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5 ANÁLISE DOS DADOS, RESULTADOS OBTIDOS E TESTE DAS HIPÓTESES

5.3 Análise Descritiva

A análise descritiva das variáveis e seus respectivos resultados permite uma leitura detalhada da composição da amostra e suas peculiaridades. As tabelas apresentadas a seguir, caracterizam as variáveis da amostra pesquisada, os itens componentes dos constructos e os índices de comprometimento e retaliação por indicador. Para complementar, foi elaborada ainda, uma nuvem de palavras para os comentários e sugestões em relação à pesquisa.

Tabela 2 - Descrição das variáveis de caracterização da amostra

Variáveis N % Sexo Masculino 84 55,63% Feminino 67 44,37% Idade De 16 a 24 anos 5 3,31% De 25 a 29 anos 14 9,27% De 30 a 39 anos 42 27,81% De 40 a 49 anos 53 35,10% De 50 a 59 anos 30 19,87% Acima de 60 anos 7 4,64% Nível de escolaridade

Ensino médio completo 2 1,32%

Ensino superior incompleto 7 4,64% Ensino superior completo 22 14,57% Pós-graduação incompleta 2 1,32% Pós-graduação completa 84 55,63% Mestrado incompleto 9 5,96% Mestrado completo 19 12,58% Doutorado incompleto 3 1,99% Doutorado completo 3 1,99%

Tipo de cargo Cargo Comissionado 55 36,42%

Cargo Efetivo 96 63,58%

Cargo efetivo

Advogado 5 4,59%

Analista de Desenvolvimento 86 78,90% Técnico de Desenvolvimento 18 16,51%

Cargo comissionado - função

Analista de Suporte a Negócios 1 1,79%

Assessoria 1 1,79% Assistente 2 3,57% Consultor 2 3,57% Coordenador 8 14,29% Estagiário 4 7,14% Gerente 34 60,71% Secretária 3 5,36% Tecnico de Desenvolvimento 1 1,79% Tempo de trabalho no BDMG Menos de 1 ano 3 1,99% De 1 a 5 anos 41 27,15% De 6 a 10 anos 6 3,97% De 11 a 15 anos 60 39,74% De 16 a 20 anos 23 15,23% Acima de 20 anos 18 11,92%

Gerência de equipe Não 115 76,16%

Sim 36 23,84%

Gerência de projetos Não 127 84,11%

Sim 24 15,89%

A Tabela 2 apresenta a descrição das variáveis de caracterização da amostra. É possível identificar que a maior parte da amostra era do sexo masculino, sendo 84 (oitenta e quatro) indivíduos (55,63%).

No que se refere às faixas de idade, as mais frequentes foram de 40 (quarenta) a 49 (quarenta e nove) anos, com 53 (cinquenta e três) respondentes (35,10%) e de 30 (trinta) a 39 (trinta e nove) anos, com 42 (quarenta e dois) indivíduos (27,81%). Já os níveis de escolaridade mais frequentes foram: pós-graduação completa com 84 (oitenta e quatro) indivíduos (55,63%), ensino superior completo com 22 (vinte e dois) respondentes (14,57%) e mestrado completo com 19 (dezenove) pessoas (12,58%), indicando o elevado grau de escolaridade dos integrantes da instituição.

Ao descrever as variáveis é possível observar que 96 (noventa e seis) funcionários (63,58%) tinham cargos efetivos, enquanto 55 (cinquenta e cinco) empregados (36,42%) tinham cargos comissionados. Além disso, tem-se que dentre os indivíduos com cargos efetivos a carreira mais frequente foi analista de desenvolvimento, com 86 (oitenta e seis) pessoas (78,90%), enquanto dentre os comissionados a função mais frequente foi gerente, com 34 (trinta e quatro) respondentes (60,71%).

Se analisarmos o tempo de trabalho na instituição, percebe-se que 60 (sessenta) indivíduos, o que corresponde a 39,74% dos respondentes, trabalhavam de 11 (onze) a 15 (quinze) anos na instituição e 41 (quarenta e um) pessoas (27,15%) trabalhavam de 1 (um) a 5 (cinco) anos na empresa.

Por fim, ao avaliarmos as variáveis gerência de equipe e gerência de projetos, 36 (trinta e seis) indivíduos (23,84%) tinham cargo de gerência de equipe, enquanto 24 (vinte e quatro) pessoas (15,89%) tinham cargo de gerência de projetos. Para a análise das anotações realizadas na última parte do instrumento de pesquisa, é apresentada, na Figura 5, a nuvem de palavras obtida com os comentários e sugestões feitas acerca do questionário, bem como sobre o estudo em geral.

