• Nenhum resultado encontrado

Os dados de tempo até a falha de todas as amostras torneadas foram analisados pela distribui- ção de Weibull. Os valores de 𝛽 entre 1,0 e 1,5 são característicos da vida de rolamento. Pode-se afirmar que o teste foi bem conduzido.

O grupo 1 (𝑣𝑐 = 130𝑚/𝑚𝑖𝑛) e o grupo 2 (𝑣𝑐 = 100𝑚/𝑚𝑖𝑛) não apresentaram diferença que

pudesse ser significativa, apenas a diferença característica sobre a incerteza dos pequenos grupos para problemas estatísticos.

Pode-se também concluir que não houve diferença para o tempo de vida dos rolamentos para o processo de usinagem com diferentes velocidades (vide Figuras a seguir).

Figura 4.6: Distribuição de Weibull para as amostras do grupo 𝑣𝑐 = 130𝑚/𝑚𝑖𝑛 e do grupo 𝑣𝑐 =

Figura 4.7: Distribuição de Weibull para todas as amostras reunidas e a comparação entre os grupos 𝑣𝑐= 130𝑚/𝑚𝑖𝑛 e 𝑣𝑐= 100𝑚/𝑚𝑖𝑛

5

Conclusões

A rugosidade da superfície influencia a confiabilidade de peças mecânicas e seus custos de produção porque ela afeta fatores, tais como, atrito, capacidade de retenção de lubrificante, conduti- vidade térmica e elétrica, tolerâncias geométricas e outros. Os fatores que influenciam a rugosidade da superfície são os parâmetros de usinagem, as propriedades do material da peça usinada e da fer- ramenta e as condições de usinagem. Até mesmo pequenas alterações em qualquer um dos fatores supracitados pode ter um efeito significativo na superfície produzida. Por isso, ao se comparar o desempenho dos rolamentos de esferas de contato angular com pistas fabricadas por usinagem dura com os mesmos rolamentos com pistas retificadas, estes últimos apresentaram maior vida útil.

A rugosidade quadrática média 𝑅𝑞 ou 𝑅𝑀 𝑆, que é inversamente proporcional ao parâmetro

de filme 𝜆 foi melhor atingida nas pistas dos anéis internos. Contudo, a usinagem dura das pistas dos anéis externos não atendeu as expectativas quando se comparou com as pistas retificadas.

Os valores 𝑅𝑠𝑘para simetria de perfil apresentaram valores ligeiramente negativos para o anel

interno e positivos para o anel externo. Logo, a pista do anel interno mostrou melhores propriedades para retenção de óleo do que o anel externo.

Os valores 𝑅𝑘𝑢de distribuição de amplitudes ficaram maiores que 3 após o torneamento duro,

indicando a presença de mais picos do que vales. O ideal é ficar próximo de 3. Por isso, justifica-se o emprego da lapidação após o torneamento duro para convergir os valores para 3.

O principal desafio no torneamento duro de pistas de esferas de contato angular continua sendo a garantia do bom acabamento superficial. Durante a usinagem do anel externo, houve um pequeno aumento da vibração da máquina, o que pode justificar a tendência de piora nas caracte- rísticas geométricas observadas, principalmente quando usinados com 𝑣𝑐mais baixa.

É muito difícil isolar todas as variáreis que influenciam a vida de um rolamento, como va- zamento de graxa, entrada de ar no rolamento, o tipo da vedação, o desalinhamento radial e axial. As falhas prematuras indicam baixo desempenho das superfícies em reter o filme de óleo lubri- ficante. Pode estar associada com a perturbação ocorrida no fundo da pista durante a usinagem. Teoricamente, por ser de contato angular, a esfera não deveria rolar sobre a região com marcas de ferramenta no fundo da pista.

Para alcançar níveis de qualidade cada vez mais altos, é necessário desenvolver tornos de alta precisão e também melhorar a qualidade das arestas de corte das ferramentas de CBN.

Contrariando os resultados encontrados por Liu e outros (1975) e Agha e Liu (2000), que compararam a repetitividade dos valores de vida em fadiga de peças similares torneadas versus retificadas e com carregamentos similares, as amostras torneadas apresentaram grande variação de vida útil quando comparadas com as amostras retificadas. Se fosse torneamento plano poderia funcionar.

