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Análise e discussão do resultado dos inquéritos por entrevista à questão 7

CAPÍTULO 3 – ANÁLISE DE RESULTADOS

3.7 Análise e discussão do resultado dos inquéritos por entrevista à questão 7

No que diz respeito à questão n.º 7: “Que dificuldades se detetam na implementação de um sistema de Gestão do Conhecimento na GNR?” e tendo por base os resultados obtidos com a análise das respostas à questão n.º 7 analisadas e sintetizadas na tabela 1 – Análise qualitativa e quantitativa das entrevistas62, é possível observar e constatar inicialmente que a instituição tem todo o interesse e vê esta temática em estudo como um potencial diferenciador na medida em que para além de nenhum dos inquiridos referir o contrário, verificou-se, pelo contrário, a positividade da questão, ou seja, o interesse institucional, por parte dos diferentes militares entrevistados.

Contudo, apesar de declaradamente existir um interesse por parte da instituição (vertido na Estratégia 2020 da Guarda como a Estratégia para o Conhecimento), existem outros fatores que influenciam e dificultam a implementação de um sistema deste tipo por parte da organização.

Neste ensejo, as respostas dos inquiridos assentaram essencialmente em dois pontos sendo que o primeiro se prende com a falta de recursos financeiros e o segundo, assente na necessidade da utilização dos sistemas informáticos para o sucesso do funcionamento deste sistema, assenta nas diversas insuficiências ou deficiências dos programas a utilizar assim como nos próprios computadores à disposição dos militares para o serviço.

Assim, foi verificado que 91 % dos inquiridos defende que o grande constrangimento para a implementação de um sistema de Gestão do Conhecimento na Guarda se prende com sistemas de informação e tecnologias com deficientes ou insuficientes para o efeito.

Tal como defende o E163, uma das principais dificuldades para o funcionamento deste sistema começa logo pela acessibilidade dos militares à informação institucional pelo “que se

61 Cfr. Apêndice N. 62 Cfr. Apêndice B. 63 Cfr. Apêndice D.

até então se podia ler um e-mail, uma informação ou um documento em casa, agora, para o fazer o militar tem que se deslocar à unidade” o que, se por um lado é benéfico por questões de segurança e proteção de dados, por outro lado dificulta muitas vezes a atividade dos militares nomeadamente a atividade dos chefes, comandantes e diretores, que se confrontam algumas vezes com situações de resolução rápida via contacto telefónico e que se vêm limitados em virtude do acesso a informações que podiam claramente servir de suporte e apoio à sua decisão. Na mesma linha de pensamento, o E264 refere como grande dificuldade para além da acessibilidade dos militares aos sistemas o seu próprio funcionamento muitas das vezes lento face às necessidades do quotidiano. Para além dos sistemas, também os computadores já com capacidade insuficiente para suportar os novos sistemas informáticos dificultam significativamente o serviço levando muitas das vezes ao duplicar de trabalho assim como à utilização de “tecnologias ou plataformas alternativas como o e-mail.

Da parte dos inquiridos do Grupo B65, a postura é semelhante e prende-se essencialmente com os sistemas de utilização quotidiana insuficientes face às necessidades, para além da falta de investimento no parque informático. Neste ensejo, tal como defende o E766, são “premissas que não podem de qualquer maneira faltar” mas que no que diz respeito ao parque informático, se vivem “momentos conturbados”.

Por outro lado, 36 % dos inquiridos defenderam que, independentemente da intenção da instituição, um sistema de Gestão do Conhecimento, tendo uma envergadura consideravelmente grande, exige um investimento financeiro que não tem sido disponibilizado pelas mais diversas razões independentes dos objetivos da presente investigação.

Em virtude disto, tal como defende o E267, muitas das vezes as questões que se prendem com determinados investimentos são externas à própria instituição. Segundo este inquirido “a Guarda está sempre pronta a fazer o seu melhor e tem uma cultura muito favorável a isto” (contudo) há questões que muitas das vezes são externas à Guarda e que se prendem quase sempre com as questões financeiras, cada vez piores”. Esta postura para além de partilhada pelo E568, é também vivenciada pelo E1169 do Grupo B dos inquiridos que 64 Cfr. Apêndice E. 65 Cfr. Apêndice C. 66 Cfr. Apêndice J. 67 Cfr. Apêndice E. 68 Cfr. Apêndice H. 69 Cfr. Apêndice N.

salienta que este investimento não se concretizar não por desconhecimento da instituição ou falta de intenção da mesma mas sim em virtude de uma crise financeira que se prolonga por muitos anos e que resulta em prejuízos diários para a própria instituição. Ainda na ideia explanada por este inquirido, as tecnologias e a sua falta de investimento acarreta consequências para o serviço que se prendem ainda com a motivação dos militares pois a utilização das tecnologias ao não ser uma atividade prioritária e principal dos patrulheiros, se não funcionarem condignamente, também a sua motivação e disposição para as utilizar diminuirá, o que se pode consubstanciar em falta de conhecimentos e informações pertinentes que os militares depositariam nestas plataformas.

A postura de todos os inquiridos prendeu-se efetivamente com o apoio e o interesse do comando da instituição em investir e proporcionar melhores condições para os militares na sua utilização. Por conseguinte, todos os inquiridos reconheciam um enorme esforço do mesmo comando em ir de encontro a estas necessidades pelo que, as dificuldades de concretização desta intenção se prendem fundamentalmente com entidades e processos externas à Guarda. Por outro lado, também todos os inquiridos reconheceram que o rumo e o caminho da instituição no que diz respeito aos programas informáticos é o correto pelo que depositaram considerável confiança no futuro das tecnologias informáticas a ser utilizadas, nomeadamente e de forma particular, em virtude no novo SIIOP que se encontra ainda em fase de desenvolvimento.