A nuvem de palavras é uma técnica que, através da contagem e da análise da frequência das palavras, pode ser utilizada para verificar quais foram mais utilizadas em um determinado texto. Para gerá-la, foi utilizada a função wordcloud do pacote wordcloud do software R.

Figura 5 - Nuvem de palavras para os comentários e sugestões em relação à pesquisa.

Fonte: Elaborado pela autora, 2017.

A partir dela, é possível observar as palavras mais citadas, tais como: João, ser, pesquisa, empresa e resultados. Assim, pode-se perceber que não possuem palavras negativas ou que expressem sofrimento nas expressões selecionadas pelo software. Portanto, este resultado pode ser considerado como uma forma de expressão da cultura institucional, representando a ideologia da organização. O aparecimento da palavra ganho no singular e no plural indica a importância das metas e o caráter elitista da instituição, refletido na postura de seus funcionários.

Na Tabela 3 é apresentada a análise descritiva das variáveis formadoras dos constructos dos constructos. Cabe destacar que as variáveis que formam o constructo comprometimento variaram de 1 (um) - discordo totalmente - a 6 (seis) - concordo totalmente - e, por isso, intervalo de confiança com limite superior abaixo de 3,5 evidenciam baixa concordância com a afirmativa representada pela variável; enquanto intervalo de confiança com limite superior acima de 3,5 indicam concordância com a afirmativa representada pela variável e intervalos que contêm o escore de 3,5 não evidenciam concordância nem discordância.

Já as variáveis que formam o constructo retaliação variaram de 1 (um) - discordo totalmente - a 5 (cinco) - concordo totalmente - e, dessa maneira, intervalos de confiança com limite superior abaixo de 3 (três) indicam baixa concordância com a afirmativa representada pela variável, enquanto intervalos de confiança com limite inferior acima de 3 (três) indicam

concordância com a afirmativa representada pela variável, e intervalos que contêm o escore de 3 (três) não indicam concordância nem discordância.

Tabela 3 - Descrição dos itens dos constructos

Constructos Itens Média D.P. I.C. - 95%¹

Comprometimento Afetiva AFE1 4,55 1,15 [4,36; 4,72] AFE2 4,70 1,28 [4,5; 4,89] AFE3 4,00 1,45 [3,77; 4,21] AFE4 3,77 1,50 [3,52; 4,02] Escassez de alternativas EA1 4,13 1,62 [3,87; 4,38] EA2 3,17 1,58 [2,94; 3,42] EA3 3,56 1,71 [3,29; 3,82] EA4 4,13 1,58 [3,89; 4,4]

Obrigação pelo desempenho

OD1 5,74 0,56 [5,64; 5,82] OD2 5,81 0,50 [5,72; 5,89] OD3 5,36 1,02 [5,19; 5,5] OD4 5,48 0,90 [5,33; 5,62] Obrigação em permanecer OP1 2,86 1,65 [2,62; 3,12] OP2 2,20 1,45 [1,99; 2,43] OP3 2,27 1,46 [2,04; 2,47] OP4 2,12 1,44 [1,91; 2,34] Afiliativa AFI1 4,46 1,10 [4,29; 4,63] AFI2 3,56 1,48 [3,34; 3,8] AFI3 4,29 1,25 [4,08; 4,48] AFI4 4,92 1,00 [4,76; 5,08]

Linha consistente de atividade

LCA1 5,15 0,92 [4,99; 5,29] LCA2 4,56 1,45 [4,33; 4,76] LCA3 4,28 1,42 [4,05; 4,52] LCA4 4,51 1,24 [4,32; 4,7]

Falta de recompensas e oportunidades

FRO1 2,28 1,39 [2,06; 2,51] FRO2 2,11 1,36 [1,9; 2,32] FRO3 2,19 1,33 [1,99; 2,39] FRO4 3,17 1,82 [2,87; 3,46] Retaliação Afetivo RA1 2,82 1,25 [2,64; 3,02] RA2 3,40 1,29 [3,21; 3,6] RA3 3,47 1,17 [3,3; 3,66] RA4 3,42 1,17 [3,25; 3,61] RA5 2,98 1,29 [2,77; 3,19] RA6 3,34 1,22 [3,14; 3,53] RA7 2,31 1,18 [2,13; 2,48] Conativo RC1 1,64 0,90 [1,5; 1,8] RC2 1,34 0,62 [1,25; 1,44] RC3 1,32 0,60 [1,23; 1,42] RC4 1,54 0,79 [1,42; 1,67] RC5 1,36 0,70 [1,26; 1,46]

Fonte: Elaborado pela autora, 2017.

