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Relativamente aos inquéritos efetuados, procedeu-se à caraterização da amostra recorrendo a análises diretas aos dados recolhidos (apêndice 2), quanto à localização, antiguidade, dimensão, desenvolvimento de I&D, tipo de I&D, números de colaboradores afetos a esta atividade, tipos de inovação, forma como acederam à mesma e quanto à tipologia das estratégias de inovação adotadas:

▪ Localização.

Gráfico 4.5 – Localização das empresas do setor da cortiça quanto ao distrito.

Fonte: elaboração própria com base nos inquéritos (apêndice 2).

Verificou-se que 75% das empresas deste setor que responderam ao inquérito localizam- se no distrito de Aveiro. O distrito que aparece no segundo lugar, no que à concentração diz respeito, é Évora, com apenas 9,4% (gráfico 4.5). Estamos, portanto, perante uma concentração geográfica elevada deste setor.

▪ Antiguidade.

Quanto à antiguidade, verificou-se no gráfico 4.6, que 59,4% das empresas têm mais de 20 anos de existência e 15,6% menos de 5 anos. Sendo este um setor tradicional da economia portuguesa, é expetável que muitas das empresas tenham alguns anos de laboração.

Gráfico 4.6 – Caraterização das empresas do setor da cortiça quanto à antiguidade.

▪ Dimensão.

No que à dimensão diz respeito, 40,6% das empresas que responderam aos inquéritos são microempresas (menos de 10 trabalhadores), e 31,3% são pequenas empresas (menos de 50 trabalhadores), quer isto dizer que, 71,9% são micro e pequenas empresas (gráfico 7.7). Verificou-se que este setor se concentra essencialmente em micro e pequenas empresas.

Gráfico 4.7 – Caraterização das empresas do setor da cortiça quanto à dimensão.

Fonte: elaboração própria com base nos inquéritos (apêndice 2).

▪ Desenvolvimento de I&D e tipo.

No que diz respeito à prática de I&D, 56,3% das empresas da amostra praticaram I&D, sendo que destas, 77,8% praticaram desenvolvimento experimental, quer isto dizer que efetuaram trabalho sistemático desenvolvido com a utilização do conhecimento gerado no trabalho de investigação e na experiência, com o propósito de criar novos ou significativamente melhorados materiais, produtos, processos ou serviços, inovações de marketing ou inovações organizacionais (verificar gráficos 4.8 e 4.9)

Gráfico 4.9 – Tipos de I&D

Fonte: elaboração própria com base nos inquéritos (apêndice 2).

▪ Número de colaboradores afetos à atividade de I&D.

Em relação ao gráfico 4.10, constatou-se que das 32 empresas analisadas, durante o período de crise económica, 16 praticaram I&D a tempo parcial e 18 praticaram I&D a tempo total. Das empresas que praticaram estas atividades a tempo parcial, a grande maioria despendeu até dois colaboradores a tempo parcial. Das empresas que optaram pela prática de I&D a tempo total, a maioria despendeu também até 2 colaboradores.

Gráfico 4.10 – Caraterização das empresas quanto ao número de colaboradores afetos a I&D.

▪ Tipos de inovação introduzidas.

Gráfico 4.11 – Tipos de inovações introduzidas no setor

Fonte: elaboração própria com base nos inquéritos (apêndice 2).

No que diz respeito ao tipo de inovações introduzidas pelas empresas do setor da cortiça em período de crise económica (gráfico 4.11), observou-se que 75% das empresas introduziram inovações de processos, quer dizer que implementaram novos métodos de produção, ou distribuição, ou significativamente melhorado, onde pode incluir mudanças significativas em técnicas, equipamentos e/ou software.

Não obstante esta situação, temos também percentagens elevadas de inovações em produto e organizacional (43,8% 3 40,6% respetivamente), quer isto dizer que, das 32 empresas que responderam ao inquérito, 43,8% foram introduções de novos produtos, serviços, ou melhoramentos significativos nos já existentes, e 40,6% residiram em implementações de novos métodos organizacionais nas práticas de negócios da empresa, na organização do local de trabalho, ou nas relações externas.

▪ Modo de acesso à tecnologia existente

Analisado o gráfico 4.12, verificou-se uma grande heterogeneidade nos acessos à tecnologia existente, concluindo-se assim que se encontra disponível uma vasta gama de possibilidades, desde desenvolvimento de I&D interna, parcerias com fornecedores, clientes, universidades, ou centros tecnológicos e aquisição de tecnologia chave na mão. Retirou-se ainda deste gráfico, a conclusão de que nenhuma das empresas da amostra licenciou qualquer tipo de tecnologia.

Gráfico 4.12 – Modo de acesso à tecnologia por parte das empresas do setor.

Fonte: elaboração própria com base nos inquéritos (apêndice 2).

▪ Tipologia da estratégia adotada:

Gráfico 4.13 – Caraterização das empresas quanto ao tipo de estratégia adotada

Fonte: elaboração própria com base nos inquéritos (apêndice 2).

Quanto à tipologia da estratégia utilizada pela indústria da cortiça em Portugal em tempo de crise (gráfico 4.13), verificou-se que não existe uma estratégia única definida para o setor, mas o recurso a diversos tipos de estratégia. A percentagem de empresas da amostra que optaram por uma estratégia ofensiva é elevada, o que revela uma aptidão para atividades de I&D. Visam os maiores lucros possíveis para cobrir os altos custos com estas atividades, possuem visão de longo prazo e estão preparadas para correr altos riscos.

28% 22% 6% 25% 11% 8% 0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% Ofensiva Defensiva Imitativa Tradicional dependente Oportunista

Tabela 4.1 – Tipos de estratégias adotadas

Tipo de estratégia Nº respostas

Ofensiva 10 Defensiva 8 Imitativa 2 Tradicional 9 Dependente 4 Oportunista 3 Ofensiva, oportunista 3 Dependente, tradicional 1

Fonte: elaboração própria com base nos inquéritos das empresas da amostra (apêndice 2)

Conforme se pode verificar na tabela 4.1, existem empresas que seguiram mais do que uma estratégia, uma vez que, nas respostas ao inquérito, observou-se que algumas optaram por adotar mais do que uma. Verificou-se que todas as empresas que adotaram uma estratégia do tipo oportunista, também, no período de estudo em causa, optaram por uma estratégia ofensiva.

▪ Registo de patentes:

Quanto ao registo de patentes, recorrendo aos dados do gráfico 4.14, verificou-se que 75% das empresas não registaram patentes e 15.6% registaram 2, ou menos patentes, no período alvo do estudo.

Gráfico 4.14 – Registo de patentes

De salientar ainda que 6.3% de empresas registaram mais de 10 patentes neste período temporal, o que se considera uma percentagem significativa.