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FASE DESCRITIVA

4 Análise e discussão dos resultados

4.4 Análise da dimensionalidade das escalas

Segundo Hair et al. (2009, p. 126), “uma suposição inerente e exigência essencial para a criação de uma escala múltipla é que os itens sejam unidimensionais, significando que eles estão fortemente associados um com o outro e representam um só conceito”. Índices altos do

alfa de Cronbach sugerem que a unidimensionalidade de uma escala múltipla existe, mas esse

não é um teste definitivo para tal propósito.

A técnica utilizada para verificar a unidimensionalidade das duas escalas múltiplas desta pesquisa foi a análise fatorial, que é útil para avaliar a estrutura interna das correlações entre um grande número de variáveis. Nesse caso, não foi necessário a observância ao pressuposto da normalidade, que segundo Hair et al. (2009, p. 109), “é necessária somente se um teste estatístico é aplicado para a significância dos fatores, mas esses testes raramente são usados”.

Para que a unidimensionalidade seja caracterizada, a escala deve apresentar itens com cargas fatoriais altas em um único fator. Segundo Hair et al. (2009), amostras com mais de 200 unidades podem obter significância com cargas fatoriais a partir de ±0,400. Nesta pesquisa, optou-se por considerar como significativas as cargas a partir de ±0,500.

Uma outra forma de verificar se a amostra é adequada à aplicação da análise fatorial, é a medição de adequacidade da amostra (MSA), que pode ser avaliada pelo índice Kaiser-

Meyer-Olkin (KMO). Segundo Malhotra (2006), valores KMO entre 0,5 e 1 indicam que a

análise fatorial é adequada. Hair et al. (2009) classificam valores acima de 0,8 como ‘admiráveis’.

Por fim o teste de Bartlett de esfericidade afere a possibilidade de que as variáveis não sejam correlacionadas na população. Malhotra (2006) indica que para que seja possível a aplicação da análise fatorial, o nível de significância do teste esteja com valor abaixo de 0,05. As análises são apresentadas a seguir.

4.4.1 Escala de ambiência

Uma escala múltipla de cinco pontos e seis itens foi usada para verificar a avaliação da ambiência (MUMMALANENI, 2005) do web site do ambiente de sala de aula virtual utilizado pelos e-alunos. Foi gerado um fator, com cargas entre 0,770 e 0,830 e variância explicada de 66,30%.

O índice KMO de adequacidade da amostra foi de 0,911 e o teste de Bartlett de esfericidade apresentou um qui-quadrado de 1346,195, com 15 graus de liberdade e significância de 0,000. O coeficiente de confiabilidade, alfa de Cronbach, foi de 0,898. Foram analisados 423 questionários e o resultado da matriz componente é apresentado na Tabela 6 (4).

Tabela 6 (4): Análise fatorial da escala de ambiência

Variável Carga alfa de Cronbach

Não atraente / Atraente 0,770

0,898 Desagradável / Agradável 0,822

Sombrio / Claro 0,819

Sem vida / Com vida 0,818 Desanimado / Animado 0,830 Tedioso / Estimulante 0,825

A analise fatorial revelou apenas um fator, ratificando a unidimensionalidade da escala, nesse caso, corroborando com Sherman et al. (1997) e Mummalaneni (2005).

4.4.2 Escala de design

Para avaliação de design do web site do ambiente de sala de aula virtual, foi utilizada uma escala no formato Likert de cinco pontos e cinco itens (MUMMALANENI, 2005).

Realizada a análise fatorial, o valor das cargas gerado ficou entre 0,789 e 0,847 e da variância explicada de 66,46%.

O índice KMO de adequacidade da amostra foi de 0,872 e o teste de Bartlett de esfericidade apresentou um qui-quadrado de 974,193, com 10 graus de liberdade e significância de 0,000. O coeficiente de confiabilidade, alfa de Cronbach, foi de 0,874. Foram analisados 423 questionários e o resultado da matriz componente é apresentado a seguir, na Tabela 7 (4).

Tabela 7 (4): Análise fatorial da escala de design

Variável Carga alfa de Cronbach

Leiaute padrão 0,802

0,874

Web site organizado 0,817

Facilmente encontro o que procuro 0,847

Gosto do design 0,821

Web site é amigável (‘user friendly’) 0,798

Fonte: Coleta de dados (2011)

Assim como na análise fatorial da escala de ambiência, a analise fatorial da escala de

design revelou apenas um fator, ratificando a unidimensionalidade da escala, corroborando

com Wang (2003) e Mummalaneni (2005).

Uma escala de diferencial semântico de cinco pontos e seis itens foi usada para verificar a avaliação de prazer (MUMMALANENI, 2005) experenciado pelos e-alunos, usuários do AVA Moodle. Foi gerado um fator, com cargas entre 0,805 e 0,840 e variância explicada de 68,21%.