¹ Intervalo bootstrap.

Portanto, no que se refere ao constructo comprometimento, pode-se ressaltar que todos os itens atinentes ao componente afetiva (AFE1, AFE2, AFE3 e AFE4) obtiveram médias maiores que 3,5, indicando uma tendência a concordar com a afirmação, sendo que a

maior concordância média foi com o item AFE2 (4,70). Para o componente escassez de alternativas, houve uma tendência a concordar com os itens EA1 (4,13) e EA4 (4,13), enquanto houve uma tendência a discordar do item EA2 (3,17) e não houve tendência a concordar nem discordar do item EA3 (3,56). No caso do componente obrigação pelo desempenho, houve uma tendência a concordar com todos os itens (OD1, OD2, OD3, OD4), sendo que a maior concordância média foi com o item OD2, correspondendo a 5,81. Em relação ao componente obrigação em permanecer, houve uma tendência a discordar de todos os itens (OP1, OP2, OP3, OP4), sendo que o item OP4 teve a maior discordância média (2,12). Para o componente afiliativa, observa-se uma tendência a concordar com os itens AFI1, AFI3 e AFI4, sendo a maior concordância média a do item AFI4 (4,92). No entanto, não houve tendência a concordar nem discordar do item AFI2 (3,56). Quanto ao componente linha consistente de atividade, houve uma tendência a concordar com todos os itens (LCA1, LCA2, LCA3, LCA4), sendo que o item LCA1 apresentou a maior concordância média (5,15). Por fim, no componente falta de recompensas e oportunidades, houve uma tendência de discordar com todos os itens (FRO1, FRO2, FRO3, FRO4), sendo que a maior discordância média foi a do item FRO2 (2,11). Cumpre destacar ainda, que os valores relativos ao item obrigação pelo desempenho se apresentaram diferenciados das demais médias, se posicionando bem acima das outras registradas, no qual todas as médias são superiores a 5 (cinco), na escala EBACO de 1 (um) a 6 (seis). Em contrapartida, os componentes obrigação em permanecer e falta de recompensas e oportunidades foram aqueles que apresentaram as menores médias, todos abaixo de 3 (três), na escala EBACO de 1 (um) a 6 (seis).

Já no que se refere ao constructo retaliação, observa-se que, quanto ao componente afetivo, houve uma tendência a discordar dos itens RA1 (2,82), RA5 (2,98) e RA7 (2,31). No entanto, não houve tendência a concordar nem discordar dos itens RA2 (3,40), RA3 (3,47), RA4 (3,42) e RA6 (3,34). No caso do componente conativo, houve uma tendência a discordar de todos os itens (RC1, RC2, RC3, RC4, RC5), sendo que o item RC3 teve a maior discordância média (1,32). Assim, observa-se que os itens que apresentaram as maiores médias integram o componente afetivo. Em contrapartida, o componente conativo, apresentou as menores médias, com todos os valores inferiores a 2 (dois), na medida MARO com a escala de 1 a 5.

Com a finalidade de ilustrar os resultados da análise descritiva das variáveis formadoras dos constructos, foi elaborada uma série de gráficos, apresentados a seguir, para identificar os intervalos de confiança de cada um dos componentes dos constructos.

Inicialmente, no Gráfico 4, observa-se, no que se refere aos itens do componente afetiva, do constructo comprometimento, que os intervalos de confiança variaram, aproximadamente, entre 3,50 e 5,00, considerando 5% de erro padrão e 95% de confiança.

Gráfico 4 - Intervalos de confiança para o constructo comprometimento – afetiva.

Fonte: Elaborado pela autora, 2017.

Já no caso dos itens do componente escassez de alternativas, para o mesmo padrão estatístico, a análise do Gráfico 5 revela que os intervalos de confiança se situaram entre os valores próximos de 3,00 e 4,50.

Gráfico 5 - Intervalos de confiança para o constructo comprometimento - escassez de

alternativas.

Fonte: Elaborado pela autora, 2017.

Quanto aos itens do componente obrigação pelo desempenho, são exibidos, por meio do Gráfico 6, os respectivos intervalos de confiança, que variaram entre pouco mais de 5,00 e pouco menos de 6,00, nos mesmos padrões estatísticos.

Gráfico 6 - Intervalos de confiança para o constructo comprometimento - obrigação pelo

desempenho.

Fonte: Elaborado pela autora, 2017.

