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4. Casos de Estudo

4.1. O caso da Biblioteca da FEUP

4.1.3. Análise do questionário

Após a solicitação da realização dos cenários por parte do Dr. Luís Miguel Costa, foi enviado um questionário (ver anexo 18) que tinha como objetivo avaliar a interação do participante com as recomendações, e a sua utilidade e o esforço de implementação.

No que diz respeito ao Cenário 1, o participante demonstrou já possuir conhecimento sobre os conceitos e maior parte das siglas apresentadas na recomendação do FAIRsharing, o que resultou numa fácil interpretação da mesma. Após efetuar as pesquisas por políticas no catálogo do FAIRsharing, foi capaz de identificar algumas políticas de alguns editores, nomeadamente, ASC, Elsevier, Springer e Wiley.

interesse para o mesmo. No que diz respeito ao esforço de implementação, o inquirido respondeu com um 3, o que significa que o grau de dificuldade de implementação das políticas identificadas no catálogo poderá ser moderado.

Em relação aos recursos disponibilizados na recomendação 23 Things: Libraries for research data, que foi usada para a concretização do cenário 2, foram úteis para expandir o conhecimento do inquirido sobre os serviços referentes à gestão de dados.

De igual forma, poderão auxiliar o trabalho do bibliotecário na resolução de problemas e na perceção de como providenciar novos serviços relacionados com a gestão de dados, visto que a recomendação apresenta alguns recursos de formação que permitem o aprofundamento dos conhecimentos e apresenta ferramentas de apoio direto à curadoria de dados.

No que diz respeito aos recursos específicos de metadados, embora não sendo considerados como úteis para perceber o que são esquemas de metadados, a recomendação motivou-o a consultar esquemas de metadados. Neste contexto, o inquirido concorda totalmente que os bibliotecários devem auxiliar na organização, classificação e descrição dos dados de investigação dos investigadores.

Esta seria uma boa forma de relacionar o trabalho do bibliotecário com os projetos de investigação, ou seja, utilizar os recursos disponibilizados na recomendação proposta faria com que a biblioteca da FEUP se tornasse capaz de acompanhar um projeto de investigação, desde a fase de planeamento até à descrição de dados. E assim sendo, que a mesma fosse considerada pelos investigadores como uma parceira, apelando ao apoio dos profissionais da biblioteca para as questões referidas anteriormente, na organização, classificação e descrição dos dados. Em seguida, o inquirido foi questionado sobre o interesse para cada um dos recursos disponibilizados na recomendação 23 Things: Libraries for research data, com as respostas da Tabela 16.

Escala Pontos da recomendação

1 (Nenhum interesse) -

2 (Pouco interesse) -

3 (Indiferente) • Desenvolvimento de materiais para apoiar outros bibliotecários;

• Fórum DataQ;

• Localizar ferramentas disponíveis para ajudar na preservação digital usando o registo COPTR;

• Fazer parte da RDA juntando-se ao Grupo de Interesse em Bibliotecas para Dados de Investigação, e acompanhar os trabalhos desenvolvidos sobre gestão de dados.

4 (Interesse) • Recomendações da LIBER; • Tesauro de e-Science;

• Familiarização com os requisitos dos financiadores através de ferramentas como a DMPTool;

• Auxiliar os investigadores a publicar e partilhar dados usando repositórios livres online.

5 (Muito interesse) • Ciclos de vida dos dados (Modelo DCC); • Cursos MANTRA para formação;

• Bibliografia atualizada sobre Curadoria Digital;

• Guias criados por bibliotecários para os utilizadores aprenderem mais sobre gestão de dados;

• Encetar uma conversa com investigadores conduzindo entrevistas sobre dados e a sua gestão;

• Conhecer melhor as necessidades dos investigadores lendo ou criando o seu perfil de curadoria de dados;

• Integrar a gestão de dados nos programas de capacitação de Literacia da Informação;

• Recorrer ao diretório de Metadata Standards para identificar esquemas de metadados;

• Incentivar os investigadores na citação de dados;

• Apoiar a seleção de licenças para publicação de dados dos investigadores (usar o guia do DCC);

• Auxiliar os investigadores na identificação de dados sensíveis e confidenciais (DATA-PROTECTION do JISC);

• Compreender vocabulários e normas para arquivos digitais para auxiliar na preservação digital;

• Localizar um repositório apropriado no diretório de repositórios de dados re3data.org.