Como proposta de estudos futuros, reduzir o raio de ponta para 0,4mm e utilizar ferramentas do tipo V para o torneamento das pistas de rolagem de ambos os anéis para aumentar o ângulo 𝜅′𝑟da ferramenta e reduzir, consequentemente, a vibração no fundo da pista. Contudo, a tendência é que haja um aumento da rugosidade. Além disso, avaliar outros parâmetros de rugosidade, tais como: 𝑅𝑘, 𝑅𝑝𝑘, 𝑅𝑧 e 𝑅𝑣𝑘, tanto de peças produzidas a partir de torneamento duro quanto retificação para

comparar a espessura do filme de óleo para as duas condições de manufatura, utilizando a fórmula de Liermann (1997), a saber: 𝑇𝑑= 𝐶𝑅𝑆.𝑅𝑧 onde (5.1) 𝐶𝑅𝑆 = 0,8 (︂ 𝑅𝑘 𝑅𝑧 )︂0,61 +(︂ 𝑅𝑝𝑘 𝑅𝑣𝑘 )︂0,25 (5.2)

Segundo Liermann (1997), as razões𝑅𝑘

𝑅𝑧 e

𝑅𝑝𝑘

𝑅𝑣𝑘 caracterizam com mais precisão a influência da

topografia superficial na espessura da camada requerida de lubrificante sob condições de contatos rolantes.

Tornear duro novas amostras e colocar extensômetros para monitorar os sinais de vibração produzidos na passagem da ferramenta pelo fundo da pista.

Referências

AGHA, S.R. e LIU, C.R. Experimental study on the performance of superfinish hard turned surfa- ces in rolling contact. Wear, v. 244, n. 1, 52 – 59, 2000.

AKCAN, S.; SHAH, S.; MOYLAN, S.P.; CHHABRA, P.N.; CHANDRASEKSAR, S. e YANG, H.T.Y. Formation of white layers in steels by machining and their characteristics. Metallurgical and Materials Transactions, v. 33, 1245 – 1254, 2002.

ALTINTAS, Y. Manufacturing Automation: Metal Cutting Mechanics, Machine Tool Vibra- tions and CNC Design. Cambridge University Press, primeira ed., 2000.

ASTAKHOV, V.P. Machining of Hard Materials, capítulo Definitions and Industrial Applicati- ons. Springer, 2011.

BARRY, J. J. Machining Hardened Steels. 2000. Tese (Doutorado). University College Dublin.

BHADESHIA, H.K.D.H. Steels for bearings. Progress in Materials Science, v. 57, 268 – 435, 2012.

BIBOULET, N.; LUBRECHT, A.A. e HOUPERT, L. Contact pressure in indented elastohydrody- namic lubrication contacts. Journal of Engineering Tribology, v. 222, 415 – 421, 2008.

BITELLI, G.; SIMONE, A.; GIRARDI, F. e LANTIERI, C. Laser scanning on road pavements: A new approach for characterizing surface texture. Sensors, v. 12, 9110 – 9128, 2012.

BORBE, C. Bauteilverhalten hartgedrehter Oberflächen. 2001. Tese (Doutorado). University Hannover.

BRÄNDLEIN, J.; ESCHMANN, P.; L., H. e WEIGAND, K. Ball and Roller Bearings: Theory, Design and Application. John Wiley, 3 ed., 1999.

BRINKSMEIER, E. e GIWERZEW, A. Chip formation mechanisms in grinding at low speeds. Annals of CIRP, v. 52 (1), 253 – 258, 2003.

CHAPKOV, A.D.; COLIN, F. e LUBRECHT. Influence of harmonic surface roughness on the fatigue life of elastohydrodynamic lubricated contacts. Journal of Engineering Tribology, v. 220, 287 – 294, 2006.

CHOI, Y. e LIU, C.R. Rolling contact fatigue life of finish hard machined surfaces. Wear, v. 261, 496 – 499, 2006. Part 2. Experimental verification.