Já em relação aos itens do componente obrigação em permanecer, para os mesmos padrões de análise estatística, são apresentadas variações entre cerca de 2,00 e 3,00, conforme Gráfico 7, expresso a seguir.

Gráfico 7 - Intervalos de confiança para o constructo comprometimento - obrigação em

permanecer.

Fonte: Elaborado pela autora, 2017.

A análise do Gráfico 8, no que se refere à formação do componente afiliativa, retrata que os intervalos de confiança estão situados entre, aproximadamente, 3,50 e 5,00.

Gráfico 8 - Intervalos de confiança para o constructo comprometimento – afiliativa.

Já em relação ao componente linha consistente de atividade, observa-se, no Gráfico 9, que, os intervalos de confiança se situaram entre os valores próximos a 4,00 e 5,50.

Gráfico 9 - Intervalos de confiança para o constructo comprometimento - linha consistente de

atividade.

Fonte: Elaborado pela autora, 2017.

Com relação ao último componente do constructo comprometimento, representado pela falta de recompensas e oportunidades, verifica-se, no Gráfico 10, que a variação dos intervalos de confiança ocorreu entre os valores próximos a 2,00 e 3,50.

Gráfico 10 - Intervalos de confiança para o constructo comprometimento - falta de

recompensas e oportunidades.

Fonte: Elaborado pela autora, 2016.

Prosseguindo a análise descritiva dos componentes do modelo teórico, apresenta-se, a seguir, os intervalos de confiança do constructo retaliação, nos mesmos padrões estatísticos.

No que se refere aos itens do componente afetivo do referido constructo, observa-se que, no Gráfico 11, os intervalos de confiança estão, aproximadamente, entre 2,00 e 3,50.

Gráfico 11 - Intervalos de confiança para o constructo retaliação – afetivo.

Fonte: Elaborado pela autora, 2017.

Finalmente, no Gráfico 12, são apresentados os intervalos de confiança dos itens formadores do componente conativo, cuja variação ocorreu entre 1,00 e 2,00, aproximadamente.

Gráfico 12 - Intervalos de confiança para o constructo retaliação – conativo.

Fonte: Elaborado pela autora, 2017.

A Tabela 4, a seguir, apresenta as médias das variáveis, os respectivos pesos das escalas, bem como as médias dos indicadores objetivando possibilitar uma melhor compreensão individualizada dos resultados por constructo, e analisá-los de acordo com os padrões estabelecidos nas escalas EBACO e MARO, para comprometimento e retaliação, respectivamente.

Tabela 4 - Índices de Comprometimento e Retaliação por indicador

Constructos Itens C.F.¹ Com.² Peso

Comprometimento Afetiva AFE1 0,91 0,83 0,29 AFE2 0,89 0,80 0,28 AFE3 0,88 0,77 0,28 AFE4 0,86 0,75 0,27 Escassez de alternativas EA3 0,85 0,73 0,33 EA2 0,82 0,68 0,32 EA1 0,82 0,67 0,32 EA4 0,72 0,52 0,28

Obrigação pelo desempenho

OD2 0,82 0,67 0,33 OD3 0,82 0,67 0,33 OD1 0,82 0,67 0,33 OD4 0,71 0,50 0,28 Obrigação em permanecer OP3 0,95 0,90 0,30 OP2 0,93 0,87 0,29 OP4 0,89 0,79 0,28 OP1 0,78 0,61 0,25 Afiliativa AFI3 0,90 0,82 0,34 AFI1 0,85 0,72 0,32 AFI4 0,80 0,64 0,30 AFI2 0,68 0,46 0,26

Linha consistente de atividade

LCA2 0,80 0,64 0,42 LCA1 0,78 0,60 0,41 LCA3 0,59 0,35 0,31 LCA4 0,55 0,30 0,29 Falta de recompensas e oportunidades FRO1 0,70 0,49 0,42 FRO3 0,67 0,44 0,39 FRO4 0,65 0,42 0,38 FRO2 0,58 0,33 0,34 Retaliação Afetivo RA4 0,89 0,79 0,19 RA6 0,87 0,76 0,19 RA2 0,87 0,76 0,19 RA5 0,83 0,69 0,18 RA1 0,81 0,66 0,17 RA7 0,74 0,55 0,16 RA3 0,71 0,50 0,15 Conativo RC2 0,88 0,77 0,26 RC4 0,82 0,68 0,25 RC3 0,82 0,67 0,24 RC1 0,79 0,63 0,24 RC5 0,78 0,61 0,23

Fonte: Elaborado pela autora, 2017.

