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Para avaliar os efeitos da diversidade e da distância filogenética na altura das plantas e no crescimento relativo das plantas, utilizou-se o tamanho inicial das plantas como uma covariável a fim de que se controlassem possíveis influências do tamanho no qual as plantas foram transplantadas no início do experimento. Tanto no período chuvoso (Abril de 2016) quanto no período seco (Outubro de 2016), observou-se um efeito significativo da interação entre os tratamentos de diversidade e a distância para o riacho sobre a altura final das plantas (Figura 7).

A interação entre a riqueza de espécies e a distância para o riacho possui um efeito positivo sobre a altura das plantas no período chuvoso, porém essa relação parece ser mais

importante para as comunidades com três espécies de plantas ( 2 = 13,47; df = 8; p 0,001; Figuras 7A & 7C). A riqueza de espécies por si só não influenciou a altura das plantas no período chuvoso ( 2 = 0,0057; df = 7; p > 0,05). Já a distância para o riacho teve um efeito marginalmente significativo no mesmo período ( 2 = 2,91; df = 7; p = 0,09). A interação entre riqueza de espécies e distância para o riacho também foi importante para a altura das plantas no período seco ( 2 = 5,89; df = 8; p 0,05; Figura 7C). No entanto, os fatores (riqueza de espécies e distância para o riacho) isolados não tiveram influência ( 2 = 2,19; df = 7; p> 0,05; 2 = 0,82; df = 7; p > 0,05; para riqueza de espécies e distância para o riacho, respectivamente).

O mesmo padrão ocorreu quando foram considerados os efeitos de parentesco (proximidade filogenética) na altura das plantas. Dessa maneira, as plantas das comunidades filogeneticamente distantes que ocorrem mais próximas ao riacho (8, 10 e 12 metros de distância) apresentaram alturas maiores (Figuras 7B & 7D). Isso significa que também houve interação positiva entre a distância filogenética e a distância para o riacho sobre a altura das plantas no período chuvoso ( 2 = 28,03; df = 8; p 0,001; Figura 7B) e no período seco ( 2 = 8,12; df = 8; p 0,01; Figura 7D).

Figura 7: Altura de mudas transplantadas em função dos tratamentos de diversidade nos

períodos chuvoso e seco levando em conta a proximidade com o riacho na área experimental em Monte Alegre/RN.

Os diferentes tipos de tratamento apresentaram diferenças visíveis sobre as taxas de crescimento relativo das plantas entre o período chuvoso e o período seco (Figura 8). O crescimento relativo das plantas foi positivo apenas durante o período chuvoso (Figuras 8A & 8B). Já no período seco o crescimento relativo foi negativo (Figuras 8C & 8D), evidenciando a dependência de uma boa estação chuvosa para que as plantas possam ter um bom crescimento. Durante o período chuvoso, houve um efeito positivo da interação entre riqueza de espécies e distância para o riacho sobre o crescimento relativo das plantas ( 2 = 13,47; df = 8; p 0,001). Contudo, esse efeito positivo da interação parece ocorrer apenas para as comunidades de plantas no tratamento de policultura, ou seja, com nove

espécies de plantas (Figura 8A). Por outro lado, ao analisar os efeitos da distância filogenética sobre o crescimento das plantas no período chuvoso, observa-se que o crescimento relativo foi afetado de maneira negativa pela interação entre distância filogenética e proximidade para o riacho ( 2 = 28,03; df = 8; p 0,001). Dessa forma, as plantas filogeneticamente aparentadas tiveram um crescimento menor quando localizadas perto do riacho (Figura 8B).

Durante o período seco, o crescimento relativo das plantas mostrou-se negativo para a maioria dos níveis de diversidade testados, exceto nos tratamentos de policultura próximos ao riacho (comunidades compostas por nove espécies de plantas) cujo crescimento relativo foi positivo ( 2 = 5,89; df = 8; p 0,05; Figura 8C). O mesmo foi observado para o crescimento relativo nos tratamentos de distância filogenética das espécies, que foi positivo no período chuvoso e negativo no período seco ( 2 = 8,12; df = 8; p 0,01; Figura 8D).

Figura 8: Crescimento relativo em função dos tratamentos de diversidade para os

períodos chuvoso e seco, levando em conta a proximidade com o riacho na área experimental em Monte Alegre/RN.

A identidade das espécies altera como a média das alturas é distribuída (Figura 9). Podemos notoriamente verificar a distribuição das alturas em três grupos, no início do gráfico se apresentam as duas menores espécies (Handroanthus impetiginosus e Tabebuia

roseoalba), logo no final a espécies que apresentou maior altura (Piptadenia stipulacea),

e o terceiro grupo composto pelas demais espécies que apresentaram alturas intermediárias e parecidas (Figura 9A). Os indicies de altura entre o período seco comparado ao chuvoso, foram relativamente iguais, exceto para a espécie Piptadenia

stipulacea, que apresentou alturas maiores em ambos os períodos quando comparada às

demais espécies.

A única espécie que sofreu influência positiva em relação à proximidade com o riacho foi Piptadenia stipulacea (Jurema-Branca); as plantas dessa espécie apresentaram maiores alturas quando localizadas próximas ao riacho, em ambos os períodos seco/chuvoso (Figura 9A e 9B). As demais espécies (exceto Myracrodruon urundeuva onde alguns indivíduos próximos ao riacho foram ligeiramente mais altos) foram afetadas negativamente ou não foram afetadas pela proximidade com o riacho (Figura 9A e 9B).

Durante o período chuvoso, o crescimento relativo das plantas também foi caracterizado pela formação de três grupos na distribuição das alturas. No início do gráfico (à esquerda), verificamos as menores taxas de crescimento relativo com valores muito próximos a zero ou ainda negativos, como é o caso das plantas de Coccoloba

latifolia quando próximas ao riacho (Figura 9C). As espécies localizadas no centro do

gráfico apresentam crescimento relativo médio menor que 0,5 cm no período chuvoso. Por fim, observa-se a espécie que apresentou maior altura (Piptadenia stipulacea) que possui crescimento relativo médio maior ou igual a 0,5 cm no período chuvoso (Figura 9C). Durante o período seco (Figura 9D), a distribuição dos grupos em relação ao seu crescimento relativo sofreram alterações. Pode-se notar a distribuição das espécies agora em apenas dois grupos: (i) Piptadenia stipulacea - com crescimento relativo médio maior que 1 cm, mesmo no período seco; e (ii) as demais espécies com crescimento médio relativo negativo durante o período seco. O crescimento relativo negativo durante o período seco para Tabebuia roseoalba, por exemplo, demostra que essa espécie foi bastante afetada, principalmente, quando afastada do riacho.

Figura 9: Altura e crescimento em função das espécies para o período chuvoso e seco,

levando em conta a proximidade com o riacho na área experimental em Monte Alegre/RN.

6. DISCUSSÃO

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