COULON, S.; JUBAULT, I. e LUBRECHT, A.A. Pressure profiles measured within lubricated con- tacts in presence of dented surfaces. comparison with numerical models. Tribology International, v. 37, 111 – 117, 2004.

CRGRAPH. Reliability Analysis with Weibull. http://www.crgraph.com/, 2012.

DAVIM, J.P. Machining of hard materials. Springer, 2011.

DENKENA, B.; TONSHOFF, H.K.; FRIEMUTH, T.; MULLER, C.; ZENNER, H.; RENNER, F. e KOEHLER, M. Fatigue strength of hard turned components. In Proceedings of the First International Conference on Manufacturing Engineering. 2002.

DIN4760. Form deviations; concepts; classification system, 1982.

DINIZ, A.E.; MARCONDES, F.C. e COPPINI, N.L. Tecnologia da Usinagem dos Materiais. Artliber, quinta ed., 2001.

grinding wheels: insight from simulation. Annals of CIRP, v. 52, 271 – 274, 2003.

FARIAS, A. Análise da tensão residual e integridade superficial no processo de torneamento em material endurecido do aço ABNT 8620 cementado. 2009. Dissertação (Mestrado). Univer- sidade de Sao Paulo, escola Politécnica da USP.

GRIFFITHS, B.J. Mechanisms of white layer generation with reference to machining and defor- mation processes. Journal of Tribology, v. 109, 525 – 530, 1987.

GRZESIK, W. Machining: Fundamentals and Recent Advances, capítulo Machining of Hard Materials. Springer, 2008.

GUO, Y.B. e WARREN, A.W. Microscale mechanical behavior of the subsurface by finishing processes. ASME J. Manuf. Sci. Eng., v. 127, 333 – 338, 2004.

GUO, Y.B. e WARREN, A.W. The impact of surface integrity by hard turning vs. grinding on fatigue damage mechanisms in rolling contact. Surface and Coatings Technology, v. 203, 291 – 299, 2008.

GUO, Y.B.; WARREN, A.W. e HASHIMOTO, F. The basic relationship between residual stress, white layer, and fatigue life of hard turned and ground surfaces in rolling contact. CIRP Journal of Manufacturing Science and Technology, , n. 2, 129 – 134, 2010.

HAMROCK, B.J.; SCHMID, S.R. e JACOBSON, B.O. Fundamental of Fluid Film Lubrication. McGraw-Hill, segunda ed., 2004.

HASHIMOTO, F.; GUO, Y.B. e WARREN, A.W. Surface integrity between hard turning and ground surfaces and its impact on fatigue life. CIRP Annals, v. 55, n. 1, 81 – 84, 2006.

HOOKE, C.J. e LI, K.Y. Roughness in elastohydrodynamic contacts. Journal of Mechanical Engineering Science, v. 224, 2590 – 2609, 2010.

ISO15243. Rolling bearings – Damage and failures – Terms, characteristics and causes, pri- meira ed., 2004.

ISO281. Rolling bearings – Dynamic load ratings and rating life, segunda ed., 2007.

ISO4287. Geometrical Product Specification (GPS) – Surface texture: Profile method – Terms, definitions and surface texture parameters, primeira ed., 1997.

JOUINI, N.; REVEL, P.; MAZERAN, P.E. e BIGERELLE, M. The ability of precision hard turning to increase rolling contact fatigue life. Tribology International, v. 59, 141 – 146, 2013.

KLOCKE, F. e KRATZ, H. Advanced tool edge geometry for high precision hard turning. Manu- facturing Technology, v. 54, 47 – 50, 2005.

KNUEFERMANN, M.M.W. e MCKEOWN, P.A. A model for surface roughness in ultraprecision hard turning. Annals of CIRP - Manufacturing Technology, v. 53, 99 – 102, 2004.

KONDO, Y.; KOYAMA, T. e SASAKI, S. Tribological properties of ionic liquids. 2013.

KUMAR, P.; JAIN, S.C. e RAY, S. Study of surface roughness effects in elastohydrodynamic lubrication of rolling line contacts using a deterministic model. Tribology International, v. 34, 713 – 722., 2001.

