de café: fornalha de fogo indireto, caldeira e queimador de GLP. Neste estudo chegou-se à conclusão de que o GLP é inviável e verificou-se que a utilização de caldeira só é viável para um número mínimo de seis secadores horizontais.

REINATO et al. (2002) avaliaram o custo de secagem de café usando GLP e lenha como combustível, e os resultados foram favoráveis ao uso da lenha, pois ela apresentou um custo 2 a 4 vezes menor que os custos com GLP. Porém, neste trabalho não foram computados os custos relacionados à mão-de-obra, depreciação e energia elétrica, que são parâmetros indispensáveis à análise de custo.

OCTAVIANI e BIAGI (2004), estudando os custos de secagem de café em secadores horizontais rotativos,, compararam os custos de secagem utilizando dois sistemas: um utilizando lenha e o outro, GLP como combustível. Eles concluíram que o sistema com GLP obteve um resultado 111% maior que o sistema com lenha e que em ambos os combustíveis tem a maior participação na composição dos custos de secagem, pois a lenha representou aproximadamente 41% do custo total, enquanto o GLP representou aproximadamente 68%. Neste trabalho, todos os parâmetros relacionados à composição dos custos de secagem foram levados em consideração, como: mão-de-obra, depreciação, juros, energia elétrica, manutenção, seguro e consumo de combustível.

A seguir são apresentados os custos principais e suas definições para análise de custo de fornalhas.

2.7.1. Custos fixos

Custos fixos (CF) são aqueles que independem do volume de produção. É simplesmente a soma dos vários tipos de custos fixos, isto é, custos que, no caso de utilização de equipamentos, independem da intensidade de uso do sistema. Os terrenos, edifícios, montagem, depreciação do capital, certos tipos de impostos, mão-de-obra permanente e juros sobre o capital empatado são alguns dos principais itens que compõem os custos fixos dos sistemas (BUARQUE, 1984).

2.7.2. Custo variável

Custos variáveis (CV) englobam os custos envolvidos diretamente com a intensidade de uso dos sistemas e é determinado pela soma de cada custo variável individual, incluindo insumos, combustível, etc. (REIS e GUIMARÃES, 1986).

2.7.3. Custo total de produção

Este custo refere-se à remuneração de todos os fatores de produção, sendo resultado do somatório do CFT e do CVT (REIS e GUIMARÃES, 1986).

2.7.4. Custo de oportunidade

O custo de oportunidade, também conhecido como juros sobre o capital empatado, é um custo implícito, que representa a renúncia de rentabilidade do investidor quando ele decide aplicar seus recursos financeiros em um equipamento em vez de empregá-lo no mercado financeiro.

Trata-se de um componente fundamental dos custos dos sistemas, considerando-se que o valor dos equipamentos que impõem o capital estável do sistema de aquecimento de ar permanece completamente empatado durante sua vida útil, quando poderia estar gerando dividendos alternativos. O valor médio entre o valor inicial e final do capital é considerado para determinar o seu custo de oportunidade, fornecendo uma aproximação do montante total que ficou empatado durante a vida útil do sistema. O valor médio do capital empatado, multiplicado por uma taxa de juros alternativa, representa a estimativa de quanto a empresa ou o agricultor deixou de receber, em média, por ano, ao empregar seus recursos no sistema de aquecimento de ar (REZENDE, 1997), conforme Equação 49:

i V V C if ff op 2 − = (49) 2.7.5. Depreciação

A depreciação é um custo não-monetário, que reflete a perda do valor do capital com a idade, o uso e a obsolência. Do ponto de vista da engenharia, a depreciação de um equipamento é associada ao seu desgaste físico. Assim, a depreciação anual de um equipamento seria obtida dividindo-se o seu valor inicial pela sua duração provável em anos (WOILLER e MATHIAS, 1994). No caso de maquinas e equipamentos, indica-se considerar uma vida útil de 10 anos, o que seria o mesmo que considerar um custo de depreciação de 10% a.a. sobre o capital inicial (WOILLER e MATHIAS, 1994 e BUARQUE, 1984). A depreciação pode ser obtida pela Equação 50.

vu ff if t V V D= − (50)

2.7.6. Custo operacional total

Este custo é uma medida que engloba todos os custos com insumos e a depreciação do capital. Ele representa, então, o consumo de capital circulante (insumos) e de capital estável (depreciação) pelos sistemas. O custo operacional total Inclui todos os custos variáveis e parte dos custos fixos, a depreciação (REIS e GUIMARÃES, 1986).

2.7.7. Custo total

O custo total consiste na somatória dos custos que englobam a produção de um determinado produto, ou seja, a soma dos custos fixos e variáveis (REIS e GUIMARÃES, 1986).

2.7.8. Custos médios

Os custos médios são os custos fixo, variável, operacional e total, divididos pelo produto produzido (REIS e GUIMARÃES, 1986). No caso de fornalhas, pode- se usar a energia liberada por unidade de tempo.