No cálculo do grau de comprometimento, inicialmente, foi calculada a média obtida para cada item da escala. Em seguida, as médias encontradas foram multiplicadas pelo peso de cada um dos itens, previamente obtidos com a escala EBACO, conforme Bastos et al. (2008). Os pesos foram utilizados conforme apresentados no anexo A, extraído de Bastos et

al. (2008), e buscaram calcular o escore de cada um dos fatores que correspondem às bases do comprometimento. Posteriormente, os resultados foram somados e a partir daí, foi feita uma aferição com base nos níveis também indicados no anexo A para avaliar como a instituição se posiciona em relação às bases do comprometimento. Para que possa ser feita a interpretação dos resultados obtidos, é importante considerar que algumas das bases do comprometimento são diretamente proporcionais ao desempenho institucional, enquanto outras são inversamente proporcionais. Assim, para as bases afetiva, afiliativa, obrigação em permanecer e obrigação pelo desempenho deseja-se um alto escore para o comprometimento, enquanto nas bases escassez de alternativas, linha consistente de atividade e falta de recompensas e oportunidades, são desejados baixos escores para o comprometimento. Para estas análises, considerou-se os escores apresentados por Bastos et al. (2008) no instrumento de pesquisa aplicado.

No cálculo do componente afetiva, foi alcançado o resultado 13,12, apontando para um comprometimento acima da média, por situar-se entre 11,21 e 16,55. Deve-se notar que para o bom desempenho organizacional, deseja-se um alto comprometimento afetivo. Para o componente escassez de alternativas, obteve-se um valor de 11,12, situando-se abaixo de 11,46, o que denota um baixo escore para este componente do comprometimento. Contudo, para esta base em questão, é desejado que o resultado fosse baixo, para uma adequada performance gerencial (Bastos et al., 2008). Se analisarmos o componente obrigação pelo desempenho, tem-se que a média obtida foi 16,66 sendo maior que 13,34, o que aponta para alto escore para o componente. No caso deste fator, busca-se um resultado elevado para uma efetividade das metas organizacionais. Em relação ao componente obrigação em permanecer, a média resultante foi 7,63. Assim, por ser menor de 10,62, tem-se baixo comprometimento, o que se apresenta como um ponto de atenção, uma vez que, para um bom desempenho da empresa, espera-se um alto comprometimento neste quesito. No cômputo do componente afiliativa, obteve-se o valor de 12,90, que, por ser abaixo de 14,77, indica baixo comprometimento. Contudo, como no caso deste fator é desejado um alto comprometimento, este também é um aspecto crítico para o comportamento da organização, principalmente no que tange às suas metas e objetivos. No que se refere ao componente linha consistente de atividade, o resultado foi 12,13. Como encontra-se entre 8,52 e 12,13, considera-se que o comprometimento está abaixo da média e entre 12,13 e 15,63, o comprometimento está acima da média, tem-se que o resultado se encontra no limite entre os dois níveis, tendendo ligeiramente ao comprometimento acima da média. Por fim, para o fator falta de recompensas e oportunidades o resultado alcançado foi 6,15, apontando para um comprometimento abaixo

da média, por estar entre os valores 4,36 e 8,78, considerado um bom resultado para o desempenho organizacional. Já para o cálculo da retaliação, de acordo com o roteiro proposto por Mendonça (2008), busca-se o escore médio em cada um dos fatores da escala (afetivo e conativo), obtido com a somatória dos valores alcançados em cada um dos itens e a divisão da somatória pelo número total de itens que compõem o fator. Ao analisarmos o componente afetivo, com o valor de 3,11, ou seja, uma média igual a superior a 3,0, percebe-se a indignação dos respondentes diante do contexto organizacional injusto (Mendonça, 2008, p. 258), sendo este um ponto de atenção para a organização pesquisada.

No caso do componente conativo, foi alcançado um valor de 1,4396, sendo, portanto, uma média fatorial igual ou inferior a 2,0, indicando que os funcionários da organização pesquisada não possuem uma tendência consciente para assumir uma atitude retaliatória frente a situações de injustiça. Este resultado é positivo para a gestão de pessoas na instituição em estudo, considerando que quanto menos indignação e menor existência de conflitos no ambiente organizacional, melhor a produtividade. Uma vez que ainda que os trabalhadores se indignem com o contexto organizacional injusto, eles não retribuem (de forma consciente) a esta situação, com comportamentos retaliatórios. A seguir, são apresentados os principais aspectos e achados decorrentes da análise fatorial exploratória realizada com os dados coletados, com o objetivo de validar o modelo teórico (hipotético) proposto para o estudo das relações entre os constructos.

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