O índice KMO de adequacidade da amostra foi de 0,911 e o teste de Bartlett de esfericidade apresentou um qui-quadrado de 1455,556, com 15 graus de liberdade e significância de 0,000. O coeficiente de confiabilidade, alfa de Cronbach, foi de 0,907. Foram analisados 423 questionários e o resultado da matriz componente é apresentado na Tabela 8 (4).

Tabela 8 (4): Análise fatorial da escala de avaliação emocional de prazer

Variável Carga alfa de Cronbach

Infeliz / Feliz 0,839 0,907 Aborrecido / Agradado 0,831 Insatisfeito / Satisfeito 0,805 Melancólico / Alegre 0,830 Desesperançoso / Esperançoso 0,809 Entediado / Tranqüilo 0,840

Fonte: Coleta de dados (2011)

A analise fatorial revelou apenas um fator, confirmando a unidimensionalidade da escala, nesse caso, indo de encontro com os resultados encontrados nas pesquisas de Sherman et al. (1997) e Mummalaneni (2005).

4.4.4 Escala de avaliação emocional de ativação

Para avaliação da escala de ativação experenciada pelos e-alunos, foi utilizada uma escala no formato Likert de cinco pontos e seis itens (MUMMALANENI, 2005).

Realizada a análise fatorial, o valor das cargas gerado ficou entre 0,795 e 0,827 e da variância explicada de 66,31%.

O índice KMO de adequacidade da amostra foi de 0,909 e o teste de Bartlett de esfericidade apresentou um qui-quadrado de 1342,101, com 15 graus de liberdade e significância de 0,000. O coeficiente de confiabilidade, alfa de Cronbach, foi de 0,898. Foram analisados 423 questionários e o resultado da matriz componente é apresentado na Tabela 9 (4), a seguir.

Tabela 9 (4): Análise fatorial da escala de avaliação emocional de ativação

Variável Carga alfa de Cronbach

Relaxado / Estimulado 0,827 0,898 Calmo / Emocionado 0,824 Apático / Frenético 0,822 Quieto / Inquieto 0,807 Sonolento / Desperto 0,812 Indiferente / Motivado 0,795

Fonte: Coleta de dados (2011)

Ratificando, mais uma vez, a unidimensionalidade da escala e corroborando, nesse caso, com Sherman et al. (1997) e Mummalaneni (2005), a analise fatorial produzida revelou apenas um fator.

4.4.5 Escala de avaliação de satisfação

Uma escala no formato Likert de cinco pontos e seis itens foi utilizada para verificar a avaliação de satisfação (MUMMALANENI, 2005) vivenciada pelos usuários do AVA Moodle. Foi gerado um fator, com cargas entre 0,806 e 0,829 e uma variância explicada de 65,81%.

O índice KMO de adequacidade da amostra foi de 0,912 e o teste de Bartlett de esfericidade apresentou um qui-quadrado de 1306,190, com 15 graus de liberdade e significância de 0,000. O coeficiente de confiabilidade, alfa de Cronbach, foi de 0,896. Foram analisados 423 questionários e o resultado da matriz componente é apresentado na Tabela 10 (4).

Tabela 10 (4): Análise fatorial da escala de avaliação de satisfação

Variável Carga alfa de Cronbach

Estou satisfeito com o AVA 0,829

0,896 Sala de aula física vs. virtual = VIRTUAL 0,813

Minha escolha de utilizar o AVA foi inteligente 0,806 Me sinto bem sobre utilizar o AVA 0,808 Fiz a coisa certa ao ingressar em curso de EAD 0,811

Estou feliz com o meu AVA 0,801

Fonte: Coleta de dados (2011)

A analise fatorial revelou apenas um fator, ratificando a unidimensionalidade da escala, corroborando com os estudos de Banin et al. (1994) e, posteriormente, de Mummalaneni (2005).

4.4.6 Escala de intenção de comportamento

Finalmente, na avaliação da escala de intenção de comportamento, foi utilizada uma escala no formato Likert de cinco pontos e quatro itens (MUMMALANENI, 2005).

Aqui, o valor das cargas gerado pela análise fatorial ficou entre 0,822 e 0,859 e o da variância explicada foi de 70,51%.

O índice KMO de adequacidade da amostra foi de 0,821 e o teste de Bartlett de esfericidade apresentou um qui-quadrado de 751,221, com 6 graus de liberdade e significância de 0,000. O coeficiente de confiabilidade, alfa de Cronbach, foi de 0,898. Foram analisados 423 questionários e o resultado da matriz componente é apresentado na Tabela 11 (4), a seguir.

Tabela 11 (4): Análise fatorial da escala de intenção de comportamento

Variável Carga alfa de Cronbach

O AVA me estimula a continuar freqüentando curso até o fim 0,859

0,861 Pretendo utilizar outro curso que faça uso do AVA 0,844

Pretendo continuar utilizando a EAD em outras ocasiões 0,834

Pretendo recomendar a EAD 0,822

Assim como em todas as outras análises realizadas das escalas utilizadas, a análise fatorial da escala de intenção de comportamento revelou apenas um fator, ratificando a unidimensionalidade da escala, confirmando os achados da pesquisa realizada por Mummalaneni (2005).