LACALLE, L.N.L. Machining of Hard Materials, capítulo Advanced Cutting Tools. Springer, 2011.

LEACH, R. Fundamental Principles of Engineering Nanometrology. Elsevier, 2009.

LIERMANN, J. Hartdrehen wälzbelasteter Bauteile. 1997. Dissertação (Mestrado). RWTH Aachen, dissertation.

LIPSON, C. e SHETH, N.J. Statistical design and analysis of engineering experiment. McGraw- Hill, 1973.

LIU, J.Y.; TALLIAN, T. e MCCOOL, J.I. Dependence of bearing fatigue life on film thickness to surface roughness ratio. TribolgycTransaction, v. 18, 144 – 152, 1975.

MALKIN, S. Grinding Technology: Theory and Application of Machining with Abrasive. Ellis Horwood and Chichester and John Wiley, 1989. New York, United States of America.

MARINESCU, I.D.; ROWE, W.B.; DIMITROV, B. e INASAK, I. Tribology of Abrasive Machi- ning Processes. William Andrew, 2004. New York, United State of America.

MORALES-ESPEJEL, G.E.; GABELLI, A. e IOANNIDES, E. Microgeometry lubrication and life ratings of rolling bearings. Journal of Mechanical Engineering Science, v. 224, 2610 –2626, 2010. Proceedings of the Institution of Mechanical Engineers.

NONATO, F. Modelo Dinâmico para o Contato em Mancais de Elementos Rolantes Sujeito a Lubrificação Elasto-hidrodinâmica. 2009. Dissertação (Mestrado). Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP.

NONATO, F. Modelo Dinâmico para Mancais de Elementos Rolantes Radiais de Esferas Considerando os Efeitos da Lubrificação Elasto-hidrodinâmica. 2013. Tese (Doutorado). Uni- versidade Estadual de Campinas - UNICAMP.

OEZEL, T.; KARPAT, Y.; FIGUEIRA, L. e DAVIM, J.P. Modelling of surface finish and tool flank wear in turning of aisi d2 steel with ceramic wiper inserts. Journal of Materials Processing Technology, v. 189, 192 – 198, 2007.

OLVER, A.V. The mechanism of rolling contact fatigue: an update. In Proceedings of the Insti- tution of Mechanical Engineers, v. 219, pp. 313 – 330. 2005.

layers formed in hard turning of aisi 52100 steel. Materials Science and Engineering, v. 390, 88 – 97, 2005.

RICHT, C. Hard turn toward efficiency, 2009.

SCHWACH, D.W. e GUO, Y.B. A fundamental study on the impact of surface integrity by hard turning on rolling contact fatigue. International Journal of Fatigue, v. 28, 1838 – 1844, 2006.

SEKER, U.; CIFTCI, I. e HASIRCI, H. The effect of alloying elements on surface roughness and cutting forces during machining of ductile iron. Materials and Design, v. 24, 47 – 51, 2003.

SHAW, M.C. Metal Cutting Principles. Oxford: Clarendon press, segunda ed., 1984.

SINGH, R. e MELKOTE, S. Frictional response of precision finished surfaces in pure sliding. Wear, v. 258, 1500 – 1509, 2005.

SMITH, S.; MELKOTE, S.N.; LARACURZIO, E.; WATKINS, T.R.; ALLARD, L. e RIESTER, L. Effect of surface integrity of hard turned aisi 52100 steel on fatigue performance. Materials Science and Engineering, v. 459, 337 – 346, 2007.

TALLIAN, T.E. Failure atlas for hertz contact machine elements. ASME Press, 1992. New York.

TÖNSHOFF, H.K.; ARENDT, C. e BEN AMOR, R. Cutting of hardened steel. Annals of CIRP, v. 49, n. 2, 547 – 566, 2000.

TÖNSHOFF, H.K. e DENKENA, B. Basics of Cutting and Abrasive Processes. Springer-Verlag, 2013.

WAIKAR, R.A. e GUO, Y.B. A comprehensive characterization of 3d surface topography induced by hard turning versus grinding. Journal of Materials Processing Technology, v. 197, 189 – 199, 2008.