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ANÁLISE DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES

No documento Diretor da Anhanguera Publicações (páginas 44-47)

4 VAMOS PENSAR?

AULA 4 COMO INVESTIR NO MERCADO FINANCEIRO

6. ANÁLISE DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES

As ações são os instrumentos de propriedade das sociedades de capital aberto, da mesma forma que as cotas de capital são os instrumentos de propriedade das sociedades de capital fechado. A maior diferença entre as ações e as cotas de capital é que as ações são livremente negociadas em um mercado, a bolsa de valores. Para as cotas de capital não existe um mercado, sendo necessário ao vendedor buscar um comprador por conta própria.

Uma vez que existe um mercado para as ações, estas são muito mais fiscalizadas que as cotas de capital. São fiscalizadas pela CVM, por auditorias independentes e pela própria bolsa de valores. Os investidores adquirem ações de empresas, algumas vezes para obter o controle e administrar estas empresas, mas na maioria das vezes para obter ganho financeiro, como uma aplicação financeira de renda variável. É possível obter ganho financeiro com as ações quando seus preços variam:

• Quando o preço da ação aumenta, obterá ganho quem comprou esta ação;

• Quando o preço da ação diminui, obterá ganho quem vendeu a descoberto esta ação. Vender a descoberto significa vender a ação sem possuí-la, para ser entregue ao comprador em uma data futura.

6.1 ANÁLISE GRAFISTA DE AÇÕES

A análise grafista de ações tem como pressuposto que os mercados de ações passam por ciclos de alta e baixa que se repetem e que assim podem ser previstos antecipadamente. Assim, este tipo de análise utiliza como ferramenta principal os gráficos com o desempenho de ações, visando delinear padrões de comportamento e antecipar novos ciclos de alta e de baixa.

Nesta abordagem, trabalha-se com “pisos” e “tetos” de suporte, os quais, sendo rompidos, indicam que novos ciclos começaram. Esta abordagem é bastante criticada, apesar de ser também bastante utilizada, especialmente por investidores não-institucionais:

Críticas:

• Abordagem muito subjetiva e dependente da intuição do investidor;

• O pressuposto da repetição de ciclos não tem explicações convincentes de suas causas; • O passado nem sempre é um bom guia do futuro.

6.2 ANÁLISE FUNDAMENTALISTA DE AÇÕES

A análise fundamentalista de ações, ao contrário da análise grafista, visa estabelecer os fundamentos econômico-financeiros do valor da empresa e conseqüentemente de suas ações. Os principais pressupostos da análise fundamentalista são:

• O passado da empresa não tem relevância para o seu valor, somente as suas perspectivas futuras;

• Os fundamentos econômicos e financeiros determinam o valor da empresa. Assim, as questões relevantes a serem analisadas são, entre outras: perspectivas futuras de fluxo de caixa, lucros, investimentos, níveis de endividamento, liquidez e crescimento;

• Os ciclos de alta e baixa no mercado são imprevisíveis, uma vez que dependem de fatores internos e externos às empresas.

A análise fundamentalista se utiliza de diversas técnicas, dentre as quais destacamos duas: • O método do preço/lucro, o chamado P/L;

6.2.1 P/L

O método do P/L, ou seja, preço/lucro, é utilizado normalmente para determinar dentro de um setor quais são as melhores empresas. Este método é bastante semelhante ao método de análise de investimentos conhecido como “payback time” e procura estimar qual empresa oferece um maior lucro por um preço de ação menor. O lucro utilizado é sempre o lucro por ação.

Exemplo:

Duas empresas de petróleo, A e B, apresentam os seguintes preços e lucros por ação no final de 2009: Empresa A: lucro por ação = R$ 5,00 preço da ação = R$ 20,00

Empresa B: lucro por ação = R$ 7,00 preço da ação = R$ 42,00

Qual das empresas apresenta o melhor potencial de ganhos? A princípio, poderíamos imaginar que fosse a empresa B, pois tem o maior lucro por ação. Contudo, calculando o P/L:

P/L empresa A = 20,00 / 5,00 = 4 P/L empresa B = 42,00 / 7,00 = 6

Analisando o P/L, a empresa A é um investimento melhor, pois o seu preço é correspondente a apenas 4 vezes o seu lucro contra 6 vezes da ação B, o que significa que a ação A tem mais potencial de aumento de preços que a empresa B.

Críticas ao método do P/L:

• Considera somente o lucro, desprezando outros fatores como endividamento, fluxo de caixa, liquidez;

• Supõe que o lucro passado se repetirá no futuro, o que pode não ser correto. 6.2.2 MODELO DE GORDON

Este modelo tem como pressuposto que os investidores estão interessados nos dividendos futuros pagos pelas empresas. O modelo trata os dividendos como uma perpetuidade, ou seja, serão pagos sempre no futuro sem prazo para acabar, já que a empresa pode se manter indefinidamente. O valor da ação seria o valor presente destes dividendos a uma taxa de risco, ou custo de oportunidade. Assim:

Valor da ação = D / ( K – G)

D – valor do dividendo previsto para o próximo ano; K – taxa de risco ou custo de oportunidade;

G – taxa de crescimento dos dividendos.

Exemplo:

Os investidores esperam que a ação Y ofereça dividendos de R$ 4,00 por ação no próximo ano. Estes investidores esperam um crescimento dos dividendos de 10% ao ano. O custo de oportunidade deste investimento é de 20% ao ano. Qual é o valor justo das ações da empresa Y?

Resolução:

Valor da Ação = D / ( K – G) = 4 / (0,20 – 0,10) Valor da Ação = R$ 40,00

Exemplo 2:

No mesmo exemplo anterior, houve uma piora nas expectativas do futuro da empresa e alguns investidores acreditam em crescimento zero nos dividendos, enquanto outros acreditam em queda de 5% ao ano nos dividendos. Como estas mudanças afetam o valor justo das ações?

Resolução com crescimento zero:

Valor da Ação = D / ( K – G) = 4 / (0,20 – 0,00) Valor da Ação = R$ 20,00

Resolução com crescimento – 5% ao ano:

Valor da Ação = D / ( K – G) = 4 / (0,20 – (-0,05)) = 4 / 0,25 Valor da Ação = R$ 16,00

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