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O presente estudo analisou a incidência da anquiloglossia em neonatos a partir do protocolo utilizado que foram apresentados resultados de 15 artigos, sobre a terapêutica e sequelas foram analisados 15 artigos e mais 5 sobre a prevalência da doença, conforme o gráfico abaixo.

Gráfico 1 – Artigos encontrados

A partir de diversos estudos de casos, Procópio (2014) defende que a anquiloglossia é fácil de diagnosticar, mas existem controvérsias na forma de tratamento, isto porque os protocolos de avaliação são diversos, de acordo com a literatura existente.

Estudos de Brito e colaboradores (2008), Agostini e colaboradores (2014), Pimentel (2016) apontam a divergência nos protocolos a serem utilizados para detectar a anquiloglossia em neonatos, contudo, o primeiro indício a se considerar são as aparências anatômicas do frênulo lingual em bebês.

Sobre o protocolo, Ricke e colaboradores (2005) destacam que ATLFF não é um instrumento vantajoso para identificar dificuldade de amamentação, e consequentemente a incidência da anquiloglossia. Nesse sentido, Ingran (2015) comprova que a ferramenta BTAT é a mais simples de ser realizada.

Para Knox (2010) e Marchesan (2010), o protocolo ideal é o de score que se demonstrou eficaz para diferenciar os frênulos da língua normais e os alterados.

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Convém ressaltar que, conforme FUGINAGA e colaboradores (2017) e Lalakea e Messner (2003), não há relação entre o frênulo lingual e o aleitamento materno em neonatos, pois a anomalia decorre de condições anatômicas e dificuldades de juntura. A respeito da terapêutica utilizada para o tratamento da anquiloglossia em neonatos, Kupietzky (2005) sugere a cirurgia de frenotomia para casos de diagnóstico de anquiloglossia, procedimento este que Segal e colaboradores (2007) também afirmam ser eficaz, mas destacam que são necessários estudos constantes para verificar sua eficiência.

Sendo que, conforme Xavier (2014), a frenotomia e frenectomia só são eficazes quando associadas com outras técnicas, pois, sem dúvida uma boa assistência oferecida pelos serviços de uma equipe multidisciplinar de neonatologia podem verificar as alterações estruturais que comprometam as condições funcionais, e, consequentemente o aleitamento de recém-nascidos e bebês associado a uma padronização de um conhecimento científico sólido, para que o tratamento da anquiloglossia seja bem sucedida.

Dussara e colaboradores (2014) ressaltaram ainda que, a frenunoplastia Z se mostrou uma técnica cirúrgica desafiadora com resultados satisfatórios quanto à estética e função.

Ainda sobre a intervenção cirúrgica, Edmunds e colaborares (2011) destacam sua importância para o aleitamento materno, que é comprometido devido à anquiloglossia. Segundo Araújo e colaboradores (2016), durante uma pesquisa realizada com mães, a cirurgia melhora o ato de amamentação do bebê e, potencialmente, na diminuição da dor do mamilo e as sequelas do neonato.

Quanto às sequelas, Venâncio e colaboradores (2015) e Guerra e colaboradores (2012) corroboram que a lactante e o bebê sofrem com dificuldades de amamentação por causa da incidência da anquiloglossia, que de fato, dificulta na nutrição do bebê. Acerca da alimentação do neonato, Saconato e colaboradores (2009) destacam a importância dos pacientes serem submetidos após a cirurgia a tratamento de fonoaudiologia que melhoram a mastigação.

Assim, diante das divergências sobre os benefícios da intervenção cirúrgica, o mesmo é um procedimento terapêutico bastante utilizado pelos profissionais dentistas em casos de anquiloglossia em neonatos. Diante disso, Pompeia e colaboradores (2017) reforçam os efeitos negativos dos desequilíbrios do crescimento correto e

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desenvolvimento do sistema estogmático, sendo que as intervenções estético- funcionais têm obtido resultados satisfatórios contra as sequelas da anquiloglossia.

No que diz respeito à prevalência da anquiloglossia, Braga e colaboradores (2009) constataram em sua pesquisa a alteração no frênulo lingual em crianças do mesmo sexo, não havendo distinção. Já Godinho e colaboradores (2015), Jimenez (2014) e Morisso e colaboradores (2012). Jimenez (2014) relatam que há a prevalência da incidência da doença em crianças do sexo masculino e colocam que para evitar divergências as formas de avaliações precisam ser integradas.

Nota-se que são necessários estudos mais aprofundados para verificação se o sexo do bebê influencia ou não na prevalência da anquiloglossia, de modo que, a prevalência e incidência da doença ainda não são uniformizadas pela comunidade acadêmico-científica, pois não existe padronização no diagnóstico, tampouco para as indicações de tratamento em pacientes pediátricos. Tais critérios se baseiam na avaliação subjetiva de cada médico.

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Ao buscar o tema proposto deste estudo nas fontes de bibliotecas virtuais, ainda encontram-se poucos artigos que se referem à prevalência desta alteração genética, desta forma, saber o quanto ela está prevalecendo em regiões do mundo, os dados ainda são escassos para afirmar se a anquiloglossia sempre ocorreu com esta prevalência, ou se está aumentando.

Este estudo mostrou que existe uma série de protocolos para diagnóstico da anquiloglossia. Os protocolos também precisariam ser padronizados e efetivamente usados pelos profissionais da área e saúde, como os médicos pediatras, fonoaudiólogos e dentistas, para proporcionar dados mais seguros.

A frenotomia e frenectomia são as terapêuticas cirúrgicas mais indicadas, com resultados imediatos. Indica-se que, quanto mais precoce for realizada na criança, menos sequelas na saúde infantil ocorrerão.

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