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4. Metodologia

4.6. Análise de Informação

Face à multiplicidade de métodos de investigação com os quais a investigadora se depara ao longo do estudo qualitativo é de mencionar que a escolha de um método de análise dos mesmos dados deve ser feita com minúcia e de forma bastante ponderada.

Wolcott (apud Martins 2006: 80) revela três momentos fundamentais durante a fase de análise de dados: “descrição, análise e interpretação”. A descrição corresponde à escrita de textos resultantes dos dados originais registados pelo investigador; a análise é o processo de organização de dados, o registo de aspetos essenciais e de factores chave; o

interpretação é definida pelo processo de obtenção de significados e ilações a partir dos dados obtidos.

Miles e Huberman (1984, apud Aires, 2011) propõem um modelo de análise na investigação qualitativa sintetizado no esquema ilustrado na página seguinte.

Os autores concebem este modelo baseado relação interativa dos três níveis de análise: redução, exposição e extração de conclusões.

A primeira etapa – redução dos dados – baseia-se na seleção, simplificação e organização de todos os dados obtidos durante a investigação. A segunda etapa – exposição dos dados – é o momento em que a informação é organizada e compactada para que o investigador possa ver rápida e eficazmente o que se passa no estudo. A terceira e última etapa – conclusões e verificação – baseia-se na extração de conclusões de toda a informação recolhida, organizada e compactada que está dependente da quantidade de notas tiradas, dos métodos usados e, principalmente, da experiência do investigador neste campo.

De forma a analisar os dados da presente investigação, toma-se como referência o modelo de análise proposto por Miles e Huberman (1984, apud. Aires) acima representado.

Figura 2 – Modelo de Análise na Investigação Qualitativa (Adaptado de Miles e Huberman (1984, apud Aires, 2011: 45-46)

 

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Este modelo de análise é importante não só para a descrição de dados como também para a sua explicação. É útil para ordenar a informação realçando relações entre eventos, bem como expor a explicação da mesma.

Este modelo é bastante valioso pois facilita a memorização das relações entre a informação, processo indispensável para realizar uma interpretação exaustiva da mesma e também porque permite o acesso permanente à totalidade da informação de cada uma das fases do processo de pesquisa (Aires, 2011).

Na análise de dados, nomeadamente das entrevistas realizadas às várias Direções da RTP, a investigadora teve o especial cuidado de ler mais que uma vez todos os documentos e fazer a transcrição da informação (Anexo C) para assim ter uma visão completa e detalhada do assunto. As notas retiradas ao longo deste estudo (notas de campo e entrevistas) foram, depois de organizados em documentos word, submetidos a uma análise pormenorizada.

No início do estudo começou-se por analisar as notas de campo retiradas aquando da fase de observação com o objetivo de conhecer os colaboradores do Departamento Jurídico e Institucional ao nível da personalidade, comportamentos, hábitos, rotinas, bem como as relações desenvolvidas entre os mesmos. Depois, foi elaborado um resumo com as conclusões retiradas da observação que foram identificadas como mais pertinentes para o estudo de caso em questão. Foram também transcritas e analisadas as respostas das chefias e subordinados às entrevistas realizadas.

Por fim observou-se toda a informação recolhida com a finalidade de passar à análise exaustiva da mesma de forma a estabelecer conclusões fundamentadas em forma de narrativa para que seja compreensível e clara para o leitor.

A análise dos dados foi feita à luz da revisão bibliográfica presente nos Capítulos 2 e 3 deste relatório, principalmente com base na teoria sobre a Inteligência Emocional e suas dimensões, autoconsciência, autorregulação, motivação, empatia e competências sociais, bem como nos modelos de Inteligência Emocional propostos pelos autores Mayer e Salovey (1990) e Goleman (2000) e ainda na Liderança Transacional e Transfomacional de Bass (1991).

Esta análise foi, também, elaborada considerando as hipóteses formuladas no início deste estudo e as questões orientadoras da investigação.

 

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5. Apresentação de Dados

No presente capítulo segue-se a apresentação, de forma sintetizada, das respostas mais pertinentes às entrevistas elaboradas às três direções e respetivos líderes e subordinados. Este capítulo corresponde à etapa de redução dos dados onde o investigador seleciona, simplifica e organiza todos os dados resultantes da investigação.

Face às entrevistas elaboradas às chefias das diversas Direções, podemos observar o conteúdo que a investigadora reconheceu como mais importante e relevante para a presente investigação nas respostas abaixo citadas:

1. Como descreveria um dia de trabalho na RTP?

“As pessoas que têm um trabalho de back office começam a trabalhar às 9h e vai até por volta das 8h da noite.”

“Um dia de trabalho na RTP é capaz de não ser igual todos os dias o que do meu ponto de vista, pessoalmente, é aliciante. Porque a RTP tem uma atividade que é muito diversificada.”

“Segunda-feira começo por fazer uma reunião de direção, todas as semanas com todos os responsáveis das áreas da direção e organizamos o trabalho da semana.”

2. A deslocação para fora da empresa em horário de trabalho é algo usual na rotina da RTP?

“Eu desloco-me, de facto, muitas vezes ao estrangeiro, eu diria que em média uma vez por mês tenho que sair de Portugal e tenho que me reunir com grupos de trabalho da Eurovisão noutros países.”

“Fundamentalmente trabalho a partir da empresa. Temos o privilégio dos nossos parceiros nos virem visitar.”

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