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A carta de risco de incêndio florestal do concelho da Murtosa que pode ser observada na figura 37 resultou da aplicação da metodologia anteriormente referida (Weighted Sum).

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Para efectuar a análise em termos de percentagem de área total para cada risco, foram necessárias efectuar algumas operações. Inicialmente, e como o Raster final gerado não se encontrava optimizado para efectuar operações, foi necessário truncar cada valor das células para números inteiros. Para realizar este procedimento, foi utilizado o comando INT (Spatial Analyst Tools -> Math -> Int). Após isto, e já com um Raster trabalhável criado, foram verificados os valores para os quais cada classe de susceptibilidade se encontrava: Baixo: 1- 9; Baixo – Moderado: 9 – 17; Moderado: 17 – 24: Elevado: 24 – 33; Muito Elevado: 33 – 55. De seguida, foi então usado o comando CON, onde foi extraído grupo a grupo para que ficassem entidades isoladas, de forma a facilitar o cálculo das áreas de forma isolada.

Figura 38 - Comando Con

Criadas estas entidades, foram então, uma a uma convertidas para polígonos (Conversion Tools -> From Raster -> Raster to Polygon). Ao fazer esta conversão, é automaticamente criado um campo “Shape_Area”, onde ao clicar surge a opção Statistics que nos dá o somatório, SUM, das áreas totais para cada Feature Class. Assim sendo, a área correspondente a cada classe de risco foi: Baixo: 5,2 km²; Baixo – Moderado: 8,7 km²; Moderado: 12,8 km²; Elevado: 6,1 km² e Muito Elevado: 1,6 km². Uma análise mais pormenorizada revela um predomínio das áreas com risco de incêndio Moderado, representando estas cerca de 17,5% da área total do concelho. A

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classe de Risco Muito Elevado é a de menor área no terreno e corresponde a aproximadamente 2,2% do total do Concelho.

De uma forma geral as áreas que apresentam risco de incêndio muito elevado concentram-se no quadrante Sudoeste e correspondem a parcelas da freguesia do Torreira, sobrepondo-se às áreas de mato e mata ocupadas por um coberto vegetal mais potenciador de propagação de incêndio uma vez que estes possuem geralmente elevados graus de inflamabilidade e combustibilidade.

No que toca ao tempo de deslocação pelos bombeiros, sabe-se que a rápida intervenção destes é essencial para um eficaz combate aos fogos florestais. Tendo por base este conhecimento, foi feita então uma análise relativa aos tempos de percurso entre o quartel de bombeiros e as respectivas manchas florestais do Concelho. Foi criada então no ArcCatalog uma nova Shapefile do tipo ponto, com o nome “Bombeiros”, onde foram introduzidas as coordenadas XY relativas ao quartel situado na freguesia da Murtosa, único no concelho capaz de responder a uma possível ameaça de fogo florestal. Posto isto foi feita uma análise recorrendo ao comando “Find Route” que nos dá uma ideia geral relativamente ao tempo de deslocação a um possível foco de incêndio.

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Na figura 39, constata-se que o tempo de deslocação máximo numa eventual chamada a um incêndio florestal na zona de maior risco mais afastada do quartel, e respeitando as velocidades de circulação máximas para cada tipo de estrada, fica-se pelos 19 minutos, tempo esse que será muito inferior pois em casos extremos a marcha de emergência seria activada e a velocidade poderia ser excessiva para o tipo de via. Sendo assim, e para um patamar de risco estimado em uma resposta no máximo de 15 minutos, pode-se concluir que, a existir uma situação se risco, esta seria prontamente atendida.

Um outro indicador preocupante, tal como já foi referido anteriormente, é o da não existência de postos de vigia no Concelho. Seria aconselhável e de extrema importância que fosse criado pelo menos um ponto de vigia no concelho, a fim de uma mais fácil detecção de um incêndio na sua fase inicial, preferencialmente na freguesia da Torreira onde são mais comuns as áreas de risco mais elevado e onde se situam os pontos de maior altitude.

Para esta análise, inseriram-se dois possíveis postos de vigia, escolhidos na freguesia da Torreira e com as cotas mais elevadas (22m e 18m). Para proceder ao cálculo das bacias de visibilidade, foi utilizado o comando Viewshed do Spatial Analyst, e o resultado encontra-se representado na figura 40.

53 Figura 40 - Visibilidade dos possíveis postos de vigia

Devido ao facto de nos últimos anos os fogos florestais terem afectado de forma dramática não só a floresta, mas também as próprias habitações, considerou-se conveniente fazer igualmente uma análise das povoações que poderão ser afectadas em caso de incêndio florestal. Para este efeito foi considerada uma distância mínima de

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50m em torno de cada habitação, como distância determinante para um risco extremo em caso de incêndio florestal. Foram utilizados para este efeito BUFFERs, comando que circunscreve um raio de 50m em torno de cada edifício.

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Através da análise a figura 41, é possível visualizar que não existem povoações e/ou casas nas zonas de risco muito elevado, sendo as populações da freguesia da Torreira as que inferem maior risco em caso de incêndio florestal.

No domínio da prevenção, toma particular pertinência a necessidade de, em tempo útil, se proceder a planos de evacuação para as populações residentes em todas as povoações e casas localizadas simultaneamente em áreas de risco de incêndio florestal elevado e muito elevado, de modo a assegurar a sua rápida implementação nas situações em que estas estejam na eminencia de ser palco das chamas.

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