Tabela 16- Escala de avaliação do interesse das 23 Things.

Através destes resultados, é possível constatar que a maioria dos recursos tem muito interesse para o inquirido, e que não qualificou nenhum recurso com “Nenhum interesse”.

Para os mesmos recursos, o inquirido também foi questionado sobre o grau de dificuldade de implementação. O Dr. Luís Miguel Costa teria que, na sua perspetiva, avaliar o esforço de implementação de cada recurso para a biblioteca da FEUP. Os resultados estão apresentados na Tabela 17.

Escala Pontos da recomendação

2 (Fácil) • Tesauro de e-Science;

• Cursos MANTRA para formação;

• Bibliografia atualizada sobre Curadoria Digital;

• Guias criados por bibliotecários para os utilizadores aprenderem mais sobre gestão de dados;

• Incentivar os investigadores na citação de dados;

• Localizar um repositório apropriado no diretório de repositórios de dados re3data.org;

• Auxiliar os investigadores a publicar e partilhar dados usando repositórios livres online;

• Participar em conferências sobre dados de investigação; • Fazer parte da RDA juntando-se ao Grupo de Interesse em

Bibliotecas para Dados de Investigação, e acompanhar os trabalhos desenvolvidos sobre gestão de dados.

3 (Nem fácil, nem difícil)

• Recomendações da LIBER;

• Encetar uma conversa com investigadores conduzindo entrevistas sobre dados e a sua gestão;

• Familiarização com os requisitos dos financiadores através de ferramentas como a DMPTool;

• Apoiar a seleção de licenças para publicação de dados dos investigadores (usar o guia do DCC);

• Localizar ferramentas disponíveis para ajudar na preservação digital usando o registo COPTR;

• Participar em comunidades para desenvolver boas práticas de gestão de dados.

4 (Difícil) • Ciclos de vida dos dados (Modelo DCC);

• Conhecer melhor as necessidades dos investigadores lendo ou criando o seu Perfil de curadoria de dados;

• Desenvolvimento de materiais para apoiar outros bibliotecários;

• Fórum DataQ;

• Recorrer ao diretório de Metadata Standards para identificar esquemas de metadados;

• Compreender vocabulários e norma para arquivos digitais para auxiliar na preservação digital;

5 (Muito difícil) • Integrar a gestão de dados nos programas de capacitação de Literacia da Informação;

• Auxiliar os investigadores na identificação de dados sensíveis e confidenciais (DATA-PROTECTION do JISC).

Tabela 17- Escala de avaliação do esforço de implementação das 23 Things.

Isto significa que dos 13 pontos qualificados com “Muito interesse”, na questão anterior, 6 são tidos como difíceis ou muito difíceis de implementar, e apenas 5 como fáceis de implementar, e os restantes ficaram no nível intermédio o que significa que não são fáceis nem difíceis de

implementar.

No geral, o inquirido considera que as recomendações apresentadas foram úteis e contribuíram para aumentar a sua perceção e conhecimento sobre algumas das questões da gestão de dados, no sentido em que complementam o conhecimento que já tinha adquirido sobre o assunto, e apresentam ferramentas úteis disponíveis.

Na perspetiva do Dr. Luís Miguel Costa, as iniciativas sobre gestão de dados junto dos profissionais das bibliotecas são importantes, assim como é importante haver mais iniciativas desta natureza.

No que diz respeito às recomendações propostas, embora estas sejam de fácil compreensão, acha que as mesmas requerem um nível de conhecimento sobre a temática por parte dos leitores e, assim, as primeiras abordagens seriam mais proveitosas se mediadas por alguém com experiência.

Nas questões relacionadas com o nível de familiarização com a gestão de dados antes e após a leitura e análise das recomendações, classificou o seu nível de familiarização antes da análise das recomendações com um 7, e após a análise das recomendações com um 8, avaliado numa escala de 1 a 10, onde 1 significa “Nenhum conhecimento” e 10 “Muito conhecimento”. Isto significa que, embora o inquirido tenha apresentado conhecimentos prévios sobre as questões da gestão de dados, as recomendações auxiliaram-no a ter uma melhor perceção.

Por último, as iniciativas para integrar a RDM no trabalho prático dos profissionais das bibliotecas são tidas como adequadas, tanto a nível internacional como nacional. Contudo, foi sugerido o aumento da organização e dos bootcamps como uma abordagem proveitosa para a comunidade.